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Ruínas do Sanatório: atentado à história local

por Correio da Guarda, em 17.10.24

 

Museóloga e investigadora, Dulce Borges elaborou no ano de 2000  o processo de classificação desse conjunto arquitetónico do ex-Sanatório Sousa Martins. Decorridos todos estes anos considera que “a ausência de interesse tem sido gritante, imperdoável e inaceitável. Os edifícios em completa ruína, além de constituírem um perigo permanente, são um verdadeiro atentado à história local”. Ao CORREIO DA GUARDA afirma que estamos perante “um dos maiores, se não o maior atentado patrimonial, cometido na Guarda, no último século.”

Natural da Guarda, Dulce Helena Pires Borges é licenciada em História e mestre em Museologia e Património Cultural; foi diretora do Museu da Guarda entre 1986 e 2012, tendo comissariado todas as exposições aí realizadas; entre 2018 e 2021 coordenou a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço.O Museu da Guarda entre o passado e o futuro; Espaços e Colecções” é um dos seus trabalhos publicados, tendo inúmeros textos seus em diversos catálogos, livros e revistas, bem, como na imprensa regional e nacional. Atualmente coordena o Departamento do Património, Cultura e Turismo da Diocese da Guarda.

Nesta entrevista considera que na Guarda falta “uma política cultural estruturada”.

Dulce Borges_Correio da Guarda

O que representou para si o período em que esteve como diretora do Museu da Guarda?

Ter sido diretora foi apenas uma circunstância. Claro que os 26 anos em que exerci o cargo de diretora, inicialmente por nomeação, seguida de renovadas comissões de serviço e provimentos por concursos públicos, me enchem de orgulho.

No entanto, o que realmente esse exercício significou para mim foi um encontro com a história e com o património da região e, em particular, o da cidade. Foi também um enorme desafio à construção e implementação de formas de comunicar e contar, através da realização de exposições, edição de catálogos e outras publicações, bem como, através da dinamização, de forma sempre qualificada, dos espaços e das coleções, de áreas do saber e de partes dessa história utilizando o património à guarda do museu e, por vezes, outro de tutelas diferenciadas. Fui diretora, em total acumulação com as funções de conservadora, no que de abrangente esta carreira profissional representa.

Desempenhei funções no Museu da Guarda desde 1982 até 2017. Uma realização profissional e também pessoal.

 

Quais os trabalhos/projetos que mais gostou de desenvolver?

Houve, felizmente, muitos projetos que me trouxeram grande satisfação. Desde o programa de dinamização do património classificado do distrito que ao tempo era coordenado pelo Museu da Guarda, como a Sé da Guarda, as muralhas de Almeida, o Convento de Santa Maria de Aguiar e os castelos de Pinhel e de Trancoso, através de concertos e exposições temáticas.

Nestas funções realço, como de superior importância, a recolocação do retábulo em talha dourada na igreja do Convento de Santa Maria de Aguiar, que há décadas havia sido retirado e levado para o Mosteiro da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia. Nesta dinâmica posso recordar, ainda, o sucesso que constituiu a implementação de uma rentável bilhética para subida aos terraços da Catedral. Os protocolos com o IPG que permitiram ao museu aceder a inovadoras tecnologias, de que destaco um protocolo de colaboração, no âmbito do qual foi realizada e disponibilizada uma Visita virtual à exposição permanente do museu e que ao tempo constitui uma verdadeira revolução na linguagem de comunicação!

No campo da produção e apresentação de exposições destaco apenas as que reputo de maior importância porque estabeleceram marcantes plataformas de comunicação com os diversos públicos e com investigadores: Exposição sobre a história do Sanatório Sousa Martins; a que estudou e divulgou a obra fotográfica de António Correia – Foto Hermínios, a exposição, depois itinerante, acompanhada de catálogo sobre a vida e  obra da artista popular Maria Barraca; a exposição, realizada em parceria com os Museus de Gão Vasco e Lamego, sobre o importante património exvotista existente nas respetivas dioceses, igualmente itinerante, com o titulo: Do Gesto á memória; a que foi realizada para comemorar os 800 de atribuição do foral à cidade: Guarda. História e Cultura Judaica, cujo catálogo mereceu, por parte da APOM, a atribuição do 1.º Prémio; a exposição integrada no Centenário da Implantação da República sobre Carolina Beatriz Ângelo, em que o catálogo foi igualmente vencedor do 1.º Prémio da APOM; a colaboração com o Instituto Arqueológico Alemão para realização de investigações no Cabeço das Fráguas, de que resultou a produção de um molde com a reprodução exata da inscrição que ali se encontra, com recurso a um scanner a laser, bem como, a exposição e o colóquio temático, projetos colaborativos bem conseguidos, que divulgaram o Museu da Guarda e as suas coleções no seio da comunidade cientifica europeia, conforme atesta a qualidade dos estudos realizados por aquele instituto e o painel de oradores participantes.

Dentro de uma abordagem à linguagem da arte contemporânea destaco a apresentação na Guarda da obra dos artistas plásticos Manuel Cargaleiro, Maria Keil, Bartolomeu dos Santos, Paulo Neves, Albuquerque Mendes, Júlio Cunha e ainda as três mostras, acompanhadas de catálogo, sobre a coleção particular de António Piné. A obra de artistas plásticos naturais da região como Eduarda Lapa, Evelina Coelho ou Abel Manta foram objeto de apresentação no Museu da Guarda. O concerto pioneiro, em 1989, de Pedro Caldeira Cabral. A primeira conferência proferida na Guarda pela historiadora Rita Costa Gomes em 1986 após a publicação do seu livro: A Guarda Medieval. Edições de catálogos ou outras publicações como A História da Música na Sé da Guarda, os estudos sobre Augusto Gil, a edição fac-similada do Foral do Jarmelo, os roteiros sobre o museu foram outras áreas de trabalho que ficam para as gerações futuras enriquecerem com novos estudos.

 

Houve algum projeto que não tenha conseguido implementar?

Se não implementei outros projetos que tinha em mente foi porque decidi, em 2012, no final da minha comissão de serviço, deixar a direção do Museu da Guarda por me encontrar fisicamente esgotada, na sequência de 30 anos a trabalhar sozinha sem a colaboração de qualquer outro técnico superior.

Durante mais de 30 anos o quadro de pessoal deste museu teve apenas a diretora como a única técnica superior. Fui eu que saí da direção por opção pessoal e não por qualquer outra razão. Considero hoje oportuna a decisão então tomada, pois ser-me-ia bastante difícil desenvolver um projeto museológico, com que me identificasse, inserida nas novas estruturas orgânicas que vieram tutelar os museus em geral e, em particular, o Museu da Guarda.

Recordo que, por via de uma nova política museológica nacional, iniciada exatamente nesse ano, o museu deixou de estar sob a administração da Secretaria de Estado da Cultura e foi perdendo prestígio e importância institucional ao passar, sucessivamente, para a dependência da Direção Regional de Cultura do Centro e, desde 2015, para a tutela da autarquia, ficando a sua atividade sujeita a determinadas vicissitudes que alteraram a missão que penso dever ser seguida pelo Museu da Guarda.

 

E quais eram as principais dificuldades que, enquanto diretora, encontrava no dia a dia do Museu?

Um quadro de pessoal exíguo, um orçamento deficitário, em que a verba anual era praticamente para despesas de funcionamento, com vencimentos e manutenção da atividade da estrutura junto do público, e sempre condicionada pela falta de um espaço para exposições temporárias e outras atividades. Perante esta dificuldade, e numa tentativa de ultrapassar a situação, havia uma rotação frequente entre uma parte da exposição permanente e as exposições temporárias que pretendíamos apresentar.

Nesta dinâmica há a salientar os colaboradores do museu, sempre empenhados em garantir essa rotatividade, com elevada exigência de esforço físico necessário, obrigando a uma entrega e dedicação que são de realçar. Pessoalmente, também as tarefas eram sempre muito exigentes e trabalhosas pois, para além de não ter ninguém com formação académica que possibilitasse reflexões conjuntas sobre estratégias de investigação, também recaia sobre mim todo o trabalho de programação, investigação, produção e concretização dos planos de atividade anualmente apresentados e escrutinados pelo superior tutelar de Lisboa.

 

Como vê a relação das pessoas da Guarda, da região, com o Museu?

Não lhe sei responder, porquanto um espaço museológico, tal como eu o entendo, é substancialmente diferente de um espaço onde se desenvolvem múltiplas atividades, de diferentes áreas, nas quais não há necessidade de se aplicarem as práticas da museologia e da museografia, como hoje acontece.

 

Defendeu, por diversas vezes e em contextos diferenciados, a criação de um museu no antigo espaço do Sanatório Sousa Martins. O que faltou para esta ideia se concretizar e que impacto teria uma unidade museológica com o perfil idealizado na altura?

Como certamente se recordará, na sequência da realização pelo Museu da Guarda em 1994 da Exposição sobre a história do Sanatório Sousa Martins, ganhou interesse a criação de um museu sobre a história da luta contra a tuberculose. Para o efeito, em 1999, foi criada uma comissão pela administração do Hospital, à qual presidi e que viu o seu mandato interrompido por decisão de uma nova administração, entretanto nomeada.

Em fevereiro de 2005 foi noticiado que o Museu Nacional de Saúde ficaria sediado num dos pavilhões do extinto Sanatório Sousa Martins, correspondendo a uma unidade museológica de âmbito nacional, dependendo, por isso, a sua concretização da vontade do governo de então, e que, por razões que desconheço, nunca foi efetivada.

Tal promessa, a ter tido concretização, teria sido uma extraordinária mais valia para o panorama cultural da cidade, através de uma descentralização museológica que vinha potenciar e qualificar uma rede museológica que, criada em tempo certo, teria aportado à cidade e região novos públicos, novos investigadores, mais conhecimento.

Dulce Borges_Correio da Guarda 2

Acha que o conjunto do ex-Sanatório Sousa Martins é um caso perdido?

Elaborei o processo de classificação desse conjunto arquitetónico de carater assistencial em 2000, numa tentativa de salvaguardar, proteger e de alertar as instituições públicas, ministérios da saúde, da cultura e a própria autarquia, para esse importante marco da história da saúde em Portugal, mas, sobretudo, da história da cidade da Guarda nos campos da saúde, social, económico, cultural e ambiental e também na área de produção científica. O processo de classificação como CIP, Conjunto de Interesse Público, foi publicado na Portaria n.º 39/2014, DR, 2ª série, n.º 14 de 21 janeiro 2014, estranhamente, demorou 14 anos a ser concluído.

Como refere na sua pergunta trata-se, ou melhor, tratava-se, de um “conjunto” o qual valia sobremaneira, por esse mesmo aspeto que lhe dava unicidade. Era único no País! Senti sempre um enormíssimo distanciamento de todas as entidades. Os anos passaram, perdeu-se praticamente tudo, desde o património móvel e imóvel, ao paisagístico, florestal, lúdico, médico e científico.

A ausência de interesse tem sido gritante, imperdoável e inaceitável. Os edifícios em completa ruína, além de constituírem um perigo permanente, são um verdadeiro atentado à história local. Creio que é mesmo um dos maiores, se não o maior atentado patrimonial, cometido na Guarda, no último século.

 

A Guarda poderia ter outros museus? Quais?

Mais do que outras estruturas museológicas, que são sempre equipamentos culturais que, para funcionarem devidamente, absorvem grandes recursos financeiros, a cidade poderia ter, a partir da célula mãe (Museu da Guarda) alguns núcleos museológicos destinados a apresentar a herança judaica, a história comercial e industrial da cidade e a história da imprensa que, desde a segunda metade do século XIX, aqui teve enorme relevância.

Como podemos querer conhecer o outro se não nos conhecemos a nós próprios? Porque se desperdiçam energias na procura de falsas identidades? Há ainda muita história da Guarda por contar e é através dessas narrativas, que importa construir, que nos podemos diferenciar da repetição e da generalização. Falta potenciar a nossa identidade através de novas linguagens comunicacionais e criativas.

 

A par da sua atividade profissional desenvolveu trabalhos de investigação e tem escrito sobre temáticas diferenciadas. Sobre que áreas incidiu a sua atenção?

Gosto da história local, da arquitetura nomeadamente da industrial, do urbanismo, das artes decorativas e da história institucional.

 

Como vê a investigação que é ou tem sido feita sobre a Guarda? O que sugere?

A história da Guarda e da região nas suas múltiplas áreas tem sido objeto de muitos estudos de nível académico superior. Teses de mestrado, de doutoramento e investigações desenvolvidas por muitos centros de investigação têm tratado a nossa história.

Porém, uma boa parte de tais estudos não chega ao conhecimento da sociedade porque não têm uma divulgação ampliada através de edições. Mesmo na cidade se publicam muitas trabalhos de investigação, mas as atividades de promoção livreira não englobam este tipo de estudos.

Era importante o setor cultural do Município criar e desenvolver uma plataforma local onde se partilhassem essas informações, na qual uma equipa bem preparada, os autores e as entidades públicas e privadas tratariam de divulgar esses estudos.

 

É responsável, há cerca de dois anos, pelo Departamento do Património, Cultura e Turismo da Diocese da Guarda. O que representou este desafio e que balanço faz do trabalho até agora desenvolvido?

O desafio representou a continuidade do trabalho de conhecimento, investigação, conservação e divulgação do património histórico, artístico e cultural, agora centrado na matriz religiosa.

A identificação, o contacto com este vastíssimo património, a criação de normas visando a sua conservação e proteção, bem como, a sua divulgação, tem sido um trabalho muito estimulante porquanto nos reporta para a beleza da criação artística feita pelo génio humano na sua relação com o Divino, ao longo dos séculos. É uma tarefa que necessita de muitos meios, mas sobretudo de boas vontades alicerçadas numa convicta consciência patrimonial.

 

Como vê, atualmente, a Guarda em termos culturais?

É importante que coexista a democratização cultural e a democracia cultural. A democratização do acesso à cultura, garantida pela Constituição, é uma conquista de abril e, como tal, deve ser garantida.

Por outro lado, a prática da democracia cultural deve, para além do apoio ao associativismo, garantir a criação de dinâmicas culturais, com atenção à cultura popular, o apoio à criação artística, criação e manutenção de redes nas diversas áreas artísticas e culturais.

É nesta coexistência que, por vezes, se sente alguma falta de articulação e, também, a ausência de uma política cultural estruturada, fazendo com que as atividades aconteçam de per si, isoladamente, e sem um fio condutor.

 

Tem em projetos, trabalhos de investigação em curso?

Gostaria de continuar, e vou continuar, com pequenos trabalhos de investigação, já identificados, a concretizar em ritmo menos exigente.

 

 

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publicado às 19:41

Oficina de História da Guarda

por Correio da Guarda, em 22.06.22
 
 

De 25 a 29 de julho e de 13 a 16 de setembro, vai decorrer a sexta edição da Oficina de História da Guarda, promovida pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI).

Esta oficina, subordinada ao tema “A Visita do Inquisidor no século XVI”, será dirigida por Rita Costa Gomes, Professora de História na Universidade de Towson (EUA); tem como objetivo promover a pesquisa sobre o património e a história da Guarda e da sua região.

Os participantes desta ação de formação produzirão conteúdos resultantes da sua própria pesquisa, visando a atualização e divulgação dos conhecimentos sobre esta temática, ligando a história local com outras escalas e âmbitos de pesquisa histórica.

Este ano a Oficina de História abordará o tema da “Visita do Inquisidor à Guarda no século XVI”. Nas primeiras décadas da sua existência, a Inquisição portuguesa realizou visitas por todo o país, ressuscitando e aperfeiçoando uma prática que recuava aos tempos medievais.

Assim, nesta edição a Oficina lançará o estudo de uma visita inquisitorial feita à Guarda no século XVI, investigando a partir das fontes da época quem era o inquisidor que veio à Guarda, que atividades desenvolveu na cidade, e que consequências teve a visita para as populações.

A oficina funcionará em modalidade híbrida, com uma série de 5 sessões presenciais na sede do CEI (25 a 29 de julho, das 18h00 às 20h00) e 4 sessões remotas por Zoom (13 a 16 de setembro, das 18h00 às 20h00). 

A inscrição é gratuita, obrigatória e limitada a 25 participantes podendo ser feita aqui

 
 
 
Fonte: CEI 
 
 

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publicado às 23:55

Guarda: 814º aniversário

por Correio da Guarda, em 27.11.13


     A atribuição, por D. Sancho I, da carta de foral à Guarda, em 1199, é a efeméride assinalada hoje, dia do feriado municipal.

     Tradicionalmente, e após o abandono da data de 3 de Maio, o feriado municipal da Guarda era comemorado a 26 de Novembro, evocando assim o nascimento, oficial, da cidade. A divergência sobre a data de atribuição da carta de foral foi expressa, pela primeira vez, num artigo publicado, em 1985, no jornal "Notícias da Guarda".

     A partir dessa altura alargou-se o interesse pelo estudo da questão e não faltaram argumentos sobre a prevalência de 26 de Novembro; por outro lado, a favor do dia 27 deste mesmo mês os argumentos manifestaram igualmente a sua solidez.

     De facto, o documento medieval da outorga da carta de foral refere que "foi feita esta carta em Coimbra no dia Quinto antes das Calendas de Dezembro de 1237, no ano do nosso reinado." Assim, e como foi sustentado pelos investigadores que defenderam a nova data, o dia V antes das Calendas de Dezembro é o dia 27 de Novembro de 1237, o que convertido à data cristã (menos 38 anos) cai sobre o ano de 1199. A data de 27 de Novembro acabou, assim, por ser institucionalizada, há alguns anos atrás, como feriado municipal.

     Se é verdade que a outorga da carta de foral constitui um marco de referência na história desta terra, a sua origem (luso-romana, visigótica ou medieval) é uma questão à qual não foi dada ainda resposta definitiva e segura; sabe-se, isso sim, que lusitanos, romanos e visigodos deixaram por aqui traços indeléveis da sua passagem, testemunhos diversificados, igualmente espalhados pelo distrito.

    O ano de 1199 marca um período novo e mais conhecido da história guardense. Através da carta de foral os habitantes recebiam diversos privilégios e o incentivo ao povoamento desta zona, desejado pelo monarca português.

      carta de foral da Guarda, bem como a outro importante documento conhecido por "Costumes da Guarda”, dedicou Alexandre Herculano a sua atenção, sendo realçado o contributo para o conhecimento do período medieval português.

     A história da Guarda encerra muitas e diversificadas páginas, onde emergem a sua importância militar, a sua projecção religiosa, o passar dos séculos e de vultos que sobressaíram na vida eclesiástica, política, literária ou científica. (HS)

    

      Programa comemorativo


     O programa comemorativo do 814º aniversário da cidade da Guarda inicia-se hoje pelas 10h30, com o hastear da bandeira na Praça do Município.

     Posteriormente, na Sala António Almeida Santos da CMG, decorrerá uma sessão solene em que vão intervir, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, e o presidente da Assembleia Municipal da Guarda, Fernando Carvalho Rodrigues.

     O programa integra ainda a conferência "Turismo e desenvolvimento: novos desafios", que antecederá a assinatura do protocolo com a Entidade Regional de Turismo do Centro.

     No período da tarde, pelas 15h30, na Igreja da Misericórdia, terá lugar um concerto comemorativo do Dia da Cidade, pelo Conservatório de Música de São José da Guarda.

     No Museu da Guarda, a partir das 18 horas, decorrerá um Concerto da Orquestra de Guitarras do Conservatório de Música de São José da Guarda, com direção de Hugo Simões.

    No Teatro Municipal da Guarda, a partir das 21h30, realizar-se-á um concerto de Cristina Branco, onde será apresentado o mais recente álbum desta fadista, intitulado "Alegria".


 

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publicado às 00:01

Passos à volta da memória

por Correio da Guarda, em 29.05.13

 

     A Culturguarda vai promover, entre 2 de Julho e 31 de Agosto, uma nova edição dos "Passos à Volta da Memória".

    Estas visitas, ao ritmo de uma sessão por dia, terão início às 17h30, tendo como ponto de encontro a Praça Luís de Camões, na Guarda.

    Na edição de 2013 será Augusto Gil - autor da conhecida Balada da Neve - o guia da iniciativa.

    Com o subtítulo “Um poeta na cidade”, o percurso da visita terá início na casa onde viveu o poeta, localizada na rua com o seu nome por detrás dos balcões da Praça Luis de Camões (Praça Velha); Uma viagem pela história da cidade mais alta, que termina na escadaria do Largo Frei Pedro.

    As visitas encenadas contam com a coordenação de Américo Rodrigues, com o texto e a encenação de Antónia Terrinha e com a interpretação do ator André Amálio.

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Toponímia em debate

por Correio da Guarda, em 01.05.13

 

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publicado às 20:56

Revista Praça Velha

por Correio da Guarda, em 30.06.10

     Na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço foi ontem apresentado mais um número da Revista Cultural Praça Velha, editada pela Câmara Municipal da Guarda.

    O volume XXVII inclui um núcleo temático principal dedicado às comemorações do Centenário da República, que conta com colaborações de Aires Diniz, Alexandre Costa Luís, Américo Rodrigues, António José Dias de Almeida, António Sá Coixão e António A. Rodrigues Trabulo, António dos Santos Pereira, António Sampaio, Emílio Rivas Calvo e Carlos d’Abreu, Francisco Manso, José Luís Lima Garcia, Manuel Leal Freire, Maria Antonieta Garcia e Pedro Aboim. A Grande Entrevista, a Alípio de Melo é conduzida por Rui Isidro.

    A secção habitual dedicada ao Património e História integra artigos de Célio Rolinho Pires e J. Pinharanda Gomes, Poesia, Contos e Meditações conta com a participação de João Esteves Pinto e J. Osório de Andrade, Portfolio é da responsabilidade de Tiago Rodrigues, Recensões críticas de livros, discos, filmes e objectos inclui colaborações de José Gonçalves Monteiro, António José Santinho Pacheco, Anabela Naia Sardo, Rui Torres, Ana Margarida Fonseca, Aires Antunes Diniz, José Luís Lima Garcia, Rosário Santana, Fernando Carmino Marques Manuel Sabino G. Perestrelo, António José Dias de Almeida, Lusitana Ricardo, César Prata e António Soares. 

 

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publicado às 12:32

Tema para uma sondagem

por Correio da Guarda, em 01.01.09

 

Saber qual o grau de conhecimento que os guardenses têm da sua cidade e outrossim da história e património local constitui, indubitavelmente, um bom tema para uma sondagem. Os resultados seriam, sem dúvida interessantes, sabendo que, pela observação empírica do cidadão comum não é difícil adivinhar o sentido que tomariam esses indicadores.
Verifica-se, sobretudo ao nível dos escalões etários mais jovens, um grande desconhecimento sobre o passado da Guarda e o seu património mais expressivo. Evidentemente que, com esse distanciamento e falta de ligação entre o passado e presente se torna mais difícil a consciencialização em torno da necessidade de defesa da identidade local, e a afirmação de um espírito crítico, empenhado numa permanente defesa da memória colectiva. Em termos de salvaguarda da sua identidade muito foi já dito e escrito, bastando atentar na realidade urbanística para reavivarmos as ideias.
É certo que, nos últimos anos, e ao nível da actividade editorial, tem havido uma dinâmica digna de registo; são trabalhos que ficam, desempenhando um inequívoco contributo para a guarda das memórias citadinas e divulgação das suas múltiplas facetas, buriladas ao longo de séculos.
Todos os contributos para um melhor conhecimento da cidade devem, pois, ser devidamente divulgados e apoiados, na certeza que estaremos a criar uma postura cultural diferente e lançar novos olhares para pormenores ou realidades geralmente ignoradas ou esquecidas.
 
 

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publicado às 21:37


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