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O centenário do nascimento de José Pinto Peixoto - uma referência, nacional e mundial, na área da geofísica e da meteorologia - é hoje assinalado. Nasceu na Miuzela (Almeida) a 9 de Novembro de 1922; concluído o ensino primário, frequentou, na capital, o Liceu Gil Vicente, até 1940, ingressando depois na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde obteve a licenciatura.
No ano seguinte foi convidado para estagiar no Observatório Central Meteorológico Infante D. Luis, da Universidade de Lisboa, tendo passado a trabalhar, a partir de Abril de 1946, no Serviço Meteorológico Nacional (SMN); até 1969; em simultâneo – a depois de 1952 – exerceu funções docentes na Faculdade de Ciências.
Em 1948 fez uma curta estada no Serviço Meteorológico do Canadá e frequentou a Universidade de Toronto, naquele país. Seis anos depois, com o apoio de uma bolsa da Academia de Ciências, foi para o Massachussets Institute of Techology (MIT), relacionando-se com consagrados cientistas, como sejam os casos de Victor Starr, Edward Lorenz, Abraham Oort e Barry Saltzman.
Regressado a Portugal, em 1956, desenvolveu estudos sobre o ciclo da água à escala global, “produzindo os primeiros mapas de transporte global de água pela circulação atmosférica”; continuou a manter estreitos contactos com os cientistas do MIT e produziu intensa investigação. Com Abraham Oort, no Geophysical Fluid Dynamics Laboratory (Princeton, USA), colaboração,regular, que conduziu à publicação de vários trabalhos de grande importância.
Na Universidade de Lisboa concluiu, em 1959, o doutoramento, em Ciências Geofísicas. Vice-Reitor da Universidade de Lisboa, entre 1969 e 1973, Pinto Peixoto dirigiu também, a partir de 1970, o Instituto Geofísico e impulsionou a fundação do Centro de Geofísica.
Colaborou, mais tarde, com a Universidade Nova de Lisboa e Universidade da Beira Interior; foi professor convidado de várias universidades europeias. Presidiu, ainda, à Academia de Ciências e colaborou, como conferencista, em iniciativas de diversas organizações como a UNESCO, NATO e Organização Meteorológica Mundial (OMM/WMO), entre outras.
A produção científica de Pinto Peixoto é relevante; pela influência que ainda hoje continua a exercer poderemos destacar o seu livro “Physics of Climate” (publicado pelo American Institute of Physics); contudo, para além de importantes publicações neste domínio, escreveu ainda vários livros de divulgação que incidem em temáticas sobre o ambiente e clima.
José Pinto Peixoto faleceu em 6 de Dezembro de 1996.
Este breve apontamento não permite, obviamente, traçar o perfil completo e retratar a obra e a grandeza deste académico, cientista, meteorologista e físico, natural do distrito da Guarda; antes pretende ser sugestão para um melhor conhecimento da vida e do legado que deixou à comunidade científica e a todos nós. Na história das Ciências da Atmosfera, da Hidrologia, da Termodinâmica e da Teorias do Clima, o nome de José Pinto Peixoto sobressai na ilustrada galeria dos vultos mundiais.
Helder Sequeira
A Casa de Cutura Professor Doutor José Pinto Peixoto assinala também o centenário do nascimento do referido cientista com algumas atividades, destacando-se a conferência a proferir hoje pelo Prof Doutor Rui Perdigão, pelas 21h30, e à cerimónia da entrega do “Prémio Nacional Prof Dr José Pinto Peixoto, Ensino Secundário 2021-2022” nas instalações daquela associação, na Miuzela, pelas 15H00 do dia 12 Novembro. Mais informação aqui.
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