Alojamento: SAPO Blogs
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Notícias da Guarda e região | Reportagem | Crónicas | Entrevistas | Apontamentos | Registos
Em Sortelha vai decorrer, entre 20 e 22 de setembro, mais um evento ‘Muralhas com História’. Na décima segunda edição do ‘Muralhas com História’ vão ser evocadas as vivências do reinado de D. Dinis, filho de D. Afonso III, que ascendeu ao trono de Portugal em 1279.
"D. Dinis é um dos responsáveis pela criação da nossa identidade nacional e pelo alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação. Durante o seu reinado, ele procurou reorganizar a administração interna, elaborando um conjunto de leis baseadas na realidade política, económica e social do país, marcando de forma inequívoca e permanente este território de fronteira." Refere uma nota informativa da Câmara Municipal do Sabugal.
"Destaca-se, para a região onde se localiza Sortelha, a redação do Tratado de Alcanizes, com o rei de Castela e Leão, Fernando IV, assinado a 12 de setembro de 1297, após um período de tensão e várias incursões militares de ambos os lados, que permitiu definitivamente determinar as fronteiras nacionais e resolveu vários focos de conflito entre os dois países. Esta viagem ao quotidiano medieval é complementada com recriação histórica, mercado medieval, acampamento militar, ofícios e vivências, cetraria e animais da quinta, ritmos medievais, animação infantil, artes circenses, torneios de armas a pé e a cavalo, jogos medievais e animação contínua ‘pera cá e pera lá’."
Este evento é organizado pelo Município do Sabugal, em parceria com as Aldeias Históricas, Junta de Freguesia de Sortelha e Associações Locais. A pulseira de acesso ao evento tem um custo de 2 euros, sendo gratuita para crianças até aos 12 anos (inclusive), desde que acompanhadas por um adulto. Esta pode ser adquirida online, aqui, e nos diversos pontos de venda associados, ou durante o evento, na bilheteira local.
Os interessados podem obter mais informações neste sítio.
É um título e uma presença diária com dezasseis anos consecutivos. Para os próximos tempos há novos projetos e ideias. Gratos a todos quantos têm acompanhado este percurso. Pode seguir-nos também no Instagram (correioguarda) ou no Facebook em:
https://www.facebook.com/correio.da.guarda/
As principais feiras do Queijo Serra da Estrela e nos moldes habituais, dois anos depois de um interregno forçado devido à situação pandémica. A partir de 6 de março e até abril, o Queijo Serra da Estrela DOP é rei e os artífices do queijo os porta-vozes por excelência.
É das mãos sábias e experimentadas das queijeiras que é dada a forma à coalhada (composta de leite, sal e flor do cardo) técnicas milenares que, alinhadas à arte de bem-fazer e à astúcia e perseverança dos nossos pastores e produtores de leite, surge uma obra-prima inconfundível da gastronomia nacional – o Queijo Serra da Estrela DOP (Denominação de Origem Protegida).
A Estrelacoop estará presente nos seis principais certames com o intuito de dinamizar ações de sensibilização sobre a importância da qualificação deste produto identitário do território das Beiras e Serra da Estrela
Num contexto particularmente desafiante para o setor da produção de Queijo e de toda a sua cadeia de valor, a Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela (ESTRELACOOP) assume uma presença proativa e dinâmica nas seis emblemáticas feiras do Queijo, vitais para a dinamização das economias locais e perpetuação deste alimento de memória e ancestralidade.
O primeiro certame – a Feira do Pastor e do Queijo - realiza-se a 6 de março em Penalva do Castelo, seguindo-se a Festa do Queijo de Oliveira do Hospital, dias 12 e 13 tida como “a maior feira do queijo em Portugal” e uma das imagens de marca deste concelho. A conhecida capital do Queijo Serra da Estrela, Celorico da Beira, realiza o seu 43º certame entre 18 e 20 de março, terra conhecida pelos seus pastos férteis onde pastoreiam os maiores rebanhos de ovelhas das raças Serra da Estrela e Churra Mondegueira. A última Feira do Queijo Serra da Estrela de março acontece dias 25, 26 e 27 em Fornos de Algodres, um certame dedicado à promoção da sétima maravilha gastronómica nacional, à genuína identidade e autenticidade, aos pastores, queijarias tradicionais e produtores DOP. Em abril será a vez de Gouveia abrir as portas à Exposerra 2022, entre os dias 2 e 3; já entre 23 e 25 de abril, Seia acolhe a Feira do Queijo Serra da Estrela, três dias dedicados a saborear os produtos regionais, onde o Queijo assume maior protagonismo.
“Esta é a primeira vez que a Estrelacoop assume uma presença ativa nestes certames de divulgação de Queijo Serra da Estrela DOP, certificado. Sabemos que vai ser um enorme desafio. Este regresso às feiras em formato presencial é vital pela proximidade com o público, aos produtores, as entidades públicas presentes, aos municípios. A Estrelacoop está determinada em ser uma força ativa nestas feiras e queremos ouvir os nossos produtores, associados e não associados” sustenta Joaquim Matos, presidente da Estrelacoop.
Fonte e foto: Estrelacoop
Embora o trabalho na Rádio não tenha sido a sua atividade principal, Carlos Martins não esquece a marca que as emissões radiofónicas lhe deixaram. “Na rádio fiz sempre o que gostava de fazer. Senti-me realizado. A grande marca teve a ver com as pessoas que faziam a rádio… uma grande família.” Hoje, afastado desse meio, considera que “uma rádio sem pessoas que a escutem é uma rádio com fim à vista”.
Natural da Vela (concelho da Guarda) veio estudar para a cidade quando tinha dez anos; no final da década de 70 iniciou a sua colaboração na Rádio Altitude (RA) , antes de, no início dos anos 80, ter começado a sua atividade profissional no ramo dos Seguros. “Atualmente continuo a exercer a minha atividade como independente e acumulando a situação de pré-reforma [da companhia a que esteve ligado]”, disse-nos Carlos Martins.
Olhando para a cidade onde reside, diz ao CORREIO DA GUARDA que “é urgente fixar empresas na Guarda para criarem empregos fixando os que cá estão e trazer outros do litoral.”
Como surgiu a Rádio na tua vida?
Era presidente da Associação Estudantes da Escola Secundária Afonso Albuquerque e na altura decidimos propor à Rádio Altitude um programa semanal de 30m onde abordaríamos a actividade estudantil e outros assuntos de interesse para a classe.
Eram colaboradores habituais a Fátima Vitória, a Hermínia Whanon, o Américo Rodrigues e eu. Após um ano de emissões o programa “Rádio Estudantil” termina.
Algum tempo depois, e algures na cidade da Guarda, encontrei o Dr. Virgílio Arderius, elemento da direção da RA, que após uma troca de palavras me propôs fazer um programa sobre livros e literatura. Numa conversa, de corredor, (na Escola Secundária Afonso Albuquerque) com o António José Fernandes e com o António José Teixeira (actual diretor da Informação na RTP) abordei a proposta que me tinha sido apresentada; o António José Teixeira ficou entusiasmado com a ideia e assim, os três, decidimos fazer o programa “Nós e os Livros”.
Como tudo tem um fim também o “Nós e os livros” acabou, sendo que foi um projecto interessantíssimo que nos motivou e de que maneira… A partir daí eu passei para as emissões regulares e o António José Teixeira enveredou pela informação da Rádio Altitude.
Como foram as primeiras experiências radiofónicas?
Nas emissões regulares da Onda Média, do Altitude, lembro-me que o primeiro programa que coloquei no ar foi um espaço radiofónico com muita audiência e patrocinado por uma marca de automóveis. Os ouvintes pediam para ouvir as suas músicas preferidas através do telefone 232.
Quem recordas desses tempos? E como era o ambiente de trabalho?
Nos anos 70 e 80 a rádio era tão importante como qualquer outra instituição da Guarda. O Altitude estava lá e tinha a informação pretendida.
A camaradagem, as relações pessoais eram como a de uma grande família.
Os colaboradores da RA eram convidados, com frequência, para apresentação de espetáculos no distrito. Que lembranças dessa experiência?
As Festas da Cidade da Guarda, os Festivais da Canção de Manteigas, Festivais de Folclore e muitos outros espectáculos contaram com a minha colaboração e de muitos outros colegas da rádio. Ter um apresentador que fosse locutor da Rádio Altitude, na opinião dos organizadores, era sinal de um bom espectáculo em perspectiva.
Recordo aqui uma das peripécias com a “nossa 4L”… fazíamos uma deslocação a Manteigas para mais um festival. Na ida a viagem correu mais ou menos bem (?). No regresso, a altas horas da noite, a viatura movimentava-se, mas a uma velocidade reduzida na estrada sinuosa e em mau estado. Estávamos todos apreensivos com o facto de a gasolina estar a baixar muito rapidamente no reservatório estarmos longe da Guarda.
Depois de 2 horas de viagem conseguimos chegar à entrada da cidade e aí ficou o veículo sem pinga de combustível. No dia seguinte o Antunes Ferreira foi com a Renault 4L ao mecânico e este verificou que a mesma apenas estaria a trabalhar com um ou dois cilindros. A “máquina” tinha razão para não andar e gastar muito combustível...
Qual foi o período mais desafiante na tua passagem pela RA?
Com a OM e com o FM nos anos 90, depois de ter passado algum tempo pela F, já com a direção do Helder Sequeira; acumulei as funções comerciais e as de locutor (animador de emissão).
A parte técnica era também uma das tuas preferências. Colaboravas, com frequência, com o Dr. Martins Queirós, sobretudo a partir de 1990, e também com o Antunes Ferreira. O que recordas? Que episódios gostarias de recordar para os leitores?
Com a frequência modulada no ar, o Dr. Martins Queirós entendeu que a mudança do emissor de Onda Média para um local mais próximo da antena era mais que urgente.
À noite, e depois das 21h, acompanhava o grande obreiro da RA nos trabalhos técnicos para a mudança do emissor. Este trabalho nocturno demorou alguns meses.
Finalmente foi possível mudá-lo e colocá-lo num local amplo e adequado para o efeito. Na altura estava apto a construir um emissor de raiz, tal foi a formação ministrada pelo médico Martins Queirós.
Que marca te deixou a Rádio Altitude?
Na rádio fiz sempre o que gostava de fazer. Senti-me realizado. A grande marca teve a ver com as pessoas que faziam a rádio… uma grande família.
Qual o programa que te deixou mais saudades?
Não podia ser outro, senão o “Sons da Madrugada”. Diariamente das 7 às 9h, inicialmente com o João Logrado, Helder Sequeira e eu, mais tarde o João foi substituído pelo Albino Bárbara.
Era o nosso despertar…
Achas que hoje é difícil fazer rádio no interior? E nos tempos da onda média?
As ferramentas atuais são outras. Tudo é mais fácil. O problema está na publicidade, fonte de receita das rádios; esta é cada vez mais diminuta e os pequenos empresários estão com dificuldades económicas.
Não é de estranhar que algumas rádios tenham fechado.
Nos anos 70 e 80 a concorrência era menor. O Altitude não tinha dificuldade em encontrar clientes para publicitar. Em qualquer loja ou casa era a rádio preferida. Existiam audiências consideráveis das emissões.
Que desafios se colocam, atualmente, às rádios locais?
Os custos com o pessoal são o maior desafio, as taxas, os custos da energia e a falta de apoios também não ajudam.
Muitas são as rádios que tiveram de reduzir o pessoal, funcionando a maior parte do tempo de forma automática. O contacto com o ouvinte deixa de existir e como tal as audiências evaporam-se. Há tanto por onde escolher…
Achas que rádio, em geral, tem futuro?
Tudo irá depender da ligação rádio/ouvinte. Uma rádio sem pessoas que a escutem é uma rádio com fim à vista.
É importante prender os ouvintes às emissões, ouvi-los e ter uma programação virada para os temas do quotidiano.
O que gostarias de ouvir nas rádios da região?
Pessoalmente gosto de estar informado. Gosto de uma informação credível, de qualidade.
O que fazes atualmente?
Afastei-me por razões pessoais da rádio. Depois de trinta e tal anos nos seguros, estou actualmente na situação de pré-reforma.
Como não sou pessoa para ficar parado, abri um escritório de Mediação de seguros na Rua Francisco Pissarra de Matos na Guarda, com a marca da empresa onde trabalhei a Ageas.
O que representa para ti a Guarda?
Desde os meus 10 anos que estou na Guarda. Foi aqui que fiz os meus estudos e desenvolvi a minha actividade profissional na área dos seguros. A rádio completava-me.
As pessoas da região cativaram-me. Apesar de fria, o calor humano, as amizades, os desafios, marcam-nos para sempre.
Como gostarias de ver a Guarda do futuro?
No futuro imediato é necessário criar condições para a fixação dos nossos jovens. Se estes forem embora para o litoral e para as grandes cidades, a Guarda fica a perder.
É urgente fixar empresas na Guarda para criarem empregos fixando os que cá estão e trazer outros do litoral.
A localização da Guarda, as duas auto estradas e as duas linhas férreas fazem da cidade um ponto estratégico de desenvolvimento, para isso o governo central tem de olhar pelo interior ou não fosse a Guarda a Porta da Europa!
O interior, enquanto território, é particularmente enfatizado em períodos de ambiente eleitoral, no decorrer dos quais são lançadas expetativas e reeditadas promessas.
As suas características e potencialidades são, repetidamente, evidenciadas, mas os sublinhados feitos esmorecem rapidamente com o avanço no calendário dos decisores. Há exceções, mas ficam subtraídas no confronto com a análise e implementação global de projetos anunciados, ou na morosidade do seu desejado desenvolvimento.
Têm sido vários os contributos – vertidos em textos e publicações – em distintas áreas de intervenção e saber que apontaram ideias, caminhos, planos, soluções para a rentabilização e promoção das nossas multifacetadas realidades.
Desde logo para a identidade e perfil da mais alta cidade de Portugal, lembrada pela sua história, pelos seus monumentos, por instituições marcantes no seu desenvolvimento, pela pureza do seu ar, pelo clima ou por personalidades a ela ligadas, que se distinguiram/distinguem na ciência, literatura, arte ou pensamento.
Contudo, muito pouco se tem falado na geologia da Guarda e no campo de conhecimentos que se abre nesta matéria e pode/deve ser mais um relevante meio de atrair as atenções sobre a cidade e região. Daí que seja oportuno, e justo, falarmos do artigo publicado por Elsa Salzedas no último número da revista “Praça Velha”, editada pela autarquia guardense.
Começando por lembrar que a Geomorfologia “foi, desde sempre, um elemento de destaque na região da Guarda, tendo condicionado a sua localização e o povoamento que foi sendo feito a partir da zona de maior altitude”, a autora elucida que “ao explicar-se aos cidadãos a geologia num contexto urbano, pretende-se valorizar a pedra, a partir do conhecimento científico e destacar a sua enorme importância para a natureza e para a humanidade”.
Elsa Salzedas argumenta que “a rocha local é um bem extremamente valioso, não só do ponto de vista científico, mas ainda arquitetónico, económico e histórico”.
Com conhecimento e objetividade, a articulista interpela-nos se esta “dura” realidade tem sido devidamente valorizada. A resposta não é difícil…Não temos dado a importância devida ao nosso granito, suporte de uma perene identidade, marca de um território.
“A Guarda é – escreve Elsa Salzedas – uma enorme pedreira de granito, de onde se extraiu a pedra utilizada nas construções antigas e recentes, nos monumentos medievais, barrocos e modernos, nos edifícios públicos, no castelo, nas muralhas, em estátuas, em pavimentos, etc.”. Deixa, seguidamente, uma interessante e exequível proposta que deverá merecer a devida atenção por parte das entidades e serviços em cuja área de influência se enquadre esta ideia; ou seja a definição de vários percursos geológicos urbanos que “seduzissem todos os cidadãos, pela partilha do conhecimento simples, mas com rigor científico, levando-os a amar a sua região e a admirar a evolução da utilização do granito ao longo dos estilos arquitetónicos, numa abordagem integrada e holística”.
Deseja-se, assim, que (escreve a concluir o seu artigo) o cidadão seja despertado e levado a “amar mais e proteger esta região, das mais exclusivas do país, sentindo-se fortemente identificado e orgulhoso com o seu território”.
Este orgulho no espaço geográfico onde vivemos, alicerçado num permanente empenho da valorização das nossas terras e suas especificidades, é fundamental para o desenvolvimento de uma intervenção cívica, para uma postura de eficaz crítica construtiva e espírito reivindicativo, balizado pelo interesse coletivo.
A proposta atrás referida é mais um interessante caminho para partirmos à (re)descoberta da cidade, conciliando-a com outros roteiros citadinos em torno de referências/ligações com ilustres figuras da literatura, da arte, da ciência, religião, vida militar, saúde e solidariedade social; será um encontro com a Guarda culta, de que falava J. Pinharanda Gomes num dos seus livros, esclarecendo que “a culta é de certo modo oculta, porque a imediateidade quotidiana nos inibe de viajar para além do visível”.
Haja determinação, planificação responsável, cooperação, rentabilização dos recursos humanos e financeiros, aposta nas capacidades existentes e estratégias claras para incrementar o estudo e a divulgação da cidade e do território onde se insere.
Uma desejada evolução que terá de contar com a predisposição e disponibilidade de todos, que sintam e vivam a região, pois não haverá novas realidades se continuarmos “socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados”, na elucidativa expressão de Miguel Torga.
Sejamos, pois, firmes como rochas (lembrando a conhecida divisa ostentada por uma antiga unidade militar que aqui esteve sedeada) na defesa, estudo, desenvolvimento e promoção da(s) nossa(s) terra(s).
Hélder Sequeira
(in O Interior, 19|jan|2022)
Camilo Castelo Branco. Escultura em Pinhel.
Como escrevemos no nosso último apontamento, vivemos uma conjuntura muito especial que exige respostas adequadas, pragmatismo e eficácia das decisões.
Numa região com múltiplos problemas por resolver, e projetos retidos ou atrasados por incapacidade financeira (e outros motivos…), o bom senso aconselha que não se continue a privilegiar a agenda pessoal/política em detrimento dos reais interesses da comunidade.
Esta tem de ser uma época de convergência de esforços e não de jogos políticos, afirmação de poder, preocupação de ocupação/manutenção de cargos, de exacerbada agitação de bandeiras partidárias; sem negar a militância ideológica, o diálogo deve ser, mais do que nunca, uma prática quotidiana, estabelecendo pontes e criando os consensos possíveis, rentabilizando todos os contributos válidos para ultrapassarmos a situação atual, com os olhos no futuro.
Ainda que os calendários eleitorais comecem a dar o mote para o desenvolvimento de estratégias políticas, é fundamental que se continue a pensar no bem-comum, no desenvolvimento harmonioso, na qualidade de vida das populações, no eficaz funcionamento dos serviços, nas melhores e céleres respostas às justas reivindicações de uma região que deve aproveitar a onda de desconfinamento como uma nova oportunidade para ser (re)visitada, valorizada, desenvolvida.
Nem a anormalidade dos últimos meses e as consequências que se fizeram sentir em termos pessoais, profissionais, económicos e sociais suscitaram uma notória mudança de atitude e conscienciosa reflexão sobre os caminhos a seguir, num envolvimento empenhado e coletivo.
Como se tem percebido, há (no contexto regional, nacional e internacional) cortinas que procuram esconder realidades, a verdade dos factos, as intenções que estão na penumbra das afirmações públicas, ampliadas pelos mais variados meios, mormente nas redes sociais.
Estas estão a tornar-se numa autêntica selva de contradições, palco de distorção dos acontecimentos, elevação da mediocridade, erupção de baixos instintos e ódios, cadafalso de valores humanos e morais. É óbvio que têm igualmente virtualidades (poderíamos aqui enunciar vários exemplos, temporalmente próximos ou mais afastados), mas quase sempre submersas num aproveitamento em sentido contrário.
Assim, a tentativa de desvalorização de medidas ou projetos tendentes a minorar os efeitos da pandemia – para a qual não estávamos preparados – aumentam o ruído da comunicação e desviam atenções, quando temos de nos centrar no essencial e urgente, numa verdadeira cooperação; também no plano político-partidário, pois não basta clamar que “vai ficar tudo bem…”, é indispensável uma atitude cívica, frontal, sem amarras de ideologias mas centrada em convicções sobre a melhor via para responder objetivamente aos problemas.
Já Augusto Gil (poeta e também jornalista) escrevia, em janeiro de 1912, que os partidos “deverão ser qualquer coisa diferente duma simples submissão de bois castrados para lavoira de vaidades, ou de um mero sistema gregário de peixe miúdo…para engorda de tubarões”.
É de toda a importância que se discutam e validem ideias, aferindo as melhores propostas, articulando-as com projetos exequíveis. “(…) Quando todos pensam a mesma coisa, é porque ninguém pensa grande coisa”, escrevia Walter Lippmann.
É mais do que tempo de pensarmos a nossa região e assumir atitudes solidárias que desencadeiem respostas às exigências do progresso e desenvolvimento. (Hélder Sequeira)
In "O Interior", 18|06|2020
Esta semana foram dados mais alguns passos no sentido do regresso à, possível e condicionada, normalidade social.
É certo que tudo vai ser diferente a partir desta pandemia com implicações ainda por perceber totalmente, mas com argumentos consistentes face à necessidade de melhor preparação para o futuro e outrossim face a ocorrências similares.
As mudanças de temperatura e a aproximação da tradicional época de férias não devem iludir os cuidados a manter obrigatoriamente, na linha das recomendações oficiais em matéria de saúde pública, tendo sempre presente a prudência e a responsabilidade cívica.
Atuando com a devida ponderação, importa, contudo, colaborarmos ativamente na imprescindível normalização e revitalização económica, mormente desta zona interior do país.
Assim, é importante o contributo coletivo, dos residentes e não residentes na região, numa atitude solidária e eficaz na ajuda à atividade produtiva local, ao pequeno comércio, aos agricultores, à restauração, às pequenas e médias empresas, à hotelaria, etc…
No interior não faltam locais para (re)descobrir, monumentos para visitar, paisagens ímpares para apreciar, artesanato para comprar, museus e espaços culturais para fruir, diversificada gastronomia para saborear, vinhos de excelência, produtos regionais, água cristalina, rios e ribeiras para horas de lazer e diversão, desafiantes trilhos serranos, espaços para desporto, vastos e saudáveis horizontes, ar puro para respirar…
Aliás, o ar puro é uma das nossas mais valias, não só de hoje, mas também do passado. Recordemos que a Guarda foi uma referência nacional e internacional em matéria de tratamento de doenças pulmonares.
Na passada segunda-feira, 18 de maio, ocorreu a passagem do 113º aniversário da inauguração do Sanatório Sousa Martins, uma das principais instituições de combate e tratamento da tuberculose em Portugal. A designação de “Cidade da Saúde”, atribuída à Guarda, em muito se ficou a dever à instituição que a marcou indelevelmente, ao longo de décadas, no século passado.
No presente temos ainda o ar puro como uma inestimável riqueza que devemos aproveitar em simultâneo com a nossa realidade geográfica, cenário de múltiplos motivos de interesse. Esta pandemia, que constitui um choque profundo nas nossas vidas, impeliu-nos a uma reflexão profunda sobre nós, sobre a sociedade em que vivemos, sobre a importância de atividades e setores sócio profissionais, sobre atitudes e comportamentos a seguir; numa perspetiva humana, solidária, cooperante que não se confine palavras de circunstância ou preocupações de protagonismo, mas fique materializada em ações objetivas, consequentes, marcantes.
É fundamental prepararmos novas respostas a partir deste tempo de incertezas e acreditarmos que podemos vencer esta inesperada conjuntura, extraindo dela experiências e ensinamentos para o futuro. (Hélder Sequeira)
In "O Interior", 21|05|2020
O feriado municipal da Guarda vai ser comemorado a 27 de novembro, dia em que se assinalam os 820 anos da atribuição de foral por D. Sancho I, em 1199
O programa organizado pelo município guardense vai decorrer entre os dias 23 de novembro e 1 de dezembro. O destaque vai para o dia de aniversário, 27 de novembro, com atividades na cidade e em alguns pontos do concelho da Guarda. O programa comemorativo inicia-se às 10h30, na Praça do Município, junto ao edifício dos Paços do Concelho para a cerimónia do hastear da bandeira. O momento contará com a participação das três corporações de bombeiros do concelho e da Banda Filarmónica de Famalicão da Serra.
Segue-se, na Sala António de Almeida Santos, a Sessão Solene Comemorativa do 820º aniversário da cidade que este ano, terá como tema de fundo "As empresas e o seu contributo para o desenvolvimento regional". Na sessão, serão ainda homenageadas com a medalha de mérito Municipal, várias personalidades com provas dadas pelo seu trabalho desenvolvido e nas mais diversas áreas do saber. De referir ainda que a sessão será presidida por Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial.
Para as 12h00, está prevista a assinatura do auto de consignação e lançamento da primeira pedra dos Passadiços do Mondego, a ter lugar no Paredão da Barragem do Caldeirão. As Comemorações prosseguem depois com a Inauguração do Parque de Merendas da Quinta da Taberna, em Videmonte, às 13h00.
Pelas 15h30, no Codesseiro, serão inauguradas as obras de Requalificação do Largo do Rossio naquela localidade do concelho da Guarda; pelas 16h30, no Porto da Carne são inauguradas as Obras de Requalificação do Largo da Junta de Freguesia e Zona Envolvente.
O programa comemorativo continua com a ligação da iluminação de Natal que contará com um espetáculo no Largo João de Almeida, pelas 18h30. No grande auditório do TMG terá lugar, pelas 21h30, um concerto com os The Gift.
Fonte: CMG
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.