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Exposição: na Guarda dos olhares

por Correio da Guarda, em 17.02.23

 

Guarda_No alto da cidade_Foto Helder Sequeira.JPG

Na Galeria Espaço #4 do Museu da Guarda está patente, desde ontem, e até ao próximo dia 9 de abril a exposição fotográfica “Na Guarda dos olhares”, da autoria de Helder Sequeira.

Como foi salientado na sessão inaugural, este certame “é uma proposta de descoberta e redescoberta de algumas realidades citadinas.”

Uma proposta que “deixa tempo e espaço para a Guarda de múltiplas interpretações, sentimentos e olhares; mas também para a celebração da fraternidade, como foi observado – por António José Teixeira – a propósito de uma das fotos.”

Estas são o resultado de um olhar pessoal, que procurou “eternizar momentos” de uma cidade “bela e sedutora”, os “sons da gente guardense” ou a “geografia da nossa história e dos nossos afetos”, onde os jovens desejam e querem acreditar no futuro.”

Inuaguração_exposição Fotografia HS (19).jpg

O autor das fotos salientou que a “exposição foi enriquecida pelas palavras de vinte e cinco guardenses, de um quadro etário e profissional heterogéneo. Contudo convergente na paixão por esta cidade; proporcionando o diálogo entre texto e imagem, num oportuno e inteligente sublinhado da equipa responsável pela concretização desta mostra.”

Álvaro Pereira Guerreiro, Anabela Matias, Ana Queiroz, Antonieta Garcia, António José Teixeira, António Quinaz, António Sá Rodrigues, Bernardo Gomes, Dulce Helena Borges, Elisabete Gonçalves, Filipe Caetano Joana Rei, João Pais Trabulo, João Pena Fonseca, Joaquim Duarte, José Manuel Monteiro, Luís Baptista Martins, Luís Fidalgo Sequeira, Maria José Neto, Mário Carvalho, Pedro Baltazar, Susana Milhões, Susana Pereira Lino, Thierry Santos e Vasco Pires comentaram as fotos que integram a exposição “Na Guarda dos Olhares”.

 

 

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Na Guarda das memórias...

por Correio da Guarda, em 25.08.22

Guarda - Rua da Torre _2022agHS.jpg 

Guarda. Rua da Torre.

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publicado às 12:40

Taberna...

por Correio da Guarda, em 06.07.22

Taberna - Arrifana HS .jpg

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Muros de memórias...

por Correio da Guarda, em 19.10.21

Muros de memórias - HS.jpg

 

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publicado às 19:58

Luísa Coimbra: a menina da Rádio

por Correio da Guarda, em 14.08.21

 

Luísa Coimbra tem na rádio uma das suas paixões. A rádio cruzou-se na sua vida quando tinha 16 anos. Natural de Almofala, (Figueira de Castelo Rodrigo) onde nasceu em 1959, reside na Guarda desde os dois meses de idade.

“Mar de música, mar de gente” e “Sintonia” são alguns dos programas radiofónicos que evoca com saudade, agora que está desligada da rádio, de cuja magia nunca se afastou. Talvez por isso mesmo tenha criado o podcast “Menina da Rádio”, “um projeto pessoal, intimista, para deixar correr os “sentidos” como disse ao CORREIO DA GUARDA.

Nesta conversa fala-nos igualmente da cidade onde, referiu, faltam “novas oportunidades de trabalho”.

 

Luisa Coimbra.jpg

Como surgiu, e quando, a tua ligação com a Rádio?

Aos 16 anos, quando me inscrevi e participei num dos concursos da Rádio Altitude.

 

Foi fácil a adaptação ao ambiente da rádio?

Muito fácil. Jovem como era, tinha a certeza que aquele seria o meu caminho, contrariando embora todos os objetivos sonhados para mim, pelos meus pais.

 

Quais foram os teus primeiros trabalhos e em que programas?

Recordo-me muito bem eram fins-de-semana inteirinhos a passar “Discos Pedidos”, os programas da manhã “Mar de Música, Mar de Gente”, o programa “Sintonia” que me levou até às Produções Sintonia no Porto, na RDP - Rádio Guarda, a aposta na formação no âmbito do Jornalismo e, por último, a Rádio F e os programas da noite.

Luisa Gonçalves .jpg

Quais os/as colegas que recordas dessa época?

Todos sem exceção! Claro que uns marcaram mais do que outros.

Estive nas três estações de Rádio sempre por convite (o que muito me orgulha) sem querem magoar ninguém, lembro com muita saudade o João Lopes, e enfim o velho amigo Emílio Aragonez, a quem devo realmente esta grande paixão pela Rádio.

 

Como era a relação que se estabelecia com os ouvintes?

Íntima, verdadeiramente íntima!

Criei laços que guardo até hoje e que ficarão para sempre, na cumplicidade, no sorriso que transparecia e até nos muitos olhares de admiração/ interrogação, quando com surpresa me encontram ainda hoje na Junta de Freguesia … a pergunta que fica no ar… “Mas, não era a menina, a Luísa da Rádio? “

 

As pessoas identificavam-te no exterior?

Sim claro, vivíamos numa cidade pequena, a Rádio era companhia assídua de muita gente e todos nos conhecíamos.

 

Como era feita a seleção musical para os programas que apresentavas?

Todas as rádios por onde passei dispunham de uma discografia excecional, entre os velhinhos Singles, LPs, depois pelos CDs, procurava com alguma antecedência ir ao encontro dos gostos musicais dos ouvintes e fazer um programa onde acima de tudo estava o interesse por quem estava e ouvia no lado de lá.

 

Como vias a relação entre a Rádio e a Cidade/Região? As pessoas apreciavam a rádio?

Como já disse, creio que a Rádio tinha um grande poder, que é o poder de cativar, de informar e isso creio ter-se conseguido.

Eu pelo menos tenho a sensação de dever cumprido.

 

Tens algum episódio que possa ilustrar essa relação?

Puxando pela memória, recordo-me de alguns diretos feitos para a “Informação”, onde as populações se manifestavam, pela ausência do que consideravam essencial, quer pelos tantos convites que nos faziam e onde pude testemunhar/ vivenciar situações que em pleno Sec. XX, era na Rádio que se faziam ouvir…

Lembro-me por exemplo, num dos últimos trabalhos que fiz na Rádio F, com o meu querido Tó Jó (António Jorge Sepúlveda) de existir uma escola, no nosso concelho, onde a grande luta da professora era manter os meninos na escola, porque os pais exigiam que eles fossem trabalhar, logo pela manhã. Meninos a quem a professora levava o pequeno-almoço, porque sabia que estariam sem comer…

E enfim, tantos outros episódios, relatos de vidas com história…

 

Qual foi a experiência mais positiva na rádio? E a mais negativa?

Positivas todas...não tenho experiências negativas!

 

Os condicionalismos técnicos impediam a criatividade? 

Não gosto de dizer no “meu tempo”, porque o meu tempo é hoje, mas tenho para mim, que naquele período, tive tudo, em todas as Rádios e a criatividade surgia de forma natural.

Sempre me adaptei de forma fácil, aliás o meu gosto pela Rádio era tanto, que não havia impedimento algumJ, aliás conto em jeito de brincadeira um episódio que me aconteceu no primeiro dia, na minha estreia radiofónica.

Estava no estúdio na Rádio Altitude, ocupadíssima entre discos e publicidade e esqueci-me de fechar o microfone, quando irrompe pelo estúdio o saudoso Antunes Ferreira, que me diz “menina, menina tem o microfone aberto e só se ouve “Ai minha nossa senhora!… “

Bom, se fosse hoje, o desabafo seria outro com certeza… (risos)

foto Luisa Gonçalves .jpg

Quais as principais diferenças que notas entre a rádio de ontem e de hoje, nomeadamente ao nível dos estúdios e programação?

Estou longe da Rádio já algum tempo, por isso creio que apenas do que possa falar seja do que ouço e assim sendo, creio que se abusa demasiado das “play list”.

Julgo que a Rádio ainda hoje é, ou pelo menos para mim é, comunicação e não creio que hoje exista, pelo menos da forma como eu, e muitos outros como eu, a vivemos. 

 

Hoje é mais fácil fazer rádio?

Creio que hoje, é menos empolgante fazer Rádio.

São horas e horas de música...mas claro que existem exceções e os bons comunicadores continuam a existir!

 

Depois da rádio, como foi o teu percurso profissional?

Deixei a Rádio por opção, mudei de cidade, mudei de vida.

Hoje, e já há algum tempo, sou funcionária da Junta de freguesia da Guarda.

 

Após o teu regresso à Guarda houve novo contacto com a rádio?

Existiu sim, muito superficial.

 

Há algum tempo atrás iniciaste um podcast, sobre rádio. Como surgiu essa ideia e qual o principal objetivo?

Surgiu porque os meus filhos me conhecem como ninguém, sabem desta minha paixão e o Tiago, (filho do meio) que se move muito bem nesta área criou o “Menina da Rádio” que é tão só um passatempo que me transporta para “esses dias da Rádio” …

 

Como tem sido a reação das pessoas?

Creio que gostam, gostam de me ouvir.

E a mim a cima de tudo dá-me imenso prazer em fazer, em partilhar.

 

Gostavas de regressar ao trabalho numa rádio? E com que projeto?

A Rádio vai sempre fazer parte de mim… foram 20 anos, a fazer Rádio e claramente sim! Porque não, as noites da Rádio?

 

Achas que a história da Rádio, em Portugal, passa também pela Guarda?

Sem dúvida, ou não existisse a nossa velhinha Rádio Altitude com todo o seu saber, com toda a sua história da qual eu também faço parte.

 

Como vês hoje a Guarda?

Uma cidade “nova “, em expansão e quero acreditar com potencial para criar novos projetos e novos futuros.

 

O que falta na cidade?

Essencialmente novas oportunidades de trabalho.

 

Como gostas de ocupar os teus tempos livres?

Escrevendo, lendo e aprendendo e acima de tudo partilhando uma boa conversa, com bons amigos, como agora, o que naturalmente agradeço.

 

 

 

 

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publicado às 12:00

Francisco Carvalho: na Guarda da Rádio

por Correio da Guarda, em 30.06.21

 

 

Em 1973 Francisco Carvalho entrou para a Rádio Altitude (RA) e, desde então, tornou-se uma voz inconfundível da atividade radiofónica construída a partir da mais alta cidade de Portugal.

Juntamente com Luís Celínio, produziu a partir desse ano o programa “Escape Livre” o programa de com mais longevidade em Portugal. Francisco Carvalho entrou para os quadros da Rádio Altitude em 1978, “primeiro como animador de emissão e depois como jornalista”.

Saiu da RA 1990, “para integrar a equipa fundadora da Rádio F”, onde trabalhou quatro anos, após o que ocorreu o regresso à Rádio Altitude, onde esteve até há algumas semanas atrás.

Iniciado que está um novo ciclo na sua vida, não vai por de parte a sua voz, num tempo onde cabe também espaço para a escrita e memórias, como disse ao CORREIO DA GUARDA.

Sobre a cidade onde continua a residir, Francisco Carvalho considera que é preciso “menos invejas e mais gente empreendedora”, acrescentando que, na região, “houve uma evolução desorganizada. Tem faltado planeamento e visão de futuro. Diria que na grande maioria dos casos falta aos autarcas preparação adequada para o exercício dos cargos.”

F carvalho 2.jpg

Como e quando ocorreu a tua entrada para a rádio?

Como profissional aconteceu por mero acaso.

Tinha regressado de Lisboa, onde estudei no ISLA, e na altura dava aulas de geografia na Escola Secundária Afonso de Albuquerque quando fui convidado para fazer algumas horas de locução, como se dizia na altura.

Comecei, naturalmente, pelos discos pedidos que naquela altura preenchiam grande parte da programação.

Depois fui passando aos poucos para a informação e para os noticiários regionais.

 

Que nomes recordas dessa época?

Alguns dos que me convidaram e incentivaram na altura.

Antunes Ferreira, Emílio Aragonez, Luís Coutinho, Virgílio Ardérius, Luís Coito e José Domingos, entre outros.

Francisco Carvalho - 1984.jpg

Na Redação da Rádio Altitude, com Emílio Aragonez, início da década de oitenta

 

Nessa época o que havia de diferente na programação da(s) rádio(os)?

Era tudo muito diferente!

A informação era de certa forma “artesanal", feita sobretudo por colaboradores que iam à rádio algumas horas por dia fazer os noticiários e o resto da programação que era, em maioria, preenchida com discos pedidos.

Lembro que naquela época (década de 70) ainda não tinha acontecido o “boom" das rádios locais e não havia jornalistas profissionais no mercado – nem sequer possibilidade de os contratar porque o quadro da rádio só comportava três profissionais: o encarregado-geral, um locutor e um administrativo).

Hoje há mais gente profissional, mais rigor e o telefone foi substituído pelo computador.

 

Que música ou músicas estiveram/estão na tua preferência?

Pink Floyd, Genesis, Queen, Bruce Springsteen John Legend, Joe Cocker, Alicia Keyes, entre outros.

Por muitos motivos – e não apenas pela música – valeu a pena ter vivido intensamente os anos 80. Nunca mais haverá uma década assim (digo eu !!)

Edifício da Rádio Altitude -1982.jpg

Continuas a ouvir mais música ou notícias?

Música de vez em quando. Notícias sempre.

 

Quando começou a tua ligação ao jornalismo?

Como já disse, fui incentivado por alguns colegas mais velhos que na altura faziam a informação regional.

Aos poucos fui deixando a música e comecei a escrever e a apresentar noticiários

 

Qual foi notícia sobre a cidade que mais prazer te deu em transmitires aos ouvintes? E a pior?

No primeiro caso talvez tenha sido o anúncio da presidência aberta de Mário Soares na Guarda – que tive oportunidade de entrevistar em Belém, juntamente com o António José Teixeira.

Achei que poderia ser uma grande oportunidade para a Guarda começar a aparecer no mapa com o mediatismo de uma visita presidencial de vários dias.

As piores notícias tiveram naturalmente a ver com a morte de pessoas.

Por dever de ofício acorri a vários acidentes no antigo IP5 e cada vez que lá fui raramente trouxe boas histórias para contar. Tantas mortes que podiam ter sido evitadas se tivessem construído logo a auto estrada!

O grande acidente ferroviário de Alcafache (Mangualde) que cobri também a nível nacional (RR), com a ajuda do Carlos Martins, foi outro acontecimento que me marcou bastante assim como, mais recentemente, os incêndios de 2017 que fizeram várias vítimas mortais no distrito.

 

Que diferenças notas ao nível do jornalismo em Portugal, confrontando o passado com o presente?

Agora é mais rigoroso e interventivo.

Há profissionais muito mais qualificados e as novas ferramentas tecnológicas que temos à disposição também ajudam muito.

F carvalho.jpg

Hoje o jornalista passa demasiado tempo na redação?

Talvez sim. Mas é preciso dizer que em relação por exemplo à investigação, com os meios disponíveis em redações geralmente pequenas, não há grande possibilidade de ter um ou dois jornalistas dedicados em exclusividade.

No resto acho que poderia haver mais sensibilidade para procurar histórias que interessem à generalidade das pessoas.

Mas lá está, se somos imprescindíveis na redação ou no estúdio não podemos estar noutras tarefas.

Francisco Carvalho - RA 2.jpg

O Desporto foi uma das áreas da tua preferência? Porquê?

Pratiquei desporto no liceu e essa área sempre me interessou, mais do que a política por exemplo.

Primeiro foi o automobilismo por via do programa Escape Livre – chegámos a ir ao rally de Monte Carlo e às 24 horas de Le Mans – e depois comecei a interessar-me mais pelo futebol.

 

Tiveste, também, uma colaboração com a imprensa desportiva. Fala-nos desse período?

Foi na altura em que a saudosa Associação Cultural e Desportiva da Guarda era um dos postais da cidade e o clube mais importante do distrito, com participações regulares no então Campeonato Nacional da Segunda Divisão.

Para além dos trabalhos para a rádio comecei nessa altura uma colaboração com o jornal O Jogo, com comentários e reportagens sempre que a equipa jogava em casa.

Mais tarde, a convite do Fernando Paulouro, iniciei uma colaboração com o Jornal do Fundão na altura em que começaram a editar um suplemento semanal de desporto.

O meu trabalho era coordenar e editar o trabalho de uma série de correspondentes desportivos que faziam o resumo dos jogos do campeonato distrital de futebol.

Sem as tecnologias que temos hoje era um funcionário do jornal que ao domingo à noite vinha do Fundão recolher o material à Guarda!

 

A recolha dos resultados desportivos era muito diferente do que acontece na atualidade. Era um trabalho difícil?

Não era fácil. Quando os campos de futebol não tinham telefone (e geralmente não tinham…) era preciso encontrar uma pessoa de confiança que ligava para a redação a dar o resultado final do jogo, ou então tínhamos de ligar para o café mais próximo!

 

Que confronto fazes entre o panorama desportivo de algumas décadas atrás e o de hoje?

Apesar de todas as limitações antigamente julgo que era mais saudável. Hoje já não tenho paciência para ver grande parte dos programas televisivos sobre futebol.

Pouco se discute o jogo e o que interessa são as polémicas.

Já nem falo dos critérios jornalísticos e das regras deontológicas!

Francisco Carvalho - RA .jpg

O que te levou a optares pela Guarda, em termos profissionais?

Não foi uma questão de opção foi uma questão de oportunidade.

 

Atualmente tomarias a mesma opção?

Se tivesse alternativa pensaria duas vezes.

 

O que pensas da evolução da Guarda, cidade e região, ao longo da tua vida de jornalista?

Houve uma evolução desorganizada. Tem faltado planeamento e visão de futuro.

Diria que na grande maioria dos casos falta aos autarcas preparação adequada para o exercício dos cargos.

Isto não vai lá só com os cartões partidários!

E também é evidente que os governos de Lisboa estão-se nas tintas para o resto do país.

 

O que falta na Guarda?

Menos invejas e mais gente empreendedora.

O problema é que somos cada vez menos!...

 

Achas que as pessoas conhecem ou valorizam a dimensão radiofónica que a Guarda teve, sobretudo antes do alargamento do espetro radioelétrico?

De uma vez por todas a cidade – e os decisores –  tem de saber valorizar essa importância. Cada vez que passo pelos pavilhões em ruínas do antigo sanatório não deixo de pensar que bem ali ficaria o museu da saúde e da rádio.

A Guarda tem a rádio local mais antiga do país e uma história importante para contar concentrada no atual Parque da Saúde.

 

A história da rádio, na Guarda, está ainda por fazer?

Já foi feita em boa parte graças também ao autor deste blogue (Hélder Sequeira). Mas sim, ainda há gente pouco informada sobre a importância da rádio no passado e no presente da cidade e da região.

Afinal temos a rádio local mais antiga do país e isso tem de ser valorizado, até para não deixar cair no esquecimento os pioneiros da Rádio Altitude com Martins Queirós, à cabeça.

 

Tens projetos em mente para este novo ciclo da tua vida?

Continuar a aproveitar a voz que Deus me deu, escrever, viajar e começar a organizar o baú das memórias.

 

 

 

 

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Postais da Guarda...

por Correio da Guarda, em 12.06.21

Guarda - Escola Adães Bermudes.jpg

 

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publicado às 12:00

Uma prolongada agonia…

por Correio da Guarda, em 20.05.21

 

O dia 18 de maio de 1907 constituiu uma das mais imponentes jornadas festivas da Guarda, marcada por um expressivo envolvimento coletivo que importa recordar a propósito da passagem (nesta última terça-feira), do 114º aniversário da inauguração do Sanatório Sousa Martins.

Nesse longínquo dia de 1907 abriu-se um novo período da história citadina; se, por um lado, a Guarda ficou dotada com um moderno Hospital, tutelado pela Misericórdia, por outro iniciou, através do Sanatório, uma eminente atividade médica e assistencial que colocou a cidade mais alta de Portugal nos roteiros internacionais das estruturas de saúde vocacionadas para o combate à tuberculose.

O fluxo de tuberculosos superou, largamente, as previsões, fazendo com que os edifícios do Sanatório Sousa Martins se tornassem insuficientes perante a procura; este era aconselhado a todos quantos sofriam de “tuberculose pulmonar, anemia, fraqueza organica, impaludismo, etc.”, como noticiava a imprensa local.

O impacto económico e cultural destas duas instituições (Sanatório Sousa Martins e do Hospital da Misericórdia da Guarda, a que seria atribuído o nome do então Provedor, Dr. Francisco dos Prazeres) fez-se sentir ao longo de várias décadas, como tem sido reconhecido e evidenciado em vários trabalhos.

Na cidade conjugaram-se, nessa época, uma série de fatores que viabilizaram a concretização do sonho de alguns, alicerçado numa sólida determinação e na multiplicidade de atos solidários, apesar dos circunstancialismos político-sociais do Portugal do início do século XX.

É interessante verificar o tácito entendimento entre representantes de diferentes posturas ideológicas em função do momento festivo que a cidade ia viver, tanto mais que o ato inaugural destas unidades de saúde era engrandecido com a presença do Rei D. Carlos e da Rainha D. Amélia. A Guarda, como foi afirmado na imprensa local, não podia abdicar dos seus pergaminhos de cidade fidalga e hospitaleira.

A inauguração (inicialmente prevista para 28 de abril e depois para 11 de Maio) dos três pavilhões que integravam o Sanatório ocorreu a 18 de maio de 1907, com a presença do rei D. Carlos e da Rainha D. Amélia que materializou nesta instituição de tratamento da tuberculose a homenagem a Sousa Martins, atribuindo-lhe o nome daquele clínico, cuja ação e dinamismo ela tinha já evocado numa intervenção pública, no seio da Associação Nacional aos Tuberculosos, realizada em 1889.

Aos dezoito dias do mês de Maio de mil novecentos e sete, num dos edifícios recentemente construídos no reduto da antiga Quinta do Chafariz, situada à beira da estrada número cinquenta e cinco, nos subúrbios da cidade da Guarda, estando presentes Sua Majestade a Rainha Senhora Dona Amélia (...), procedeu-se à solenidade da abertura da primeira parte dos edifícios do Sanatório Sousa Martins e da inauguração deste estabelecimento da Assistência Nacional aos Tuberculosos, fundada e presidida pela mesma Augusta Senhora (...)”. Assim ficou escrito no auto que certificou a cerimónia inaugural da referida estância de saúde.

O jornal A Guarda, num texto intitulado “A inauguração do Sanatório Souza Martins – impressões d’um forasteiro” relatou que D. António de Lencastre começou por ler “o seu relatório. Não se ouve quasi nada. Só se sabe que cita Hipocrates e elogia Souza Martins. O discurso tem todo o ar d’um relatório. Vê-se que está escrito à machina em quatro folhas de papel branco. Ha numeros à mistura (...) Vem depois Lopo de Carvalho, cuja voz também sumida não nos deixa ouvir bem” todo o seu discurso.

Nesse mesmo dia, cerca das 15 horas, o Rei D. Carlos e a Rainha D. Amélia foram inaugurar o novo edifício do Hospital da Misericórdia da Guarda, na atual rua Dr. Francisco dos Prazeres. Na capela da nova unidade hospitalar, teve lugar a cerimónia da bênção do edifício, pelo Arcebispo-Bispo da Guarda, “seguindo os monarcas para a enfermaria dos homens onde o sr. Provedor na presença de numerosa assistencia leu um bem elaborado relatório sobre a construcção das obras do novo hospital”.

Sanatório - Pavilhão D. António de Lencastre -

Hoje, o estado de abandono e degradação dos antigos pavilhões do Sanatório Sousa Martins não dignifica uma cidade que se quer afirmar pela história e anseia ser capital europeia da Cultura. Tal como aconteceu da data festiva atrás referida, é urgente uma união de esforço e a procura dos melhores planos no sentido de serem recuperados, salvaguardados e utilizados esses edifícios seculares.

Anotar a passagem dos 114 anos após a inauguração do Sanatório Sousa Martins não é cair em exercício de memória ritualista, mas apelar – uma vez mais – para a preservação do património físico de uma instituição, indissociável da História da Medicina Portuguesa, da solidariedade social, da cultura (pelos projetos que criou e desenvolveu) e da radiodifusão sonora portuguesa (na Guarda continua a emitir a Rádio Altitude, a mais antiga emissora local no nosso país); serve também para recordar o historial de uma instituição que continua a ter no Hospital Sousa Martins uma sequência assistencial e referência evidente nestes tempos de pandemia

O Parque da Saúde da Guarda não pode continuar a ter no seu seio uma memória agonizante de um Sanatório que constitui um incontornável ex-libris da nossa cidade. (Hélder Sequeira)

 

In "O Interior", 20/5/2021

 

 

 

 

 

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publicado às 12:47

Olhares...

por Correio da Guarda, em 06.08.20

Guarda - HS - 1.jpg

Guarda.

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publicado às 19:40

Memórias...

por Correio da Guarda, em 03.08.20

Memórias - HS.jpg

 

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publicado às 23:36


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