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Notícias da Guarda e região | Reportagem | Crónicas | Entrevistas | Apontamentos | Registos
Vasco Pires nasceu em Marialva (Meda) tendo passado a infância e juventude em Coimbra, onde os pais fixaram residência. Na Guarda reside há vários anos e nesta cidade desenvolve a sua atividade profissional como Técnico de Prótese Dentária.
O gosto pela fotografia surgiu em Coimbra durante o ensino secundário, altura em que desenvolveu destacada atividade no Núcleo de Fotografia e Cinema da Escola Secundária Avelar Brotero.
Não sendo o seu “modo de vida”, a fotografia, a par de outras atividades ao ar livre, assume particular importância na ocupação dos seus tempos livres. É nos temas Natureza e Paisagem que se sente mais à vontade, não deixando ainda assim de explorar outras vertentes da fotografia.
Membro fundador do “Fotoclube da Guarda”, espaço de partilha de experiências, conhecimento e divulgação, bem como de convívio entre os seus pares, Vasco Pires conversa hoje com o “Correio da Guarda”.
Como nos referiu, no seu horizonte está o projeto de desenvolver “um trabalho fotográfico que tenha em atenção as fortalezas amuralhadas da Beira Interior, sobretudo na zona raiana”.
Quando surgiu interesse pela fotografia?
O interesse pela fotografia resulta do desenvolvimento de atividades extra -curriculares durante o período escolar, concretamente no decorrer do ensino secundário; tem por base a curiosidade sobre todo o processo de criação de uma imagem, desde a câmara até à sua impressão.
Que géneros de fotos prefere? Fotografia de rua, paisagem, retrato…?
A fotografia no seu todo não deixa de me despertar interesse, no entanto a “viagem”, a “natureza” e a “paisagem” são áreas de tendência natural.
Fotografia a cores ou a preto e branco?
Não tenho uma preferência especial pela cor ou preto e branco, mas procuro adequar questão estética no ato de fazer a fotografia.
Preocupa-se com o trabalho de edição das fotografias? É um trabalho moroso?
Embora procure não perder muito tempo com a edição, quer seja no processo analógico ou digital, a pós-produção é fundamental no trabalho fotográfico.
Ainda assim entendo que a fotografia deve refletir verdade.
A zona da Guarda é a preferida para os seus trabalhos? Que outras zonas em especial?
Sendo o local onde resido, de forma natural a Guarda é o meu "quintal". Sempre que possível a câmara fotográfica é companhia nas minhas deslocações.
O que gosta mais de fotografar na Guarda?
A região da Guarda tem um vasto património natural, histórico e arquitetónico.
São motivos mais do que suficientes para o olhar da lente.
Como têm reagido as pessoas à suas fotos?
Quando mostro uma fotografia, faço-o por entender que esta reflete a minha abordagem perante um determinado motivo.
De uma forma geral as pessoas reagem de forma simpática.
O digital incrementou, junto das pessoas em geral, o gosto pela fotografia?
O digital massificou o ato de tirar fotografias de uma forma diretamente proporcional à quantidade de dispositivos que levamos nos bolsos. Também por maioria de razão, e pela simplicidade que o digital permite, o gosto pela fotografia tenha assim um estímulo maior.
Fazer fotografia implica uma permanente atualização dos equipamentos?
Não vale a pena bater na tecla de que o "antes é que era bom", pois se efetivamente é possível fazer boas fotografias com equipamentos antigos, a evolução do material fotográfico permite-nos uma utilização cada vez mais otimizada desses mesmos equipamentos.
Os preços dos equipamentos são hoje mais acessíveis?
Sem dúvida. Hoje em dia há equipamentos com uma relação preço-qualidade bem mais interessante do que há uns anos atrás; no entanto o preço a pagar por eles depende da nossa disponibilidade financeira.
Para além das iniciativas que tem havido, na área de fotografia, o que podia ser ainda feito para aproximar o público, em geral, dos trabalhos fotográficos aqui produzidos?
A divulgação das iniciativas e a sua credibilidade através de conteúdos de qualidade reconhecida são condição para a adesão do público.
Depois não desistir dessas mesmas iniciativas e sempre que possível inovar e acrescentar valor, para que os eventos passem a fazer parte de uma agenda local.
Tem algum episódio curioso, ou que lhe tenha deixado boas recordações, no decorrer da sua atividade fotográfica?
Durante mais uma jornada de fotografias à “passarada”, com o Eduardo Flor, a Ria de Aveiro tinha-se mostrado pouco generosa quanto ao número aves avistadas naquela tarde.
Algum tempo de espera num abrigo de observação, não tinha resultado numa única fotografia. Já de carro no regresso, e quando discutíamos sobre a identificação de uma "Rapina" que afinal seria um "Cuco", o Eduardo de sobressalto grita baixinho: - “Pára, para, para”... e eu parei... “Não desligues o carro” ... e eu não desliguei... “Estão duas águias no telhado daquela casa, deixa-te ficar que vou tentar fotografá-las ”...
E eu ajeitei os óculos, olhei para o telhado e fiquei ... Lá vai o Eduardo, carregado com a câmara e correspondente super teleobjectiva. Pé ante pé, qual predador no ataque à sua presa, atravessa o caminho de terra-batida e numa posição quase de cócoras percorre todo o muro que circunda a casa. Já junto ao portão ergueu-se, aponta a câmara para o telhado, foca, aproxima o zoom e alguns segundos depois, baixa a câmara e abre os braços em sinal de total desalento ...
Eu até já tinha visto duas estatuetas em forma de aguia, que serviam de adorno ao telhado da casa (risos…).
E episódio menos agradável?
Não tenciono guardar más recordações no que à fotografia diz respeito.
Que projetos tem no campo da fotografia?
Sendo um mero entusiasta da fotografia não me movo por projetos muito elaborados; no entanto está no meu horizonte desenvolver um trabalho fotográfico que tenha em atenção as fortalezas amuralhadas da Beira Interior, sobretudo na zona raiana.
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