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A Cidade Natal é o cartaz da Guarda até ao próximo dia 25 de dezembro com o principal cenário na Praça Luís de Camões.
A abertura oficial ocorreu ontem, pelas 17 horas, seguindo-se a ligação da iluminação natalícia naquele espaço citadino onde, pelas 18 horas, a Associação Sou Só e o Saint Dominic Gospel Choir apresentaram o espetáculo de multimédia 'aGuarda-me o Natal'.
Para além da Praça Luís de Camões, outros locais da cidade vão ter referências natalícias. Pelas freguesias do concelho da Guarda, e até 17 de dezembro, haverá "Concertos de Natal na Aldeia". "O espírito natalício vai chegar a todas as freguesias do concelho da Guarda, através das músicas de Natal com a colaboração dos grupos de cantares das Associações Culturais do Concelho da Guarda, difundindo os cantares tradicionais da quadra natalícia", refere uma nota informativa divulgada pela autarquia.
De 2 a 17 de dezembro as Igrejas da cidade (Misericórdia, S. Vicente, S. Miguel, S. Pedro, Bonfim, Mileu e Sequeira) recebem os Concertos de Natal na Cidade, com atuações de Angelicus Duo; Duo Contrasti; Diamar; Cláudia Vaz; Alma Mater; Grupo de Coral de Maçainhas; Casa do Povo do Paúl e o Orfeão do Centro Cultural da Guarda.
O tradicional Madeiro de Natal voltará a arder na Praça Luís de Camões na tarde de consoada, 24 de dezembro. No dia 26 de dezembro a povoação de Aldeia Viçosa volta a cumprir a tradição secular do Magusto da Velha, com as castanhas a serem lançadas do cimo da torre da igreja em honra de uma benemérita da freguesia.
Desde de ontem e até 31 de dezembro decorre o Concurso de Montras de Natal, organizado pela Câmara Municipal da Guarda. "O objetivo da iniciativa é contribuir para a dinamização, promoção, atratividade e divulgação do comércio de proximidade."
Nos dias 3 e 4 de janeiro, o espetáculo 'O Principezinho' sobe ao palco do Grande Auditório do TMG, especialmente dirigida ao público infantojuvenil do concelho. O programa encerra no Dia de Reis, 6 de janeiro, com o espetáculo 'Vamos Cantar as Janeiras!'
Embora fora de época, o “Magusto da Velha” é uma tradição, recriada anualmente a 26 de dezembro, da freguesia de Aldeia Viçosa.
Como é costume, após o almoço a população concentra-se no Largo da Igreja onde na noite de Consoada começou a arder o madeiro de Natal. Da torre sineira do templo são lançadas castanhas apanhadas de imediato pelas pessoas presentes, onde se incluem os visitantes da localidade, e assadas no borralho da fogueira natalícia.
No decurso desta recolha das castanhas, que se espalham pelo chão do largo, ocorrem as já habituais “cavaladas” ou “cavalgadas” protagonizadas pelos mais jovens, os quais aproveitando a inclinação das pessoas na procura daqueles frutos saltam-lhe por cima das costas proporcionando momento de destreza, agilidade e divertimento de quantos assistem.
As castanhas e o vinho são oferta da Junta de Freguesia de Aldeia Viçosa que, ao longo dos anos garante o compromisso, assumido há mais de 300, com uma senhora abastada que deixou aos habitantes da aldeia – então denominada Vila de Porco – uma herança de “24 escudos e 60 centavos”, como forma de assegurar ao povo a possibilidade de “comer castanhas e beber vinho um dia por ano”. Corria o ano de 1698.
A contrapartida que a “Velha”, como é conhecida pois não ficou retido o seu nome, exigia era a reza de um padre-nosso, pelos participantes, no final do ato festivo. O “acordo” ficou, contudo, lavrado em escritura. «Tem obrigação de dar na primeira oitava de Natal cinco meios de castanha e cinco alqueires de vinho pela alma de uma velha que deixou noventa e seis alqueires de centeio a esta Igreja impostos na Quinta do Lagar de Azeite para que com esta castanha e vinho se fizesse no mesmo dia um magusto e todos dele comessem e rezassem na Igreja um Padre Nosso pela sua alma». Esta herança é referenciada no“Livro de Usos e Costumes da Igreja do Lugar de Porco - Ano de 1698”.
Até há uns anos atrás um habitante local, entretanto falecido, subia mesmo ao cata-vento da torre da igreja e era aí, do ponto mais alto, que deitava as castanhas para o largo. Após a morte do “Ti Passarinho”, como era conhecido, mais ninguém se aventurou a ascender até à altura máxima da torre.
Localizada junto ao Rio Mondego, esta aldeia (anteriormente denominada Vila de Porco) têm origem antiga; na área pertencente a Aldeia Viçosa terá existido existiu um povoado fortificado do período proto-histórico, de acordo com um trabalho do arqueólogo Vítor Pereira. Esta localidade poderá ter tido origem num lugar denominado de Pedra Aguda. “Verificou-se que a Pedra Aguda controlava visualmente a bacia de Celorico até à junção entre o Mondego e a ribeira do Caldeirão”.
Foto: CMG
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