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Exposição fotográfica no TMG

por Correio da Guarda, em 02.01.25

Exposição fotográfica _n

No edifício polifónico do Teatro Municipal da Guarda está partente, até 31 de janeiro, a exposição fotográfica subordinada ao tema  "Memória. Que futuro para o Nosso Passado".

Este certame, organizado no âmbito do programa do  VII Encontro 'Imagem & Território', integra  fotografias de Alexandre Costa e João Pena.

 

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publicado às 22:50

João Pena: o saber na recuperação de fotos

por Correio da Guarda, em 09.04.21

 

João Pena é um exemplo de determinação e empenho profissional, abraçando a vida com uma dedicação plena à fotografia, sobretudo à arte da recuperação de antigas imagens, o que faz com inquestionável mestria.

“Nos últimos tempos, além de restaurar gosto de colorir as fotografias que valem essa atenção, mas nenhuma fotografia colorida pode substituir a imagem original a preto e branco. A cor oferece uma nova perspetiva de como pode ser apreciada, ajudando as pessoas de hoje a aproximarem-se da realidade do passado.” Afirmou ao Correio da Guarda.

Nesta cidade gostaria de ver criada uma Fototeca, que lhe permitisse “revisitar” a cidade no passado. “Uma fototeca seria um trabalho de sonho pois sei que existe muita coisa ‘’em gaveta’’ e merecia ser trabalhada e colocada aos olhos de todos.” E a Guarda tem de contar com gente válida como o nosso entrevistado de hoje.

João Pena Fonseca, nasceu na Covilhã a 2 de junho de 1971. Reside na Guarda desde os 6 anos de idade, possuindo formação em design de moda, área em que nunca chegou a trabalhar.

Trabalhou na Rádio F como comercial, foi sócio proprietário do Escocês Bar, gerente do Bar Aqui Jazz, técnico de farmácia na Farmácia Rêgo.

A sua vida fica marcada por um acidente de mota em que ficou tetraplégico, mas nunca deixou de ter vida social e profissional pela sua condição de mobilidade reduzida.

Iniciou em 2002, o trabalho em edição de fotografia como empresário em nome individual, atividade que desenvolve “com muito gosto” procurando servir da melhor forma “a quem lhe confia as suas imagens para guardar com a qualidade que merecem ter”.

João Pena Fonseca - Correio da Guarda.jpg

Quando surgiu o interesse pela fotografia?

O gosto pela fotografia surgiu na adolescência, sempre que surgia oportunidade lá estava eu a pegar na máquina lá de casa para registar qualquer coisa, sempre que me deixavam, pois as máquinas na época eram com rolo e tinha que se ter cuidado para não perder o momento certo para ‘gastar’ uma fotografia.

Aos 16 anos com o dinheiro de um trabalho temporário de férias de verão, foi para a primeira máquina fotográfica e a partir daí foi sempre minha companheira para qualquer coisa que valesse ficar registado.

Em 1999 depois de um acidente de mota, no qual fiquei tetraplégico, e após muitos tratamentos e estabilizar, tinha que arranjar maneira de ter uma vida profissional útil, então foi aí que vi como meio a informática aliada á fotografia, a solução era uma coisa que gostava e podia fazer sem limitações.

 

O facto de o seu irmão Jorge se dedicar à fotografia teve alguma influência ou acentuou o seu interesse?

O meu irmão Jorge também tinha já o gosto pela fotografia e na altura era o designer gráfico da Optimus, aí sim foi muito útil pois foi quem me deu as primeiras dicas de como usar o Photoshop que me acompanha até hoje em dia como ferramenta de trabalho.

 

Quando começou a dedicar-se à recuperação de fotografias antigas?

Desde que iniciei como profissional em 2002, foi a editar e restaurar fotografias que arranjei os primeiros trabalhos.

O restauro de fotografias antigas surgiu por acaso e foi muito rápido que ganhei o gosto em especial nessa área, pois cada fotografia era um desafio que ainda hoje se mantém em deixar nos meus trabalhos a melhor perfeição possível.

 

Qual o tipo de fotos que mais tem recuperado? Retratos, fotos de monumentos?

Aparece um pouco de tudo, mas as fotografias de família para clientes particulares é o mais comum, para empresas e instituições mais fotografias das cidades e sua gente. Também faço trabalhos para revistas jornais, etc., a retocar fotografias de todos os géneros.

João Pena - restauração.jpg

Quais são as mais difíceis de trabalhar”?

As que apresentam maior desafio logicamente que são as mais estragadas, rasgadas, com manchas, riscos, tudo o que não devia ali estar pois está a perturbar o quereremos ver.

Nos últimos tempos, além de restaurar gosto de colorir as fotografias que valem essa atenção, mas nenhuma fotografia colorida pode substituir a imagem original a preto e branco. A cor oferece uma nova perspetiva de como pode ser apreciada, ajudando as pessoas de hoje a aproximarem-se da realidade do passado.

 

Acha que recuperar uma foto é um trabalho de grande responsabilidade?

Sim, sempre, pois cada cliente quer e merece o melhor resultado.

Em cada trabalho que entrego tento sempre ficar à frente das expectativas das pessoas, pois muitas vezes não sabem o que hoje em dia é possível fazer e por vezes é possível fazer nas fotografias; coisas que as pessoas nem imaginam.

 

Quando encontra trabalhos mais difíceis, face ao elevado estado de degradação das fotos, quais os procedimentos que implementa face à preocupação de salvaguardar a verdade” da fotografia?

A verdade da fotografia é o que procuro deixar no final de cada trabalho, o meu objetivo é deixar o que está na fotografia e tirar tudo o que não interessa e considerar que valoriza a fotografia.

Para tal, o cliente tem de aceitar melhorar o registo original.

 

Considera que o seu trabalho é um contributo – face ao acervo documental que facilita – para um melhor conhecimento e estudo da Guarda e da região?

É o que mais gosto de fazer são as fotografias da Guarda, recuperá-las e saber a sua história pois cada fotografia regista um momento do passado e deixar perfeitas as imagens para serem vistas e apreciadas como merecem é o que mais gosto.

 

Considera que a Guarda devia ter uma Fototeca, com toda a necessária estrutura humana e técnica?

Era o meu maior gosto poder ter em mãos e tratar da melhor maneira o espólio que o Museu da Guarda e outras instituições locais devem ter, que precisa ser tratado e catalogado como deve e merece ser.

Uma fototeca seria um trabalho de sonho pois sei que existe muita coisa ‘’em gaveta’’ e merecia ser trabalhada e colocada aos olhos de todos.

 

Os seus clientes são maioritariamente originários da Guarda ou de vários pontos do país?

A maior parte da Guarda sem dúvida, mas já fiz trabalhos para todos os cantos do país e do mundo.

Por vezes é lá fora que somos mais bem reconhecidos pela qualidade do trabalho; não procuro isso mas sabe sempre bem ser reconhecido pelo que fazemos.

Rancho quadrazais a cavalo - João Pena.jpg

Em média quanto tempo demora a recuperar uma foto?

Depende sempre do mau estado em que está e o objetivo a que se destina, mas o estado da fotografia é o fator principal para o tempo que leva a recuperar, alguns trabalhos que parecem difíceis resolvem-se num par de horas; outras sim demoram muito, tenho fotografias com mais de uma semana para ficar como merecem.

 

Quais os comentários que tem recebido após a entrega dos seus trabalhos?

Felizmente bons, alguns já se sabe o que vai dali sair, mas muitos por vezes torna-se até engraçado ver a reação das pessoas ao ver o trabalho terminado, pois há coisas que a tecnologia e a técnica permitem fazer que surpreende as pessoas.

 

Há algum que o tenha sensibilizado mais?

Talvez o restauro do portfólio de António Correia, da Foto Hermínios, pois deixou em quantidade e qualidade um enorme número de fotografias que guardam o testemunho durante muito tempo, dos costumes, das pessoas e dos eventos da cidade em meados do século passado; como nenhum outro fotografo que eu conheça fez.

Ficou o meu trabalho em livro ‘’Manifesto de Uma Paixão’’ em edição do Museu da Guarda.

 

Tem sido convidado a colaborar, ao nível do tratamento de fotos, na edição de publicações?

Sim tenho alguns trabalhos a esse nível mais para fora da Guarda e através de agências que depois sai em livros, revistas etc.

Guarda - Praça Luiz de Camões.jpg

Pensou já numa exposição sobre os trabalhos que já fez e que possam ser mais elucidativos sobre o seu labor?

Não é fácil pois o sigilo profissional que faço questão de preservar não me permite mostrar ao público muita coisa do melhor que sei fazer com as fotografias.

Talvez um dia reúna alguns trabalhos e mostre mais em pormenor o que se pode fazer com as fotografias.

 

Como pode ser contactado pelas pessoas interessadas na recuperação ou tratamento de fotos?

Atualmente as pessoas preferem as redes sociais onde tenho partilhado algum do meu trabalho e onde podem ver o meu contacto no Facebook e Instagram e numa página web nova que estou a terminar para promover o meu trabalho.

 

+info aqui.

 

 

 

 

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publicado às 22:45


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