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Sabugal implementa Radar Social

por Correio da Guarda, em 28.11.24
 
O Município do Sabugal deu início ao projeto ‘Radar Social’, com o objetivo de apoiar pessoas e famílias do concelho em situação de isolamento, vulnerabilidade social, pobreza, exclusão ou discriminação.
Pretende-se através do ‘Radar Social’ estabelecer uma rede de apoio de proximidade, envolvendo diversas entidades da Rede Social do Sabugal para identificar, referenciar e acompanhar pessoas em situação de vulnerabilidade e risco.
Além de diagnosticar e monitorizar as situações de risco, o projeto prevê a georreferenciação não só dessas mesmas situações, como também de grupos/pessoas mais vulneráveis, sendo, ainda, responsável por averiguar/avaliar os recursos e respostas sociais disponíveis, em prol da criação de um sistema integrado para otimizar a utilização dos recursos locais e ativar respostas mais eficazes e céleres.

Castelo do Sabugal -HS_

Esta abordagem visa fortalecer a capacidade de intervenção do Município, promovendo políticas sociais inclusivas e favorecendo o desenvolvimento sustentável das comunidades.
Com o ‘Radar Social’, a Câmara Municipal reforça assim o compromisso com a proteção social, procurando melhorar a qualidade de vida das populações mais vulneráveis e combater as desigualdades sociais.
A iniciativa conta com uma equipa técnica multidisciplinar, da área da Psicologia e da Sociologia, que serão responsáveis pela identificação e encaminhamento das situações sinalizadas.
 
Fonte: CMSabugal

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publicado às 22:22

 Encontro “Imagem & Território”

por Correio da Guarda, em 14.11.24
 
O Centro de Estudos Ibéricos (CEI) vai promover de 6 a 8 de dezembro, na Guarda,  a sétima edição dos Encontros “Imagem & Território”.
De acordo com uma nota informativa divulgada a propósito desta iniciatva, este evento "decorre do compromisso do CEI para com os territórios de baixa densidade, onde relevam os transfronteiriços.
A estreita relação entre Imagem e Território foi assumida como um eixo estruturante da missão do CEI que tem como pilares o Conhecimento, a Cultura e a Cooperação."
De recordar que após o projeto Transversalidades – Fotografia sem Fronteiras, iniciado em 2013 e que se afirmou como referência no panorama nacional, foi lançada em 2017 esta iniciativa complementar que "decorre da importância da imagem em geral e da fotografia em particular como documento e como arte, bem como o seu indiscutível papel para ler e interpretar os territórios."

Imagem e Território_n

Sob o lema “Cartografias da Memória em Tempos de Incerteza” o VII Encontro “Imagem &Território” congrega diversas atividades em torno da Fotografia (Exposições, Debates, Mostras e Edições), numa programação que se desdobra pelos seguintes núcleos temáticos: (1) Imagem e território. Geo (Foto) grafia, ler os rumores do mundo;(2) Imagem e memória. Que futuro para o nosso passado; (3) Imagem e ausência. Diálogos de fronteira; (4) Imagem e sociedade. Restos do Tempo; (5) Imagem e futuro. Olhares sobre a fotografia contemporânea.
Os interessados podem conhecer aqui os detalhes do programa.
 
 

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publicado às 23:20

Laços radiofónicos...

por Correio da Guarda, em 24.12.22

 

A quadra natalícia remete-nos para diversas celebrações, festividades, manifestações, reencontros e espírito familiar. Contudo suscita a lembrança do início da radiodifusão sonora.

Faz-nos recuar até 1906, à noite de 24 de dezembro, data em que foi emitido o primeiro programa de rádio do mundo. Pelo menos assim ficou registada a transmissão protagonizada por Reginald Fessenden, a partir de Brant Rock, nos Estados Unidos da América do Norte.

Previamente enviou uma mensagem, em morse, aos navios que se encontravam ao largo do oceano, alertando-os para uma mensagem importante.

Esta não teve como suporte o característico som da telegrafia sem fios, mas uma voz bem audível que lhes desejou um Natal Feliz. Nos recetores ouviram-se as notas musicais de um tema de Haendel, o trecho natalício Holly Night – tocado em violino – e a leitura de algumas passagens da Bíblia.

A emissão foi, para quem a escutou em alto mar, um imprevisto e distinto presente de Natal. A radiodifusão sonora deu, nesse momento, o seu primeiro passo através de um equipamento embrionário do sistema para emissão de voz pela telegrafia sem fios. O termo rádio, entendido como meio de comunicação, era inexistente nessa época, mas o conceito estava já subjacente nesse momento histórico e especial que desencadeou a abertura de novos horizontes.

No ano seguinte, Lee de Forest associou o telefone sem fios ao equipamento da marinha, viabilizando a escuta (em várias estações costeiras) dos sons emitidos por um fonógrafo.

Decorridos cento e dezasseis anos, a rádio continua a escutar o mundo, a esbater distâncias, a informar, a assegurar o entretenimento, a envolver pessoas independentemente do lugar onde se encontrem.

Estão já distantes os tempos dourados do da onda média que, noutros contextos económicos, sociais e tecnológicos se afirmou de forma inquestionável, assumindo-se como elo de ligação entre populações urbanas e rurais; remetendo para múltiplas realidades.

A Guarda faz parte da história da radiodifusão portuguesa, tendo escrito brilhantes páginas no capítulo das emissões em onda média, mercê do projeto radiofónico (Rádio Altitude) que nasceu no interior dos muros do Sanatório Sousa Martins e é um exemplo de longevidade.

A rádio é magia diária que importa revitalizar com ideias novas, adequação tecnológica, perceção atenta dos gostos e exigências dos ouvintes. As emissões radiofónicas passam hoje, em larga medida, pelo meio digital, num cada vez mais recorrente recurso às modernas aplicações e tecnologias. Atualmente deixa de fazer sentido o argumento de alguns que não acompanham, com regularidade, as emissões de rádio devido às más condições de receção, na tradicional sintonia.

Esquecem, ou querem esquecer, que a realidade é diferente. Evidenciam comodismo, equacionado mais como inconsistente justificação no alheamento perante a notícia, o acontecimento.

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É um facto que a rádio – a sua forma de estar e responder – evoluiu e, felizmente, acaba por estar ainda mais perto e envolvendo de forma invisível o nosso quotidiano. Presença entendida como plena confirmação de que o meio rádio não pereceu perante o digital e as novas tecnologias; antes encontrou novos pilares de sustentabilidade e de maior interação com o seu público.

A generalidade dos equipamentos que usamos no dia-a-dia, como o telemóvel, o tablet ou outras expressões da materialização do progresso tecnológico, facilitam-nos e proporcionam o encontro com a rádio; para além das emissões em direto não se podem esquecer as vantagens proporcionadas pelo podcast.

Neste contexto, para além de acrescentarmos que esta é uma das novas virtualidades exploradas pela rádio, é oportuno anotar a necessidade da atempada disponibilização desses conteúdos.

É mais um fator determinante para a mudança de paradigma do perfil das estações locais, com afirmação de uma nova escala de audiências, independentemente da sua referência geográfica.

A rádio evoluirá garantidos que sejam conteúdos de interesse atual aferidos pelo profissionalismo e qualidade; conteúdos enquadrados em propostas que fidelizem e aumentem a audiência, sejam memória e atenta interpretação do presente; com rigor, objetividade.

A rádio aproxima-nos, convida – como no seu início – a partilhar o espírito do Natal, a despertar as nossas responsabilidades individuais na construção de uma sociedade mais fraterna, solidária, dinâmica.

Feliz Natal e um venturoso 2023!...

 

Helder Sequeira

 

 

 

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publicado às 20:00

Mário Branquinho: dinamismo cultural e social

por Correio da Guarda, em 05.02.22

 

Mário Branquinho é o principal rosto do CineEco, um “dos festivais mais antigos do mundo neste género cinematográfico”, como afirmou ao CORREIO DA GUARDA. “Esta notoriedade tem sido ganha pelo percurso seguido, pelos desafios vencidos e por muitas ousadias levadas à prática”, acrescentou ainda.

Apostado no desenvolvimento de Seia, e do interior, Mário Branquinho diz-nos que “só sonhando alto, com os pés assentes na terra, podemos fomentar o seu desenvolvimento. E o CineEco é uma prova dessa afirmação, fruto de uma vasta equipa, que ano após ano inova e se lança em novos desafios”.

E é com espírito dinâmico e empreendedor que projeta a construção de um Centro de Artes no Sabugueiro, como nos adianta nesta entrevista onde aborda, igualmente a sua passagem pela política autárquica que abandonou e assim pretende permanecer. “Foi uma experiência enriquecedora, saí com muitas histórias para contar. O meu contributo para a comunidade é agora exercido em exclusivo na ação de cidadania, longe de ambientes político-partidários.”

Com o Mestrado em Animação Artística o nosso entrevistado é Técnico Superior do Município de Seia, responsável e programador da Casa Municipal da Cultura de Seia, coordenador do Seia Jazz & Blues, Diretor e fundador do CineEco e membro da Direção da GFN Green Film Network, com sede na Áustria. Autor dos livros de escrita criativa “Sentido Figurado”, (1996); “O Mundo dos Apartes”, (2002), “Estranhos Dias à Janela” (2015) e “Cinema Ambiental em Portugal, filmes do mundo em 25 anos de CineEco – 1995-2020” (2021), que vai ser apresentado no próximo dia 12 de fevereiro.

 

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Quem é o Mário Jorge Branquinho?

É alguém que gosta de fazer, que não gosta de estar parado. Que gosta de viver e envolver pessoas em projetos inovadores e desafiantes. Alguém que procura dar contributos para o desenvolvimento local, com espírito de missão, desafiando outros a fazer o mesmo.

 

O interesse no associativismo começou bem cedo. Como surgiu e que projetos foram desenvolvidos?

O Associativismo começou na minha aldeia, o Sabugueiro, quando jovem, através da criação de uma associação cultural, fazendo teatro, jornalismo, cinema e mais tarde como Presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Seia, incrementando iniciativas estudantis.

Nessa altura frequentava muitos cursos de teatro, dinâmica de grupos, serigrafia, jornalismo e outras ações promovidas pelo FAOJ da Guarda, hoje Instituto da Juventude, com Saraiva Melo e Américo Rodrigues. Foram ações que me marcaram e me ajudaram a criar este caminho de programador cultural.

 

E como ocorreu a sua ligação à atividade teatral? Durou quanto tempo? Que memórias guarda?

Nessa altura tínhamos o Grupo de Teatro do Sabugueiro, que levou à cena várias peças, das quais a mais emblemática foi O Doido e a Morte, de Raul Brandão, com a qual participámos no Ciclo de Teatro do Inatel, pelas freguesias. Tínhamos também cursos de teatro orientados pelo Américo Rodrigues e outros na Pousada da Juventude das Penhas Douradas. Tudo isso, levou-me a ser Bolseiro do FAOJ durante um ano, procurando incrementar o associativismo juvenil no concelho de Seia.

 

No seu percurso está também uma estreita ligação com a rádio e a imprensa. Quando iniciou esta colaboração ativa com a comunicação social e quais foram os momentos ou períodos mais marcantes?

Simultaneamente fui escrevendo para jornais locais e regionais, assim como depois em rádios locais e regionais.

O primeiro embate que tive, foi um texto no Jornal Porta da Estrela de Seia, dando conta de que uma Comissão de Festas tinha dado uma parte dos lucros à igreja e a outra parte a tinha aplicado na compra de uma ambulância para a população. E rematava a notícia, perguntando se “o senhor padre era contra o progresso da freguesia?”. No domingo seguinte o pároco leu a notícia na missa, perguntou, furioso quem era o autor da notícia, levantei a mão, e ripostou que era o último dia que vinha dizer missa.

À saída tinha metade da aldeia contra mim, porque iriam ficar sem padre por causa de uma notícia. A pressão foi muita nos dias seguintes, para pedir desculpa, mas tal não aconteceu, nem o padre se foi embora.

Na Rádio comecei na Rádio Beira Alta, em Seia, depois, ainda no tempo das “rádios pirata”, tive a minha própria rádio, Rádio Clube Serra da Estrela (RCSE), que durou 9 meses e que foi para mim uma grande escola. Tinha quase 100 colaboradores a vários níveis, mas num domingo de Páscoa, obviamente nenhum foi fazer rádio e por isso, estive eu o dia todo a passar música, publicidade e a dizer as horas. Ao fim da tarde batem à porta, era um casal com uma travessa de bolos e vinho do Porto, porque se aperceberam da minha maratona radiofónica e quiseram ser simpáticos.

Mais tarde, criei uma produtora, que fazia as manhãs da rádio na RBA, que foi legalizada e relançámos o Jornal Noticias da Serra, durante algum tempo semanal e depois quinzenal.

Paralelamente ia colaborando com jornais regionais e nacionais, e fui durante vários anos correspondente da Rádio Altitude, a convite do Hélder Sequeira, o que foi uma excelente experiência.

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Há uma maior paixão pela rádio ou pela imprensa? Continua a colaborar?

Fazer rádio no final dos anos 80 e primeiros anos da década de 90 era mágico. Da minha parte era mais informação, noticias, debates e entrevistas. Aqui e ali, alguns passatempos. Era a magia da rádio e toda a gente na cidade estava a ouvir, porque se fazia muita interação e as pessoas reviam-se na rádio da sua cidade. A imprensa também seduzia, pelo clima criativo que se vivia e sobretudo pelas crónicas que escrevia, o que mais tarde deu origem a alguns livros de crónicas numa lógica de escrita criativa.

No ano dois mil, enquanto proprietário do jornal, fui pela primeira vez ao Brasil, a um congresso da imprensa regional portuguesa, numa delegação da UNIR, que aproveitou para se integrar nas comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.

Por coincidência, fui o primeiro a sair do avião, em Salvador da Bahia, onde estava uma equipa de reportagem da TV Globo, à espera da comitiva de jornalistas portugueses e me entrevistou, por ser o primeiro a sair do avião. No dia seguinte fizeram comigo e com o meu companheiro de Viagem Luciano Dias, filmagens do nosso primeiro dia, no Brasil, 500 anos depois de Pedro Alvares Cabral ali aportar. A reportagem passou depois no Fantástico, programa de maior audiência no Brasil, naquela altura.

 

A Rádio, na nossa região, continua a ter futuro?

A Rádio passa por dias difíceis dada a grande concorrência, sobretudo das redes sociais, mas tem de se reinventar constantemente. Em termos de conteúdo tem de criar impacto e sobressalto, ainda que por lapsos de tempo. Não pode ser com programas mansos e politicamente corretos, na perspetiva de passar despercebida.

Em termos tecnológicos, tem de saber conjugar-se com as novas tecnologias, em interação com as redes sociais e outras ferramentas online, como complemento. Levar os cidadãos da região para dentro da programação, como atores que se revejam e por outro lado, funcionando como agitador de consciências, estimulando à participação dos cidadãos nas causas e coisas públicas. Estimular a participação no exercício critico permanente. E sem ser derrotista, proporcionar condições para o incremento de maior vigilância e escrutínio junto dos políticos locais, para o cumprimento da missão.

Entendo que tudo isto se faz por ciclos, porque em tudo que é competitivo, o maior desafio é manter por muito tempo os desempenhos em alta. Como em todas as áreas criativas, na rádio, o melhor está sempre para vir, e não se pode nunca dormir à sombra de um qualquer pequeno êxito. Por isso, também a rádio tem futuro se em cada estação se introduzir inovação constante.

 

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O que acha do jornalismo que é, atualmente, feito no interior?

Há um grande esforço por arte daqueles que se dedicam a esta nobre profissão, mas entendo muitas das dificuldades por que passam. Conheço bom e mau jornalismo, quer a nível nacional quer regional. Destacam-se os não preguiçosos, os que não fazem fretes, os que sabem promover a região e os que não vergam aos interesses. Os que vão além do jornalismo de comunicados e de agências.

Há nalguns jornais uma falta notória de criatividade para cativar leitores, conjugando o papel com o suporte digital, como complemento. Defendo inclusivamente projetos que juntem vários suportes, papel e online, vertendo neste último o jornal, a rádio e a televisão, quando possível. Jornalismo em pacote, numa lógica de complementaridade e de criação de escala; independentemente disto poder ser provocador e considerado descabido ou demasiado ambicioso.

 

O CineEco, de quem é o rosto principal, continua a ser uma das suas paixões. Como começou este projeto e quais foram as principais dificuldades em afirmar este festival?

Esta é outra conversa, mas que vem no seguimento do meu trabalho para a comunidade. Em meados da década de 90, acumulei a minha função de animador cultural do município de Seia com a de bolseiro da Associação de Telecentros Rurais de Portugal, que me permitiu viajar muito pelo Interior de Portugal e pela Europa e conhecer nas realidades.

Portugal estava a despertar para os fundos comunitários decorrentes da nossa adesão à então CEE, em 1986. Nessa altura colaborei com outros jovens do interior de Portugal na disseminação do espírito das associações de desenvolvimento rural. O objetivo era procurar estimular as pessoas a incrementar pequenos negócios, numa lógica de desenvolvimento sustentado.

Entre muitas iniciativas que lancei e ajudei a incrementar, destaco a realização de um concurso de vídeo sobre ambiente, em 1994, no âmbito dessa participação europeia e no quadro de trabalhador do município. A iniciativa correu bem e foi o impulso para propor ao então Presidente da Câmara a organização de um festival de cinema de âmbito internacional, e que fosse além das temáticas da paisagem, mas de ambiente em geral.

Procurámos parceiros e em pouco tempo o município de Seia tinha a adesão do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), do Instituto de Promoção Ambiental, da ADRUSE e da Região de Turismo. Nesta corrida, tive um aliado importante, o Nuno Santos de Gouveia, que tinha ganho o primeiro prémio do concurso anterior e era funcionário do PNSE. Depois convidámos o Lauro António para diretor artístico e eu mantive-me como diretor executivo, que garantia meios e organização.

Em 2012, depois de uma experiência falhada com a organização do Indie Lisboa, fui convidado para assumir a direção artística e daí para cá, essa tem sido a minha responsabilidade. Naturalmente que organizar um evento desta dimensão numa região do interior é muito mais desafiante do que numa região muito cosmopolita, por isso procuro não me cansar, porque sei que só sonhando alto, com os pés assentes na terra, podemos fomentar o seu desenvolvimento. E o CineEco é uma prova dessa afirmação, fruto de uma vasta equipa, que ano após ano inova e se lança em novos desafios.

 

Passados estes anos, como vê o CineEco, em termos mundiais?

O CineEco é uma referência no panorama internacional, desde logo porque é dos festivais mais antigos do mundo neste género cinematográfico. Esta notoriedade tem sido ganha pelo percurso seguido, pelos desafios vencidos e por muitas ousadias levadas à prática.

Anualmente temos a melhor produção de cinema ambiental nas competições, convidados de todos os cantos do mundo e pontualmente fazemos ações que atraem atenções internacionais. Uma delas foi a realização do primeiro fórum mundial de festivais de cinema de ambiente, que decorreu no CineEco de 2018 e o segundo em 2019, atraindo a Seia diretores de 35 festivais de todo o mundo, além de outros reputados oradores.

A participação no Fórum Mundial da Água, em Brasília, a convite da organização e agora a perspetiva de nova participação no Fórum que decorrerá em Dakar, no Senegal, através da organização de Mostras de curtas sobre a temática da água.

O facto de termos sido um dos fundadores da rede de festivais de cinema de ambiente, a Green Film Network, na qual sou secretário da direção e que junta 40 festivais de todo o mundo, é outro fator de afirmação. Para este ano, estamos a preparar uma Mostra de filmes em Cabo Verde e outra em Maputo, Moçambique.

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Qual a importância do CineEco para a educação ambiental?

O CineEco cumpre uma missão de serviço público muito relevante e isso deve-se desde logo à vontade do município em apostar nesta vertente, disponibilizando o espólio fílmico a escolas e universidades de todo o país.

Neste momento há 84 entidades em Portugal que acolhem o festival em extensões, e a grande maioria inclui a componente de serviço educativo, através de curtas e “curtinhas de animação”.

E o entusiasmo é tanto maior quanto mais defendemos que o cinema é uma importante ferramenta de promoção dos valores ambientais, sobretudo nos dias de hoje, em que o tema faz parte das preocupações das pessoas, porque se percebeu, finalmente, que o fenómeno das alterações, climáticas, por exemplo é uma coisa muito séria, e não romantismo de ambientalistas.

 

Sendo um dos mais antigos festivais dedicados à temática ambiental, como pensa este evento para os próximos anos?

Para o futuro o CineEco tem de continuar a surpreender e estou certo de que o município reafirmará o seu posicionamento no incremento desta área artística.

Seia, que tem o seu Centro de Interpretação da Serra da Estrela, deve assumir esta centralidade e responsabilidade, atraindo indústrias criativas e eco inovadoras, sobretudo realizadores, produtores e distribuidores, numa perspetiva de desenvolvimento sustentado e posicionamento internacional. Através do estreitamento de relações com o IPG, que desde o início esteve sempre envolvido e a própria Universidade da Beira Interior, com curso de Cinema, e várias estruturas culturais da Comunidade Intermunicipal, pode-se atrair indústrias de cinema e projetos inovadores e amigos do ambiente, com destaque para residências artísticas e eventos paralelos.

O triângulo – cinema, ambiente e turismo – será primoroso para alavancar ainda mais a região, a partir deste festival de referência e diferenciador.

 

Vai apresentar, a 12 de fevereiro, um livro intitulado “Cinema Ambiental em Portugal”. É uma obra dedicada ao CineEco? E que interpelações coloca com este trabalho?

Este é um livro que me senti na obrigação de escrever, para contar na primeira pessoa o historial de um festival com mais de um quarto de século.

Um percurso que assinala filmes e personalidades do mundo, do estado do cinema ambiental em Portugal e das dinâmicas desenvolvidas ao longo dos anos, em Seia, uma cidade do interior do país, que resiste no panorama cultural nacional.

A edição é do Município de Seia e da Associação de Arte e Imagem de Seia e conta com o apoio da Direção Geral do Ambiente, do ICA — Instituto de Cinema e Audiovisual, da Lipor, da Câmara Municipal de Lisboa | Capital Verde Europeia, Ciência Viva e Turistrela.

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Há outras publicações suas em agenda?

Há sempre ideias. Falta tempo e oportunidade. Quando surgirem estes últimos, certamente que haverá mais obras.

 

Dirige a Casa da Cultura de Seia. Quando começou a sua ligação a esta estrutura cultural?

Há quase 20 anos que desempenho a tarefa de responsável desta estrutura cultural de Seia, enquanto Técnico Superior do município.

 

Quais os eventos ou iniciativas que destaca, até agora, enquanto programador?

A programação da Casa da Cultura, sobretudo ao longo destes quase 20 anos, tem registado vários fenómenos na oferta cultural ao concelho e região.

Desde logo, porque além do cinema comercial exibido ao longo do ano, com duas sessões semanais, contempla alguns eventos âncora e programação pontual de várias áreas artísticas.

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Destaco por isso, o CineEco, enquanto evento maior e que cumpre em 2022 a sua 28ª edição, o Seia Jazz & Blues, que vai na sua 17ª edição, o Festival de Artes - Artis, organizado agora pela Associação de Arte e Imagem em parceria com o município. Em termos de adesão de público, já houve anos com cerca de 50 mil espetadores por ano, número que nos últimos anos antes da pandemia se situou na casa dos 35 mil.

Depois de dois anos de pandemia, estamos agora a recuperar alguma normalidade, com uma candidatura à DGArtes, depois da certificação desta estrutura que passou a integrar a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.

 

As estruturas culturais do distrito têm trabalhado isoladas ou em rede?

Sim, tem sido feito um trabalho notável ao nível da programação em rede da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), com vários projetos culturais e comunitários em rede, sobretudo na área da música, teatro e dança.

A própria candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura deu mais um contributo para o reforço da rede, que está de novo no terreno com o Festival Cultural da Serra da Estrela, que contempla uma bolsa artística com projetos de cada um dos 15 concelhos e que terão oportunidade de se apresentar em diferentes concelhos.

 

E como tem sido a sua experiência autárquica? Tem projetos para os próximos anos?

Fui durante 3 mandatos líder da bancada do PS na Assembleia Municipal de Seia e no último mandato, de 2013 a 2017, nessa qualidade desempenhei o cargo de Presidente da Assembleia da Comunidade Intermunicipal – CIMBSE. Todavia abandonei a política autárquica e assim pretendo permanecer.

Foi uma experiência enriquecedora, saí com muitas histórias para contar. O meu contributo para a comunidade é agora exercido em exclusivo na ação de cidadania, longe de ambientes político-partidários.

 

Como vê, atualmente, a realidade social, económica e cultural do interior?

Vejo com muita dificuldade, a possibilidade de se virar uma página se não se mudar de mentalidades dos agentes políticos, de quem muito depende. O que se verifica é que os governos são cada vez mais centralistas e cada vez menos descentralizadores, o que aumenta as dificuldades dos agentes económicos e culturais da região.

A própria Ministra da Coesão confessou a sua impotência para inverter a situação. Os políticos do Interior que são eleitos para lugares da administração, sobretudo para o Parlamento, terminam todos numa subserviência muito grande à lógica do líder do partido e pouco fiéis às necessidades da região. Assumem um discurso na oposição e outro completamente diferente na governação.

Perante este cenário pouco encorajador, resta aos resistentes que ficam, o redobrar de forças, aumentar entusiasmo e dinamismo para empreender lógicas de desenvolvimento sociais, económicas ou culturais.

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O que gostaria de ver concretizado a curto prazo?

A curto prazo, o maior empenhamento vai para a necessidade que tenho de resistir à vontade de partir, como a maioria tem feito ao longo das últimas décadas e continuar o percurso de resiliência, para fazer o que estiver ao meu alcance.

Seja no plano profissional, seja no de cidadania. Enquanto cidadão, estou empenhado em novos projetos da Associação de Beneficência do Sabugueiro, que além do trabalho desenvolvido numa Estrutura Residencial para Pessoas Idosos, desenvolve atividades no âmbito do Projeto Alavanca, para pessoas com dependências alcoólicas nos concelhos de Seia e Gouveia. Tem ainda o Hostel Criativo, que acolhe Residências artísticas de várias áreas.

O próximo projeto será a construção de um Centro de Artes no Sabugueiro, como complemento às atividades do Hostel, para dar resposta ao grande fluxo turístico desta eco aldeia, que tem o seu centro histórico quase todo remodelado e regista mais de 400 camas de alojamento local, hotel e hostel.

 

CORREIO DA GUARDA

 

 

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publicado às 22:25

Carlos Brito: paladino na luta contra o alcoolismo

por Correio da Guarda, em 07.01.22

 

Carlos Brito é, inquestionavelmente, o rosto mais conhecido do Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito da Guarda e um empenhado protagonista da solidariedade.

Com toda a frontalidade, diz-nos que “é um alcoólico tratado há 41 anos que após a sua recuperação, em 1980, tomando consciência das inúmeras mudanças positivas que daí advieram, cedo começou a difícil tarefa de sensibilizar e motivar ao tratamento amigos, conhecidos e desconhecidos”.

O guardense Carlos Brito converteu a sua vida numa missão e tem lutado “em prol de pessoas com problemas ligados ao abuso e dependência de álcool e das suas famílias”.

Tendo sempre presente o lema “Em ajuda aos alcoólicos do distrito”, o nosso entrevistado de hoje é uma pessoa incansável na resposta às solicitações de intervenção e de ajuda; ao CORREIO DA GUARDA referiu que à sua missão foi somando "a preocupação com a população em geral e em particular com as camadas jovens, assumindo um papel interventivo na área da prevenção primária através da realização e dinamização de sessões de esclarecimento, em diversos estabelecimentos de ensino”. Intervenção que alargou ao Estabelecimento Prisional da Guarda e à comunidades em geral. “Um árduo e longo percurso de intervenção na sociedade na luta contra o alcoolismo, a nível nacional”. A partir da Guarda, a sua cidade, que não deve esquecer o seu exemplo e trabalho.

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Quando surgiu, e como, o Centro de Alcoólicos Recuperados?

Após o meu tratamento, as pessoas (sobretudo familiares) batiam à minha porta para pedir ajuda para uma situação de alcoolismo de um marido, de um familiar, de um amigo!

Entre 1980 e 1983, ajudei e sensibilizei 78 pessoas que encaminhei para o Centro de Recuperação de Alcoólicos de Coimbra (hoje Unidade de Alcoologia Maria Lucília Mercês de Mello de Coimbra – UAC).

Era difícil conciliar a minha atividade profissional e a minha vida pessoal com esta tarefa, quase sempre muito árdua.

Senti que precisava de uma estrutura sólida para poder continuar. Juntei algumas pessoas, quase todos alcoólicos tratados e ajudados por mim, que quiseram assumir o risco e a 7 de dezembro de 1983 nascia o Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito da Guarda (CARG), um projeto pioneiro a nível nacional.

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Sócios fundadores

 

Quais foram as principais dificuldades para a sua concretização? E quais foram os apoios mais significativos?

Foram muitas as dificuldades! No momento da fundação da instituição possuía apenas 40.000$00, que serviriam para pagar 2 meses de renda!

Um grande risco…Muitas vezes se pediram livranças ao banco (que tinham de ser assinadas por mim e pela minha esposa, bem como pelo tesoureiro e pela sua esposa) para o CARG poder continuar. “Hipotequei” muitas vezes a minha vida para que a “minha” obra não morresse!

Hoje, felizmente, a situação é diferente porque gradualmente o nosso trabalho foi sendo reconhecido, enquanto IPSS, que presta um serviço gratuito.

Assim, contamos com alguns apoios. Em 1987 foi assinado um Protocolo Atípico com a Segurança Social. Este tem sido felizmente renovado anualmente, e hoje constitui o nosso principal apoio financeiro.

Em janeiro de 1982, foi assinado um Acordo de Cooperação Atípico com a Administração Regional de Saúde da Guarda, que ainda se mantém.

De louvar o grande apoio, ao longo dos anos, da Câmara Municipal da Guarda que nos atribuiu o primeirito subsídio, aquando da fundação do CARG.

Foi também a Câmara Municipal da Guarda que nos cedeu as instalações da atual sede, em 2006, e que sempre nos contemplou, ao longo dos anos, com a atribuição de um subsídio.

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Entrega da medalha de reconhecimento à atividade do CARG, pela autarquia guardense.

 

De realçar, ainda, o grande apoio da Junta de Freguesia da Guarda e de algumas Câmaras Municipais do Distrito que, pontualmente, nos atribuem subsídios.

Uma palavra de gratidão à Unidade de Alcoologia Maria Lucília Mercês de Mello (de Coimbra), que sempre acreditou no nosso trabalho e nos apoiou desde a primeira hora ao nível internamentos e consultas, e ainda a Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E./Hospital Distrital Sousa Martins da Guarda que, através do seu serviço de psiquiatria, nos ajuda ao nível de internamentos pontuais.

 

Das atividades realizadas, qual a que lhe deixou memórias particulares, e porquê?

 A que mais me marcou, para além da recuperação de todos os doentes que ajudei, foi a comemoração dos 25 anos de CARG, realizado na Câmara Municipal da Guarda.

Comemoração que contou com a participação de cerca de 500 pessoas (alcoólicos tratados, suas famílias e pessoas da comunidade), onde me foi atribuída a medalha de prata do município.

Foi para mim um momento gratificante. O reconhecimento de uma obra em que muito poucas acreditaram no início. 25 anos é muito tempo na vida de uma instituição. Fiquei muito feliz e orgulhoso por ter atingido esse patamar.

 

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A realidade de ontem e de hoje, ao nível dos casos de alcoolismo, é diferente?

 Sem dúvida! Ontem, o alcoolismo era tabu, para além de não ser reconhecido como uma doença pela maior parte das pessoas. O bêbado era o agricultor, o trolha, o coitadinho…que bebia porque queria.

Era uma vergonha social! Hoje, o alcoolismo é considerado uma doença que atinge também o advogado, o professor… que atinge todos da mesma forma, que destrói vidas!

Sem falsa modéstia, penso que o CARG contribuiu muito para esta desmistificação do alcoolismo, para as pessoas perceberem que o alcoolismo é uma doença crónica, uma reconhecida pela OMS.

Uma doença para toda a vida, que só pode ser “controlada” com a abstinência do doente, para sempre.

 

Há concelhos com maior incidência de taxas de alcoolismo? Quais?

 Não há dados estatísticos recentes. Melhor nem há dados estatísticos! Beber é um ato socialmente aceite, como medir a incidência das taxas de alcoolismo?...

O que podemos medir é o número de doentes que conseguimos sensibilizar e levar a tratamento na UAC (embora muitos se percam pelo caminho!)

Com base nesse número, referente apenas ao distrito da Guarda, podemos dizer que a maior incidência é no concelho da Guarda (também por ser o maior), com 905 internamentos, seguido do concelho de Celorico da Beira com 114, e do concelho do Sabugal com 113 doentes internados. Embora estes números estejam longe de quantificar o nosso trabalho.

Um internamento pode significar dezenas de quilómetros percorridos, inúmeras intervenções, incontáveis telefonemas! Cada caso é um caso, uma história de vida, atrás da qual há muitas outras vidas, uma família que sofre!

 

Carlos Brito - C.jpg

Preocupa-o a incidência do alcoolismo na Juventude?

É um problema que me preocupa muito, sem dúvida!

Os jovens consomem cada vez mais! Já não é o vinho o mau da fita, mas o shot, que se tornou o rei da festa! São as bebidas brancas. Isso explica a alcoolização mais rápida.

Antes, um processo de alcoolização, de alguém que consumisse sobretudo vinho, demorava cerca de 20 anos. Hoje, a alcoolização é muito mais rápida, em 5, 10 anos “criamos um alcoólico!

É importante realçar que a alcoolização é mais rápida na mulher do que no homem devido às suas características corporais diferentes.

É preocupante, a prevenção é fundamental. É importante que os pais se deixem de se preocupar apenas com a droga, e se preocupem também (arrisco-me a dizer sobretudo) como o álcool.

Temos de consciencializar! Fazer perceber que dar um copo a um miúdo antes dos 18 anos, não é torná-lo um homem (como muitas vezes ouvi da boca de pais) é torná-lo um potencial alcoólico, no futuro.

 

Tem sido muito solicitado para ações de sensibilização? Que impacto têm tido essas ações?

A prevenção primária sempre foi uma prioridade na vida da instituição. Somos cada vez mais solicitados para fazer sessões de esclarecimento. Isso mostra-nos que as pessoas estão mais alertas para o problema, sobretudo ao nível dos jovens.

A partir do ano 2000, as solicitações aumentaram substancialmente! São as instituições de ensino que mais nos solicitam.

Realço aqui a Escola Afonso de Albuquerque (Guarda) onde todos os anos, realizamos várias sessões, a convite do Dr. Madeira, um professor muito atento para o problema. Muitas vezes, há miúdos que nos procuram na sequência de uma sessão, reconheceram nas nossas palavras o problema vivido em casa. Pedem ajuda!  Muitos choram.

Já me aconteceu muitas vezes, vários anos depois, alguém me reconhecer e dizer que se lembra da sessão que fiz na sua escola, dizer que se lembra de cada palavra, dizer que o meu testemunho o marcou profundamente. Fico feliz!

Sinto que pelo menos para aquelas pessoas fiz a diferença!

Também fazemos muitas sessões para a comunidade e, regularmente, somos solicitados pelo estabelecimento prisional da Guarda, onde fazemos sessões de esclarecimento para os presos.

Muitos chegaram ali por causa do álcool e muitas vezes percebem-no depois de me ouvirem! Contamos com cerca de 450 sessões realizadas em vários pontos do país e ilhas.

 

O Centro é uma referência em termos nacionais?

 Foi longo o percurso, foi sinuoso, mas podemos dizer que somos uma referência nacional!

Somos falados e procurados por que fazemos diferente. Não somos Alcoólicos Anónimos (não tenho nada contra o AA), somos alcoólicos recuperados, pessoas que dão a cara, que assumem o seu alcoolismo e isso faz toda a diferença.

Digo sempre que um alcoólico que não assume a sua doença é um alcoólico recaído… raramente me engano, infelizmente.

Entrevistas na imprensa, testemunhos em diversos programas de televisão. Já não é só a minha história de vida que conta, é o trabalho que fazemos, os resultados que temos, com uma taxa de sucesso de cerca de 80%. Somos falados em congressos, em encontros académicos, pelo trabalho que realizamos.

E isso é muito gratificante.

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Como se sente, face ao trabalho que tem realizado após estes anos?

Sinto que criei um filho. O meu quinto filho, como costumo dizer. Tenho um sentimento de missão cumprida!

Quando morrer, sei que deixarei um legado, uma herança, que desejo que continue para além de mim! Continuarei esta missão enquanto puder, um pai não deixa morrer um filho, certo?

Desejo que alguém a continue depois de mim, se possível com a mesma entrega, a mesma resiliência com que eu o faço! Desejo que este “filho” continue o seu caminho…

 

 

 

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publicado às 12:15

Fotografias Sem Fronteiras na Guarda

por Correio da Guarda, em 28.04.21

 

O Centro de Estudos Ibéricos vai levar a efeito, a partir de amanhã, 29 de abril, e até 1 de maio a quarta edição dos Encontros “Imagem e Território: Fotografia sem Fronteiras”, em formato online e semi-presencial.

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Integrados no projeto “Transversalidades” estes encontros resultam do envolvimento ativo do CEI na cooperação territorial e no seu comprometimento com os territórios de baixa densidade, visando, através da Imagem, dinamizar a cooperação e a inclusão dos territórios, rompendo com a exclusão e invisibilidade a que estão votadas vastas regiões do país e do mundo.

Os Encontros conjugam diversas atividades em torno da temática da Fotografia e do Território, nomeadamente Exposições, Debates, Mostras e Publicações, estruturadas de acordo com os temas: Território, Arte e Fotografia, Sociedade, Tempos de pandemia, Transversalidades (Mostra de Autores Premiados), Viagem e Cidade.

O programa completo pode ser consultado aqui.

 

 

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publicado às 00:01

Imagem e Território: Fotografia sem Fronteiras

por Correio da Guarda, em 25.04.21

 

A quarta edição dos Encontros “Imagem e Território: Fotografia sem Fronteiras”,  promovida pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), vai decorrer de 29 de abril e 1 de maio, em formato online e semi-presencial.

Integrados no projeto “Transversalidades” estes encontros resultam do envolvimento ativo do CEI na cooperação territorial e no seu comprometimento com os territórios de baixa densidade, visando, através da Imagem, dinamizar a cooperação e a inclusão dos territórios, rompendo com a exclusão e invisibilidade a que estão votadas vastas regiões do país e do mundo.

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Os Encontros conjugam diversas atividades em torno da temática da Fotografia e do Território, nomeadamente Exposições, Debates, Mostras e Publicações, estruturadas de acordo com os  temas:
Território,  Arte e Fotografia, Sociedade, Tempos de pandemia, Transversalidades (Mostra de Autores Premiados), Viagem e Cidade.

Os interessados podem obter mais informações aqui.

 

 

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publicado às 10:24

Sobreviventes de AVC

por Correio da Guarda, em 20.03.21

 

A Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos vai organizar, no próximo dia 27 de março, pelas 14h30, o “Encontro Portugal AVC – Juntos Para Superar!”, com o objetivo de ajudar os sobreviventes de AVC a superar a doença no complexo e desafiante contexto de pandemia que atualmente vivemos.

“A pandemia COVID-19 veio colocar enormes desafios a toda a sociedade e afeta particularmente pessoas com outras morbilidades. Em grande número dos sobreviventes de AVC, além do desequilíbrio emocional, existem também complicações de saúde específicas a ultrapassar e esperamos que estes encontros, os temas e os testemunhos partilhados, possam ser mais uma importante ajuda”, explica António Conceição, presidente da Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos.

Encontro Portugal AVC_27Março2021.jpg

Além da partilha de testemunhos de sobreviventes e de cuidadores, a iniciativa vai contar também com palestras de profissionais de saúde sobre o tratamento da espasticidade durante a pandemia, a terapia respiratória pós-COVID no sobrevivente de AVC, os efeitos da pandemia ao nível emocional e ainda uma reflexão sobre os desafios que se colocam aos cidadãos, na área da saúde, em Portugal.

A participação nesta iniciativa é gratuita, mediante inscrição no site www.portugalavc.pt, no qual também pode encontrar o programa completo.

O AVC ocorre como resultado de uma oclusão ou de uma rotura de um vaso sanguíneo cerebral, levando a que uma parte do cérebro deixe de funcionar por não lhe chegar o sangue com oxigénio e glicose necessários à sua sobrevivência. Dependendo da zona afetada, a pessoa poderá ficar subitamente com limitações, como por exemplo, movimentar uma parte do corpo, ter dificuldade na comunicação e compreensão de palavras, entre outras a nível cognitivo ou emocional.

A Portugal AVC - União de Sobreviventes, Familiares e Amigos tem como objetivo a promoção de iniciativas que visem, por um lado, contribuir para a prevenção do Acidente Vascular Cerebral e suas consequências, de forma a minimizar a morbilidade e mortalidade associadas a este, e por outro, contribuir para a resposta às necessidades sentidas pelos doentes sobreviventes de AVC, seus familiares e cuidadores, de âmbito nacional.

 

 

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publicado às 08:44

Fotografia vai estar em destaque na Guarda

por Correio da Guarda, em 24.09.19

Cartaz Jornadas fotografia- 01-JPEG.jpg

O Fotoclube da Guarda (FCG) e o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vão promover nesta cidade, no próximo dia 12 de outubro, as III Jornadas de Fotografia da Guarda.

As jornadas – que terão lugar no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG – pretendem evidenciar o papel da fotografia na sociedade contemporânea, divulgar trabalhos fotográficos incidentes sobre várias áreas, proporcionar um debate entre fotógrafos de vários níveis e todos quantos se dedicam à fotografia.

A referida iniciativa, de acordo com a organização, “pretende continuar a afirmar-se como um eminente contributo formativo (e pedagógico) e a estabelecer/consolidar ligações com pessoas ligadas ao mundo da fotografia (profissionais e amadores).”

As inscrições são gratuitas (mas obrigatórias, estando limitadas à capacidade do auditório), podendo ser feitas aqui .

“Paisagens de Memória” (Vitor Freitas), "Fotografía y compromiso en el mundo de hoy" (Victorino Calderón) "Novidades Tecnológicas" (Olympus), “Natureza Portuguesa (Luis Quinta), “Quinta do Monte: projeto de artes plásticas e multimédia, fotografia documental” (Anne Amaral), “Os Trabalhos e os Dias” (Leonel de Castro) e “50 anos a fotografar o que mudou na fotografia” (Alfredo Cunha) são os temas das comunicações que integram o programa das Jornadas, o qual será complementado com uma mostra de equipamentos fotográficos e uma exposição subordinada ao tema “Imagem e Território”.

As III Jornadas de Fotografia da Guarda - que contam com o apoio da Câmara Municipal da Guarda e Centro de Estudos Ibéricos (CEI)   -  integram, este ano, um passeio fotográfico que se irá desenrolar na zona de Videmonte (Guarda) durante a manhã de dia 13 de outubro.

“É um programa tematicamente diversificado, no campo da fotografia, onde pontuam nomes conceituados com Alfredo Cunha, Luís Quinta ou Leonel de Castro, entre outros”. Refere a organização destas jornadas.

Alfredo Cunha (natural de Celorico da Beira) iniciou a sua atividade de fotojornalista em 1971, tendo colaborado com o Jornal "O Século" e "O Século Ilustrado" a Agência de Notícias Português - ANOP e as agências de Notícias de Portugal e Lusa Foi fotógrafo oficial dos Presidentes da República, Ramalho Eanes e Mário Sores. Trabalhou no Jornal "Público" como fotógrafo e editor-chefe e foi fotógrafo e editor-chefe do "Jornal de Notícias", tendo sido também foi diretor fotográfico da "Global Imagens". Atualmente trabalha como freelancer desenvolvendo projetos editoriais. Do seu percurso destacam-se as emblemáticas séries de fotografias dedicadas ao 25 de Abril de 1974 e à descolonização portuguesa em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, S. Tomé, Timor-Leste e Cabo Verde. Tem publicados diversos livros de fotografia

Luís Quinta multipremiado fotógrafo é colaborador regular da National Geographic Magazine e da revista Visão. Publicou mais de um milhar de artigos e reportagens na imprensa nacional. Formador na área da fotografia, integrou o "Dream Team" do maior projecto fotográfico sobre natureza na Europa - "Wild Wonders of Europe” financiado pela National Geographic.

Muitas das imagens de Luís Quinta têm sido usadas por universidades e museus para várias publicações científicas e suporte pedagógico.

Leonel de Castro, desde sempre ligado ao fotojornalismo no Jornal de Notícias e no grupo onde se insere (Notícias Magazine, Volta ao Mundo, Evasões, Diário de Notícias e o Jogo), tem conquistado diversos prémios e distinções ao longo da carreira profissional. Os seus trabalhos têm também dado corpo a várias exposições, quer individuais quer coletivas. A par do fotojornalismo, tem-se dedicado também à docência, no Instituto Português de Fotografia, na Escola Superior Artística do Porto e no Mestrado de Comunicação da Universidade do Minho.

Na anterior edição das Jornadas de Fotografia da Guarda falou-se, entre outros temas de “Fotografia de Natureza”(Eduardo Flor), “Será a nossa melhor fotografia aquela que nunca iremos fazer? Experiência de um fotojornalista”(Miguel Silva), “A utilização de drones em fotografia”(Maurício Matos), “The Portuguese Prison Photo Project” (Luis Barbosa), “Do outro lado da câmara” (Filipa Barroso), “Momentos da Montanha”( Miguel Serra), “Mirrorless is the new black” – What to Frame?( Jonh Gallo).

Recorde-se que na primeira edição das Jornadas foram apresentadas comunicações como “Fotografia da Natureza”(José Prata dos Reis), “Fotografia e Imprensa Regional”(Helder Sequeira), “Quando as pétalas começam a cair - projeto de artes plásticas e multimédia”(Catarina Flor), “Fotografia de Paisagem”(Pedro Carvalho), “Microfotografia”( Eduardo Flor), “O papel da fotografia na promoção da candidatura da Serra da Estrela a Geopark Mundial da UNESCO”(Emanuel Castro e Filipe do Patrocínio),“A Revelação de Negativos Digitais”( Paulo Nery), “Fotografia de Viagem”(Sérgio Lopes e Sandra Saraiva) e “A Fotografia como meio de registo e análise da atividade dos bombeiros portugueses”(Sérgio Cipriano).

 

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publicado às 08:30

Talk Media Veritas na Guarda

por Correio da Guarda, em 10.07.19

 

    Na Guarda vai decorrer amanhã, a partir das 14h30, a ação “Talk Media Veritas”, centrada sobre a luta contra a iliteracia mediática, manipulação jornalística e desinformação.

    Trata-se de uma iniciativa da Associação Portuguesa de Imprensa (API) em parceria com o semanário “A Guarda” que terá lugar na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, com intervenções de João Palmeiro, Paulo Pena e Hélder Sequeira.

   O Media Veritas é um programa de combate à iliteracia mediática, contra a manipulação jornalística e a desinformação promovido pela APImprensa - Associação Portuguesa de Imprensa em parceria com o Google.org e financiado pela Fundação Tides (uma entidade filantrópica norte americana).

  Refira-se que este programa tem por finalidade, “no âmbito nacional, a Literacia dos Media junto das comunidades mais vulneráveis ao longo de dois eixos (adolescentes e jovens e seniores) mas assegurando também uma base para garantir a sua continuidade.”

  Através do Media Veritas, e segundo a APImprensa, pretende-se “contribuir para uma sociedade mais livre, informada e democrática; dotar os mais vulneráveis consumidores de informação, designadamente os adolescentes/jovens e seniores, a nível local e regional, de ferramentas que os habilitem a estar melhor informados e assim garantir a construção de um país mais justo e equilibrado; promover o desenvolvimento do pensamento crítico e do uso de fontes de informação credíveis e apoiar os órgãos de comunicação social, contribuindo para garantir a fiabilidade dos respetivos conteúdos.”

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publicado às 18:00


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