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No Grande Auditório do Teatro Municipal da Guarda vai ser apresentado na próxima quinta-feira, 12 de Setembro, o espetáculo Beat na Montanha que assenta no projeto de inclusão, a decorrer desde abril no Estabelecimento Prisional desta cidade, dirigido pelo guardense Luís Sequeira (B.Riddim).
Um projeto onde música e a escrita serviram de estímulo à criatividade de 20 mulheres e homens (dos 24 aos 73 anos) que vão agora subir ao palco para mostrarem o resultado das sessões de trabalho realizadas ao longo dos últimos meses. Esta segunda edição do Beat na Montanha, depois da estreia – no passado ano – envolvendo crianças e jovens da Aldeia SOS da Guarda e do Centro Escolar de Gonçalo (concelho da Guarda), conta com a participação de André Neves (Maze), membro dos Dealema.
Luís Sequeira esclarecia, recentemente, que este "é um projeto de inclusão social, com incidência na cultura cigana. Vai permitir levar as pessoas da etnia cigana ao TMG. Representa uma capacidade de mudança, não só de mentalidades, mas também do paradigma sobre as pessoas que estão privadas de liberdade". Para o produtor e músico guardense, com o nome artístico de B. Riddim, nesta segunda edição do Beat na Montanha a intervenção social está mais sublinhada, pois foi “um trabalho com homens e mulheres que cometeram crimes e em comum têm a paixão pela música.
Nesta segunda temporada, Luís Sequeira destaca que a intervenção social está mais vincada porque são homens e mulheres que cometeram crimes e em comum têm a paixão pela música. A dúvida inicial era como motivar as pessoas, respeitar a cultura dos participantes e tirar partido ao mesmo tempo da realidade das festas ciganas, mas cedo se criou "uma sintonia muito grande", aponta Luis Sequeira.
Imagem: Miguel Pereira da Silva
André Neves (Maze), dos Dealema, comentava recentemente à comunicação social que o Beat na Montanha “é um projeto transformador. Eles sentem-se vistos, como seres humanos e como criativos. Só esse estado é altamente terapêutico". Sequencialmente, fez notar, a música associada à escrita faz despertar outros sentimentos. No processo criativo do Beat na Montanha, André Neves assinala que a música "é a ignição que puxa o sentimento" e por isso o foco de Luís Sequeira é "espicaçar" determinados momentos nos participantes para tentar obter misturas que possam funcionar.
A articulação entre a cultura hip-hop e a música cigana será uma das evidências a apresentar no espetáculo a realizar no TMG, com entrada gratuita mediante o levantamento prévio do bilhete. O Beat na Montanha é uma organização da Câmara Municipal da Guarda, através do TMG, e tem a direção artística de B. Riddim (Luís Sequeira).
Recorde-se que no passado mês de março foi apresentado na Guarda o documentário oficial de "Beat na Montanha" (primeira edição) que foi filmado por Fabiana Tavares paralelamente ao desenvolvimento do projeto musical. A inclusão social aliada ao estímulo criativo na área da música e da escrita foi a ideia chave deste projeto concebido por Luís Sequeira (B. Riddim) e dirigido a crianças e jovens entre os 6 e os 16 anos. O projeto foi materializado através de uma residência artística (organização conjunta de Luís Sequeira do Teatro Municipal da Guarda/Serviços Educativos) e pretendeu implementar uma fusão sonora de vários instrumentos clássicos com eletrónica, gerando texturas passíveis de uma ligação com textos em prosa e verso; por outro lado, não esqueceu também a exploração de capacidades vocais. “Beat na Montanha I” foi desenvolvido com o envolvimento de crianças e jovens do Centro Escolar de Gonçalo (concelho da Guarda) e da Aldeia S.O.S. da Guarda que tiveram a oportunidade de mostrar as suas capacidades num espetáculo realizado no dia 3 de junho de 2023 no Teatro Municipal da Guarda.
E no palco do Teatro Municipal da Guarda será apresentado quinta-feira, a partir das 21h30, o espetáculo concebido no âmbito da segunda edição do Beat na Montanha.
O incêndio que deflagrou, na madrugada do passado sábado, numa habitação devoluta localizada entre a Rua Sacadura Cabral e a Rua da Torre na cidade da Guarda, é mais um alerta preocupante para a salvaguarda e segurança do centro histórico.
O cenário de habitações devolutas, em ruínas ou com o seu interior transformado em perigosas lixeiras, não é apenas de hoje, mas prevalece há vários anos; um sério problema que se vai agravando progressivamente e poderá abrir as portas a uma tragédia com consequências imprevisíveis. Estamos perante um autêntico barril de pólvora que, face ao mais ligeiro descuido ou atitude criminosa, poderá colocar em risco muita coisa, nomeadamente vidas humanas.
Mais do que intervenções inflamadas na praça pública (leia-se também redes sociais) e comentários desfocados daquilo que importa realmente resolver (sempre com a preocupação de zelar pelos reais interesses da Guarda e comunidade), urge a aplicação de medidas pragmáticas e adequadas à dimensão do problema; a par de uma consciencialização das responsabilidades individuais na defesa de uma identidade citadina, da sua valorização e promoção que terá reflexos positivos em múltiplas vertentes.
Contudo, e retomando o parágrafo inicial deste breve apontamento, é justo realçar aqui o trabalho dos Bombeiros da Guarda que – com rapidez, eficácia, empenho e elevado sentido de missão – neutralizaram o incêndio e travaram a sua propagação a outras habitações; aliás, no meio de condições de trabalho com diferenciadas dificuldades, se tivermos em conta o local e as condições de acesso para as viaturas e equipamentos. E quanto a acessibilidades dentro do centro histórico muito há a dizer…
Os nossos bombeiros merecem, pois, uma palavra de gratidão e o apoio da comunidade sempre que solicitado.
Hélder Sequeira
"Mobilidade Integrada – Eixo Beira Interior” é o tema da conferência que vai decorrer, nos próximos dias 17 e 18 de setembro, no Teatro Municipal da Guarda.
Trata-se de uma organização da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) em parceria com os municípios da Guarda, Fundão, Covilhã, Castelo Branco, Belmonte.
Segundo a Presidente da AMT, Ana Paula Vitorino, “esta Conferência visa discutir e lançar o "Projeto Piloto de Mobilidade Integrada da Beira Interior". A proposta é desenvolver um sistema de mobilidade integrado e multimodal, combinando vários modos de transporte, otimizado por sistemas tecnológicos e energias alternativas, e em sintonia com o ordenamento do território. Este sistema visa facilitar a utilização dos transportes públicos, reduzindo a necessidade de transporte individual, especialmente em áreas com uma rede de transportes públicos menos densa.”
Ana Paula Vitorino, acrescenta a propósito desta conferência, que “com base nos princípios de planeamento e sustentabilidade, melhores práticas nacionais e internacionais, e estudos realizados pela AMT, o projeto piloto proposto visa integrar diferentes modos de transporte (ferroviário, rodoviário, mobilidade partilhada e ativa); promover a acessibilidade a serviços essenciais (escolas, hospitais, logística urbana); incorporar tecnologias inovadoras para digitalização do planeamento e gestão da mobilidade; capacitar entidades públicas e privadas e sensibilizar a população para as alterações climáticas e a sustentabilidade Não pretendemos oferecer apenas um espaço de discussão, mas um passo concreto rumo à implementação de um sistema de mobilidade sustentável e integrado na Beira Interior. Ambicionamos criar um modelo que possa ser replicado noutras regiões, contribuindo para a coesão ambiental, social, económica e territorial conforme os objetivos da Agenda 2030 da ONU.”
Verifica-se, sobretudo em territórios de baixa densidade, que “o transporte coletivo regular tem-se mostrado economicamente inviável, com altos custos operacionais e baixa atratividade. A predominância do transporte individual tem consequências ambientais negativas e contribui para a exclusão social daqueles sem acesso a veículos próprios.”
No primeiro dia dos trabalhos – que se inicia com a sessão de abertura marcada para as 14h30 – será feito, pelas 16h20 o ponto de situação do Plano Ferroviário Nacional, estando agendado, logo a seguir, um painel subordinado ao tema “Desafios da Organização e Gestão da Mobilidade nos Países da CPLP, em que vão intervir Susana Baptista (Diretora de Supervisão da AMT), Rafael Vitale Rodrigues (Diretor Geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Brasil, Eduardo Nery Filho (Diretor Geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), do Brasil, Énio Costa (Presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), de Angola e António Matos (Presidente da Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMT), de Moçambique).
O programa prossegue no dia 18, pelas 9 horas, com a presença da Secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias e a Apresentação do Projeto-Piloto de Mobilidade Integrada da Beira Interior, ato que precederá a Assinatura do Protocolo de Colaboração do Projeto-Piloto de Mobilidade Integrada da Beira Interior.
Pelas 10h30 terá lugar o painel “Mobilidade Integrada - Organização das Infraestruturas e da Gestão dos Transportes para o Desenvolvimento do País”, com a participação de Iñigo de la Serna, Ex-Ministro dos Transportes e das Obras Públicas, de Espanha, Hugo Oliveira (Diretor de Regulação da AMT), Manuel Jorge Valamatos, (Presidente da CIM Médio Tejo, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes), Emílio Torrão (Presidente da CIM Região de Coimbra, Presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho), Fernando Ruas (Presidente da CIM Viseu Dão-Lafões, Presidente da Câmara Municipal de Viseu), António Bota (Presidente da CIM do Baixo Alentejo, Presidente da Câmara Municipal de Almodôvar) e Rui Ribeiro (Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária).
A partir das 14h terá lugar um painel subordinado ao tema Painel “A Utilização da Inteligência Artificial na Mobilidade e nos Transportes e Plataformas de Gestão de Transportes”, com a presença de
Adolfo Mesquita Nunes (Ex-Secretário de Estado do Turismo e Especialista em Regulação da Inteligência Artificial), João Martins (Comunicação AMT), Martí Jofre (CEO da NeMi), Rui Costa (Co-CEO da Ubiwhere), Estanislau de Bentzmann, (Presidente e Co-Fundador da Devoteam), Mónica Martínez Walter (Presidente da GMV Innovating Solutions), Nuno Soares Ribeiro (Partner da VTM Global) e Teresa Galvão (Presidente da OPT – Optimização e Planeamento de Transportes)
Segue-se outro painel que terá como tema “O desenvolvimento sustentável e inteligente do futuro – incorporação da inovação no planeamento e execução de políticas públicas no setor dos transportes e suas infraestruturas”.
Para a sessão de encerramento desta conferência está prevista a presença do Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
A Associação de Jogos Tradicionais da Guarda (AJTG) celebra no próximo dia 28 de agosto o quadragésimo quinto aniversário. Criada em 1979 com o objetivo de proceder à recolha, sistematização e incentivo à prática de Jogos Tradicionais, tem desenvolvido a sua ação por todo o distrito da Guarda, pelo país e também além-fronteiras.
Desde a sua criação, e até hoje, tem vindo a realizar e participar em numerosos projetos, sempre na perspetiva da salvaguarda da cultura lúdica tradicional. “É neste ambiente de promoção cultural que decorreu nos últimos dois meses o projeto apoiado pelo IPDJ “Um Dó Li Tá – Jogo Livre “o qual consiste numa recolha testemunhal de pessoas com experiências vividas antes e depois do 25 de Abril de 1974 com memórias dos jogos, brincadeiras e práticas lúdicas em geral. A primeira fase deste projeto vai ser apresentada durante as celebrações no próximo dia 28 de agosto, às 17h30.” Refere a AJTG em nota para a imprensa.
“Fruto da dedicação e dos esforços dos seus sócios e dirigentes, a AJTG tem-se afirmado como parceiro privilegiado em inúmeras iniciativas que envolvem a temática dos jogos tradicionais – seja a nível nacional, seja a nível internacional. É de destacar a participação como membro da TAFISA - The Association For International Sport for All; da ETSGA - European Traditional Sports and Games Association; da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto; e da fundação de diversas entidades como a Federação Portuguesa de Jogos Tradicionais; a Escola de Jogo do Pau Português; a Pro-Raia-Associação Desenvolvimento Integrado Da Raia Centro Norte; a FAJDG - Federação das Associações Juvenis do Distrito da Guarda; a Federação Ibérica de Jogos Tradicionais.” Acrescenta ainda a AJTG.
Destacam-se no histórico muitos outro projetos, nomeadamente a recolha e filmagem, em conjunto com o Professor Noronha Feio, do programa televisivo exibido pela RTP: “Os homens e os Jogos – Os Jogos das Terras Frias”; Realização de centenas de Encontros de Jogos Tradicionais Distritais; Organização da 1a Exposição Distrital de Artesanato; Organização da 4a Festa Internacional dos Jogos, na Guarda e participação nas anteriores em vários países; Produção de uma peça de teatro baseada num jogo tradicional (jogo do Galo), “Nana, Ina, Não, Ficas Tu Eu Não”; Publicação de diversos estudos, artigos e opiniões ligados à temática dos jogos e do seu papel nas sociedades; a primeira ação de formação certificada de Animadores de Jogos Tradicionais; ação de formação para criação de jogos e brinquedos populares e tradicionais; seminário sobre os temas As Mulheres nos Jogos e Desportos Tradicionais; atividades de promoção da intergeracionalidade e do envelhecimento ativo; participação em diversos Workshops sobre temáticas de animação e intervenção sociocomunitária em diversos países da Europa e em Portugal; organização de inúmeras exposições sobre os jogos tradicionais como “Brinquedos dos nossos Avós”, “Eu tenho um Pião”, “O Tempo a Brincar”, “Jogar a Tradição” ; edições de diversas publicação como “A Malha, Desporto Tradicional Português”; “O Jogo do Galo por Terras da Beira”; “Os Jogos de Força do Distrito da Guarda”; “Magusto da Velha em Aldeia Viçosa”; “O Beto”; “Os Jogos de Bola do Distrito da Guarda”; “A Capeia Raiana, uma Mostra de Força Coletiva”; “A Pelota, Contributo para a sua Recuperação”; “Ritos de Morte em Casal de Cinza”; “A Aprendizagem para além da Escola: O Jogo Infantil Numa Aldeia Portuguesa”; “Catarse – Guarda, 1990”; “Brincadeiras da Minha Meninice”; coleção de postais "20 Anos, 20 Jogos de Humor"; “O Saber Sexual das Crianças, desejo-te porque te amo”; “Mulheres e Desportos Tradicionais”.
Ao longo dos anos, a AJTG “mantém-se fiel aos seus propósitos fundadores e também mantém os esforços numa intervenção comunitária sistemática e sustentável. O papel da AJTG enquanto motor de desenvolvimento é reconhecido pelo seu passado; é inquestionável no presente e é expetável para o futuro.” É referido ainda na nota informativa divulgada por aquela associação, para quem “ainda que toda a sociedade atual esteja a impor cada vez mais desafios, a AJTG continua a acreditar que os jogos populares e tradicionais são essenciais para uma qualidade de vida mais plena tanto em termos físicos, como mentais e emocionais; e também como alavanca para a cultura, para a economia, para a sustentabilidade. Mas só com o esforço coletivo é que a AJTG se concretiza e só com o esforço de todos é que a AJTG realiza a sua missão – corpos sociais; voluntários, colaboradores, parceiros, instituições, empresas, comunicação social. Neste aniversário, a AJTG só pode, por isso, deixar pedidos de ofertas que venham corresponder à sua essência: mais envolvência associativa; mais compromisso das entidades com a cultura lúdica tradicional; mais definição estratégica para a cultura tradicional e mais participação dos privados no associativismo.”
O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG) anunciou, para hoje, a abertura da Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) de Figueira de Castelo Rodrigo.
De acordo com uma nota de imprensa, está assim concluído “o seu processo de criação e implementação de UCC’s em toda a área de abrangência da ULSG. Concretiza-se o objetivo de alargar e concluir a rede de cuidados na comunidade, que permite beneficiar a população dos 13 concelhos da sua área de abrangência.”
De acordo com a informação divulgada, a UCC Figueira de Castelo Rodrigo vai dar cobertura a toda a população daquele concelho, “que agora pode contar com os cuidados de saúde prestados por este tipo de unidade funcional, designadamente: apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo; atuam, ainda, na educação para a saúde e na integração em redes de apoio à família.”
De referir que estas unidades funcionais (UCC’s) têm como missão contribuir para a melhoria do estado de saúde da população da sua área geográfica de intervenção, “visando a obtenção de ganhos em saúde e contribuindo assim, de um modo direto, para o cumprimento da missão da ULS em que se integra.”
As UCC’s asseguram respostas integradas, articuladas, diferenciadas e de grande proximidade às necessidades em cuidados de saúde da população onde estão inseridas e regem-se pelos princípios de: cooperação; solidariedade e trabalho de equipa; autonomia; articulação com as outras unidades funcionais da ULS e parcerias com estruturas da comunidade local.
Considerado como um dos melhores músicos do seu tempo João Baldi tem o seu nome consagrado na toponímia da Guarda, cidade onde viveu alguns anos.
João Baldi nasceu em Lisboa no ano de 1770, filho de Carlo Baldi tenor italiano ao serviço da Patriarcal de Lisboa.
No Seminário Patriarcal recebeu, a partir dos onze anos, uma destacada parcela da sua instrução que muito beneficiou dos ensinamentos musicais de mestres como João de Sousa Carvalho, Jerónimo Francisco de Lima, Braz Francisco de Lima e Camilo Cabral.
Desde cedo manifestou as suas excecionais aptidões, assumindo-se rapidamente como cantor, organista e pianista distinto.
Como compositor ter-se-á estreado antes dos 19 anos.
No ano de 1789 veio para a Guarda, passando a desempenhar, na Catedral as funções de mestre de capela; num período de grande brilho musical da Sé guardense, com D. Jerónimo Rogado do Carvalhal a dirigir os destinos da diocese.
Após cinco anos na Guarda, João Baldi rumou para a Sé de Faro e seis anos depois regressou a Lisboa, onde foi ocupar o lugar de segundo mestre da Real Capela da Bemposta.
Nessa altura exercia aí as funções de primeiro mestre o contrapontista e organista Luciano Xavier dos Santos; na sequência da morte deste, em 1806, João Baldi passou a ocupar o lugar principal.
Eminente compositor e organista, João José Baldi morreu a 18 de maio de 1816, com apenas 46 anos.
Por ocasião das comemorações do 804º aniversário da Guarda decorreu nesta cidade um concerto que proporcionou a estreia moderna da “Missa para Coro, Solistas e Orquestra”; uma obra que, recorde-se, foi recuperada pelo padre José Pinto Geada
Esta partitura tem para a Sé Catedral da Guarda, e como sustentou José Pinto Geada, uma «dupla importância: primeiro, por representar um dos grandes Mestres que por ela passaram; segundo, sendo o único espécime que resta do antigo arquivo incendiado nas invasões francesas, torna-se, ele mesmo, o símbolo de um espólio valioso, onde outros compositores estariam, de certo, representados”.
João Baldi deixou uma vasta obra, quer ao nível da música religiosa, quer na área da música profana. De lembrar que foi no seu tempo que ocorreram as invasões francesas, tendo sido também mobilizado, como oficial.
Nesses anos compõe vários hinos militares e dois “Te Deum”, assinalando também o final das invasões napoleónicas com o drama lírico “Ulisseia libertada”. João Baldi está, justamente, referenciado na toponímia guardense, mas também a merecer uma das novas placas que, permitindo uma melhor identificação da rua, viabilizará através do código QR associado um melhor conhecimento deste compositor.
Helder Sequeira
Guarda. Nicho do Senhor dos Aflitos, Torre dos Ferreiros.
A terceira “Conversa Aberta” sobre Médicos Ilustres na Guarda será dedicada a Ladislau Patrício e terá lugar no dia 26 de setembro, a partir das 18 horas, no Museu da Guarda.
Ladislau Patrício – terceiro diretor do Sanatório Sousa Martins – foi um médico distinto, apreciado escritor, humanista, acérrimo defensor da sua Guarda, biógrafo do poeta Augusto Gil (seu cunhado). Este, clínico que integrou a estrutura diretiva da Ordem dos Médicos e foi o proponente da criação da especialidade de Tisiologia.
A “Conversa Aberta”, que terá Hélder Sequeira como moderador e palestrante, é promovida pela Secção Sub-Regional da Guarda da Ordem dos Médicos, em parceria com o Museu da Guarda.
Na Guarda está a decorrer hoje, até às 17 horas, a tradicional Feira de Antiguidades e Colecionismo.
Este certame realiza-se, de julho a outubro, no primeiro domingo de cada mês, decorrendo na Praça Luís de Camões (Praça Velha).
A Rádio Altitude é uma marca indissociável da Guarda e desta vasta região da beira serra; uma marca que importa honrar, preservar e afirmar continuamente como meio de comunicação social.
Olhar para o seu passado não representa um mero exercício ritualista ou saudosismo lamechas; deve, sim, constituir um ato de reflexão sobre os contributos vertidos na história desta rádio. Como afirmámos noutra ocasião, estamos perante uma emissora de muitas vozes e rostos, de sonhos, de distintas colaborações; esta é uma emissora de afetos, de ideias, de originalidades; uma emissora com espírito solidário que lhe deu alma desde os longínquo ano de 1948.
A sua génese, a sua longevidade, o seu percurso ímpar e a sua matriz beirã conferem-lhe um estatuto especial, mas também uma maior responsabilidade. Atualmente as emissões radiofónicas passam em larga medida, pelo meio digital, num recurso cada vez mais ligado às modernas aplicações e tecnologias.
Por outro lado, hoje a Inteligência Artificial (IA) apresenta novos caminhos para mais eficiência e múltiplas vantagens ao nível da melhoria da programação e interação com os ouvintes. Para além da automação das emissões a IA apresenta-se como forte apoio para produção de notícias, definição da sequência musical e de conteúdos programáticos convidativos e heterógenos.
Embora se deva ter em conta que a Inteligência Artificial pode ser um precioso auxiliar dos profissionais não pode ser esquecida a essência da Rádio. A humanização deste meio de comunicação é fundamental e as pessoas não podem ser afastadas do seu processo evolutivo.
É fundamental que a função social da rádio continuar a prevalecer, mesmo face ao desenvolvimento das tecnologias da informação. Assim, não é apenas no plano das ondas hertzianas que tem de ser posicionada a proposta radiofónica; a rádio tem de assegurar uma estratégia rigorosa e clara no vasto horizonte da emissão online.
O fortalecimento da sua presença será sustentado, em larga medida, pela atenção à realidade social, económica, cultural e política da região onde a Rádio está sediada. As pessoas, para além do entretenimento ou companhia que a rádio lhes proporciona, querem boas condições de audição, uma informação rápida, em cima da hora ou do acontecimento de proximidade; querem igualmente um interlocutor atento, objetivo e credível, uma rádio com gente dentro, de entrega a um serviço público, solidário, afetivo.
Uma rádio que questione, esclareça, atue pedagogicamente, aponte erros, noticie triunfos, sinta e transmita o pulsar da região, chame a si novos públicos. Claro que não é um trabalho fácil, mas o êxito constrói-se com competência, perseverança, humildade, diálogo, criatividade e sentido de responsabilidade.
Ao comemorar-se o septuagésimo sexto aniversário da Rádio Altitude, devemos felicitar os seus atuais elementos e homenagearmos os múltiplos contributos pessoais e coletivos que guindaram a RA a uma posição de destaque no panorama radiofónico português.
Como dissemos no início deste breve apontamento, a Rádio Altitude é uma marca informativa e cultural da nossa região e da cidade; marca que não deve ser esquececida. A emissora será aquilo que quiserem os seus profissionais, se os sonhos e projetos forem consistentes, arrojados, capazes de garantirem a apaixonante magia da rádio e de ganharem o futuro.
Parabéns Rádio Altitude.
Hélder Sequeira
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.