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A escolha de futebolistas para as seleções jovens portuguesas encontra-se fortemente influenciada pelo mês do seu nascimento, de acordo com um estudo efetuado por estudantes da licenciatura em Desporto do Instituto Politécnico da Guarda (IPG).
Os resultados deste trabalho académico indicam uma forte tendência para os futebolistas nascidos no primeiro semestre do ano dominarem as convocatórias para as seleções jovens, especialmente entre os 15 e 19 anos. Por exemplo, na seleção de sub16 verifica-se que 88% dos atletas selecionados para os torneios oficiais que tiveram lugar durante 2018 nasceram num dos meses correspondentes ao primeiro semestre do ano, sendo que apenas 12% nasceram no segundo semestre.
Questionado se isto significa que os atletas nascidos no primeiro semestre são especialmente talentosos, Pedro Esteves (docente do IPG), coordenador deste projeto de investigação, referiu que “o efeito da idade relativa tem sido detetado em diversas modalidades e níveis competitivos sendo que a explicação para uma maior representatividade dos atletas nascidos nos primeiros meses do ano prende-se com a vantagem temporal associada a um maior desenvolvimento antropométrico (ex: altura, peso), físico (ex: força, velocidade), entre outros.”
Exemplificando, Pedro Esteves acrescentou que “um atleta nascido a 3 de janeiro face a um outro nascido a 20 de dezembro possui um avanço temporal de praticamente um ano. Este fenómeno é especialmente crítico durante a fase da adolescência onde os ritmos de desenvolvimento “corporal” são especialmente variáveis para atletas da mesma idade, que acabam por competir no mesmo escalão. Importa realçar que esta é uma vantagem temporária já que após a adolescência os níveis diferenciados de desenvolvimento tendem a ser esbatidos.”
Instado a pronunciar-se sobre as consequências práticas poderão advir deste efeito de idade relativa, o referido investigador assinalou que “em primeiro lugar, os atletas com avanço no processo de desenvolvimento podem estar a ser erroneamente identificados pelos treinadores como mais talentosos quando, na verdade, esta vantagem tende a ser temporária. Por outro lado, se estes atletas mais desenvolvidos forem consistentemente selecionados para as seleções pode-se criar um ciclo difícil de reverter dado que estes terão acesso a mais e melhores contextos de prática (ex: condições de treino, qualidade dos treinadores, experiências competitivas) que reforçam a sua vantagem face aos atletas com desenvolvimento mais “atrasado”. Isso não significa que os atletas nascidos no segundo semestre do ano fiquem irremediavelmente afastados das oportunidades de recrutamento; contudo, terão pela frente um grande desafio para superar os constrangimentos atrás mencionados. Importa assim questionar, quantos talentos poderão estar a passar entre os “dedos” dos agentes responsáveis pelo recrutamento”
Relativamente ao impacto deste estudo pode no processo de seleção de atletas com talento, Pedro Esteve disse que “os resultados por encontrados sugerem que o efeito de idade relativa nas seleções nacionais de futebol masculino parece diminuir a partir dos 19 anos, o que deverá merecer da parte dos investigadores, bem como dos responsáveis federativos, uma reflexão em tornos dos fatores que poderão contribuir para esta situação. Provavelmente, nestas idades, os atletas nascidos no segundo semestre do ano, pela combinação de características intrínsecas e de oportunidades de desenvolvimento externas conseguem superar a desvantagem acumulada e penetrar na rede de recrutamento”.
Este docente do Instituto Politécnico da Guarda acrescentou ainda que “de um ponto de vista prático existem diversas organizações desportivas a nível mundial que têm vindo a refletir sobre a temática da idade relativa e, neste sentido, criar medidas de compensação no sentido de minorar este efeito, como é o caso do bio-banding. Parece-nos assim importante, com este estudo, colocar na agenda mediática o tópico da idade relativa no sentido de estimular a discussão, a nível dos clubes e das seleções, sobre como potenciar o processo de identificação e seleção de talento no desporto, e no futebol em particular”.
O Presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Joaquim Brigas, comentou que este estudo “é mais uma prova, objetiva, da investigação que é feita no IPG, e neste caso vertente na área do desporto”. Congratulando-se com a realização deste trabalho, Joaquim Brigas evidenciou o “prestígio do curso de Desporto do IPG, a qualidade do ensino ministrado e o alto nível do corpo docente”.
O estudo científico que suporta estes resultados será apresentado no congresso CIDESD2019, a 1 e 2 de fevereiro.
No Instituto Politécnico da Guarda está a funcionar um laboratório de avaliação do rendimento desportivo, exercício físico e saúde (LABMOV). Este laboratório tem por missão o desenvolvimento de projetos de investigação no âmbito do rendimento desportivo, exercício físico e saúde, em estreita relação com a comunidade externa ao IPG e suas necessidades.
De acordo com Carolina Vila-Chã (diretora do curso de desporto do IPG e coordenadora do LABMOV) é “também com base nesta missão que o laboratório abre as suas portas à comunidade desportiva, prestando serviços no processo de avaliação e controlo do treino, bem como consultadoria no desenvolvimento do processo de treino.”
Como exemplo desta prática, aquela docente do IPG sublinha a recente colaboração com a Academia de Futebol da Prozis no processo de avaliação fisiológica (testes de avaliação da composição corporal, da força máxima, da potência muscular, potência anaeróbia, da agilidade, entre outros testes) dos seus atletas, equipa que se sagrou campeã distrital da AF de Braga, no primeiro ano de existência.
“O LABMOV pretende também distinguir-se na avaliação e controlo do processo de treino de atletas de modalidades de cariz mais aeróbio, como a corrida de média/longa distância, ciclismo, natação e triatlo”, acrescentou Carolina Vila-Chã.
"O treino do futebolista, um espaço de confluência entre a ciência e a prática" é o tema do I Congresso de Futebol que a Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai organizar, nesta cidade, no próximo dia 26 de Maio.
Este evento resulta de uma parceria estabelecida com a Associação de Futebol da Guarda, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Câmara Municipal da Guarda.
A aposta da ESECD na formação especializada em futebol tem assumido uma relevância estratégica. Uma evidência clara desta aposta consubstancia-se no reconhecimento pela FPF mediante a concessão do nível I de treinador de Futebol aos alunos do Curso de Desporto do IPG, tornando-se assim, numas das poucas instituições do Ensino Superior Politécnico a obter esta certificação.
O referido congresso tem como objetivo fundamental “criar um espaço de partilha de conhecimento em torno de temáticas relacionadas com o processo de treino do futebolista que têm assumido especial relevância na atualidade como: periodização do treino, modelo de jogo, exercício de treino, avaliação e controlo da performance, entre outros”.
Os participantes terão a oportunidade de participar em sessões expositivas e em trabalho de campo, que envolverão oradores com experiência nas seleções nacionais, academias de treino e clubes profissionais.
Este congresso está creditado como formação para o título de treinadores de futebol. Os interessados podem obter mais informações e efetuar a inscrição em www.ipg.pt/1congresso-futebol/
No Instituto Politécnico da Guarda (IPG), vai decorrer no dia 26 de Maio o I Congresso de Futebol "O treino do futebolista, um espaço de confluência entre a ciência e a prática".
Esta formação surge no âmbito da aposta da ESECD na formação especializada em futebol, que tem vindo a assumir uma relevância estratégica. Uma evidência clara desta aposta consubstancia-se no reconhecimento, pela FPF, da formação curricular proporcionada pelo IPG no seu curso de Desporto. Com efeito, esta federação concede o nível I de treinador de Futebol aos referidos alunos, tornando-se assim numas das poucas instituições do Ensino Superior Politécnico a obter esta certificação.
A organização deste evento resulta de uma parceria estabelecida com a Associação de Futebol da Guarda, a Federação Portuguesa de Futebol e a Câmara Municipal da Guarda. O congresso tem como objetivo fundamental criar um espaço de partilha de conhecimento em torno de temáticas relacionadas com o processo de treino do futebolista, que têm assumido especial relevância na atualidade, tais como: periodização do treino, modelo de jogo, exercícios de treino, avaliação e controlo da performance, entre outros.
Neste congresso participarão formadores com experiência e mérito reconhecido no futebol português, como são os casos, entre outros, dos técnicos Silveira Ramos, Diretor Técnico Nacional da FPF; Francisco Neto, Selecionador Nacional de Futebol Feminino; José Guilherme, Selecionador sub-18; e Ricardo Chéu, treinador com experiência em clubes da I Liga Portuguesa.
O processo de inscrição já se encontra-se ativo na página eletrónica do evento que pode ser acedido aqui.
No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai ser assinado amanhã, pelas 17 horas, um protocolo entre o IPG e a Associação de Futebol da Guarda (AFG).
Com a parceria que vai ser estabelecida, pretende-se a promoção conjunta do desenvolvimento da região, através da execução de projetos e atividades, prestação de serviços, articulação formativa, reforço das ligações e contactos e do intercâmbio de saberes, experiências e informações.
O protocolo contemplará iniciativas na área da formação (através de ações a desenvolver junto dos diversos públicos), prestação de serviços, promoção de cursos de treinadores e sua implementação por soluções tecnológicas, disponibilização de estágios curriculares e profissionais aos alunos do Politécnico da Guarda, partilha de recursos e de meios humanos e técnicos.
A Guarda acaba de perder mais um dos seus acérrimos e intransigentes defensores: Manuel Madeira Grilo.
O seu nome há muito que estava associado à mais alta cidade de Portugal, mercê do dinamismo e actividades protagonizadas por um Homem que soube viver e sentir esta cidade; pela qual lutou, contra ventos e marés.
Foi também uma referência no sector empresarial, onde deu o melhor do seu esforço; mas a Guarda, o distrito, o país, conheceram Madeira Grilo de outras funções e paixões, como sejam o Desporto, os Bombeiros, o Voluntariado, áreas onde deixou, como é público, marcas profundas, indeléveis.
Se ao nível do futebol, pelas instituições e estruturas associativas a que esteve ligado, deixou uma excelente intervenção (que honrou esta terra e a colocou pela positiva na ribalta), também no campo do voluntariado sobressaiu de forma eminente e exemplar, contribuindo, nomeadamente, para a realização – na Guarda – de importantes iniciativas, de que poderemos recordar (e é um dever de memória) uma das edições do Congresso Nacional do Fogo.
Para além disso, Manuel Madeira Grilo esteve ligado à comunicação social regional – muito especialmente à sua Rádio Altitude, para onde soube cativar colaborações (ali nos encontrámos no inesquecível “Língua e Linguagem”), apoios, afectos perenes – e deixou obra feita na promoção turística e económica da cidade.
E, obviamente, o professor imprimiu o seu cunho próprio no campo do ensino, sobretudo através da Escola do Gaiato e outrossim nos serviços com responsabilidades na educação e aprendizagem, aos quais esteve ligado.
A convergência nas apreciações feitas – ao longo do tempo – por representantes de vários sectores sociais, profissionais e económicos, traduz, sem sombra de dúvidas, o apreço pelo cidadão, pelo homem da paz que vestiu sempre a farda da solidariedade e assumiu, sem tibiezas, um notório exemplo de cidadania e de diálogo. Das suas publicações destacamos o “Dicionário de Provérbios”, um trabalho, com mais de 600 páginas, de recolha de provérbios que o autor fez ao longo de vários anos.
Madeira Grilo não será esquecido pelas gentes da sua cidade e do distrito.
À sua família deixamos sentidas condolências.
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