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“Tenham respeito por Portugal e pelas Forças Armadas”. Este o apelo do General Pina Monteiro na sequência do episódio que, na manhã de hoje, originou a interrupção do discurso do Presidente da República.
Pina Monteiro – visivelmente desagradado, como militar, como Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas e por certo como guardense que é – foi certeiro e elucidativo na observação.
O protesto protagonizado por alguns – têm as suas razões, todos nós temos fortes e legítimos motivos de descontentamento e direito a manifestarmos as nossas ideias e a nossa contestação – redundou num autêntico tiro no pé, face ao momento escolhido e no contexto do perfil da cerimónia que estava a decorrer.
Para quem, regularmente, invoca o papel das forças armadas no abrir e no abril das portas da liberdade e da democracia, não fica nada bem este registo, que poderia ficar expresso noutro passo do evento ou em cenário diferente.
A maioria das pessoas que se deslocou ao Parque Urbano do Rio Diz (na Guarda e não nos arredores da Guarda como ouvimos num canal de televisão) foi por outros motivos que não a gritaria ou a contestação (toda a gente, repetimos, tem inúmeras razões de queixa pelas políticas governamentais, pelas atitudes da classe política, pelo desprezo a que é sistemáticamente votada, muito especial aqui no interior de Portugal). E também a simpatia dos presentes não era, obviamente, unânime relativamente aos responsáveis institucionais e político; mas discordar ou ter motivos de queixa não é sinónimo de falta de respeito e de sentido de responsabilidade cívica.
Este era um momento festivo de Portugal, das forças armadas, das comunidades portuguesas, da comunidade guardense que sempre tem privilegiado a hospitalidade. E a Guarda (não vamos discorrer aqui acerca de opções, de gastos, de escolhas, do programa) soube receber, como o tinha feito em 1977, ano em que, também nesta cidade, foi celebrado – pela primeira vez – o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas…
Este foi um protesto inapropriado, para a hora e local.
Não faltavam oportunidades e locais para manifestarem a sua indignação (isso não se contesta)…
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