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Nélia Carrilho: inovar na sala de aula

por Correio da Guarda, em 22.08.22

 

Nélia Carrilho, natural do Soito e residente na Guarda, é professora do Ensino Básico desde 1987. Apaixonada por desenvolvimento pessoal e relações humanas está empenhada em “despertar consciências para mudar comportamentos”.

Vive e sente a zona raiana, com diz ao CORREIO DA GUARDA. Aliás, diz, “não seria a mesma pessoa se não tivesse as influências da minha região com caraterísticas tão especiais.” Gosta de ensinar e de escrever poesia, que é para ela “um estado de alma”. E sonha com novos projetos. Um, que tinha “em sala de aula, agora ganha asas e vai a outras escolas e está a ser transformado para ser aplicado a um maior número de alunos”.

Nélia CARRILHO - foto.jpg

O que representa para ti a zona raiana?

Nascida e criada na raia, vivo e sinto a raia como parte de mim e do meu ser. A família mais direta do lado do meu pai é espanhola. Então para mim é natural a vida naquele espaço. RAIA. Não seria a mesma pessoa se não tivesse as influências da minha região com caraterísticas tão especiais.

 

És uma defensora das tradições da raia? Tens uma participação ativa?

Sou defensora e vivo intensamente, cada vez mais, as nossas tradições. Gosto de divulgar a minha Raia e aproveito a minha profissão para a divulgar e dar a conhecer.

 

Há grandes diferenças entre o ontem e o hoje? O que se perdeu de forma mais significativa?

Muitas diferenças existem. Vivíamos numa região que dependia dos nossos vizinhos para ter os produtos mais básicos que possam imaginar. Como ir comprar pantufas, colorau para as matanças, laranjas, bananas, café e muitos outros. Ir ao lado de lá era meio de subsistência.

Cresci a ouvir espanhol, pois a tv que se via de lá era muito mais avançada que a nossa e tinha programas para crianças. Aprendíamos a língua por contacto direto. Esta talvez tenha sido a maior perda. As crianças perderam esta naturalidade cultural e bilingue.

 

Parte do teu ciclo de formação académica foi no Sabugal. Que lembranças do Externato/Colégio do Sabugal?

Para mim, que tinha estudado na minha terra, era a experiência de sair de casa. O externato tinha um papel preponderante na região e era um orgulho ir para o Sabugal.

Com apenas 15 anos sair de casa. Era uma emancipação precoce. Por aquela época estava entregue a mim própria e teria que construir o meu caminho.

Ficou a camaradagem, amizades que ainda duram e a gratidão de ter pertencido àquela casa.

 

Como surgiu a tua vocação pelo ensino?

Desde a escola primária tinha o sonho de ser professora. Nunca mudei de opinião, ou tive dúvidas. Talvez porque também tinha exemplos na família.

 

Como foi o teu percurso profissional?

Durante 30 anos percorri quilómetros por escolas de diversos distritos, até que cheguei à Guarda. Este ano, em janeiro integrei a equipa da nova direção do AEAAG, como adjunta.

O caminho foi feito entre dar aulas, ser parte ativa da escola e suas necessidades, integrar projetos e fazer formações para me manter na linha da frente pedagogicamente e inovar em sala de aula.

Nélia Carrilho - foto 3.jpg

E o gosto pela poesia, surgiu cedo?

Sim. Quando o meu professor de Português do Externato do Soito, explorou a poesia, fiquei a gostar das rimas e de brincar com as palavras.

 

Como defines a tua poesia?

A poesia é um estado de alma. Um dia posso escrever sobre o amor e outro sobre a terra. Escrevo sobre o que me vai na alma em determinado momento.

Também gosto de a promover em sala de aula. Os meus alunos cedo começam a rimar e a usar as palavras em diferentes contextos. As palavras saem naturalmente e gosto de escrever para que todos entendam. As palavras simples podem chegar a mais.

 

O que representou o lançamento, em 2017, do livro “Para Ti”?

Dar a conhecer o meu lado poético e tirar da gaveta o que tinha escrito há tempo, foi como presentear um público com parte de mim.

Foi mais uma marca no meu caminho, pois a partir daí passei a ser convidada para vários eventos e a poder utilizar a poesia para chegar a mais pessoas. Escrevo muitas poesias para eventos específicos e presentear outras. A escritora saiu à rua.

 

“Encontro com o Poder da Mente” é outro trabalho da tua autoria. Quando surgiu o interesse pela temática abordada?

O desenvolvimento pessoal entrou na minha vida em 2015. A partir daí é um caminho sem fim, sempre a aprender e a partilhar com outros.

Nesta área há uma diversidade de temáticas, mas as que mais gosto são a inteligência emocional, comunicação assertiva e o poder da mente.

Como dou palestras e faço workshops, senti necessidade de poder entregar aos participantes algo que pudesse ser entendido como o despertar do poder que cada um tem em si.

Daí escrevi este despertar e mais recentemente o EmocionalMente. Falar sobre emoções e compreendê-las muda a nossa perspetiva e visão das coisas e das pessoas. Desenvolvemos em nós a capacidade de melhorar, de nos relacionarmos connosco e com os outros.

 

“Semear Mentes, para curar o coração”. Esta é uma regra que segues com rigor?

Sim. Desde que comecei neste caminho que percebi que podia ajudar outras pessoas com problemas emocionais.

Então gosto de partilhar com outros este poder da mente como forma de semente para que cada um perceba o poder de cura que tem dentro e seguir a uma descoberta do Eu que cada um tem dentre e muitas vezes é desconhecido. A par da minha vida profissional, tenho outra vida. Esta. Que tem crescido muito ultimamente.

 

O desenvolvimento de projetos sobre emoções na infância é uma atividade em que te tens empenhado. Fala-nos da sua importância.

Neste meu caminho, não poderia esquecer os meus alunos e outras crianças que sofrem e nem sempre a escola tem resposta para as suas necessidades emocionais.

Nem sempre uma criança que não aprende tem a ver com falta de capacidades. Muitos têm graves problemas emocionais e as famílias não conseguem ter soluções.

Assim surgiu este lema que está relacionado com um projeto que tenho para os alunos, com a finalidade de trabalhar as emoções, levando assim a um melhor sucesso educativo. Já aplico o projeto “Caixa dos Segredos” há 4 anos e tem resultados fantásticos, nos alunos e suas famílias. Permitir que as crianças possam compreender o que sentem e porque sentem, melhora muito o seu estado emocional e as aprendizagens. Traz calmaria e melhor relacionamento com colegas e adultos. Há menos stress e maior empenho.

Nélia CARRILHO fot2.jpg

E quanto a outros projetos, no futuro?

Estou envolvida em alguns. O projeto que tinha em sala de aula, agora ganha asas e vai a outras escolas e está a ser transformado para ser aplicado a um maior número de alunos.

Integro a criação da 1ª Academia de desenvolvimento Pessoal em Portugal. APSDH – Academia Portuguesa de Superação e Desenvolvimento Humano. Elementos de diferentes partes do país que se juntam para levar o nosso conhecimento aos portugueses e poder ajudar quem mais necessita. Estamos a finalizar as legalidades e vai ser apresentada nas Caldas da Rainha dia 5 de novembro, num evento a publicitar até lá.

O projeto EmocionalMente vai ser desenvolvido no AEAAG e vai ser direcionado para a gestão de conflitos, comunicação assertiva e cuidar dos alunos com graves problemas emocionais que sem esta ajuda estarão perdidos. Continuo a fazer workshops e palestras

Integro o projeto EBIF- Escolas bilingues e interculturais de fronteira. Com organização da OEI (Organização de Estados Ibero Americanos) e dos Ministérios dos dois países. Temos vindo, desde há dois anos a desenvolver este projeto com os alunos de 5 turmas do Agrupamento, com a finalidade de promover o bilinguismo, a interculturalidade e a intercompreensão. Para que os alunos de fronteira possam recuperar estas caraterísticas que no passado nos eram inerentes. O projeto vai ter continuidade. Estamos à espera de indicações para este ano letivo. Ainda neste âmbito irei participar num Erasmus durante este ano letivo.

 

 

 

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publicado às 12:00

Linha de Fronteira

por Correio da Guarda, em 30.03.22

 

Na Casa da Memória Judaica da Raia, no Sabugal, vai ser apresentado no sábado, pelas 14h30,  o projeto ‘Linha de Fronteira’,

Este projeto será proagonizado pelo repórter José Luís Jorge que o leva a percorrer a pé, em três etapas, a linha de fronteira do território português, desde a Foz do Rio Minho até à Foz do Rio Guadiana.

Linha de Fronteira.jpg

Entre março e abril, José Luís Jorge está a cumprir a segunda etapa da ‘Linha de Fronteira’, entre o Rio Douro e o Rio Tejo, numa extensão aproximada de 350 quilómetros. No seu trajeto pelo concelho do Sabugal vai recolher testemunhos e registar esses momentos em Aldeia da Ponte, Fóios e Sabugal.

(fonte: CMSabugal)

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publicado às 22:28

Castelo do Sabugal

por Correio da Guarda, em 07.03.22

CASTELO do SABUGAL - fot Helder Sequeira.jpg

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publicado às 12:00

I Rota do Contrabando

por Correio da Guarda, em 08.04.19

 

     No próximo dia 14 de abril vai ter lugar a I Rota do Contrabando (a  cavalo) numa iniciativa  da Junta de Freguesia de Quadrazais e da Asociación Amigos del Caballo ‘A Revolera’, com o apoio do Município do Sabugal e do Ayuntamiento de Valverde del Fresno.

    Esta iniciativa pretende “agradecer conjuntamente o bem fazer dos tempos passados dos nossos pais e avós, unir dois povos irmãos com uma gíria/fala idêntica, que em tempos de contrabando era utilizada pelos dois povos de forma a comunicarem e não serem entendidos pelos Guardas ou em outras situações”, realça a organização.

    O passeio tem início na Junta de Freguesia de Quadrazais, no Largo Nuno Montemor, pelas 9 horas, em direção ao Barroco Branco e marco 60 – indicador de fronteira –, onde está marcado o encontro com “os nossos amigos espanhóis”.

   Neste local vai decorrer “um momento solene com a presença de entidades oficiais, seguido de um reforço. Depois, e em conjunto, descemos a Serra da Malcata rumo a Quadrazais, onde vai ser servido o almoço, acompanhado pela atuação do ‘Grupo Folclórico U Fresno’, ‘Cantadeiras de Quadrazais’, ‘Grupo Coral e de Cantares do Sabugal’ e ‘Grupo Etnográfico do Sabugal”.

 

   Fonte: CMSabugal

 

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publicado às 22:53

Agroraia 2018

por Correio da Guarda, em 21.06.18

Agroraia - Forcalhos.jpg

 

      A Agroraia 2018 vai decorrer nos Forcalhos (Sabugal) de 13 a 15 de Julho.

    Este certame, que pretende impulsionar o setor agrícola e pecuário da região é organizada pela Associação de Freguesias da Raia Sabugalense e Câmara Municipal do Sabugal.

   O programa da Agroraia integra, entre outras iniciativas, uma mostra e degustação de sabores raianos, exposição de máquinas agrícolas, garraiada, palestras, workshops, showcookings, com a presença dos chefs Rui Cerveira e Chakall, mostra de artesanato e produtos locais e também animação musical com destaque para o concerto da fadista Cuca Roseta no dia 14, sábado.

 

 

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publicado às 21:35

Rock in Raia

por Correio da Guarda, em 25.01.16

 

     No Soito (Sabugal) vai realizar-se, a 15 e 16 de Julho, mais uma edição do “Rock in Raia”, festival organizado pela Câmara Municipal do Sabugal, em parceria com a Associação Cultural e Desportiva do Soito (ACDS).

    De acordo com a informação divulgada, esta segunda edição, que terá lugar no Centro de Juventude, Cultura e Lazer do Soito, “promete um cartaz ao estilo rock, com um leque de vertentes que vai desde o Blues ao Rockabilly, passando ainda pelo Metal”.

Raia.png

 

 

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publicado às 18:48

Espaços de Fronteira, Territórios de Esperança

por Correio da Guarda, em 01.07.13

 

     Na Guarda vai decorrer, de 3 a 6 de Julho, a décima terceira edição dos Cursos de Verão, organizada pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI).

    Tendo como tema “Espaços de Fronteira, Territórios de Esperança” e a raia central de Portugal e Espanha em pano de fundo, o curso deste ano irá aprofundar o debate sobre os significados económicos, sociais e políticos que os espaços fronteiriços assumem no contexto europeu, enquanto se revistam êxitos e fracassos de duas décadas de cooperação transfronteiriça.

     O debate do tema será complementado com visitas de estudo cujo trabalho de campo se integra nas rotas ibéricas organizadas segundo o lema “andar, ver e conhecer”.

     À semelhança de edições anteriores, este urso é creditado pela Universidade de Salamanca.

     A sessão de abertura terá lugar no próximo dia 3 de Julho, quarta-feira, pelas 10h00m, na Sala Tempo e Poesia da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço.

     No dia 3 de Julho, pelas 17h00, no mesmo espaço, será inaugurada a exposição “Transversalidades – Fotografia sem Fronteiras 2013” e será lançado o respectivo catálogo.

     A exposição destaca as 28 fotografias seleccionadas e uma mostra das mais de 1000 imagens submetidas à 2ª edição deste concurso, documentando a diversidade de Territórios, Sociedades e Culturas Ibéricas nas temáticas “Paisagens, biodiversidade e património natural”; “Espaços rurais, povoamento e processos migratórios”, “Cidade e processos de urbanização” e “Cultura e sociedade: diversidade cultural e social”.

    O catálogo conta com uma amostra mais alargada das fotografias candidatadas, contextualizando cada tema com textos de António Gama, António Pedro Pita, Eugenio Baraja Rodríguez, Henrique Cayatte,  Jorge Gaspar, Pedro Hespanha e Victorino García entre outros.

    A exposição estará patente na Sala Tempo e Poesia da BMEL atá 31 de Agosto.

 

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publicado às 23:33

Judiarias da Raia

por Correio da Guarda, em 11.03.10

 

“Judiarias da Raia: Legado e Futuro” foi o tema do seminário que decorreu hoje na Guarda, organizado pelo Centro de Estudos Ibéricos e pela Agência para a Promoção da Guarda.
Esta iniciativa integrou um painel de comunicações sobre “O Legado Judaico” e uma mesa redonda subordinada ao tema “Património e Cultura Judaica – Potencialidades e Formas de Valorização”.
Antonieta Garcia falou de “Heranças Judaicas - entre o Esquecimento e a Memória” enquanto María García Casar (Universidade de Salamanca) apresentou uma comunicação intitulada "De este lado de la Raya: las aljamas de los judíos de Salamanca y Ciudad Rodrigo". "Registar para dar a conhecer... Dar a conhecer para valorizar" foi o tema da intervenção de Ferrão Filipe, presidente da Comunidade Judaica do Porto.
 

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publicado às 21:59

Confraria do Bucho Raiano

por Correio da Guarda, em 12.01.09

 

No Sabugal terá lugar no próximo dia 22 de Fevereiro um almoço de convívio e divulgação da Confraria do Bucho Raiano.
Este encontro decorrerá, a partir das 12 horas, no salão da Junta de Freguesia local, integrando os «Roteiros Gastronómicos», a iniciativa da Câmara Municipal de apoio à gastronomia raiana.
A ementa inclui além do obrigatório bucho com batatas e grelos de nabos cozidos, o caldo de baginas secas e sobremesa de mílharas.
De salientar que este almoço ocorre no domingo gordo, dia em que tradicionalmente as famílias mais chegadas se juntavam para comer o bucho.
 
 
A Junta de Freguesia do Sabugal disponibilizou o amplo salão para o almoço, esperando-se que mais de uma centena de confrades e outros convivas se inscrevam no almoço.
A par do convívio da confraria realizam-se no sabugal, por esses dias, os «Roteiros Gastronómicos», iniciativa do Município do Sabugal, a que aderiram diversos restaurantes do concelho.
O bucho é a peça de enchido mais genuína das terras raianas do centro de Portugal. Manda a tradição que após a matança do porco se juntem num barranhão pedaços de carne provindos da cabeça, orelhas e rabo, de mistura com a carne que restou agarrada aos ossos. Coloca-se essa carne em vinha d'alhos durante três dias, após o que se enchem as bexigas dos próprios porcos, indo para o fumeiro a fim de aí secarem com o calor provindo da lareira.
Dar a conhecer o bucho e contribuir para que se transforme numa oportunidade económica para a região é o objectivo da confraria, que realiza no Sabugal o seu primeiro encontro de 2009.
As marcações podem ser feitas até ao dia 15 de Fevereiro de 2009 para o tlm. 966 823 786 ou através de confrariabuchoraiano@gmail.com
 
 

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publicado às 12:44

Centro de Estudos Pinharanda Gomes

por Correio da Guarda, em 08.10.08

 

          No Sabugal vai ser criado o Centro de Estudos Pinharanda Gomes, na sequência do acordo estabelecido entre este pensador e investigador e a Câmara Municipal daquela cidade.
      Pinharanda Gomes, é uma figura incontornável da cultura portuguesa (natural de Quadrazais, concelho do Sabugal) comentava-nos, há alguns anos atrás, que, literariamente falando, é natural da Guarda; embora realizado em Lisboa, como nos dizia, foi na cidade mais alta de Portugal que lançou as primeiras raízes.
 
 
Numa das suas muitas, Pinharanda Gomes escreveu que, “na esquina do tempo, e tendo saído da Guarda há muitos anos (parece que temos o destino da emigração) foi-nos concedida a graça de permanecermos fiel à mátria”.
Essa fidelidade tem sido constante, exemplar, de uma grandeza própria de personalidades de enorme saber e erudição mas simultaneamente simples, humanas e profundamente solidárias com a sua terra de origem.
A sua presença, frequente, em iniciativas aqui realizadas ou as intervenções proferidas sobre temáticas e personalidades ligadas à nossa região comprovam isso mesmo.
         No conjunto vasto de títulos publicados por Pinharanda Gomes avultam três áreas: os contributos na História da Filosofia; as monografias da história da Igreja e os estudos regionais.
No decorrer da sua já longa actividade longa – que se deseja assim continue – Pinharanda Gomes, tem-se afirmado um defensor convicto, e incansável, do nosso património histórico-cultural e outrossim dos valores humanos, mormente desta zona raiana. “Sentimos quanto é longo o dever de um homem dar contas públicas do muito ou do pouco que lhe foi possível realizar pela valorização do seu património, isto é, das coisas da sua terra natal”.
A sua obra, como escreveu João Bigotte Chorão, “bifurca-se em duas direcções aparentemente opostas: a que mergulha nas realidades sensíveis da pátria chica e a que se eleva ao céu das ideias, lá onde a filosofia, não sendo posse egoísta do saber, se assume como forma de conhecimento”.
Pinharanda Gomes é um intelectual que honra a Guarda, honra o país e todo o espaço da lusofonia; com o seu gesto e decisão vem enriquecer o seu concelho, o seu distrito, trazendo o seu vasto e inestimável espólio de investigador e pensador para as suas origens!...Um excelente exemplo para muitos...
                                                                            Helder Sequeira
 
Para uma melhor esclarecimento, transcrevemos, com a devida vénia, do "Capeia Arraiana" uma informação mais pormenorizada.
 
 
“Após vários contactos pessoais foi estabelecido entre Mestre Pinharanda Gomes e a Câmara Municipal do Sabugal, representada pelo Presidente Manuel Rito Alves, um protocolo com validade legal que define as condições da doação do património cultural do ilustre homem de cultura quadrazenho ao concelho sabugalense.
Mestre Jesué Pinharanda Gomes oferece a sua valiosa biblioteca pessoal, pastas com correspondência particular do escritor, recortes e artigos de Imprensa sobre o autor, diplomas de instituições e a numerosa colecção de imagens de santos em que se destacam as valiosíssimas figuras em barro e outros materiais relativos à sua devoção pessoal, Santo António, padroeiro dos alfacinhas.
A Câmara Municipal do Sabugal compromete-se a aceitar o legado e a criar as condições necessárias à instalação e conservação do património doado em instalações situadas no Bairro João Paulo II, no Sabugal, ao qual deverá ser dado o nome de Centro de Estudos Pinharanda Gomes.
O Município do Sabugal vai disponibilizar um funcionário qualificado para inventariar e catalogar os livros de forma a permitir o acondicionamento e transporte de Lisbao até ao Sabugal. Quando as instalações estiverem preparadas e disponíveis a Biblioteca será aberta ao público privilegiando os estudantes e os estudiosos das disciplinas que constem dos livros constantes do legado ou que tenham em vista estudar a obra literária do escritor e a história do concelho.
O Centro de Estudos Pinharanda Gomes será um espaço privilegiado de exposição do riquíssimo património doado e irá integrar vários núcleos de investigação e estudo – unidades descentralizadas – que englobam um conjunto de investigadores interessados em áreas ou temas relacionados entre si.
Os núcleos definidos são: obras do escritor Jesué Pinharanda Gomes, arte, biografias, linguística, histórias de Portugal em diversos volumes, histórias da Igreja em diversos volumes, filosofia antiga e clássica incluindo edições bilingues (gregas e latinas), filosofia e história da filosofia em Portugal, filosofia judaica, filosofia arábica, filosofia política, teologia e mariologia e fatimologia, literatura e poesia (portuguesa e estrangeira), religião, dicionários e enciclopédias, diversas colecções de publicações periódicas e revistas, etnografia local e relações transfronteiriças.
Fomentar a acumulação de conhecimento, combinar o pluralismo analítico e metodológico com a coerência teórica e criar bases de dados que facilitem a investigação e iniciativas conjuntas com instituições públicas nacionais, regionais e locais são alguns dos objectivos do Centro de Estudos. A actividade científica será desenvolvida por uma equipa de investigadores de qualidade dando atenção particular à cooperação e às relações transfronteiriças com Espanha, à formação de jovens investigadores na área das ciências sociais e humanas, à promoção e difusão da cultura científica e ao apoio a iniciativas de cidadãos em domínios ligados às actividades do «Centro».
O processo que resulta deste protocolo deverá ficar concluído até final do ano de 2010.” In "Capeia Arraiana", 8/10/2008
 
 

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publicado às 21:38


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