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A poucos dias da comemoração dos cinquenta anos da revolução de abril é dever de memória evocarmos uma figura incontornável da luta pela liberdade e democracia.
Falamos do Dr. João Gomes, um nome que bem se pode traduzir por grande e exemplar democrata, homem de vasta cultura e humanidade, advogado brilhante, orador apreciado, socialista distinto; um homem sempre fiel aos valores que constituíram a sua ideologia democrática. “Grande advogado, orador inflamado e eloquente, João Gomes, foi até à sua morte indefetivelmente fiel às suas convicções republicanas de sempre”, escreveu Mário Soares numa publicação editada, em 2009 pela Câmara Municipal da Guarda.
João Gomes tutelou uma enorme atividade política, bateu-se pela liberdade, por princípios e ideias; esteve sempre na linha da frente dos interesses desta cidade, do distrito, do interior.
Mesmo quando exerceu as funções de Governador Civil do Distrito não hesitava em discordar – sempre que a sua consciência e o seu amor pela Guarda assim o exigiam – das diretrizes políticas ou opções estratégicas que, na sua opinião, não serviam ou não eram as melhores para a Beira Serra, terminologia que gostava de usar e à qual dava relevo mediático no programa radiofónico “Reflexões Políticas”, emitido, durante alguns anos, na Rádio Altitude.
Em entrevista publicada no primeiro número do quinzenário “Notícias da Guarda” comentava, a propósito das suas funções como Governador Civil que “a maior parte das pessoas vêm para estes lugares para se servirem e terem naturalmente de dizer sim ao Governo. Eu sou capaz de dizer não, se o Governo, para além de certos limites, ofender certos princípios que possam ofender não só a minha dignidade, mas também os interesses da gente da minha terra”.
O Dr. João Gomes em entrevista ao jornal Notícias da Guarda, publicada no primeiro número.
João Gomes nasceu a 26 de julho de 1912 na freguesia de Avelãs da Ribeira (concelho da Guarda), onde frequentou a instrução primária. Estudou, depois, no Liceu da Guarda e completou o curso liceal em Viseu, no ano letivo de 1928/29; no ano seguinte foi estudar Direito na Universidade de Coimbra, curso que concluiu em 1934.
A sua atividade profissional iniciou-se na Comarca de Celorico da Beira, como subdelegado do Procurador da República e no final do ano de 1935 vem trabalhar para o Cartório Notarial da Guarda, exercendo a partir do início de 1936 as funções de Conservador do Registo Predial da Guarda. A sua atividade como advogado inicia-se em novembro de 1937; no ano seguinte passou a estar ligado, como redator principal, ao “Distrito da Guarda”, semanário republicano regionalista.
Em 1945, João Gomes aderiu ao Movimento de Unidade Democrática (MUD); no ano de 1958 apoiou a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, presidindo à comissão distrital e dinamizando diversas ações e sessões eleitorais; nesse mesmo ano foi nomeado Delegado, na Guarda, da Ordem dos Advogados.
Nos anos seguintes desenvolveu uma determinada e notável ação política, no contexto da Oposição Democrática e como candidato, nas listas pelo distrito, à Assembleia Nacional.
Em abril de 1974 está na linha da frente do apoio ao Movimento das Forças Armadas, que saúda no decorrer da manifestação realizada a 26 desse mês junto ao Regimento de Infantaria 12, na Guarda; dois dias depois, juntamente com outras figuras políticas vai esperar Mário Soares na fronteira de Vilar Formoso.
Exerceu, no pós-25 de abril, funções docentes no Liceu Nacional Afonso de Albuquerque, lecionando a disciplina de “Introdução à Política”. A partir de finais de 1975, foi o primeiro presidente da Delegação Distrital da Guarda da Cruz Vermelha Portuguesa.
Em 1977, como presidente da Comissão Executiva da Subcomissão Regional, João Gomes é o responsável pelo programa das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, realizadas na Guarda. No ano seguinte foi nomeado Diretor Distrital da Segurança Social do Distrito; em julho de 1983 tomou posse do cargo de Governador Civil do Distrito da Guarda, onde esteve até dezembro de 1985.
O Dr. João Gomes, Governador Civil da Guarda, nas I Jornadas de Imprensa Regional Organizadas pelo Notícias da Guarda.
“Esse lugar foi-me oferecido e quero acentuar que foi por uma questão moral que aceitei. Eu posso ser ainda útil ao meu distrito e essa foi uma das razões que me levaram a aceitar o cargo”. Afirmava, em janeiro de 1984 ao Notícias da Guarda. “Para mim, a política é, acima de tudo, um ato de honra, de carácter e dignidade. Isso é que não vejo em muita gente. Há muitas pessoas que aproveitam a política para outros fins, prejudicando realmente as verdadeiras posições doutrinárias e ideológicas”, acrescentava na entrevista que nos deu para esse jornal, deixando vincadas outras preocupações sobre a cidade e o distrito da Guarda, cuja unidade sempre defendeu.
Em novembro de 1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade, pelo então Presidente da República. Ramalho Eanes considerou-o, num texto publicado em 2009, “um homem bom, que bem quis e soube render os seus talentos”, destacando também ser merecedor do epíteto de “Homem histórico”, “pela sua ação coerente, pela sua ação de uma vida, dedicada aos portugueses.”
Este ilustre guardense foi distinguido em várias ocasiões e lugares, nomeadamente pela Região Militar do Centro (em 1994) com a medalha de brasão de armas e pela Câmara Municipal da Guarda de quem recebeu, em 1988, a Medalha de Prata.
João Gomes faleceu, em Lisboa, a 23 de maio de 2003.
Aquando da comemoração dos 99 anos da implantação da República, a Guarda prestou-lhe uma justificada homenagem e a autarquia fez o lançamento do livro “João José Gomes – Homem do pensamento e da cultura / Homem da palavra e da acção”, que permite um melhor conhecimento do guardense que hoje recordamos; “advogado das liberdades e dos mais necessitados, mas sobretudo o intelectual que, sem desistência de qualquer tipo, sempre procurou estar totalmente atualizado com as grandes questões do nosso tempo”. Anotou Jorge Sampaio.
O seu nome passou está inscrito toponímia da Guarda, da sua cidade, numa rua da zona urbana do Torrão. Como lembrou a sua filha, João Gomes “serviu a Guarda desinteressadamente. Tinha a sua profissão e viveu dela. Nunca se serviu da política. Infelizmente, nem sempre foi compreendido. São, às vezes, ambições desmedidas e invejas mal contidas que provocam determinadas situações”. Escreveu Maria Isabel Gomes no livro atrás referenciado, onde Monteiro Valente (capitão de abril e o rosto da revolução na Guarda) sublinhou que preservar a memória de João Gomes “é fundamental para que as novas gerações compreendam melhor o que foi a ditadura e quanto custou a liberdade. Para que percebam também que o regime democrático em que vivem não foi o resultado de um acaso da história, de uma simples e normal mutação política, mas expressão culminante das aspirações de liberdade dos Portugueses”.
Honrar a memória de João Gomes passa por refletir sobre o seu exemplo, sobre sua vida e atividade política, sobre o seu pensamento, sobre o seu constante empenho no desenvolvimento social e cultural, sobre o seu contributo em prol das verdadeiras causas da cidade e do distrito, sobre o seu amor à Guarda e à liberdade.
“A liberdade – dizia João Gomes – é sempre a liberdade daquele que pensa de uma maneira diferente do que nós pensamos”.
Hélder Sequeira
O feriado municipal da Guarda vai ser comemorado a 27 de novembro, dia em que se assinalam os 820 anos da atribuição de foral por D. Sancho I, em 1199
O programa organizado pelo município guardense vai decorrer entre os dias 23 de novembro e 1 de dezembro. O destaque vai para o dia de aniversário, 27 de novembro, com atividades na cidade e em alguns pontos do concelho da Guarda. O programa comemorativo inicia-se às 10h30, na Praça do Município, junto ao edifício dos Paços do Concelho para a cerimónia do hastear da bandeira. O momento contará com a participação das três corporações de bombeiros do concelho e da Banda Filarmónica de Famalicão da Serra.
Segue-se, na Sala António de Almeida Santos, a Sessão Solene Comemorativa do 820º aniversário da cidade que este ano, terá como tema de fundo "As empresas e o seu contributo para o desenvolvimento regional". Na sessão, serão ainda homenageadas com a medalha de mérito Municipal, várias personalidades com provas dadas pelo seu trabalho desenvolvido e nas mais diversas áreas do saber. De referir ainda que a sessão será presidida por Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial.
Para as 12h00, está prevista a assinatura do auto de consignação e lançamento da primeira pedra dos Passadiços do Mondego, a ter lugar no Paredão da Barragem do Caldeirão. As Comemorações prosseguem depois com a Inauguração do Parque de Merendas da Quinta da Taberna, em Videmonte, às 13h00.
Pelas 15h30, no Codesseiro, serão inauguradas as obras de Requalificação do Largo do Rossio naquela localidade do concelho da Guarda; pelas 16h30, no Porto da Carne são inauguradas as Obras de Requalificação do Largo da Junta de Freguesia e Zona Envolvente.
O programa comemorativo continua com a ligação da iluminação de Natal que contará com um espetáculo no Largo João de Almeida, pelas 18h30. No grande auditório do TMG terá lugar, pelas 21h30, um concerto com os The Gift.
Fonte: CMG
O Ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, desloca-se amanhã, 18 de julho, ao distrito da Guarda.
O programa da visita deste membro do Governo inclui a assinatura de vários protocolos que preveem a reabilitação e revitalização da zona de fronteira de Vilar Formoso, a instalação do arquivo de registo automóvel na Guarda e o alojamento dos “backups” da rede informática do Governo em Seia
A deslocação inicia-se em Almeida, onde será assinado o Protocolo que "define os projetos considerados estruturantes para o lançamento de estudo de viabilidade de um projeto integrado de intervenção para reabilitação e revitalização da zona de fronteira de Vilar Formoso, que envolve também a área governativa das Infraestruturas e da Habitação", de acordo com a nota informativa divulgada pelo Gabinete do Ministro Adjunto e da Economia.
Para a cidade da Guarda será oficializado o projeto piloto de localização do arquivo de registo automóvel de Lisboa, no âmbito de trabalho conjunto com o Instituto dos Registos e do Notariado e a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. De referir ainda que o Município de Seia vai passar a alojar a cópia de segurança (“backups”) da Rede Informática do Governo (RInG), minimizando, assim, riscos de eventuais catástrofes naturais como incêndios, inundações, tempestades e sismos.
A acompanhar o Ministro estarão o Secretário de Estado da Economia, João Neves, a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, o Secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, e o Secretário de Estado da Valorização do Interior, João Paulo Catarino.
As V Jornadas da História dos Jogos em Portugal vão decorrer na Guarda entre 29 de Setembro e 1 de Outubro.
O programa completo pode ser consultado aqui.
Américo Rodrigues vai participar, a 21 e 22 de Junho, na próxima edição do festival "Voix Vives".
A edição de 2013 está, este ano, integrada, no XIX Festival Internacional de Poesia de Génova (Itália) "Parole spalancate".
O autor guardense participará como poeta convidado e irá declamar poemas dos seus mais recentes livros: "A casa incendiada" e "O ponto cego".
A Culturguarda EM e a Câmara Municipal da Guarda apresentaram esta manhã, em conferência de imprensa (na Praça Velha), as iniciativas Feira de S. João 2013 e visitas encenadas “Passos à volta da memória – um poeta na cidade”.
A Feira de S. João realizar-se-á nos dias 22, 23 e 24 de Junho no Largo de João de Deus e no pátio do Museu da Guarda. E como em edições anteriores, reunirá naquele espaço vendedores e colectividades da região com a tradicional venda de produtos e muita animação. Não faltarão a fogueira de rosmaninho e bela-luz com a queima da boneca e o tradicional baile de S. João (na noite de 23), bem como os comes e bebes típicos.
Quanto às visitas encenadas, este ano na sua quinta edição, vão realizar-se entre 2 de Julho e 31 de Agosto num total de 45 sessões (1 sessão por dia, sempre às 17h30, tendo como ponto de encontro a Praça Velha). As visitas encenadas contam com a coordenação de Américo Rodrigues, com o texto e a encenação de Antónia Terrinha e com a interpretação do actor André Amálio.
Augusto Gil, o autor da incontornável Balada da Neve, será o guia da iniciativa “Passos à volta da memória”, este ano com o sub-título “Um poeta na cidade”.
Desta vez o percurso da visita terá início na casa onde viveu o poeta, localizada na rua com o seu nome por detrás dos balcões da Praça Velha.
Uma viagem pela história da cidade mais alta, que termina na escadaria do Largo Frei Pedro.
fonte: Culturguarda
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