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Um livro solidário para São Tomé e Príncipe

por Correio da Guarda, em 29.09.24

 

"Até breve, tartaruga Toti" é o livro de Américo Rodrigues e Isabel Mota que será lançado em breve.

Este livro conta a história de um menino saotomense e uma tartaruga em vias de extinção e é escrito em santome (forro) e português. A publicação será entregue, gratuitamente, às escolas e jardins de infância de São Tomé e Príncipe através da Santa Casa da Misericórdia de STP.

Entretanto, para ser viabilizada a impressão deste livro os autores esperam contar com o apoio dos leitores, pelo que os donativos podem ser enviados (no prazo de quinze dias) para o mbway 910907727, indicando o nome e morada para posterior envio de um exemplar.

Tartaruga Toti.jpg

Os autores desejam que esta iniciativa não tenha ligações institucionais, daí que esperam reunir apoios solidários para concretizar o projeto.

No passado mês de fevereiro, Américo Rodrigues visitou São Tomé e Príncipe e foi convidado a contar uma história sua, no jardim de infância Baú dos Sonhos, na Madalena. As crianças receberam-no com alegria e ouviram com atenção e curiosidade “A bolota do Barroquinho”, o seu mais recente livro para crianças, do Américo.

No Jardim de Infância, o autor percebeu que os poucos livros infantis que havia (tal como o seu livro, que acabara de ler), não tinham nada a ver com a realidade e referências dos meninos e meninas de São Tomé.

Assim, Américo Rodrigues prometeu às crianças que iria escrever uma história para lhes oferecer, com personagens que lhes fossem familiares e cuja ação se passasse na ilha. Mais tarde, juntamente com Isabel Mota, visitou o projeto Tatô (desenvolvido por uma ONG que protege tartarugas) e acompanharam uma largada de tartarugas bebés para o mar. A partir daquela experiência surgiu a ideia para a história que o Américo tinha prometido.

Quando os dois autores chegaram a Portugal começaram a escrever a história da Tartaruga Toti. O entusiasmo e as ideias à volta do projeto foram crescendo e decidiram convidar um pintor de São Tomé, Osvaldo Reis, para ilustrar a história; Leonor Varo aceitou fazer o design do livro.

Sentindo que o livro “continuava a querer crescer” e resolveram pedir ao Professor Ayres Veríssimo Major (que dedica a vida à preservação das línguas originárias de São Tomé e que é responsável por um dicionário de santome) que traduzisse o texto.

O santome (forro), com uma gramática própria, é falada apenas na casa de algumas pessoas. As línguas autóctones foram-se perdendo, fruto da colonização que as quis apagar da memória coletiva e que fez com que as pessoas sentissem vergonha de as falar. Diante de tudo isto, os autores resolveram tornar este livro bilíngue, o que o torna uma publicação pioneira.

 

 

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publicado às 21:48

Sobre a Banda Filarmónica de Pinhel

por Correio da Guarda, em 28.07.24

 

Em Pinhel foi apresentado, recentementem o livro "Banda Filarmónica de Pinhel – Memórias e Pausas entre Partituras", da autoria de Ana Pinto. Na ocasião, a Banda Filarmónica de Pinhel, personagem principal da publicação, interpretou o seu Hino, da autoria do maestro Gonçalo Pinto. No final, a mesma Filarmónica executou, de forma inédita, o “passo dobrado” (marcha) “Elite Pinhelense”, que ilustra a capa do livro.
Ana Pinto, que dedicou nove anos à investigação e escrita desta obra, partilhou histórias e memórias da Banda Filarmónica de Pinhel, uma instituição com cerca de 170 anos de história.

Livro_ .jpgNa sua perspetiva, a "apresentação do livro foi muito mais que um simples lançamento. Foi uma tarde de união e partilha, onde antigos e actuais músicos, bem como membros da comunidade, partilharam histórias e recordações deste “ninho” de cultura da cidade. 

De referir que se trata de uma edição de autor.

 

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publicado às 19:18

Livro sobre a Banda Filarmónica de Pinhel

por Correio da Guarda, em 02.07.24

 

O livro "Banda Filarmónica de Pinhel – Memórias e Pausas entre Partituras", de Ana Pinto, vai ser apresentado naquela cidade no próximo dia 20 de julho, pelas 18 horas.

A apresentação desta terá lugar no icónico Coreto de Pinhel, situado no Jardim 5 de outubro. Com moderação de Mafalda Johannsen e tendo como convidado o maestro Bruno Correia, o evento pretende ser “um mergulho profundo na rica herança cultural da comunidade”, tal como é referido numa nota informativa a propósito deste lançamento.

"Ler este livro é viajar no tempo e revisitar Pinhel de outras épocas e saberes. É cruzar pessoas e instituições numa linha temporal comum e preservar e honrar a identidade da comunidade", comenta Ana Pinto, autora desta nova publicação.

A Banda Filarmónica de Pinhel irá abrir este evento, com a interpretação do seu hino, interpretando a marcha “Elite Pinhelense” (que ilustra a capa desta obra).

Além da apresentação do livro, haverá uma sessão de autógrafos. “A presença de todos será uma honra e um contributo inestimável para a preservação e valorização da história e da identidade desta instituição centenária da Cidade Falcão”, referiu Ana Pinto.

Livro sobre Banda de Pinhel .jpg 

 

 

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publicado às 17:04

(Re)Conhecer a Toponímia…

por Correio da Guarda, em 21.06.24

Guarda - Rua dos Clérigos - Foto Helder Sequeira.

Nestas colunas escrevemos, por várias vezes, sobre a importância da toponímia, em cujo âmbito cabem múltiplos contributos e ações que podem suscitar uma ampla diversidade de estudos.

Se a investigação que pode ser desencadeada permitirá, por um lado, um enriquecimento cultural e o reforço da identidade local, por outro, irá identificar situações que exigem uma adequada e correta intervenção.

Independentemente das conjunturas ou das agendas político-partidárias, deve mover-nos uma Guarda da memória, a preocupação por uma cidade que preserve a sua história, dignifique os seus valores, honre os seus pergaminhos, mas saiba construir pontes sólidas para o futuro, envolver colaborações qualificadas, motivar o empenho dos seus habitantes, conquistar quem nos visita. “As cidades são como os homens; têm ou não carácter – e a tê-lo importa preservá-lo”, como escreveu Eugénio de Andrade.

A Guarda é muito mais que o património edificado; é memória, é somatório de vidas, experiências, é (deve ser) um pulsar coletivo, permanente. A Guarda, ciclicamente, tem-se esquecido de si; muita gente tem esquecido a Guarda.

É imperativo de consciência e cidadania assumir-se uma consciência crítica, uma intervenção constante em prol do nosso espaço coletivo, de referência e de vivências. “O passado é, por definição, um dado que coisa alguma pode modificar. Mas o conhecimento do passado é coisa em progresso, que ininterruptamente se transforma e se aperfeiçoa” e, como acrescentava Marc Bloch, “a incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado”.

Através da toponímia – tema que dá o mote para estas anotações – podemos abrir portas para o conhecimento do passado. Assim, poderemos começar por nos interrogar acerca da atenção que damos à toponímia guardense, aos suportes físicos dos topónimos que condensam em si informação preciosa. Para além da necessidade de substituição de muitas placas, de forma a ser viabilizada uma clara identificação, importa lembrar a importância em associar anteriores denominações toponímicas. Sabemos que foram muitas as alterações toponímicas introduzidas ao longo do tempo.

Como escreveu Pinharanda Gomes, “na Guarda, e no decurso do nosso século [vinte], tem-se cometido, repetidas vezes, aleatórias modificações de toponímicos, dificultando ainda mais as tarefas dos que, por exemplo, dedicados a pesquisas arqueológicas, poderiam atacar desde logo o sítio exato, caso a memória do nome se mantivesse”.

Em vários casos, a designação atual de artérias citadinas é preterida, mercê do enraizamento de hábitos, ao antigo topónimo. Como exemplo, na Guarda, poderemos evocar a Rua Francisco de Passos que continua a ser designada, pela generalidade dos guardenses, como Rua Direita. O seu nome evoca o Governador Civil da Guarda que desempenhou funções entre 11 de junho de 1926 e 25 de agosto do ano seguinte. Esta rua, recorde-se, constituiu a principal ligação da urbe medieval, unindo a cidadela do Torreão (também conhecida por Torre Velha da fortaleza, edificada provavelmente no século XII) à Alcáçova existente junto às portas da Covilhã (na zona em frente da Escola de Santa Clara).

As alterações de nomes podem ser minimizadas, nestes como noutros casos, com a referência à anterior designação; aliás as novas placas toponímicas da Guarda, que estão a ser progressivamente introduzidas, já contemplam essa informação, quando é caso disso; essas placas, equipadas com “QRCode”, permitem aos transeuntes obter indicações sobre o nome ou facto referenciados. “Restaurar é restituir. A restituição da toponímia é um ato de honestidade cultural, de devolução do património à comunidade, de abandono de opções adventícias, por vezes decorrentes das situações políticas, e, por fim, de entrega aos arqueólogos e aos historiadores, de uma nova fonte documental para historiografia a fazer”, tal como anotou Pinharanda Gomes, num dos seus livros.

A toponímia da Guarda é um vasto campo para estudo e investigação e pode levar-nos à (re)descoberta de múltiplas facetas do seu passado, validado por mais de oito séculos de história, enquanto urbe. Neste contexto, justifica-se a edição de um trabalho atualizado, com informação documental pertinente para simples consultas ou para subsequentes investigações.

Recorde-se que a “Toponímia Histórica da Guarda”, da autoria de Vergílio Afonso, foi editada em 1984. Desde essa altura a cidade cresceu, foram criadas novas ruas e urbanizações, atribuídos muito novos topónimos. É certo que têm sido publicados alguns artigos e livros sobre toponímia, como é o caso de “A Toponímia da cidade da Guarda e a construção da memória pública no século XX”, da autoria de Maria José Neto, editado em 2013. Uma obra com o propósito de esclarecer como “as alterações de ordem política interferem na actualização e construção da memória pública”, através da qual foi feito “o levantamento dos topónimos existentes no início do século XX para (…) se identificarem, nas nomeações e renomeações das vias, os topónimos de continuidade e de ruptura com a conjuntura vigente. Caracterizado o espaço do centro histórico no início do século XX, acompanhou-se a expansão da urbe até ao ano de 1980, identificaram-se os protagonistas e os ritos usados na criação da memória pública.” Como escreveu, então, a autora.

Em 2015, o Politécnico da Guarda publicou o livro "Desafios e Constrangimentos do Estudo da Toponímia – intervenções e contributos”, na sequência de um fórum, com várias edições, sobre a mesma temática. Nos últimos anos, com maior ou menor regularidade, têm sido publicados alguns trabalhos na revista “Praça Velha”, incidindo sobre diferentes personalidades consagradas na toponímia guardense.

Ainda que as novas tecnologias e os equipamentos de comunicação hodiernos facilitem o acesso a muitos dados, isso não exclui a importância – para o presente e para o futuro – de uma publicação, abrangente e com múltiplos contributos interdisciplinares, sobre a Toponímia da Guarda; com rigor, ilustrada, de consulta fácil, acessível e útil à generalidade dos cidadãos, residentes ou visitantes.

Saibamos, pois, assumir a nossa responsabilidade coletiva, privilegiando todos os contributos idóneos em prol do conhecimento da toponímia da Guarda, de modo a incrementar a valorização desta terra, reconhecendo o seu espírito e magia.

 

Hélder Sequeira

 

 

 

 

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publicado às 12:30

Apresentação do livro "Guarda Republicana"

por Correio da Guarda, em 30.04.24

 

"Guarda Republicana. Um Século de História e Propaganda" é o título livro que vai ser apresentado na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, Guarda, no próximo dia 6 de maio, pelas 18 horas.

Este livro, da autoria de Ana Rute Lima Garcia e José Luis Lima Garcia, "é informativo, sólido na argumentação e, como tal, de indiscutível utilidade: pela informação factual que presta ao leitor e pela leitura que os seus autores fazem dos factos que apresentam", dando a conhecer aos leitores conhecer a história de vida de políticos e intelectuais da I República originários do distrito da Guarda.

A apresentação do livro será feita por José Mota da Romana.

Guarda Republicana_n.jpg

 

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publicado às 00:01

Salão do Livro na Guarda

por Correio da Guarda, em 30.06.23

Flyerprogramacao_Guardalivros1024_1.jpg 

Na Guarda inicia-se hoje a primeira edição do Salão do Livro, com uma programação diversificada e multidisciplinar, que vai decorrer, até 9 de julho, na Alameda de Santo André. O programa deste Salão, designado Guarda-livros, inclui debates, apresentações de obras, entrevistas de vida, visitas encenadas, sessões infantis, conversas-concerto e espetáculos.

Cabo Verde é o país convidado neste ano de estreia, num programa que conta com mais de 20 figuras do panorama cultural nacional e internacional, entre eles Mia Couto, Dulce Maria Cardoso e João Tordo.

Promovida pela Câmara Municipal da Guarda, e com curadoria de Jorge Maximino, a primeira edição do Guarda-livros “convida-nos a embarcar numa viagem pela literatura de língua portuguesa, com espaço para outras artes do espetáculo como a música e o teatro, e piscando também o olho à ciência e à atualidade social”, foi referido a propósito desta iniciativa.

A abertura está agenda para hoje, pelas 17h30 do dia 30 de junho. Mia Couto, João Tordo, Rita Ferro, Joana Barrios ou Maria João Lopo de Carvalho alguns dos autores e escritores que vão apresentar os seus últimos títulos literários, disponibilizando-se, no final para conversar com o público e autografar livros.

Destaque também para a homenagem a Eduardo Lourenço, que celebrado através da leitura de textos da sua autoria pelos estudantes do concelho, ao qual se segue a mesa de debate 'A cultura portuguesa e a Europa no pensamento de Eduardo Lourenço'. Todas as sessões têm entrada livre e decorrem em simultâneo com o espaço de exposição e venda de livros.

Flyerprogramacao_Guardalivros1024_2.jpg

Fonte: CMG

 

 

 

 

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publicado às 12:50

Apresentação do livro "Contos da Flor e do Fruto"

por Correio da Guarda, em 17.05.23

Conto das Flores_.jpg

Na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, Guarda, vai ser apresentado amanhã, pelas 18 horas, o livro "Contos da Flor e do Fruto", de Joaquim Martins Igreja. A apresentação será feita por  António José Dias Almeida e Maria João Pinto.

“Contos da Flor e do Fruto” é a primeira experiência de ficção de Joaquim Martins Igreja; mais habituado à escrita de jornais e blogues, experimenta agora a narrativa de pequenos episódios da província, em que nasceu e se criou: a sua aldeia (Castanheira), a sua cidade (Guarda), a região da Beira, de mato, montanhas e barrocais. E sobretudo de pessoas, porque estas histórias fazem o retrato da paisagem humana com que o autor se foi cruzando ao longo da vida, no café, na escola, na rua. Personagens ora complexas, ora a traço grosso, quase sempre deixando espaço ao leitor para as completar.

Joaquim Martins Igreja é professor do ensino secundário desde 1979, tendo também desempenhado funções de coordenação cultural no INATEL. Colabora desde jovem na imprensa regional e desde 1992 desenvolve o projeto EXPRESSÃO de jornalismo escolar na Escola Secundária Afonso de Albuquerque. Publicou na coleção “Fio da Memória”, da Câmara Mun. Guarda, o opúsculo “Os enchidos da Castanheira” (2003) e coordenou a edição de “Esc. Sec. Afonso de Albuquerque - 50 anos na Mata Municipal” (2020).

 

 

 

 

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publicado às 12:55

Imagem e Território: Fotografia sem Fronteiras

por Correio da Guarda, em 14.04.23

 

O Centro de Estudos Ibéricos (CEI) vai promover a partir de hoje, e até 22 de abril, a sexta edição dos Encontros Imagem & Território.

Este evento decorre do projeto “Transversalidades – Fotografia sem Fronteiras” e do compromisso do CEI para com “os territórios de baixa densidade, onde relevam os transfronteiriços”, refere uma nota divulgada pelo Centro de Estudos Ibéricos.

Tendo como mote “Memória, Coesão e Literacia Visual” o 6º Encontro I&T integra exposições, debates, mostras e oficinas de fotografia, lançamento de publicações, maratona e roteiro fotográfico.

“Através do poder comunicativo que a fotografia encerra, as atividades deste 6º Encontro visam estimular um debate crítico sobre os espaços onde nos inserimos, procurando gerar uma dinâmica de desenvolvimento que reverta o ciclo vicioso em que mergulharam os territórios de baixa densidade.” Adianta o Centro de Estudos Ibéricos.

territorio_instagram.jpg

“Procura-se, a partir de novos olhares, uma (re)interpretação do Interior com uma consequente renovação imagética, enaltecendo sinais emergentes suscetíveis de fazer renascer um horizonte de esperança”.

À semelhança dos anos anteriores, os Encontros contam com o envolvimento da comunidade da Guarda, através de atividades em escolas, instituições sociais, de saúde e freguesias, visando levar esta arte a novos públicos, numa perspetiva de democratização cultural.

O programa integra a exposição “Rumores do Mundo”, Coletiva dos Concorrentes do Concurso Transversalidades, a inaugurar hoje pelas 18 horas na Galeria Evelina Coelho (Paço da Cultura).

No Bar do Pequeno Auditório, Teatro Municipal da Guarda, será realizado hoje pelas 21h30 um debate sobre “Imagem e coesão territorial: a Terra, as Gentes, o Interior emergente”, com a participação de  Henrique Cayatte, Alberto Prieto, Rui Formoso, Fátima Gonçalves, Duarte Belo, Moderação. O debate será moderado por Valentín Cabero.

Amanhã, dia 15 de abril, será inaugurada no Mercado Municipal da Guarda, pelas 10 horas, a exposição “Terra e as Gentes, Coletiva do Fotoclube da Guarda”. No Museu da Guarda, a partir das 14h30, vai abrir a exposição “Memoria en la Raya”, de Victorino García Calderón. Pelas 15 horas será inaugurada, também no Museu da Guarda, a exposição “Reflexões em Preto e Branco: A Jornada de um Cine Teatro no Tempo”,  de Pedro Carvalho.

Inauguração de Exposição.

Na Sala Tempo e Poesia, Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço terá lugar pelas 16h30 a inauguração da exposição “A face dos livros”, da Associação Cultural Ephemera, seguindo-se um debate sobre a “Imagem e Memória: A face dos livros” com José Pacheco Pereira e Carla Pacheco.

Para o Café-Concerto do Teatro Municipal da Guarda está agendada, pelas 21 horas, a inauguração da exposição fotográfica de Pedro Baltazar subordinada ao tema “100gentes”.

No mesmo espaço do TMG decorrerá a partir das 21h30 o debate “Imagem e coesão territorial: ecos e memórias da fronteira”, com intervenções de Álvaro Domingues, María Isabel Jiménez, Helder Sequeira, e Valentin Cabero. O debate será moderado por Lúcio Cunha).

No domingo, dia 16 de abril, decorrerá a partir das 9 horas a maratona fotográfica “Imagem & Território: Aldeias do Vale do Mondego”.

 

 

 

 

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publicado às 10:44

Um beirão migrante

por Correio da Guarda, em 16.06.22

 

No Sabugal foi apresentado, no passado dia 10 de junho, o livro “Carlos Luiz – o beirão migrante”, da autoria de Paulo Leitão Batista. A propósito desta biografia política, João Soares sublinha, no prólogo, que ela traça a “forma empenhada, cuidada, atenta e solidária como o parlamentar Carlos Luiz representou sempre, ao longo dos seus vários e ricos mandatos parlamentares, quer a nossa emigração, quer os interesses do interior de Portugal”.

Paulo Leitão Batista afirma que Carlos Luiz “abraçou a política para defender com garra o homem beirão e o homem migrante, inspirado na sua própria existência de vida e na aventura coletiva do seu povo de origem que, parecendo resignado ao amanho dos agros, passou a salto para a fronteira para ir em busca de melhor fortuna em terras distantes”. Refere, igualmente, na nota introdutória que a vida política de Carlos Luiz se centra “em dois planos, que retratam o seu caráter: dedicação às causas dos que o elegeram e prestação de contas do trabalho realizado”.

Paulo Leitão Batista e Helder Sequeira-01.jpeg

Tivemos o ensejo, a convite do biografado e do autor da obra, de proferir algumas palavras na sessão de apresentação deste livro, o que nos levou a evocar um texto de Augusto Gil (escrito em 1911, na qualidade de jornalista e não de poeta como tradicionalmente é conhecido). “Os homens só valem pelo que de bondade e verdade tragam aos outros homens, porque, uma ou a outra, não caíram nunca em terra estéril, nem mesmo quando tombam na indiferença de rochedos”.

Bondade e verdade são duas palavras que bem se podem utilizar na biografia de Carlos Luís, para além de outras. Aliás, elas constituem o íman que sustenta o registo da memória, a propósito do nosso primeiro encontro com a personalidade retratada neste interessante e oportuno trabalho de Paulo Leitão Baptista; também ele um sabugalense de alma e coração. Do Sabugal guardo as lembranças e os afetos do período em que ali vivi e estudei. Daí que me sinta grato pelo convite formulado para intervir na apresentação desta obra, sobre um amigo e sobre um convicto beirão migrante.

A propósito desta última palavra, anotamos uma observação de Pinharanda Gomes, ilustre sabugalense e figura relevante da cultura e da filosofia portuguesa. “(…) Na esquina do tempo, e tendo saído da Guarda há muitos anos (parece que temos o destino da emigração) foi-nos concedida a graça de permanecer fiel à mátria”.

Carlos Luiz - apresentação de livro-01.jpeg

Carlos Luís, apesar da sua multifacetada vivência em tempos e lugares tem permanecido também fiel à mátria, a uma terra que é o reflexo da universalidade. E volto ao reencontro com Pinharanda Gomes. Escrevia ele, há algumas décadas: “(…) a nossa região, una no espírito e divisa no corpo, é múltiplo nas almas e nas existências. Somos unos, somos múltiplos. Somos uma terra que tem características de singularidade, e que demora a assumir o que lhe é próprio. Somos um reflexo de universalidade nesta pátria, pequena pátria, coração da Lusitânia”.

Carlos Luís nunca afastou o coração desta pequena pátria, pela qual trabalhou e tem trabalhado; é certo que muitos esforços, nos bastidores, não são conhecidos, mas a sua importância é inquestionável, fundamental. Assim, e remetendo-nos esta publicação biográfica para muitos anos de intenso labor e diversidade de intervenções cívicas, políticas e culturais, o passado não deve ser olvidado.

Marc Bloch afirmava numa das sua obras que “o passado é, por definição, um dado que coisa alguma pode modificar. Mas o conhecimento do passado é coisa em progresso, que ininterruptamente se transforma e se aperfeiçoa”. Acrescentava, dentro desta linha de pensamento, que “a incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado”.

Ora, este livro evoca um passado, de um cidadão que soube assumir sempre os seus compromissos, com elevado sentido de responsabilidade e liberdade, mesmo em tempo de incertezas. Que hoje também vivemos… Albert Camus falava de cidadãos “impacientes do presente, inimigos do passado e privados do futuro”; lembrava, por outro lado que “nunca alguém será livre enquanto existirem os flagelos”. A pandemia e o atual conflito bélico têm mostrado como a liberdade é cerceada…para não ficarmos privados do futuro e fruirmos da liberdade teremos de, objetivamente, aprender com esta invulgar experiência dos últimos anos, aferindo as necessárias adaptações ao nível da sociedade (globalmente entendida) e no plano individual; definindo prioridades, novas metodologias, fórmulas concretas de cooperação, acompanhadas de um constante exercício de cidadania.

Carlos Luís tem sido um exemplo e um protagonista de uma cidadania ativa, eficaz, consequente, materializada nos lugares por onde passou. “(…) As pessoas e as ideias, como as árvores, são uma harmonia com a hora e o lugar (…)”, escrevia Vergílio Ferreira, para quem “(…) o que mais importa não é o novo que se vê, mas o que se vê de novo no que já tínhamos visto”.

E que vemos agora com nova oportunidade, neste livro; sobre uma pessoa que conhecemos na década de 80, aquando da passagem do Carlos Luiz pelo Governo Civil do Distrito da Guarda, como adjunto de João Gomes (o então Governador Civil).

Logo nessa altura foi possível percebermos estar perante um homem que cultivava a diferença; cordial, atento, entusiasta perante as ideias e projetos que lhe eram apresentados. Era o tempo em que desenvolvíamos um projeto informativo consubstanciado no jornal Notícias da Guarda; uma publicação que Carlos Luiz acarinhou, apoiou, sentiu como sua e da região; desafiando-nos a implementar novas ideias que alargassem ainda mais o já significativo horizonte geográfico desse periódico.

Mesmo depois de deixar a Guarda, para exercer as funções de deputado (inicialmente), continuou atento à realidade da comunicação social guardense, desde logo também à Rádio Altitude.

Nas funções diretivas que tive nestes dois órgãos de informação, e nos múltiplos e diferenciados contactos ao longo dos anos, Carlos Luís foi sempre um excelente interlocutor, demonstrando um elevado respeito pela função social da rádio e do jornal, aceitando o confronto crítico, sabendo esclarecer e dialogar com inequívoca serenidade.

Teria, necessária e justamente, de deixar aqui este testemunho. “(…) Porque – dizia Vergílio Ferreira – a verdade das palavras não está só na sua verdade, mas na coerência e no momento em que se dizem”. Ao percorrermos a biografia de Carlos Luiz, ao atentarmos sobre o trabalho político desenvolvido, extraímos a sua determinação em afirmar a verdade e a liberdade.  “Não há forma de verdade sem liberdade, não há forma de liberdade sem verdade”, como observava Pinharanda Gomes.

O exemplo pessoal, político e cultural de Carlos Luiz aponta-nos uma desejada evolução desta mátria. Evolução que terá de contar com a predisposição e disponibilidade de todos, que sintam e vivam a região, independentemente de a sua residência física se aqui ou a centenas de quilómetros de distância.

É que não haverá novas realidades se continuarmos “socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados”, na elucidativa expressão de Miguel Torga. Fica o testemunho de profundo apreço por um homem que, dentro ou fora das fronteiras nacionais, tem sido um exemplo de verticalidade, competência, dedicação e um migrante com uma sólida matriz beira. Injustamente esquecido por alguns…

 

Hélder Sequeira

 

in O Interior, 14 junho 2022

 

 

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publicado às 21:48

Apresentação de livro de Manuel Daniel

por Correio da Guarda, em 09.12.21

Livro de Manuel Daniel.jpg

O livro “Caminhada Imperfeita. Edição comemorativa”, de Manuel Daniel, vai ser apresentado no dia 12 de dezembro, pelas 15 horas, no Auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa.

A apresentação é feita no âmbito da Feira do Livro 2021, organizada pelo Município de Vila Nova de Foz Côa.
Este livro, que é uma edição conjunta do Município de Mêda e Vila Nova de Foz Côa, será apresentado pelo  Presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, João Paulo Sousa e por Jorge Maximino.

A sessão contará, também, com a participação de vários convidados que irão declamar e cantar alguns poemas do autor, já falecido.

 

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