Alojamento: SAPO Blogs
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Notícias da Guarda e região | Reportagem | Crónicas | Entrevistas | Apontamentos | Registos
Na Guarda, ao longo dos últimos anos, tem sido incrementado o debate sobre questões toponímicas, com particular incidência nesta cidade.
O Fórum sobre Toponímia, que no próximo mês de Outubro terá nova edição, acentuou, desde o início, o muito que há a fazer no âmbito desta temática, bem como a diversidade de estudos por ela suscitados; teve, aliás, consequências práticas através do lançamento de um concurso de toponímia e a escolha do modelo de novas placas, como é do conhecimento geral.
A investigação em torno deste tema permite um enriquecimento cultural e o reforço da identidade citadina; por outro lado, não deixa de constitui uma atenção permanente perante situações que exigem uma adequada e correta intervenção.
Independentemente das conjunturas políticas e sociais, devemos pugnar por uma Guarda da memória, contribuindo para que a cidade preserve a sua história, dignifique os seus valores, honre os seus pergaminhos e saiba construir pontes sólidas para o futuro, fidelizando paixões, conquistando novos visitantes.
As cidades são como os homens; têm ou não carácter – e a tê-lo importa preservá-lo”, como escreveu Eugénio de Andrade. A Guarda é muito mais que o património edificado; é memória, é somatório de vidas, experiências, é (deve ser) um pulsar coletivo.
É imperativo de consciência e cidadania assumir-se uma consciência critica, uma intervenção constante em prol do nosso espaço geográfico e afetivo, espaço de vivências. “O passado é, por definição, um dado que coisa alguma pode modificar. Mas o conhecimento do passado é coisa em progresso, que ininterruptamente se transforma e se aperfeiçoa” e, como acrescentava Marc Bloch, “a incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado”...
Ao longo do tempo foram muitas as alterações toponímicas introduzidas na nossa cidade. Como escreveu Pinharanda Gomes, “na Guarda, e no decurso do nosso século [vinte], tem-se cometido, repetidas vezes, aleatórias modificações de toponímicos, dificultando ainda mais as tarefas dos que, por exemplo, dedicados a pesquisas arqueológicas, poderiam atacar desde logo o sítio exato, caso a memória do nome se mantivesse”.
Um dos casos mais evidentes é a Rua Francisco de Passos que continua a ser designada, pela generalidade dos guardenses, como Rua Direita. O seu nome evoca o Governador Civil da Guarda que desempenhou funções entre 11 de Junho de 1926 e 25 de Agosto do ano seguinte. Esta rua, recorde-se, constituiu a principal ligação da urbe medieval, unindo a cidadela do Torreão (também conhecida por Torre Velha da fortaleza, edificada provavelmente no século XII) à Alcáçova existente junto às portas da Covilhã (na zona em frente da Escola de Santa Clara).
As alterações toponímicas, como já aqui escrevemos noutra ocasião, poderiam ser minimizadas caso fosse inserida a anterior designação, como aliás acontece noutras cidades (e como está previsto nas normas relativas às futuras placas), sobretudo com um significativo passado histórico.
“Restaurar é restituir. A restituição da toponímia é um ato de honestidade cultural, de devolução do património à comunidade, de abandono de opções adventícias, por vezes decorrentes das situações políticas, e, por fim, de entrega aos arqueólogos e aos historiadores, de uma nova fonte documental para historiografia a fazer”, tal como observou Pinharanda Gomes.
A toponímia da Guarda é um vasto campo para estudo e investigação e pode levar-nos à (re)descoberta de múltiplas facetas do seu passado, validado por mais de oito séculos de história, enquanto urbe.
É importante que sejam implementadas correções e suscitado o envolvimento dos cidadãos na salvaguarda destes “pontos de memória”. Saibamos assumir a nossa responsabilidade coletiva, privilegiando todos os contributos idóneos em favor dos reais e verdadeiros interesses da cidade, de modo a que não se apague o espírito e a magia da Guarda. (Helder Sequeira)
Evidenciar a toponímia como referência de valores históricos, culturais e memória coletiva de factos, personalidades, tradições ou legados identitários é o objetivo do “Fórum sobre Toponímia”, de âmbito nacional, que o Instituto Politécnico da Guarda vai promover a 26 de Outubro de 2018.
“Se a toponímia tem uma importância inquestionável na delimitação de espaços, permite, por outro lado, apreender a matriz de um povo, a organização sócio geográfica, o desenho da malha urbana de épocas passadas, o conhecimento e investigação de sítios históricos ou arqueológicos, o papel do povo na salvaguarda da atribuição de nomes que a tradição consolido”, refere a Organização deste Fórum, que vai já na sétima edição.
“O estudo e valorização da toponímia permitem, um melhor conhecimento de cada aldeia, cada vila e cada cidade. Assim, ao promover este Fórum, o Instituto Politécnico da Guarda pretende contribuir para um melhor conhecimento do País, dos valores históricos, culturais, sociais e políticos a ele associados” é ainda afirmado a propósito desta iniciativa.
Os interessados em apresentar comunicações devem efetuar a submissão dos seus trabalhos até 25 de Julho de 2018, enquanto as pessoas interessadas em participar devem fazer a sua inscrição (gratuita mas obrigatória) até 25 de Setembro.
Outras informações complementares estão disponíveis aqui.
Evidenciar a toponímia como referência de valores históricos, culturais e memória coletiva de factos, personalidades, tradições ou legados identitários é o objetivo do “Fórum sobre Toponímia” que o Instituto Politécnico da Guarda vai promover a 26 de Outubro de 2018.
“Se a toponímia tem uma importância inquestionável na delimitação de espaços, permite, por outro lado, apreender a matriz de um povo, a organização sócio geográfica, o desenho da malha urbana de épocas passadas, o conhecimento e investigação de sítios históricos ou arqueológicos, o papel do povo na salvaguarda da atribuição de nomes que a tradição consolido”, refere a Organização deste Fórum, que vai já na sétima edição.
“O estudo e valorização da toponímia permitem, um melhor conhecimento de cada aldeia, cada vila e cada cidade. Assim, ao promover este Fórum, o Instituto Politécnico da Guarda pretende contribuir para um melhor conhecimento do País, dos valores históricos, culturais, sociais e políticos a ele associados” é ainda afirmado a propósito desta iniciativa que pretende ter um âmbito nacional.
Os interessados em apresentar comunicações devem efetuar a submissão dos seus trabalhos até 25 de Julho de 2018, enquanto as pessoas interessadas em participar devem fazer a sua inscrição (gratuita mas obrigatória) até 25 de Setembro.
Outras informações complementares estão disponíveis aqui.
Na Guarda vai decorrer, amanhã, o V Fórum sobre Toponímia, promovido pelo Instituto Politécnico. Este Fórum terá lugar no Auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), a partir das 9 horas.
“Guarda – Toponímia e Cristãos Novos, finais do Século XVI” (Manuel Luis Santos), “As mulheres Emparedadas do santuário de Milreu e da Senhora do Templo-Tempre” (Fernando Monteiro Correia), “Particularidades da toponímia na Freguesia da Ramela” (Vanda Sá Rodrigues), “Ainda o Côa (Questionando)” (Eurico Morais Palos), “Novas Placas Toponímicas na Guarda” (Sérgio Costa) e “A Guarda escrita por Vergílio Ferreira, Tomás Ribeiro e Augusto Gil” (Anabela Pereira Matias) são os temas das comunicações agendadas para o período da manhã.
O programa prosseguirá a partir das 14h30 com intervenções subordinadas aos temas “Toponímia: de Aldeia Lourenço a Malta”, (Manuel Martins Neves) e “Safed – a tradição judaica que abraçou a Guarda” (José Levy Domingos), as quais antecedem a apresentação do livro «História da Companhia de Jesus em Portugal», da autoria de Maria de Deus Beites Manso.
A entrada é livre.
A Câmara Municipal está a promover um concurso de ideias subordinado ao tema “Toponímia da Guarda”.
Este concurso tem por objetivo uniformizar o grafismo das placas toponímicas e dos números de polícia existentes em cada zona, de acordo com o perfil arquitetónico e urbanístico, de modo a neutralizar a existência de diferentes suportes/modelos. A autarquia guardense considera que é “importante e urgente adequar as placas toponímicas às características de cada zona urbana e procurar as melhores soluções para uma identificação/elucidação das personalidades consagradas na toponímia guardense, adequando-a à tipologia do suporte e potenciando os atuais recursos técnicos e tecnológicos”.
O concurso de ideias desdobra-se nas categorias de centro histórico e zona envolvente; restante área urbana da cidade da Guarda; freguesias rurais; limite das freguesias rurais e limite do concelho da Guarda.
As candidaturas, e os documentos que materializem as ideias, devem ser apresentadas até ao próximo dia 4 de Outubro. As maquetas vencedoras (em cada categoria) serão anunciadas no dia do feriado municipal e receberão um prémio de mil euros.
Os interessados podem obter mais informações no Gabinete de Apoio ao Munícipe da Câmara Municipal da Guarda ou através do sítio da autarquia guardense na internet.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.