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Notícias da Guarda e região | Reportagem | Crónicas | Entrevistas | Apontamentos | Registos
É um título e uma presença diária com dezasseis anos consecutivos. Para os próximos tempos há novos projetos e ideias. Gratos a todos quantos têm acompanhado este percurso. Pode seguir-nos também no Instagram (correioguarda) ou no Facebook em:
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A chuva intensa que caiu na passada semana provocou, como é do conhecimento público, elevados prejuízos na freguesia de Sameiro (Manteigas).
A força das águas danificou habitações, destruiu telhados, arrastou viaturas, derrubou postes de iluminação pública, provocou inúmeros e elevados prejuízos.
Era, aliás, previsível a ocorrência deste tipo de situações face à tragédia que se abateu sobre a Serra da Estrela. Na nossa memória devem continuar presentes as imagens das labaredas que destruíram histórias de vida e trabalho árduo, dizimaram espécies animais e vegetais, transformaram a cor da esperança num crepitante manto negro onde ficaram comoventes súplicas de troncos carbonizados, quais esculturas de terror e morte…e muitos desses troncos de árvores irremediavelmente feridas foram agora lançados na fúria da água e da lama…
Sobre o fogo que lavrou na Estrela há múltiplas questões que têm de ser equacionadas, esclarecidas, resolvidas com decisões firmes, sem subalternizações geográficas ou em função do peso dos indicadores demográficos na definição do quadro político.
Somos todos Portugal e a Serra da Estrela, o interior recusa a ser tratado como até acontecido até aqui, pesem argumentos (sobretudo eleitoralistas) em sentido contrário. Não podemos continuar a ser, “socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados” (na elucidativa expressão de Torga) e a merecer atenção apenas em dias de tragédia ou de lamentáveis episódios.
Passados que foram os dias de desespero, anunciadas as intenções governamentais de tornar a Serra da Estrela “melhor do que estava,” declarada e definida a situação de calamidade pública, feito o balanço dos prejuízos, identificados os casos onde deve haver um apoio urgente, anunciadas as verbas a aplicar, importa passar das palavras aos atos. Há que desencadear medidas que não pactuem com o tradicional esquecimento e comodismo, ou fiquem enredadas na sobreposição de esferas de competências institucionais, com as consequentes demoras nas decisões específicas. Em especial as relativas aos auxílios e apoios a quantos viram dizimados os seus haveres e meios de subsistência.
Neste contexto, é justa uma referência às associações e aos voluntários que imediatamente estiveram no terreno serrano e foram ao encontro das pessoas, sobretudo mais idosas e fragilizadas.
Esta solidariedade deve ser enaltecida e servir de desafio a todos quantos sentem e vivem a Estrela que nos guia; onde deve ser célere a planificação, escolha cuidada de espécies autóctones e pronta reflorestação.
Escrevia João de Araújo Correia que “(…) o melhor remédio curativo e preventivo contra a corrupção do ar é o arvoredo. Onde houver uma árvore, há uma fonte que lava o sangue do homem. Quero até crer que lhe lava a alma como transcendente espelho de beleza. Hoje, que a alma comum se deixou inquinar, só à vista da árvore se pode desencardir (…)”. E só com novas árvores retiraremos o manto de luto que continua estendido por uma larga área da Serra.
A dimensão e as consequências do fogo que deflagrou num Parque Natural, numa zona classificada como geoparque mundial da UNESCO (a merecer mais informação e sinalética) não podem ser esquecidas pelas entidades governamentais e autárquicas, a quem se deve exigir atuação preventiva, firme e eficaz no quadro das suas competências.
A Serra da Estrela “em cujo seio de pedra palpita o amorável coração de Portugal” (Ladislau Patrício) pode e deve ser um símbolo de unidade de esforços, competências, recursos e ideias, alargado a todo o território nacional em prol de um harmonioso e equilibrado desenvolvimento.
Entretanto, a Estrela continua majestosa, convidativa à (re)descoberta em qualquer época do ano e suscitando um vasto conjunto de percursos e propostas ao longo dos territórios que a têm como guia perene.
Helder Sequeira
in O Interior, 21| Set | 2022
Uma simples nota para assinalar 13 anos de edição deste blogue. Continuam presentes os objetivos iniciais e são desenhadas, agora, novas ideias. Bem hajam pela vossa leitura...
O início do desconfinamento gradual, esta semana, foi encarado com um misto de entusiamo e receio, não faltando argumentos num e noutro sentido.
É certo que a sensatez deve prevalecer e continuar a orientar os comportamentos para medidas preventivas, pois vivemos ainda num quadro de incertezas.
Albert Camus, na sua conhecida obra “A Peste”, falava de cidadãos “impacientes do presente, inimigos do passado e privados do futuro”; lembrava, por outro lado que “nunca alguém será livre enquanto existirem os flagelos”. A atual pandemia tem mostrado como a liberdade é cerceada…
Para não ficarmos privados do futuro e fruirmos da liberdade teremos de, objetivamente, aprender com esta invulgar experiência do último ano, aferindo as necessárias adaptações ao nível da sociedade (globalmente entendida) e no plano individual, definindo prioridades, novas metodologias e fórmulas concretas de cooperação, acompanhadas de um constante exercício de cidadania.
Para ganharmos o futuro, mormente aqui nesta região do dito interior, é imprescindível um esforço coletivo, a modernização tecnológica, a rentabilização de recursos humanos e potencialidades endógenas, um diálogo franco entre todos os agentes de desenvolvimento económico, social, cultural e científico, um incremento da motivação e um apoio célere aos projetos inovadores.
O coletivo deve, mais do que nunca, sobrepor-se ao individual, deixando para trás protagonismos pessoais e promessas demagógicas.
Ao longo de décadas, entre o que se anuncia e concretiza vai uma enorme distância temporal, com planos definitivamente lançados para as gavetas do esquecimento onde repousam as mais ardentes afirmações mediáticas e as fotos para mais tarde recordar…
Este é um tempo de congregar esforços e incrementar a capacidade de resposta aos desafios do presente e do futuro; um tempo em que os cenários para as próximas eleições autárquicas começam a desenhar-se com maior nitidez, permitindo uma melhor perceção de anteriores movimentações e atitudes públicas de alguns.
Ciclicamente, nos meses que antecedem os atos eleitorais surgem as mais diversificadas acusações ou revelações, procurando emergir, junto do público, como a mais puras das coincidências, e sempre sob a bandeira do interesse geral e da justiça social; aparecem, também afirmações e determinações redobradas na resolução dos problemas, há muito inventariados, mas sem verem aplicada a necessária solução.
Aumenta, por outro lado, gradualmente o volume e a sonoridade das intervenções políticas, com o objetivo de marcar campos de ação e captar, em devido tempo, as atenções do eleitorado, o qual denota, ano após ano, um evidente cansaço perante estes reciclados expedientes e face ao balanço daquilo que outrora foi prometido e se encontra, realmente, executado.
As explicações, políticas, assumem as mais diversas facetas, onde cabem as discriminações do poder central, a insuficiência de verbas e, nos tempos que correm, as consequências da pandemia… Esta continua presente.
A referenciação, esta semana na França, de uma nova variante do vírus que tem transformado o mundo e as nossas vidas, deve suscitar a máxima atenção de todos nós, a envolvência na ajuda a resolução dos problemas, o exercício da nossa responsabilidade individual, o sentido crítico face às propostas políticas que nos vão ser apresentadas e às respostas necessárias no quotidiano.
Este é um tempo de mudança e de novos desafios.
Hélder Sequeira
(in O Interior, 18-3-2021)
O ano que agora termina fica associado a um período temporal em que o mundo parou após a propagação de um vírus relativamente ao qual se espera um conhecimento mais profundo.
Talvez nunca se tenham levantado, como agora, tantas incertezas e expetativas na transição para um novo ano. Apesar da esperança acalentada pelo início da vacinação não nos iludamos quanto às dificuldades no futuro, onde se torna imprescindível a determinação e uma eficaz convergência de esforços, estratégias e decisões políticas em várias vertentes.
O físico Carlos Fiolhais dizia, recentemente, que “com a pandemia os egoístas vão ficar sozinhos”, mas infelizmente a percentagem destes continua a ter um valor elevado: são pessoas a quem este abanão global parece não ter perturbado, persistindo numa atitude de insensibilidade à dor, à tragédia, ao próximo. O seu guião de vida é ditado pelos objetivos pessoais ou pelos interesses/desejos do seu restrito círculo de familiares ou amigos, nada os perturbando enquanto não forem afetados na sua saúde…
A necessidade de uma mudança radical de mentalidades é um dos ensinamentos desta emergência sanitária, de forma a que sejam alcançadas promissoras realidades, novos horizontes de bem-estar, desenvolvimento (em todas as áreas), segurança e felicidade. Esta, como lembrava Vergílio Ferreira, “não se mede pela quantidade do que nos aconteceu, mas pela quantidade de nós que responde ao que acontece”; sem filtros que iludam o presente e o futuro, antes atuando com verdade, frontalidade, transparência, reais preocupações com a sociedade, globalmente entendida.
A pandemia sublinhou a importância e interdependência de setores profissionais a quem é devido, para além das palmas, o justo reconhecimento, respeito e valorização do seu trabalho. Os profissionais de saúde, os elementos das forças de segurança, os bombeiros, os elementos ligados à área de transporte e logística, entre outros, não devem ser esquecidos; assim como tantos que – ligados a setores como a produção, a indústria, a restauração, a hotelaria, a cultura, comércio e serviços – tiveram de agilizar impensáveis alterações e iniciar uma adaptação que deixará, certamente, linhas de orientação para os anos mais próximos.
Aliás, dados recentemente divulgados indicam que 70% das empresas estão inclinadas para adotarem um sistema misto entre teletrabalho e presencial, após o desaparecimento da pandemia. Se esta mudança tem virtualidades também associa várias questões (já levantadas por investigadores e especialistas), mormente as relacionadas com à separação entre vida profissional e privada, acentuada pela óbvia alteração de horários face às condições de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias e plataformas digitais.
Há, pois, muitas expetativas para 2021, desde logo na implementação das vacinas na população residente neste distrito e igualmente quanto à capacidade dos responsáveis políticos e institucionais em articularem e operacionalizarem planos/apoios com incidência e resultados positivos nesta região do interior, que não continue a ser terra de passagem, mas de fixação, de desenvolvimento económico, social, cultural e turístico, num quadro de salvaguarda dos seus valores identitários.
Bom Ano para todos!
Hélder Sequeira
in Terras da Beira, 31|12|2020
Ao longo dos anos a sobreposição, nas mesmas datas, de eventos culturais, desportivos ou musicais tem sido evidente, com reflexos negativos ao nível de potenciais participações ou da fixação de visitantes, durante mais dias.
Reeditamos, uma vez mais, esta questão por considerarmos ser importante o desenvolvimento de um trabalho, planificado com antecedência e num verdadeiro espírito de cooperação e diálogo, por parte das autarquias, agentes culturais ou desportivos, instituições e coletividades.
O conhecimento prévio da calendarização de eventos na nossa zona incrementará um maior envolvimento dos residentes e dos forasteiros, pela possibilidade de equacionarem a sua participação e de elaborarem o roteiro mais adequado com os seus gostos.
Salvaguardando as datas âncora tradicionalmente reservadas para certames que estão consolidados no distrito, o cuidado dos organizadores deve passar pela recíproca troca de informações passíveis de permitirem o desejado alargamento temporal de eventos, distribuídos por dias diferentes; desta forma, as pessoas terão a possibilidade de participar em diferentes iniciativas, programadas para locais distintos.
Um visitante que venha à Guarda numa determinada data para assistir a um espetáculo não terá, certamente, a possibilidade de participar noutro evento (até com perfil diferente) que decorra, no mesmo dia, em Seia, Trancoso, Pinhel ou no Sabugal, por exemplo; oferecer, com a refletida e acordada distribuição, vários eventos no período de visita dessas pessoas terá toda a vantagem em termos de rentabilização da viagem, do conhecimento da região, das receitas da restauração e hotelaria, da dinamização social e melhor conhecimento das localidade.
Esta planificação, pelo que se tem verificado em termos de estratégias concelhias, não será fácil mas é fundamental abrir caminho a uma agenda comum enquadrada num objetivo e empenhado trabalho em rede; capaz de contemplar o máximo de propostas, muito para além de eventos, alargando a novos roteiros motivadores da heterogeneidade de públicos alvo. De recordar que, há algumas décadas atrás, e já no período pós-25 de abril, as reuniões periódicas de presidentes das câmaras municipais do distrito fomentavam um interessante diálogo que permitia o entendimento em várias matérias e eficazes fórmulas de cooperação, benéficas para a evolução dos territórios.
Os castelos, as praias fluviais, a cultura, os solares, as igrejas, a gastronomia, os trilhos, as atividades de montanha, a Serra da Estrela, a flora, os museus, os monumentos e sítios arqueológicos, as tradições, os festivais, o artesanato, as aldeias da meseta ou da Serra, as recriações históricas, as feiras, a observação das aves, os vinhos, os roteiros sobre escritores, o teatro religioso, as águas cristalinas e as múltiplas e encantadoras paisagens que temos para (re)descobrir e oferecer, a quantos nos queiram visitar, é um vasto conjunto de áreas potenciadoras de novas vias de desenvolvimento.
Atualmente, com o a disponibilização de novas tecnologias – o que não afasta uma edição impressa da agenda distrital – não é difícil a organização e sistematização de uma informação (regular e eficazmente atualizada) sobre a oferta distrital ao nível de eventos, locais a visitar, hotelaria, restauração, imprensa local, transportes, roteiros turísticos, locais de lazer, formação, bibliotecas e arquivos, unidades de saúde e contactos úteis.
A criação (envolvendo contributos multidisciplinares) de uma aplicação para equipamentos móveis, usados por todos no dia a dia, uma via desejável, conciliando-a com outros suportes informativos que não olvidem, igualmente, a síntese e qualidade dos textos, o cuidado na apresentação, a qualidade fotográfica e a facilidade de consulta.
Existem, na nossa zona, conhecimentos, recursos e meios; falta a decisão, o entendimento e o empenho em se pensar numa estratégia global para esta região do interior, divulgando a sua realidade, promovendo as suas potencialidades, captando novos visitantes e investimentos.
Hélder Sequeira (in O Interior, 15|8|2019)
“Os homens só valem pelo que de bondade e verdade tragam aos outros homens, porque, uma ou a outra, não caíram nunca em terra estéril, nem mesmo quando tombam na indiferença de rochedos”. Assim escreveu, em 1911, Augusto Gil, nas páginas do semanário guardense que então dirigia.
Estas palavras, e apesar de decorrido todo este tempo, continuam atuais. O autor da “Balada da Neve”, num texto que assinalava uma efeméride particularmente grata para ele, do ponto de vista ideológico, pretendia transmitir um sentido global a essa afirmação, sustentada na sua cultura e experiência.
A verdade e bondade, as ideias abrangentes dos interesses gerais, os projetos credíveis, as regras moralizadoras e justas, a exigência e responsabilização, o reconhecimento da capacidade e profissionalismo, a atitude dialogante e compreensiva, o incremento dos contributos individuais em prol da eficácia dos serviços, a rentabilização cabal das potencialidades humanas e técnicas continuam a esbarrar em várias trincheiras: do individualismo, da mediocridade, das conveniências (sejam de que natureza forem), dos interesses político-partidários, do laxismo instalado (pese a difícil conjuntura que atravessamos) em tantos sectores.
A frontalidade é inversamente proporcional à cobardia e, para muitos, a estagnação continua a ser preferível à mudança, pois importa garantir o equilíbrio mais conveniente, consoante o tempo e o lugar; por norma, a ostracização é a resposta para quem não acompanha a orientação das ondas ou manifeste, inequívoca e claramente, uma diferente forma de estar e pensar, competência, humanidade, novas alternativas, propostas diferenciadoras e credíveis.
Tudo isto se pode verificar no dia-a-dia, na região, no país. O esquecimento da ética, a falta de integridade, a irresponsabilidade, a ignorância ou desrespeito pela lei, a falta de formação cívica e moral, a avidez pelo poder, o clientelismo ou as prepotências da mediocridade provocam um contínuo constrangimento na evolução da sociedade portuguesa; impedem a capitalização dos valores e das capacidades existentes ou convidam a “emigrar”...
O passado e o presente têm inúmeras lições de determinação e de triunfo, sem ser preciso lançar o olhar para além-fronteiras com o objetivo de formular diagnósticos e aplicar terapêuticas.
Há, desde logo, uma imperiosa necessidade de alterar mentalidades, atitudes e comportamentos, banir a intriga e a maledicência; fazer valer os direitos mas cumprir os deveres; aceitar e refletir sobre as ideias diferentes; saber dialogar; protagonizar, sempre, a verdade e a bondade, mesmo que, perante a força das marés, seja tarefa penosa e incompreendida.
À semelhança do que ocorreu no país, a manifestação do passado sábado, na Guarda, foi uma demonstração de consciência cívica e democrática; contudo a intervenção cívica não pode ficar só por este tipo de ações mas deve servir para pressionar a resolução de problemas, exigir responsabilidades, reclamar melhorias, atuações com verdadeiro sentido profissional, decisões que permitam melhor fruição das nossas vidas, com qualidade, respeito, apoio e segurança.
A Guarda encontra-se numa encruzilhada de incertezas e de esperanças; incertezas pelos projetos adiados, ou irremediavelmente perdidos; pelas promessas desfeitas, indecisões na defesa empenhada das questões fulcrais para a eficaz afirmação da cidade e suas instituições/serviços; pela subtil marginalização transmitida através do distanciamento, no calendário das opções, em relação à concretização dos justos anseios; pelas endémicas reticências à inovação, criatividade, rentabilização dos recursos e potencialidades.
E neste contexto económico e social é importante que não abdiquemos de plataformas onde se pode ancorar o futuro, desde logo o turismo, o ensino, a cultura.
Esta última área, por exemplo, alcançou meritória e inquestionavelmente, distinta projeção, que importa não interromper; um registo feito por insuspeitas personalidades, face à diversidade de propostas e iniciativas que, ao longo dos últimos anos, têm sido apresentadas, em vários domínios, na cidade da Guarda; uma realidade em relação à qual há ainda muita gente a passar ao largo, como se estivéssemos a confrontar-nos com desconhecidos eremitas ou doentias lucubrações, provocadas pela pureza do ar desta terra de altitude.
Como escreveu Ladislau Patrício, “altitude não significa apenas uma certa posição física – situação dum ponto acima do nível do mar; traduz também uma posição moral – elevação da alma acima do comum, acima do charco lodoso da planície rasa, onde pululam a grosseria e a mediocridade”… A pujança cultural é, sem sombra de dúvidas, um eminente contributo para fortalecer a imagem da cidade que – por incúria de alguns – deixou amarelecer o epíteto de “terra da saúde” e esqueceu os seus mais expressivos símbolos.
É urgente que se definam e materializem as melhores estratégias globais – tendo em mente o presente e o futuro - , se fomente a cooperação (a todos os níveis), se procure a resposta possível para os principais problemas, se fomente o empenho individual e coletivo, se baixem as bandeiras partidárias ou dos interesses de grupos, se assuma o espírito da Guarda.
Caso contrário até o Anjo deixa de ser nosso...
In "O Interior", 20/9/2012
O novo reordenamento das instituições museológicas portuguesas, e as suas incidências locais, têm suscitado diversas notícias, intervenções e interpretações...
Um tema que não se pode desligar do debate em torno da Cultura, em Portugal.
A propósito, deixamos aqui uma oportuna opinião.
foto:RA
Prossegue hoje, dia 13 de Dezembro, no Café Concerto do TMG, o ciclo de debates «Rádio Café», organizado pela Rádio Altitude e pelo Teatro Municipal da Guarda. O tema desta edição, que se inicia pelas 21h30, é «O comércio da Guarda».
Numa época do ano que é das mais importantes para os comerciantes, vamos cruzar testemunhos e opiniões sobre projectos, problemas, anseios e oportunidades deste sector fundamental na economia da Guarda.
Com mais este debate queremos continuar a motivar uma reflexão de comunidade. Cada cidadão dará o seu melhor contributo: as ideias. O painel de intervenientes será formado por Carlos Guerra, Delfim Gomes, José Grilo e Miguel Frias: quatro comerciantes de diferentes gerações e áreas de actividade, que têm em comum o investimento no comércio da Guarda. O debate terá como moderador o jornalista Rui Isidro e será aberto a todos os presentes no Café Concerto. O objectivo é uma troca de ideias informal e descomprometida, à vista de todos – e a contar com todos.
Não haverá "especialistas" nem "instituições", apenas cidadãos empenhados em pensar a Guarda. A entrada é livre e a opinião também.
fonte: Rádio Altitude
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