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Manteigas. Rota das Faias.
A Estrela é a partir de ontem, oficialmente, Geopark Mundial da UNESCO, integrando a lista dos 162 Geoparks Mundiais distribuídos por 44 países em todo o Mundo.
A Serra da Estrela obteve assim a sua primeira classificação UNESCO e Portugal o quinto Geopark. Localizado no centro de Portugal, o geoparque adota o nome da serra da Estrela.
No Pleistoceno, um campo de gelo desenvolveu-se no topo do planalto, criando os elementos que dotaram a região das suas características geológicas distintivas: depósitos glaciares como o campo de Moreias de Lagoa Seca, bem como aterros glaciares como o vale glaciar do Zêzere.
O geoparque apresenta também uma grande variedade de formas de alteração do granito, tais como as colunas de granito do Covão do Boi, um grande conjunto de colunas de granito natural, controladas por uma densa rede de fraturas ortogonais, bem como várias formas grandes, incluindo inselbergs (colinas isoladas ou montanhas subindo abruptamente de um plano) e formações menores em forma de cogumelo.
O Conselho Executivo da UNESCO aprovou ainda a designação de mais 14 novos geoparques mundiais da UNESCO, elevando a 161 o número de sítios participantes na Rede Mundial de Geoparques, em 44 países.
A candidatura da região da Serra da Estrela a Geopark Mundial foi aprovada ontem, na Indonésia, pelo Conselho de Geoparks Mundiais da UNESCO.
De referir que o processo de candidatura começou a ser elaborado em 2014 e foi concretizado em 2017 com a entrega do Dossier de Candidatura à UNESCO por parte da Associação Geopark Estrela (AGE), cuja sede funciona no Instituto Politécnico da Guarda.
Agora, o processo irá aguardar o parecer do Conselho Executivo da agência das Nações Unidas.
A AGE é uma associação de direito privado, criada em 6 de maio de 2016, com o objetivo, entre outros, de promover a realização de ações tendentes a um desenvolvimento socioeconómico, cultural e ambiental, sustentável e equilibrado, dos municípios e da região da Serra da Estrela, nomeadamente através da gestão da área classificada de Geopark Mundial da Unesco.
A sede do Geoparque Estrela vai ficar instalada, provisoriamente, no Instituto Politécnico da Guarda, enquanto decoorrer o processo de candidatura para a classificação da Serra da Estrela a Geopark Global da UNESCO.
Recorde-se que no passado mês de Dezembro teve lugar na Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, em Seia, a assinatura de Memorandum, entre os 9 municípios da Serra da Estrela e o Instituto Politécnico da Guarda, com vista à prossecução da referida candidatura. Este Memorandum, como foi salientado constituiu os primeiros alicerces daquilo que virá a ser um novo paradigma para o desenvolvimento deste território.
Os Geoparques Globais da UNESCO, assim designados, constituem um novo conceito de territorialidade onde o Património Geológico de exceção é a base de uma estratégia que promove o bem-estar das populações, mantendo o máximo respeito pelo ambiente, apresentando como premissas a educação, o turismo e o desenvolvimento comunitário.
O Geopark Estrela, com mais de 2 mil quilómetros quadrados e aproximadamente 170 mil habitantes, engloba uma área que inclui os municípios de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia, "mais do que uma classificação a território da UNESCO, consagrará a Serra da Estrela como território de Educação, Ciência e Cultura".
O projeto Carta Turística Serra da Estrela, dinamizado pelo Observatório de Turismo da Serra da Estrela, da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda, vai organizar na próxima terça-feira, dia 17 de Novembro, o seminário "Um Geoparque, Milhões de Oportunidades".
O evento terá lugar no Auditório da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, na cidade de Seia, pelas 14h30.
O Seminário "Um Geoparque, milhões de oportunidade", constitui um momento de debate e reflexão sobre a pertinência dos Geoparques no desenvolvimento turístico em território de baixa densidade. Num momento em que a UNESCO aprovou o programa cientifico "Global Geoparks of UNESCO", consideramos que estes constituem um novo paradigma de intervenção, no qual as Geociências são um veículo de desenvolvimento comunitário, assente na pertença, identidade e sustentabilidade dos lugares.
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