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Documentário de Oliver Stone no CineEco

por Correio da Guarda, em 28.09.24

 

No próximo dia 10 de outubro, a cidade de Seia será palco da 30.ª edição do CineEco, um dos festivais de cinema ambiental mais antigos do mundo e o único em Portugal. Durante nove dias, a serra da Estrela, no coração de Portugal, será o cenário de uma intensa imersão nas problemáticas ambientais globais, com especial destaque para as alterações climáticas, cujas consequências moldam e influenciam o futuro do nosso planeta.

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O festival inicia-se na noite de 10 de outubro com o CinceConcerto A Pedra Sonha Dar Flor, um filme realizado por Rodrigo Areias, acompanhado por uma performance de música ao vivo por Dada Garbeck. Ao longo dos dias seguintes, serão exibidas mais de 60 obras cinematográficas oriundas de 27 países, complementadas por atividades dedicadas à sensibilização ambiental, incluindo workshops, sessões de networking, debates com realizadores e várias manifestações artísticas.

“O CineEco reforça a cada edição o seu papel como promotor de uma programação cultural diversificada e de elevada qualidade ao mesmo tempo que fomenta a educação ambiental e contribui para o desenvolvimento de uma consciência ecológica mais profunda, tanto entre os residentes como entre os visitantes e participantes do festival. A participação ativa dos realizadores é crucial para alcançar estes objetivos”. É referido numa nota informativa enviada ao Correio da Guarda.

Este ano, mais de 16 realizadores e outras pessoas ligadas aos filmes em exibição, marcarão presença em Seia, durante a semana do Festival.

Destacam-se, entre eles: Petr Lom, realizador de I Am the River and The River is Me, e Nemanja Voljinovic de Bottlemen da Competição Internacional de Longas-Metragens; Rita Nunes e Miguel Nunes, realizadora e ator do filme O Melhor dos Mundos, Margarida Gramaxo, realizadora de Lindo, e Carlos Martínez-Peñalver de À Procura da Estrela, filmes incluídos na Competição de Longas-Metragens em Língua Portuguesa; e Marina Garcia Abreu, realizadora de Lobos e The Soul of Jasmine, ambos na Competição Internacional de Curtas e Médias-Metragens. Entre os convidados, sobressai a presença de Luís Filipe Rocha, um dos nomes proeminentes do Cinema Novo português e autor de Cerromaior, que será exibido este ano no contexto da Sessão de Clássicosl 'Ecos da montanha e da planície'.

Ainda no âmbito desta Sessão estará presente no Festival Sérgio Dias Branco, Professor Associado de Estudos Fílmicos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, para um debate após a exibição do clássico Trás-os-Montes, de António Reis e Margarida Martins Cordeiro.

O filme Silvestres de Carolina Castro Almeida e Miguel Cortes Costa, uma sessão fora de competição, será exibido no dia 14 de outubro, às 14h30, e servirá de mote para uma conversa com os realizadores sobre a importância da biodiversidade urbana. Silvestres leva-nos numa viagem pela criação de um prado de flores silvestres no coração de Oeiras, com o objetivo de combater o declínio dos polinizadores. O filme retrata também outros esforços fascinantes, como a captura de uma coruja-das-torres que habita as estruturas históricas da Quinta do Marquês, simbolizando a resiliência da vida selvagem em ambientes urbanos. Silvestres oferece um retrato vibrante de uma cidade moldada pelo legado agrícola do Marquês de Pombal e pelo poder da ação coletiva, convidando o público a refletir sobre a harmonização entre o desenvolvimento urbano e o mundo natural nas suas próprias comunidades.

O Painel de Jurados conta com um conjunto de pessoas com ligação ao cinema e/ou ao ambiente. O júri da Competição Internacional de Longas-Metragens é composto por: Ágata de Pinho, atriz, escritora, realizadora e protagonista de filmes; André Guiomar, sócio fundador da produtora de cinema Olhar de Ulisses, realizador e produtor de filmes documentais; e Filipa Rosário, especialista em cinema português, investigadora auxiliar no Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa e coordenadora do GT Paisagem e Cinema da AIM – Associação dos Investigadores da Imagem em Movimento. Por seu lado, o júri das competições Internacional de Curtas e Médias-Metragens e Panorama Regional é constituído por: Carolina Castro Almeida, ilustradora, motion designer, animadora e produtora audiovisual, além de cofundadora da Lengalenga Filmes; Carlos Teófilo, professor aposentado, advogado e um rosto de Seia desde sempre ligado ao CineEco; e Nuno Barros, biólogo e representante da LIPOR, patrocinador principal do CineEco.

Já o júri das competições de Longas-Metragens em Língua Portuguesa e Curtas e Médias-Metragens em Língua Portuguesa conta com: Bárbara Bergamaschi Novaes, professora, realizadora e investigadora ítalo-brasileira, além de crítica de cinema, associada à ABRACCINE, e gestora de comunicação de ciência na ICNOVA -FCSH-NOVA de Lisboa; Cátia Biscaia, fotógrafa premiada, professora universitária, diretora do Leiria Film Fest – Festival Internacional de Curtas-Metragens, produtora, argumentista, assistente de imagem e realizadora; e Miguel Cortes Costa, biólogo de formação, é operador de câmara, co-realizador do filme Malcata: Conto de uma Serra Solitária (2020), que venceu o prémio Youth Television Award no CineEco, e de Silvestres (2024), em exibição nesta edição do festival, e fundador da Lengalenga Filmes, em conjunto com Carolina Castro Almeida.

Entre as atividades paralelas, destaque ainda para a apresentação de dois livros. No dia 15 de outubro, às 17h, na Biblioteca Municipal de Seia, Filipa Rosário e José Duarte apresentam a obra UM OLHAR PORTUGUÊS: Cinema e Natureza no Século XXI sobre a relação entre cinema e natureza. Já no dia 17 de outubro, às 15h, no mesmo local, será apresentado o livro Memórias, de Amândio Silva, cuja ligação forte a Seia e ao CineEco sempre foi marcada pela presença assídua no Festival ao longo de vários anos.  Por sua vez, e porque este é um ano de homenagem às pessoas do território onde nasceu este evento pioneiro, a 30.ª edição do CineEco representa esta relação singular das gentes de Seia e a sua ligação com a natureza na comunicação do festival, estendida à instalação “30 edições. 30 rostos”, que estará na praça do Município, no decorrer do festival.

O CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela é o único festival de cinema em Portugal dedicado à temática ambiental, no seu sentido mais abrangente, que se realiza em Seia, anualmente em outubro e de forma ininterrupta, desde 1995, por iniciativa do Município de Seia.

Uma animação da Letónia, um cineconcerto português e a antestreia nacional do novo documentário do aclamado realizador norte-americano Oliver Stone completam a programação de filmes da 30.ª edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, A produção letã Flow, uma animação já premiada no Festival de Annecy e exibida no Festival de Cannes, junta-se à Competição Internacional de Longas-Metragens do CineEco 2024.

No encerramento, a 18 de outubro, o aclamado realizador norte-americano Oliver Stone contribui com mais uma das suas provocações, Energia Nuclear Já, que será exibido pela primeira vez em Portugal na Casa Municipal da Cultura. Neste documentário, que estreou no Festival de Veneza, o realizador propõe um novo olhar sobre a tecnologia atómica, para além dos fantasmas de aniquilação da Guerra Fria, e defende a energia nuclear como uma alternativa limpa e viável à crise energética global, abordando a temática a partir de uma perspetiva contemporânea e provocadora. Inspirado no livro Bright Future: How Some Countries Have Solved Climate Change and the Rest Can Follow de Joshua S. Goldstein, o documentário promete gerar debate e reflexão.

“O CineEco oferece ao público em geral um cinema de qualidade e cinematografias pouco conhecidas e alternativas em relação ao mercado tradicional.” Acrescenta a organização. O festival é organizado pelo Município de Seia e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e do Departamento de Ambiente das Nações Unidas. Conta ainda com a Lipor como patrocinador principal e com o apoio financeiro da DGArtes. A curadoria do CineEco é de Cláudia Marques Santos, Daniel Oliveira e Tiago Fernandes Alves.

 

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CineEco 2021

por Correio da Guarda, em 02.08.21

 

Portugal, França e Espanha são os países com maior representação cinematográfica na Competição Oficial da 27ª edição do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela – CineEco.

Este ano, o mais antigo festival de cinema ambiental do mundo recebe um número recorde de 93 filmes de mais de 20 países que podem ser vistos entre 9 e 16 de outubro, na Casa Municipal da Cultura de Seia.

Os documentários em competição versam sobre temáticas multidisciplinares como a atual situação climática, colonialismo tóxico, pandemia e outras doenças, a luta de comunidades pela defesa dos ecossistemas regionais, futuro sustentável, poluição marítima, justiça ambiental, entre outras abordagens.

O CineEco regressa este ano com uma Seleção Oficial pautada pela crescente qualidade dos filmes a concurso, alguns dos quais verdadeiras odes poéticas e visões dramáticas e cortantes da realidade, sempre com uma forte componente de consciencialização e de necessidade da busca por novas soluções e ativismos, que possam garantir a perpetuação da nossa própria existência no futuro próximo”, enfatiza a direção do CineEco Seia.

©Unefoisquetusais1.jpg

D.R. - "Une fois que tu sais"

Na Competição Internacional de Longas-Metragens, uma das mais relevantes do CineEco, entram a concurso 11 documentários. Em “Une fois que tu sais” de Emmanuel Cappellin, o realizador francês lança-nos uma pergunta inquietante: Como podemos seguir a nossa vida sabendo o que nos espera? Este documentário leva-nos a ‘bordo’ de uma odisseia transformadora que toca no mais íntimo do nosso ser face à “inevitabilidade do nosso próprio declínio”.

Da Suíça chega “Ostrov - Lost Island” de Svetlana Rodina, uma visão empática e comovente de uma família da ilha de Ostrov, no mar Cáspio, conhecido como o maior lago de água salgada do mundo, que sobrevive da caça ilegal. Com expectativa é também aguardada a exibição do mais recente documentário do reconhecido fotógrafo, realizador e ativista ambiental, Yann Arthus-Bertrand. Depois do aclamado “Home” e do ensaio fotográfico, “Earth From Above”, o realizador francês mostra no CineEco o seu filme mais pessoal em “Legacy, notre héritage”, um retrato vívido sobre as mudanças climáticas, o desenvolvimento sustentável e a preservação da biodiversidade. “Living Water” do realizador e antropólogo Pavel Borecký, fala-nos de uma bomba-relógio ambiental e da história de luta entre beduínos, engenheiros e agricultores pelo “ouro azul”, num dos países mais pobres em termos de recursos de água, a Jordânia. “Douce France” de Geoffrey Couanon, acompanha-nos na investigação inesperada de um grupo de jovens estudantes sobre um polémico parque de lazer que ameaça as quintas perto das suas casas. Um relato apaixonado e vivo de jovens que ousam questionar. A realizadora Venice de Castro Atienza traz ao CineEco “Last Days at SeaReyboy, um menino de 12 anos que mora numa pequena vila isolada de pescadores nas Filipinas. Um documentário sobre o tempo suspenso, no mar, aos olhos de uma criança que tem de ir viver para a cidade. “The Last Hillbilly”, dos realizadores Diane Sara Bouzgarrou e Thomas Jenkoe, transporta-nos pelas vivências de uma família que vive no coração dos montes Apalaches. Com o encerramento das minas de carvão ficam presos ao passado mítico de um mundo que desapareceu. Ophir”, de Alexandre Berman e Olivier Pollet, conta a história da revolução indígena em Bougainville pela defesa da sua cultura, vida e terra numa das nações mais jovens do mundo, na Papua Nova Guiné. Da realizadora russa Shasha Voronov chega Mom, I Befriended Ghosts, documentário sobre uma pequena cidade na Sibéria presa há meses numa quarentena, fruto de uma doença misteriosa provocada pela água que os habitantes bebem. Neste filme, a realizadora imagina a mudança das relações entre as pessoas e a natureza; algum paralelismo com o que temos vivenciado no último ano e meio de pandemia poderá ser, ou não, pura coincidência.

©Hell or Clean Water.jpg

D.R. "Hell or Clean Water"

Do Canadá chega “Hell or Clean Water” de Cody Westman, um filme sobre um ‘fazedor de mudança’, sobre a poluição marítima e uma luta desigual de um herói-mergulhador pouco provável de Newfoundland e Labrador. “Arica” de Lars Edman e William Johansson Kalén aborda um escândalo em grande escala sobre o ‘colonialismo tóxico’ de um gigante mineiro sueco que chegou a despejar 20 mil toneladas de resíduos perigosos na cidade de Arica, no Norte do Chile, prejudicando a saúde dos seus habitantes. Este documentário relata a história dos sobreviventes que procuraram justiça ao longo de mais de 15 anos.

Na Competição Internacional Curtas-Metragens do CineEco concorrem 45 documentários de vários países, sendo 7 destes filmes produções nacionais: “Hope”, de Paulo Ferreira; “Mulher como árvore” (coprodução com Galiza, Espanha) de Alejandro Vázquez San Miguel, Carmen Tortosa, Daniela Cajías, Flávio Ferreira e Helder Faria; “#fishingtheplastic” de Marina Lobo; “Estrelinha do Geopark”, de Luís Augusto Fonseca de Araújo; “A última gota – Algarve”, da Almargem - Associação de Defesa do Património Ambiental e Cultural do Algarve; “Entre as abelhas e o pregado”, de Ana Linnea Lidegran Correia; e “Vale do Aurotni”, de Graça Gomes.

Este ano, o cinema ambiental em língua portuguesa volta também a estar em grande destaque na Competição Séries e Reportagens Televisivas que, à semelhança da edição passada, representa mais de metade das obras em competição nesta categoria específica. No total dos filmes em Competição na 27ª edição do CineEco, 39 são documentários portugueses produzidos em 2020 e 2021.

Os programadores deste ano voltam a ser Bruno Manique, ex-Presidente do Centro Portugal Film Commission, Rúben Sevivas, realizador, produtor, formador, ator e programador cultural, e Tiago Alves, jornalista, realizador e locutor de rádio e programador de cinema, apresentador do programa Cinemax na Antena 1 e RTP2. O CineEco 2021 tem como padrinho oficial o apresentador Júlio Isidro e, como madrinha, a atriz Sofia Alves.

De referir que CineEco é membro fundador e faz parte da direção da Green Film Network, uma plataforma de 40 festivais de cinema ambiental. O CineEco 2021 é organizado há 26 anos pelo Município de Seia e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e do Departamento de Ambiente das Nações Unidas.

Os interessados podem obter mais informações aqui.

 

Fonte: Organização CineEco

 

 

 

 

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publicado às 18:00


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