A Delegação da Guarda da MYOS-Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica vai desenvolver algumas acções informativas e formativas no sentido de alertar para a actual realidade daquela doença reumática e igualmente para a campanha iniciada pela Rede Europeia de Associações de Fibromialgia.
Recorde-se que a Fibromialgia, como foi definida pela Direcção Geral de Saúde, é uma doença reumática de causa desconhecida e natureza funcional, que origina dores generalizadas nos tecidos moles, sejam músculos, ligamentos ou tendões mas não afectam as articulações ou os ossos.
A dor causada pela Fibromialgia é acompanhada de alterações quantitativas e qualitativas do sono, fadiga, cefaleias e alterações cognitivas, por exemplo, perda de memória e dificuldade de concentração, irritabilidade e, em cerca de um terço dos casos, apenas depressão, entre outros sintomas.
Esta doença afecta mais as mulheres do que os homens e inicia-se entre os 20 e os 50 anos, no entanto as crianças e os jovens também pode sofrer de fibromialgia; em idade escolar a frequência é igual em ambos os sexos.
Entretanto, a ENFA - Rede Europeia de Associações de Fibromialgia - lançou esta semana uma petição online no seu sítio (www.enfa-europe.eu) onde apela ao contributo de todos, doentes, familiares, amigos, colegas e profissionais de saúde, para que a assinem e divulguem, a bem dos mais de 12 milhões de pacientes com Fibromialgia na União Europeia.
A Fibromialgia é reconhecida como doença pela OMS (Organização Mundial de Saúde) desde 1992, conforme consta na sua lista oficial ICO-10, M-79-7, contudo muitos profissionais de saúde e algumas autoridades de saúde continuam a questioná-la.
A realidade actual, em todos os países europeus, é que se ignora o direito de um elevado número de pessoas afectadas por uma doença crónica a uma boa qualidade de vida. Por isso foi lançado um apelo à comunidade médica, e aos políticos nacionais e europeus para:
1. Combater o cepticismo em torno desta doença.
2. Melhorar a qualidade de vida dos doentes.
3. Pôr em funcionamento programas de apoio individuais e interdisciplinares que permitam ao doente manter-se económica e socialmente independente e que combatam todas as formas de isolamento e exclusão.
4. Assegurar o ensino aprofundado desta matéria na formação obrigatória dos cursos de Medicina, nas suas diferentes especialidades médicas, e de outras áreas da saúde.
5. Apoiar e acompanhar programas de sensibilização que facilitem o diagnóstico e tratamento precoce, assim como o acesso a cuidados de saúde em qualquer altura.
6. Reunir os apoios adequados para a investigação científica desta patologia.
7. Pôr em funcionamento na União Europeia um programa de intercâmbio de boas práticas na Fibromialgia.