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A cerimónia de apresentação do Concurso Lãnd Design Award Crédito Agrícola 2024 decorrerá no dia 06 de novembro às 11H30, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.
Na sua segunda edição, o concurso conta com um prémio total de 6.500 euros e destina-se a projetos inovadores de design / peças e objetos que utilizem a lã como matéria-prima principal, incorporando nas suas propostas os princípios da economia circular e da sustentabilidade (ambiental, social, económica, cultural e social). As candidaturas podem ser submetidas no site oficial Lãnd Week.
Este concurso integra a programação do Lãnd - Wool Innovation Week 2024, uma jornada criativa em torno da lã e da economia por este gerada, que se iniciou em junho em Manteigas, na Serra da Estrela, e que irá culminar na edição anual do evento em 2025. Será nessa altura que serão anunciados os vencedores do Lãnd Design Award Crédito Agrícola 2024.
A cerimónia de apresentação e arranque oficial do concurso contará com convidados institucionais, designers, investigadores, docentes e agentes locais do território das Aldeias de Montanha e da Serra da Estrela.
O prémio é destinado a estudantes e profissionais de design e abrange duas categorias: Estudante de Design e Sustentabilidade (especificamente para designers ou outros criativos).
Na primeira categoria são elegíveis projetos submetidos por estudantes universitários de design, de qualquer grau académico (licenciatura, pós-graduação mestrado ou doutoramento), de qualquer área do design e estabelecimento de ensino, nacional ou internacional, em regime full-time ou part-time.
Na segunda categoria - Sustentabilidade são elegíveis projetos submetidos por profissionais de design ou de qualquer outra área criativa. Será atribuído um prémio por categoria: Prémio Crédito Agrícola Estudante, com a atribuição de um montante total de 1.500 euros, e Prémio Crédito Agrícola Sustentabilidade, com um montante total de 5000 euros.
O Lãnd Wool Inovation Week é um evento anual que acontece desde 2023, em Manteigas, celebra a identidade da Serra da Estrela e a sua conexão natural com a lã, fomenta a inovação no design, valoriza as paisagens de montanha, classificada de Parque Natural, capacita agentes e população e fortalece as relações entre a montanha e a cidade.
É uma iniciativa conjunta do Município de Manteigas e da ADIRAM - Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha. O Lãnd apresenta uma programação pensada estrategicamente na valorização e reinvenção da lã, dos seus ciclos e recursos naturais e no desenvolvimento da economia local enquanto valioso recurso endógeno.
Distribuída ao longo de vários meses, esta jornada criativa visa aportar valor ao território e às comunidades, através da inovação, do design e da investigação científica. Este projeto afirma Manteigas e a Serra da Estrela como um hub criativo para a inovação e valorização da lã da Serra da Estrela.
O Lãnd Design Award tem o objetivo de potenciar esta dinâmica de inovação e criatividade presente no território e tão bem trabalha pelo setor empresarial local, premiando estudantes, designers e criativos que utilizem a lã como matéria-prima primordial nos seus projetos e soluções de design.
"Mobilidade Integrada – Eixo Beira Interior” é o tema da conferência que vai decorrer, nos próximos dias 17 e 18 de setembro, no Teatro Municipal da Guarda.
Trata-se de uma organização da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) em parceria com os municípios da Guarda, Fundão, Covilhã, Castelo Branco, Belmonte.
Segundo a Presidente da AMT, Ana Paula Vitorino, “esta Conferência visa discutir e lançar o "Projeto Piloto de Mobilidade Integrada da Beira Interior". A proposta é desenvolver um sistema de mobilidade integrado e multimodal, combinando vários modos de transporte, otimizado por sistemas tecnológicos e energias alternativas, e em sintonia com o ordenamento do território. Este sistema visa facilitar a utilização dos transportes públicos, reduzindo a necessidade de transporte individual, especialmente em áreas com uma rede de transportes públicos menos densa.”
Ana Paula Vitorino, acrescenta a propósito desta conferência, que “com base nos princípios de planeamento e sustentabilidade, melhores práticas nacionais e internacionais, e estudos realizados pela AMT, o projeto piloto proposto visa integrar diferentes modos de transporte (ferroviário, rodoviário, mobilidade partilhada e ativa); promover a acessibilidade a serviços essenciais (escolas, hospitais, logística urbana); incorporar tecnologias inovadoras para digitalização do planeamento e gestão da mobilidade; capacitar entidades públicas e privadas e sensibilizar a população para as alterações climáticas e a sustentabilidade Não pretendemos oferecer apenas um espaço de discussão, mas um passo concreto rumo à implementação de um sistema de mobilidade sustentável e integrado na Beira Interior. Ambicionamos criar um modelo que possa ser replicado noutras regiões, contribuindo para a coesão ambiental, social, económica e territorial conforme os objetivos da Agenda 2030 da ONU.”
Verifica-se, sobretudo em territórios de baixa densidade, que “o transporte coletivo regular tem-se mostrado economicamente inviável, com altos custos operacionais e baixa atratividade. A predominância do transporte individual tem consequências ambientais negativas e contribui para a exclusão social daqueles sem acesso a veículos próprios.”
No primeiro dia dos trabalhos – que se inicia com a sessão de abertura marcada para as 14h30 – será feito, pelas 16h20 o ponto de situação do Plano Ferroviário Nacional, estando agendado, logo a seguir, um painel subordinado ao tema “Desafios da Organização e Gestão da Mobilidade nos Países da CPLP, em que vão intervir Susana Baptista (Diretora de Supervisão da AMT), Rafael Vitale Rodrigues (Diretor Geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Brasil, Eduardo Nery Filho (Diretor Geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), do Brasil, Énio Costa (Presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), de Angola e António Matos (Presidente da Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMT), de Moçambique).
O programa prossegue no dia 18, pelas 9 horas, com a presença da Secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias e a Apresentação do Projeto-Piloto de Mobilidade Integrada da Beira Interior, ato que precederá a Assinatura do Protocolo de Colaboração do Projeto-Piloto de Mobilidade Integrada da Beira Interior.
Pelas 10h30 terá lugar o painel “Mobilidade Integrada - Organização das Infraestruturas e da Gestão dos Transportes para o Desenvolvimento do País”, com a participação de Iñigo de la Serna, Ex-Ministro dos Transportes e das Obras Públicas, de Espanha, Hugo Oliveira (Diretor de Regulação da AMT), Manuel Jorge Valamatos, (Presidente da CIM Médio Tejo, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes), Emílio Torrão (Presidente da CIM Região de Coimbra, Presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho), Fernando Ruas (Presidente da CIM Viseu Dão-Lafões, Presidente da Câmara Municipal de Viseu), António Bota (Presidente da CIM do Baixo Alentejo, Presidente da Câmara Municipal de Almodôvar) e Rui Ribeiro (Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária).
A partir das 14h terá lugar um painel subordinado ao tema Painel “A Utilização da Inteligência Artificial na Mobilidade e nos Transportes e Plataformas de Gestão de Transportes”, com a presença de
Adolfo Mesquita Nunes (Ex-Secretário de Estado do Turismo e Especialista em Regulação da Inteligência Artificial), João Martins (Comunicação AMT), Martí Jofre (CEO da NeMi), Rui Costa (Co-CEO da Ubiwhere), Estanislau de Bentzmann, (Presidente e Co-Fundador da Devoteam), Mónica Martínez Walter (Presidente da GMV Innovating Solutions), Nuno Soares Ribeiro (Partner da VTM Global) e Teresa Galvão (Presidente da OPT – Optimização e Planeamento de Transportes)
Segue-se outro painel que terá como tema “O desenvolvimento sustentável e inteligente do futuro – incorporação da inovação no planeamento e execução de políticas públicas no setor dos transportes e suas infraestruturas”.
Para a sessão de encerramento desta conferência está prevista a presença do Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
O despovoamento do interior do nosso país é um drama. Realidade em relação à qual não tem havido estratégias adequadas, contínuas e consequentes de modo a evitar o contraste profundo com os territórios do litoral e grandes centros urbanos.
Os fenómenos resultantes do despovoamento conduzem a graves consequências para as populações (sobretudo para as mais envelhecidas) que continuam a viver afastadas dos centros com maiores índices demográficos. Diminui, progressivamente, a população ativa; acentua-se o decréscimo da natalidade e o número de jovens; desaparecem profissões e atividades ligadas à agricultura.
Nas últimas décadas, a tragédia dos incêndios na nossa região tem tornado ainda mais percetível o silêncio sepulcral de muitos povoados, o abandono de terrenos outrora cuidadosamente cultivados e rentabilizados, onde havia o colorido dos ciclos agrícolas e a policromia provocada pelas estações do ano.
Defrontamo-nos, atualmente, com a completa obliteração de antigos espaços de vida e trabalho, com uma progressiva e preocupante degradação ambiental, diminuição da qualidade de vida, com o aumento de pessoas solitárias nos espaços rurais, com a saída de gente para outros lugares, com cenários de ausências definitivas…
E o que vemos por montes e vales do interior, pelos caminhos esquecidos? Desolação, habitações à venda, casas vazias, degradadas, portas encerradas ou esventradas pela destruição do tempo e pelo instinto de vandalismo de alguns forasteiros; muros derrubados, janelas quebradas, telhados caídos, interiores habitacionais transformados em montes de escombros…imagens cruéis de um presente transformado em tristeza e solidão. “O nosso passado como que se amesquinha na indiferença do presente”, escrevia Miguel Torga.
Importa, pois, que saibamos assumir o nosso papel enquanto cidadãos ativos e protagonistas permanentes de uma intervenção cívica, sem tibiezas, em prol de uma luta pelo equilíbrio entre meios rurais e urbanos, num caminho orientado para a sustentabilidade dos nossos territórios.
Hélder Sequeira
Em Aldeias, no concelho de Gouveia, vai decorrer nos dias 5 e 6 de julho o Festival da Água. Esta iniciativa vai celebrar a água e a biodiversidade num evento voltado para sustentabilidade, com várias propostas culturais e de lazer para os visitantes.
No decorrer do Festival a rua principal da localidade terá uma instalação artística em crochê realizada pela comunidade ao longo de vários meses. “Este será o ponto alto da celebração, unindo a comunidade em torno da importância deste elemento vital para a vida”, refere a organização. Este evento é organizado pela Liga Humanitária Social e Cultural de Aldeias, em parceria com a União de Freguesias de Aldeias e Mangualde da Serra, Associação Cultural e Desportiva Aldeense, Clube Desportivo Aldeense, Comunidade Local dos Baldios de Aldeias, Restaurante a Sandra; GAF, com o apoio do Município de Gouveia e da rede de Aldeias de Montanha, no âmbito do Programa Transformar Turismo.
Créditos: Aldeias de Montanha
“Ao calcorrear as suas ruelas ouve-se o som da água, algo raro e verdadeiramente precioso que as gentes da terra aprenderam a valorizar e a junto das gerações vindouras. Foi em comunidade que nasceu o Festival da Água em Aldeias. Há já vários meses que a população, juntamente com os utentes do centro de dia, resolveram celebrar a água, perpetuar as suas histórias e a herança da água na aldeia onde vivem com uma instalação artística em crochê, feita com a colaboração de todos e sob a mentoria de Susana António, criativa e designer.” Acrescenta a organização, numa nota informativa distribuída a propósito deste festival que tem uma programação variada com música, mercadinho de produtos regionais, workshops de crochê, jantar solidário confecionado por oito chefs e muito mais
No primeiro dia, na sexta-feira, 5 de julho, além de jogos gigantes em madeira, workshops de crochê e tricot na aldeia, haverá um cantinho da história na biblioteca municipal de Gouveia, uma observação da biodiversidade das ribeiras, uma rega na horta e concertos à noite com o Grupo de Concertinas de Gouveia e Joana Almeida.
No sábado, 6 de julho, há workshop de construção de barquinhos com corcódea, de libélulas e libelinhas, prova de águas comentada, demonstração e prova de granizados e ainda um jantar solidário a favor da Liga Humanitária Social Cultural de Aldeias que contará com a colaboração de oito chefs (Óscar Cabral, Rui Cerveira, Tony Granadeiro, Vanderson, Isabel Patriarca, Sandra Pimenta e Paulo Silva e um Chef surpresa). À noite há animação musical com o Grupo de Fados e baile na aldeia.
No âmbito do Festival da Água decorrerá um jantar solidário no dia 6 de julho, pelas 20h00. “Um momento de convívio e partilha, onde poderemos saborear os deliciosos pratos típicos da região, confecionados com produtos frescos e locais. A totalidade da receita do jantar reverterá para a Liga Humanitária Social e Cultural de Aldeias. As inscrições para o jantar podem ser feitas aqui.
A Rewilding Portugal acaba de lançar cabazes para apoiar desenvolvimento económico de produtores locais sustentáveis no distrito da Guarda
A Rewilding Portugal lançou dez cabazes diferentes para apoiar o desenvolvimento económico de produtores locais sustentáveis no distrito da Guarda e os fazer chegar a novos mercados.
A Rewilding Portugal continua a dinamizar a sua Rede Côa Selvagem, uma rede de empresas turísticas e de produção alimentar na região do Grande Vale do Côa que apoiam a conservação da natureza e o trabalho de renaturalização da organização.
Os cabazes chegam ao mercado com a premissa de proporcionar aos clientes “o melhor que o Grande Vale do Côa e os seus produtores locais têm para oferecer” , refere a Rewilding Portugal em comunicado.
Tratam-se de dez cabazes diferentes, que combinam diferentes produtos de membros da Rede Côa Selvagem, todos eles pequenos negócios que estão a desenvolver produtos biológicos e/ou de produção sustentável, apostando em produtos naturais e apoiando ativamente o trabalho da Rewilding Portugal no terreno, nomeadamente através da disseminação dos seus projetos e missão, assim como sendo verdadeiros embaixadores da organização junto das comunidades locais.
Para a Rewilding Portugal, este novo passo procura “apoiar o desenvolvimento económico destes pequenos produtores pró-rewilding, garantindo-lhes o acesso a novos mercados, já que a grande maioria das encomendas que a Rewilding Portugal recebe são do estrangeiro e de outras áreas portuguesas longe desta região, e também demonstrar que apoiar em produtos naturais e em soluções baseadas na natureza pode representar um nicho de mercado e uma nova oportunidade de negócio que aproveite as condições atuais desta região que é o Grande Vale do Côa”.
Os cabazes estão à venda na loja online da Rewilding Portugal, podem ser acedidos aqui; têm combinações de produtos alimentares e cosméticos que vão desde os 3 aos 7 produtos por cabaz, com preços por cabaz que rondam entre os 15 e os 55 euros. Todos os produtos são certificados pela organização como sendo pertencentes a esta rede e cumprindo todos os seus pressupostos de sustentabilidade e amigos da natureza.
No próximo dia 24 de junho vão ser inauguradas em Sortelha (Sabugal) 17 unidades de alojamento turístico eco-friendly, com capacidade para 56 hóspedes.
Trata-se de um projeto da Story Studio materializado na remodelação dos studios (com tipologias T0, T1 e T2) através da fusão da traça original com novos conceitos arquitetónicos, mantendo-se a sua identidade distintiva, num investimento total que ultrapassou os 2 milhões de euros.
Assinada pelo Arquiteto Gonçalo Louro, com decoração da Arquiteta de Interiores Teresa Pinto Ribeiro, esta reabilitação assegura diferentes soluções de arquitetura, ecoeficiência e ecodesign, valorizando recursos e materiais endógenos e as atividades económicas locais.
“Assim, reforça-se o compromisso da Story Studio com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em linha com os requisitos da ‘Biosphere’ e com o reconhecimento enquanto marca ‘Sustainable Engaged’”, como é referido numa nota informativa enviada para o Correio da Guarda.
O conceito de arquitetura adotado estabelece “o compromisso entre o respeito integral da identidade arquitetónica dos imóveis no espaço em que se inserem e a sua adaptação à finalidade turística”. Por outro lado, o processo de reabilitação das casas assegurou a preservação das características arquitetónicas e ambientais, para salvaguarda do património cultural e histórico coletivo desta vila medieval.
Os Story Studio Sortelha são o terceiro ‘capítulo’ desta marca de turismo eco-friendly, depois de Coimbra (centro histórico) e Piódão. Márcia Vilar, promotora do projeto, afirmou que “esta abertura em Sortelha é mais um passo firme da empresa no sentido de concretizar a estratégia de expansão da marca.”
Esta nova rede de alojamento turístico, através de uma identidade própria e de um perfil exclusivo, é também o reflexo da evolução do turismo em Portugal e das, cada vez mais frequentes, preocupações ambientais deste setor, procurando manter e reabilitar o património histórico-cultural milenar português.
A Organização Mundial de Turismo (OMT) atribuiu o prémio de melhores aldeias turísticas a Sortelha e Manteigas.
O selo “Best Tourism Village” é um prémio atribuído, pela OMT, a destinos rurais “que se destacam pela sua qualidade ambiental, cultural e patrimonial, bem como pela sua capacidade de promover o turismo de forma sustentável”.
De referir que esta distinção, válida por três anos, sublinha os destinos turísticos rurais que desenvolvam estratégias de sustentabilidade em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
A cerimónia da atribuição de prémios ocorreu à margem da Assembleia Geral e da Reunião da Comissão Executiva da Organização Mundial Turismo, a decorrer em Samarkand, Uzbequistão, desde o passado dia 16.
Recorde-se que, em edições anteriores, a OMT já tinha distinguido Castelo Rodrigo (no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo) e Castelo Novo, Fundão.
Em Avelãs de Ambom (uma localidade a poucos quilómetros da cidade da Guarda) surgiu em 2015 uma marca de produção de frutos vermelhos e frutos de casca rija.
A Ambombagas é uma micro-empresa de base familiar onde Pedro Pinheiro, empresário em nome individual, é o responsável por toda a sua estrutura. Apostando na produção de produtos biológicos em modo sustentável, o principal objetivo da Ambombagas é a comercialização de frutos vermelhos de qualidade, de compotas e fermentados destes frutos.
Ao CORREIO DA GUARDA, Pedro Pinheiro afirma que “cada projeto que se desenvolve nas nossas aldeias é um impulsionador para outros, que seguindo o exemplo, possam criar uma ideia de querer fazer igual ou melhor”
Como surgiu a Ambombagas?
A Ambombagas surge depois da criação de um projeto de produção de frutos vermelhos e frutos de casca rija, como uma marca de produtos biológicos, na aldeia de Avelãs de Ambom, no concelho da Guarda.
Quais foram as principais dificuldades?
Inicialmente a falta de mercados para colocação dos produtos, a falta de experiência no campo para este tipo de culturas e a falta de mão-de-obra local, foram as principais dificuldades.
As apostas iniciais foram em que produtos?
A primeira aposta foi na venda dos frutos vermelhos frescos (mirtilos, amoras, framboesas e groselhas), que se mantém e é a nossa principal fonte de rendimento neste projeto.
Depois surgiram as compotas e licores para aposta em feiras e pequenas lojas, de modo a divulgar a marca.
Como foi a aceitação por parte do público consumidor?
A aceitação foi muito positiva. A fruta fresca tem desde o início certificação biológica, que marca a diferença na qualidade, no sabor e na sustentabilidade.
Estes fatores revelaram-se determinantes para o público-alvo que sempre quisemos atingir, que valorize o que é do nosso concelho, que aposte na qualidade e em produtos benéficos para a saúde.
Quais são os principais destinos de venda?
O principal destino é o mercado local e de proximidade. Fazemos entregas de fruta fresca em casa, no trabalho de cada um dos nossos clientes particulares.
Temos também um importante número de clientes de diferentes locais do país, enviamos a fruta por transportadora que chega no dia seguinte à colheita. Temos ainda um parceiro que coloca os nossos produtos em lojas de produtos biológicos desde o Porto até ao Algarve.
Que produtos se seguiram e como foram recebidos?
Uma das criações da Ambombagas foram cabazes prenda personalizados (caixinhas de madeira), com decorações naturais, que têm sido enviadas para muitos locais em Portugal e no estrangeiro. Fizemos também uma aposta em geleias de frutos vermelhos com vinho espumante embaladas em bisnagas.
Mais recentemente surgiu a ideia de fermentar os frutos surgindo assim um produto inovador: uma bebida fermentada de amoras e framboesas que podemos equiparar a um vinho, com um sabor único.
Quantas pessoas estão envolvidas na produção, embalagem e comercialização?
A nossa pequena empresa é uma empresa familiar. Por ser sazonal, o trabalho que envolve mais pessoas é a colheita, durante cerca de 2 meses e meio. Poderemos ter nessa altura cerca de 15 pessoas, sendo quase exclusivamente familiares e amigos que trabalham/ajudam nessa tarefa. Durante o resto do ano são solicitados alguns trabalhadores locais para a poda e manutenção das estufas e do terreno.
Qual o principal canal que tem sido utilizado para a divulgação dos produtos da Ambombagas?
O principal canal de divulgação é na internet, nas redes sociais e a apresentação dos nossos produtos em feiras locais.
Qual o impacto que provocou a pandemia no trabalho que vinha sendo desenvolvido?
Com a suspensão de feiras e o isolamento adiou alguns investimentos e ideias para desenvolver novos produtos.
Consideras que este pode ser um exemplo para outras iniciativas, diferenciadas, por parte de jovens no interior?
Penso que devemos olhar sempre como um bom exemplo todas a atividades que levem pessoas a fixar-se no interior, em aldeias cada vez mais ausentes de pessoas. Cada projeto que se desenvolve nas nossas aldeias é um impulsionador para outros, que seguindo o exemplo, possam criar uma ideia de querer fazer igual ou melhor.
A pandemia obrigou a repensar os jovens ao nível do empreendedorismo no interior?
Penso que a pandemia impulsionou muitos jovens a olhar para o interior com outros olhos.
O interior como um local onde a vida se vive de uma forma mais intensa, mais saudável mais sustentável, sinónimo de qualidade de vida.
Quem vive no interior tem uma janela de oportunidades, pois há disponibilidade de terrenos, de casas para recuperar, de locais únicos para descobrir.
Que apoios deveriam ser dados para a afirmação de projetos como a Ambombagas?
Os apoios deveriam ser dados pelo governo e pelas estruturas de poder local no sentido de os nossos produtos, sempre que disponíveis, serem adquiridos para serem consumidos nos organismos do estado (escolas, hospitais…).
Estava prevista uma loja física ou a entrega das encomendas continuará a ser pessoal e por transportadoras?
Já passou pela ideia ter um espaço físico, mas sendo a principal aposta na comercialização da frusta fresca, durante 2 meses e meio, não se justifica a abertura de um espaço comercial. Vamos continuar a aposta de entrega em mão e do envio por transportadora dos nossos produtos.
Novos projetos ou produtos para curto prazo?
Os novos projetos passam melhoria de infraestruturas para melhoria dos produtos já criados.
+info aqui.
A Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai promover amanhã, 12 de dezembro, a quinta edição das Jornadas de Educação e Investigação em Saúde.
A edição 2019 tem como principais objetivos promover o debate sobre Sustentabilidade, Saúde e Cidadania; divulgar a investigação realizada na ESS/IPG; sensibilizar a comunidade escolar para a importância da realização de atividades de investigação e promover redes de colaboração entre diferentes investigadores e instituições.
De entre os painéis dedicados à apresentação de pósteres e projetos de investigação, o programa integra uma Mesa Redonda dedicada à "Sustentabilidade, Saúde e Cidadania", onde a Economia da Saúde e a Literacia da Saúde serão os temas em debate, para além da projeção do filme de António Sequeira "No Limiar do Pensamento", que retrata os temas da família, o estigma e a doença mental. Os interessados podem obter mais informações em www.ess.ipg.pt/
O Politécnico da Guarda (IPG) aprovou um financiamento no montante de cerca de 3 milhões de euros para promover a eficiência energética do seu Campus e dos Serviços de Ação Social (Residências e Cantinas).
Esta verba, suportada numa candidatura ao POSEUR, permitirá dotar aquela instituição com os mais evoluídos equipamentos para a produção de energia, climatização, iluminação e gestão energética integrada dos diversos edifícios.
De realçar que o referido investimento privilegiará a introdução de caldeiras de biomassa, sistema térmicos solares, sistemas fotovoltaicos, baterias de acumulação, iluminação led, revestimentos de coberturas e peliculas que permitiram reduzir substancialmente a fatura mensal de energia e, simultaneamente, tornar-se num espaço mais amigo do ambiente.
Com estas verbas, o Instituto Politécnico da Guarda promove a implementação de sistemas suportados em energias limpas, contribuindo para uma efectiva sustentabilidade ambiental e simultaneamente um sistema inteligente de gestão energética – Gestão Técnica Centralizada -, que permitirá maior eficiência e controlo dos equipamentos, com a capacidade de envolver investigadores e estudantes neste campo de conhecimentos, contribuindo para estudos e boas práticas ambientais e de gestão da energia. Através deste investimento (o maior atribuído às instituições de ensino superior pelo POSEUR), e face ao caráter inovador do projeto, o IPG tornar-se-á numa das instituições nacionais de Ensino Superior mais eficientes em termos de uso de fontes de energias renováveis, de capacidade de gestão técnica dos equipamentos e espaços e de envolvimento dos estudantes em estudos aplicados.
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