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A Rewilding Portugal acaba de lançar cabazes para apoiar desenvolvimento económico de produtores locais sustentáveis no distrito da Guarda
A Rewilding Portugal lançou dez cabazes diferentes para apoiar o desenvolvimento económico de produtores locais sustentáveis no distrito da Guarda e os fazer chegar a novos mercados.
A Rewilding Portugal continua a dinamizar a sua Rede Côa Selvagem, uma rede de empresas turísticas e de produção alimentar na região do Grande Vale do Côa que apoiam a conservação da natureza e o trabalho de renaturalização da organização.
Os cabazes chegam ao mercado com a premissa de proporcionar aos clientes “o melhor que o Grande Vale do Côa e os seus produtores locais têm para oferecer” , refere a Rewilding Portugal em comunicado.
Tratam-se de dez cabazes diferentes, que combinam diferentes produtos de membros da Rede Côa Selvagem, todos eles pequenos negócios que estão a desenvolver produtos biológicos e/ou de produção sustentável, apostando em produtos naturais e apoiando ativamente o trabalho da Rewilding Portugal no terreno, nomeadamente através da disseminação dos seus projetos e missão, assim como sendo verdadeiros embaixadores da organização junto das comunidades locais.
Para a Rewilding Portugal, este novo passo procura “apoiar o desenvolvimento económico destes pequenos produtores pró-rewilding, garantindo-lhes o acesso a novos mercados, já que a grande maioria das encomendas que a Rewilding Portugal recebe são do estrangeiro e de outras áreas portuguesas longe desta região, e também demonstrar que apoiar em produtos naturais e em soluções baseadas na natureza pode representar um nicho de mercado e uma nova oportunidade de negócio que aproveite as condições atuais desta região que é o Grande Vale do Côa”.
Os cabazes estão à venda na loja online da Rewilding Portugal, podem ser acedidos aqui; têm combinações de produtos alimentares e cosméticos que vão desde os 3 aos 7 produtos por cabaz, com preços por cabaz que rondam entre os 15 e os 55 euros. Todos os produtos são certificados pela organização como sendo pertencentes a esta rede e cumprindo todos os seus pressupostos de sustentabilidade e amigos da natureza.
Em Avelãs de Ambom (uma localidade a poucos quilómetros da cidade da Guarda) surgiu em 2015 uma marca de produção de frutos vermelhos e frutos de casca rija.
A Ambombagas é uma micro-empresa de base familiar onde Pedro Pinheiro, empresário em nome individual, é o responsável por toda a sua estrutura. Apostando na produção de produtos biológicos em modo sustentável, o principal objetivo da Ambombagas é a comercialização de frutos vermelhos de qualidade, de compotas e fermentados destes frutos.
Ao CORREIO DA GUARDA, Pedro Pinheiro afirma que “cada projeto que se desenvolve nas nossas aldeias é um impulsionador para outros, que seguindo o exemplo, possam criar uma ideia de querer fazer igual ou melhor”
Como surgiu a Ambombagas?
A Ambombagas surge depois da criação de um projeto de produção de frutos vermelhos e frutos de casca rija, como uma marca de produtos biológicos, na aldeia de Avelãs de Ambom, no concelho da Guarda.
Quais foram as principais dificuldades?
Inicialmente a falta de mercados para colocação dos produtos, a falta de experiência no campo para este tipo de culturas e a falta de mão-de-obra local, foram as principais dificuldades.
As apostas iniciais foram em que produtos?
A primeira aposta foi na venda dos frutos vermelhos frescos (mirtilos, amoras, framboesas e groselhas), que se mantém e é a nossa principal fonte de rendimento neste projeto.
Depois surgiram as compotas e licores para aposta em feiras e pequenas lojas, de modo a divulgar a marca.
Como foi a aceitação por parte do público consumidor?
A aceitação foi muito positiva. A fruta fresca tem desde o início certificação biológica, que marca a diferença na qualidade, no sabor e na sustentabilidade.
Estes fatores revelaram-se determinantes para o público-alvo que sempre quisemos atingir, que valorize o que é do nosso concelho, que aposte na qualidade e em produtos benéficos para a saúde.
Quais são os principais destinos de venda?
O principal destino é o mercado local e de proximidade. Fazemos entregas de fruta fresca em casa, no trabalho de cada um dos nossos clientes particulares.
Temos também um importante número de clientes de diferentes locais do país, enviamos a fruta por transportadora que chega no dia seguinte à colheita. Temos ainda um parceiro que coloca os nossos produtos em lojas de produtos biológicos desde o Porto até ao Algarve.
Que produtos se seguiram e como foram recebidos?
Uma das criações da Ambombagas foram cabazes prenda personalizados (caixinhas de madeira), com decorações naturais, que têm sido enviadas para muitos locais em Portugal e no estrangeiro. Fizemos também uma aposta em geleias de frutos vermelhos com vinho espumante embaladas em bisnagas.
Mais recentemente surgiu a ideia de fermentar os frutos surgindo assim um produto inovador: uma bebida fermentada de amoras e framboesas que podemos equiparar a um vinho, com um sabor único.
Quantas pessoas estão envolvidas na produção, embalagem e comercialização?
A nossa pequena empresa é uma empresa familiar. Por ser sazonal, o trabalho que envolve mais pessoas é a colheita, durante cerca de 2 meses e meio. Poderemos ter nessa altura cerca de 15 pessoas, sendo quase exclusivamente familiares e amigos que trabalham/ajudam nessa tarefa. Durante o resto do ano são solicitados alguns trabalhadores locais para a poda e manutenção das estufas e do terreno.
Qual o principal canal que tem sido utilizado para a divulgação dos produtos da Ambombagas?
O principal canal de divulgação é na internet, nas redes sociais e a apresentação dos nossos produtos em feiras locais.
Qual o impacto que provocou a pandemia no trabalho que vinha sendo desenvolvido?
Com a suspensão de feiras e o isolamento adiou alguns investimentos e ideias para desenvolver novos produtos.
Consideras que este pode ser um exemplo para outras iniciativas, diferenciadas, por parte de jovens no interior?
Penso que devemos olhar sempre como um bom exemplo todas a atividades que levem pessoas a fixar-se no interior, em aldeias cada vez mais ausentes de pessoas. Cada projeto que se desenvolve nas nossas aldeias é um impulsionador para outros, que seguindo o exemplo, possam criar uma ideia de querer fazer igual ou melhor.
A pandemia obrigou a repensar os jovens ao nível do empreendedorismo no interior?
Penso que a pandemia impulsionou muitos jovens a olhar para o interior com outros olhos.
O interior como um local onde a vida se vive de uma forma mais intensa, mais saudável mais sustentável, sinónimo de qualidade de vida.
Quem vive no interior tem uma janela de oportunidades, pois há disponibilidade de terrenos, de casas para recuperar, de locais únicos para descobrir.
Que apoios deveriam ser dados para a afirmação de projetos como a Ambombagas?
Os apoios deveriam ser dados pelo governo e pelas estruturas de poder local no sentido de os nossos produtos, sempre que disponíveis, serem adquiridos para serem consumidos nos organismos do estado (escolas, hospitais…).
Estava prevista uma loja física ou a entrega das encomendas continuará a ser pessoal e por transportadoras?
Já passou pela ideia ter um espaço físico, mas sendo a principal aposta na comercialização da frusta fresca, durante 2 meses e meio, não se justifica a abertura de um espaço comercial. Vamos continuar a aposta de entrega em mão e do envio por transportadora dos nossos produtos.
Novos projetos ou produtos para curto prazo?
Os novos projetos passam melhoria de infraestruturas para melhoria dos produtos já criados.
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