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(Re)Visitar Riba Côa…

por Correio da Guarda, em 20.02.25

No passado ano, a décima segunda edição do evento “Muralhas com História”, promovido em Sortelha pela Câmara Municipal do Sabugal, foi dedicado ao reinado de D. Dinis. A autarquia sabugalense sublinhou, então, que o sexto rei de Portugal “é um dos responsáveis pela criação da nossa identidade nacional e pelo alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação. Durante o seu reinado, ele procurou reorganizar a administração interna, elaborando um conjunto de leis baseadas na realidade política, económica e social do país, marcando de forma inequívoca e permanente este território de fronteira.”

O rei D. Dinis (cujo reinado foi o mais longo de todos os monarcas da primeira dinastia, 46 anos) nasceu em Lisboa a 9 de outubro de 1261; era o filho mais velho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela (sua segunda esposa), tendo sido aclamado rei (em Lisboa) no ano de 1279. Em 24 de junho de 1282 casou com Isabel de Aragão (a Rainha Santa Isabel), sendo o casamento celebrado em Trancoso; na cerimónia estiveram presentes o Bispo da Guarda, D. Fr. João Martins, Mestres de Ordens de Cavalaria e destacados elementos da nobreza de Portugal e Aragão.

Castelo do Sabugal -HS_

O monarca, de que falamos, deu particular atenção às fortalezas destas terras raianas, valorizando-as e reforçando as suas funções defensivas. As terras de Riba Côa começaram por estar sob o domínio militar de D. Afonso Henriques e mais tarde foram ocupadas por Fernando II de Leão, constituindo um território onde as oscilações dos limites fronteiriços eram constantes. O Tratado de Alcanices, assinado a 12 de setembro de 1297 naquela localidade espanhola, é considerado “um dos suportes da identidade de Portugal”.

E outro si eu El Rey Dom Fernando, entendendo, e conocendo, que vós aviades direito en aluns lugares dos Castellos, e Villas de Sabugal, e de Alfayates, e de Castel Rodrigo, e de Villa Mayor, e de Castel Boom, e de Almeida, e de Castel Melhor. e de Monforte, e dos outros Lugares de Riba Coa, que vós Rey Dom Diniz teendes agora en vossa mão, e por que me vós partades do direito, que aviedes en Vallença, e em Ferreira, e en no Sparagal, que agora tem a Ordem d’Alcantara asá maão, e que aviades en Ayamonte, e en outros Lugares dos Reinos de Leon e de Galiza”.

Assim era referido no texto daquele tratado, que estabeleceu a transferência para o domínio português dos castelos do Sabugal, Vilar Maior, Alfaiates, Castelo Rodrigo, Castelo Bom, Almeida e a localidade de San Felices de los Gallegos, além de Olivença, Ouguela e Campo Maior. O rei D. Dinis, de acordo com o estabelecido nesse tratado, desistia da posse de Aiamonte, Esparregal, Valência e Aracena. A conjuntura interna espanhola (nomeadamente as divergências profundas dos tutores do rei castelhano) não deixou de se refletir neste tratado, bem como a visão estratégica do monarca português.

San Felices de los Gallegos  (Foo HS) 

San Felice de los Gallegos

Com o objetivo de serem acentuados os compromissos assumidos, firmou-se a promessa de casamento do rei espanhol, D. Fernando IV, com a filha de D. Dinis (a infanta D. Constança), enquanto D. Beatriz, infanta de Castela, foi prometida ao príncipe D. Afonso (filho de D. Dinis).

A importância do Tratado de Alcanices para a formação da nacionalidade portuguesa – voltamos a sublinhar – é inquestionável, evidenciando Portugal como o país europeu com fronteiras mais antigas; o Tratado fixou, de forma clara, a fronteiras portuguesas deste território de Riba Côa, limitado pelos rios Côa e Águeda e pela ribeira de Tourões. Era, como escreveu Pinharanda Gomes, uma “terra de ninguém”. O Rio Côa abandonou, na altura, o seu papel de fronteira física e sobre ele se lançaram novas pontes que favoreceram a circulação de pessoas e produtos; veja-se o caso do Porto de S. Miguel (assinalado no Foral de Castelo Mendo, de 1228, como Portum Mauriscum) ou de Rapoula do Côa.

Segundo Miguel Ladero Quesada, foi o espírito diplomático de D. Sancho IV “nos últimos anos do seu reinado, sobretudo, a sua morte prematura e a gravíssima crise política castelhana na menoridade de Fernando IV que permitiram a D. Dinis jogar, alternativamente, as cartadas da guerra e da aliança para conseguir mais territórios dos que havia esperado e fixar as fronteiras em limites muitos favoráveis aos seus interesses”.

Para aquele investigador, é de supor que “algumas cláusulas do tratado seriam inconcebíveis em circunstâncias normais para os reis castelhano-leoneses, como as que se verificaram até 1295”. Contundo, no quadro conjuntural da época D. Dinis terá tido a perceção de como era importante não deixar escapar a oportunidade de alargar o território português através de uma faixa em relação à qual Castela atribuía um interesse menor face às questões oriundas do reino de Aragão e da área peninsular sob domínio islâmico, a sul. Assim, Alcanices traduz, como muitos reconhecem, um protagonismo inteligente da diplomacia portuguesa, evidenciado mais tarde por vários historiógrafos, cuja interpretação relativamente à passagem de Riba Côa para a Coroa lusitana assentava não na conquista territorial mas na justa restituição de terras, onde se erguia – por exemplo – o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar (junto à histórica localidade de Castelo Rodrigo). Por outro lado, e numa leitura dos discursos historiográficos e geográficos sobre Alcanices, Luís Carlos Amaral e João Carlos Garcia realçam que “a História precede a Geografia no debate do tema, mas é uma certa Geografia que fixa em imagem cartográfica Alcanices como marco final de um processo. Também nem todos os historiadores se preocuparam particularmente com este facto diplomático e político do reinado de D. Dinis”.

Este rei impulsionou a coesão nacional, reorganizou o exército e a marinha, incrementou a defesa da língua e da escrita, preocupou-se com o exercício e administração da justiça; manifestou uma grande preocupação pelo desenvolvimento da agricultura (o cognome de O Lavrador não surgiu por acaso), mas não esqueceu a importância das florestas e dos rios, bem como a necessidade de aumentar o povoamento das terras, de dinamizar as trocas comerciais (concedeu um elevado numero de cartas de feira e instituiu as primeiras feiras francas), desenvolvendo a economia.

A D. Dinis se deve a fundação do Estudo Geral, em Lisboa, instituição inicial da formação universitária em território português; é também com ele que os documentos régios passam a ser redigidos em português. Como escreveu Helena da Cruz Coelho, “no contexto dos reinos peninsulares, a monarquia portuguesa reconhecia-se, agora, também pela sua individualidade linguística, pelo português.”Dinis faleceu em Santarém, a 7 de janeiro de 1325. Como bem sintetizou a investigadora que acabámos de citar, “(…) delimitar, identificar, defender, povoar, valorizar, administrar parecem ter sido os princípios norteadores” da atividade deste rei.

Rei D.Dinis

No corrente ano assinala-se o sétimo centenário da morte de D. Dinis, de quem ultimamente muito se falou, a propósito da apresentação da reconstituição facial (em 3D), daquele monarca, fundamentada em dados arqueológicos, antropológicos e genéticos. Este estudo, inédito em Portugal, representa mais um eminente contributo para o conhecimento de um rei que deixou uma forte marca da sua atividade governativa e administrativa nesta região raiana.

Assim, era oportuna a realização de iniciativas que nos levassem a (re)visitar os territórios de Riba Côa, as localidades referenciadas no Tratado a que temos estado a aludir; incrementando o conhecimento da História, do papel desempenhado pelos monumentos de arquitetura militar desta região, fomentando novos roteiros turísticos, abrindo novas investigações e estudos, viabilizando um maior conhecimento da personalidade e do papel do Rei D. Dinis. Iniciativas que valorizem, promovam a região e reforcem a nossa identidade regional.

 

Hélder Sequeira

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publicado às 21:37

O Rei e a cidade...

por Correio da Guarda, em 27.11.23

 

A história da Guarda está indissociavelmente ligada ao segundo rei de Portugal que há 824 anos atribuiu carta de foral a esta cidade. Hoje é evocada a outorga desse documento e comemorado o feriado municipal, sendo oportuno conhecermos um pouco da vida deste monarca, cuja estátua – deslocada há alguns anos para um recanto da Praça Luís de Camões – merecia um reposicionamento mais digno.

D. Sancho I, segundo rei de Portugal e cognominado como O Povoador, era filho de D. Afonso Henriques e D. Mafalda de Saboia. Nascido em Coimbra, em 11 de novembro de 1154, o herdeiro da coroa bem cedo ficou ligado à vida político-militar do reino português, com uma associação efetiva à governação a partir de 1172.

Dois anos depois, o futuro rei casou com D. Dulce de Aragão (filha da Rainha de Aragão e do Conde de Barcelona), continuando a assumir as responsabilidades decorrentes do seu estatuto real; em 1178 é D. Sancho que comanda uma expedição em território sob domínio muçulmano, incursão que chegou aos arredores de Sevilha.

Com a morte do pai, D. Sancho subiu ao trono em 6 de dezembro de 1185, sendo aclamado três dias depois na cidade de Coimbra. A reorganização do território português e a defesa das localidades junto às ainda indefinidas e instáveis fronteiras com os domínios de Leão e dos muçulmanos (a sul), foram duas das suas primeiras prioridades, que se articularam com a imperiosa necessidade de incrementar o povoamento e defesa das zonas conquistadas.

Assim, promoveu a vinda de colonos estrangeiros, doou terras e fortalezas às ordens militares, criou concelhos e mecanismos de administração pública, fomentou o surto económico e agrícola e concedeu forais a cerca de cinco dezenas de localidades, nomeadamente à Guarda, em 27 de novembro de 1199 (documento que segue o modelo do foral de Salamanca).

D.Sancho I _estátua_foto Helder Sequeira.jpg

Antes desta data (1199), a Guarda confinava-se a uma pequena comunidade “guardada por uma pequena atalaia ou torre – uma guarda – que vigiava a circulação de gentes e bens que percorriam a via colimbriana, o principal eixo de penetração no planalto beirão”, como sustentou Helena da Cruz Coelho. A Guarda assumiu, deste modo, uma posição estratégica de vital importância na defesa da linha fronteiriça da época, protagonizando a centralidade de toda a vasta região envolvente, sobre a qual afirmava a sua influência direta; a sua notoriedade como polo urbano foi reforçada com transferência (entre 1201 ou 1202) da sede do Bispado da Egitânia, cimentando assim o seu estatuto de cidade.

Esta reorganização da jurisdição religiosa apoiou os propósitos régios ao nível do fortalecimento e valorização da zona fronteiriça. Com a conquista de Silves (que viria a perder algum tempo depois) em 1196, D. Sancho passou a intitular-se Rei de Portugal e dos Algarves.

A sua permanência no trono foi atravessada por diversas contendas militares, fomes e pestes, em especial no período entre 1192 e 1210. As lutas com o vizinho reino de Leão e sobretudo os constantes prélios com os almóadas (dinastia marroquina que dominava as terras da Península Ibérica sob alçada muçulmana) ocuparam muitos anos do reinado deste monarca português, que teve ainda de se debater com alguns sérios problemas levantados pelo clero (vejam-se os conflitos com D. Martinho Rodrigues, Bispo do Porto, e também com D. Pedro Soares, Bispo de Coimbra, com os quais se reconciliou no último ano do reinado).

A célebre cantiga de amigo “Muito me tarda / o meu amigo na Guarda”, foi durante muito tempo associada a D. Sancho I que a teria, segundo alguns autores, dedicado a D. Maria Pais Ribeiro (a célebre Ribeirinha, de quem teve seis filhos); os estudos mais recentes afastam-no da sua autoria dessa poesia, embora seja verdade que não foi alheio às necessidades de incremento cultural, como o comprova o apoio dado a alguns elementos do clero que estudaram além-fronteiras. D. Sancho I faleceu em Coimbra em 26 de março de 1211, tendo sido sepultado no Mosteiro de Santa Cruz.

A história da Guarda está indissociavelmente ligada ao segundo rei de Portugal pelo que o registo do seu nome merece, sobretudo em dia de feriado municipal, ser lembrado e respeitado.

 

Hélder Sequeira

 

 

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publicado às 10:57

724º aniversário do Tratado de Alcanices

por Correio da Guarda, em 12.09.21

 

IHoje assinala-se o 724º aniversário da assinatura do Tratado de Alcanices, ocorrida 12 de Setembro de 1297 naquela localidade espanhola.  O Tratado de Alcanices é considerado “um dos suportes da identidade de Portugal”, assumindo um particular significado para a região raiana de Riba Côa.

Com a assinatura deste importante documento passaram para o domínio português os castelos do Sabugal, Vilar Maior, Alfaiates, Castelo Rodrigo, Castelo Bom, Almeida e a localidade de San Felice de los Galegos – na zona de Riba Côa – além de Olivença, Ouguela e Campo Maior.

O rei D. Dinis, de acordo com o estabelecido nesse tratado, desistia da posse de Aiamonte, Esparregal, Valência e Aracena. A conjuntura interna espanhola (nomeadamente as divergências profundas dos tutores do rei castelhano) não deixou de se reflectir neste tratado, bem como a visão estratégica do monarca português.

De forma a acentuar os compromissos assumidos, firmou-se a promessa de casamento do rei espanhol, D. Fernando IV, com a filha de D. Dinis (a infanta D. Constança), enquanto D. Beatriz, infanta de Castela, foi prometida ao príncipe D. Afonso (filho de D. Dinis).

As terras de Riba Côa começaram por estar sob o domínio militar de D. Afonso Henriques e mais tarde foram ocupadas por Fernando II de Leão, constituindo um território onde as oscilações dos limites fronteiriços eram constantes.

Alcanices - foto Helder Sequeira.jpeg

      Alcanices

 

O Tratado fixou, de forma clara, a fronteiras portuguesas deste território limitado pelos rios Côa e Águeda e pela ribeira de Tourões. Era, como escreveu Pinharanda Gomes, uma “terra de ninguém” que se converteu no “último pedaço da Hispânia a perder a independência, por diplomacia do senhor rei D. Diniz; cantão no coração da Hispânia, com os municípios de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo e Sabugal, além de vários outros, hoje extintos mas reais”.

O Côa abandonou o seu papel de fronteira física e sobre ele lançaram-se novas pontes que favoreceram a circulação de pessoas e produtos; veja-se o caso do Porto de S. Miguel (assinalado no Foral de Castelo Mendo, de 1228, como Portum Mauriscum) ou da Rapoula do Côa.

Se na perspectiva portuguesa este acordo veio definir, definitivamente o território português, do ponto de vista castelhano ele foi entendido como aliança com vista à salvaguarda da paz, fundamental para a resolução dos conflitos internos existentes.

Segundo Miguel Ladero Quesada, foi o espírito diplomático de D. Sancho IV “nos últimos anos do seu reinado, sobretudo, a sua morte prematura e a gravíssima crise política castelhana na menoridade de Fernando IV que permitiram a D. Dinis jogar, alternativamente, as cartadas da guerra e da aliança para conseguir mais territórios dos que havia esperado e fixar as fronteiras em limites muitos favoráveis aos seus interesses”.

Para aquele investigador  é de supor que “algumas cláusulas do tratado seriam inconcebíveis em circunstâncias normais para os reis castelhano-leoneses, como as que se verificaram até 1295”.

Contundo, no quadro conjuntural da época D. Dinis terá tido a percepção de como era importante não deixar escapar a oportunidade de alargar o território português através de uma faixa em relação à qual Castela atribuía um interesse menor face às questões oriundas do reino de Aragão e da área peninsular sob domínio islâmico, a sul.

Assim, Alcanices traduz, como muitos reconhecem, um protagonismo inteligente da diplomacia portuguesa, evidenciado mais tarde por vários historiógrafos, cuja interpretação relativamente à passagem de Riba Côa para a Coroa lusitana assentava não na conquista territorial mas na justa restituição de terras, onde se erguia – por exemplo – o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar (junto à histórica localidade de Castelo Rodrigo).

Por outro lado, e numa leitura dos discursos historiográficos e geográficos sobre Alcanices, Luis Carlos Amaral e João Carlos Garcia realçam que “a História precede a Geografia no debate do tema, mas é uma certa Geografia que fixa em imagem cartográfica Alcanices como marco final de um processo. Também nem todos os historiadores se preocuparam particularmente com este facto diplomático e político do reinado de D. Dinis”.

Aquando da passagem dos 700 anos da assinatura do Tratado de Acanices realizou-se um Congresso Luso-Espanhol nas vilas de Riba Côa, cujo programa, para além dos diversos estudos apresentados, incluiu várias exposições que reuniram pela primeira vez um valioso acervo das peças mais representativas do património histórico e artístico desta região; uma iniciativa que veio lançar novos olhares e interesses sobre este destacado momento do processo histórico português.

Como salientou o historiador Veríssimo Serrão no decorrer desse congresso, “As grandes vantagens do Tratado de Alcanices resultavam da fixação da fronteira portuguesa que, com excepção de Olivença, ocupada pela Espanha em 1801, correspondia então ao seu traçado actual. A província da Beira constituía a zona nevrálgica do reino de Portugal, por ser esse o local corrente das invasões castelhanas. D. Dinis tratou de imediato da fortificação dos lugares de Riba-Côa, com os seus pontos mais salientes em Castelo Rodrigo e no Sabugal, tendo a defendê-las o castelo da Guarda. Tal foi a base do acordo luso-castelhano”.

 A importância deste Tratado para a formação da nacionalidade portuguesa é inquestionável; ele evidencia Portugal, decorridos todos estes séculos, como o país europeu com fronteiras mais antigas. (H. S.)

 

 

 

 

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publicado às 09:30

Fronteiras da Esperança

por Correio da Guarda, em 13.01.21

 

O Centro de Estudos Ibéricos e a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), vão promover a segunda edição do Concurso “Fronteiras da Esperança: Minha Terra, Meu Futuro”.

Esta iniciativa  visa incentivar a reflexão dos jovens estudantes sobre os recursos e as dinâmicas territoriais, levando-os a refletir sobre as perspetivas que se abrem para o futuro coletivo da região.

CEI.jpg

Ao explorar a relação dos jovens com o território, o Concurso visa suscitar a investigação e a reinterpretação das potencialidades e dos recursos do território para estimular o debate donde possam emergir novas propostas e perspetivas de desenvolvimento em torno dos temas:
leituras e (re)interpretações do território: diagnósticos prospetivos; escrita, literatura e território: trabalhos de expressão literária e arte e território: trabalhos de expressão artística.

Destinado a estudantes dos estabelecimentos de ensino básico e secundário, de escolas do ensino público, privado ou cooperativo da CIM Beiras e Serra da Estrela, o concurso contempla vários apoios à participação e prémios.

Fonte: CEI

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publicado às 07:40

 

A Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço (ECDT) foi ontem apresentada, na Guarda, pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e pela Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, no decorrer da Cimeira Luso-Espanhola realizada nesta cidade. A Cimeira contou com a presença do Primeiro Ministro português, António Costa, e do seu homólogo espanhol, Pedro Sanchez que se fizeram acompanhar por vários membros dos seus governos.

Cimeira 2.jpg

De acordo com a informação divulgada, "esta, que é a primeira estratégia comum de desenvolvimento entre Portugal e Espanha, contribui com medidas concretas para colocar o Interior de Portugal no centro do mercado ibérico, criar nova centralidade económica e diminuir o abandono destes territórios. Com a ECDT, o Governo procura tirar partido da cooperação transfronteiriça para criar benefícios para as pessoas que vivem na fronteira e fazer uma gestão comum mais eficiente dos serviços públicos transfronteiriços."

Cimeira Ibérica na Guarda.jpg

O propósito é o de melhorar os serviços às populações, criando condições para o desenvolvimento de Projetos Comuns Inovadores que valorizem os recursos dos territórios da Raia e os tornem mais atrativos para viver, trabalhar e investir. A ECDT vai incluir um conjunto de medidas e ações concretas direcionadas para o desenvolvimento transfronteiriço. Algumas medidas vão ser financiadas através dos Planos de Recuperação e Resiliência dos dois países, do próximo quadro comunitário e de verbas geridas diretamente por iniciativas comunitárias, enquanto outras dependem mais da coordenação administrativa e articulação entre serviços públicos portugueses e espanhóis.

A Estratégia assume uma importância fundamental para o desenvolvimento da cooperação entre Portugal e Espanha e marca o início de um processo de longo prazo para a aplicação, acompanhamento e avaliação das suas medidas. Em Portugal, a ECDT incide diretamente sobre cerca de 1.6 milhões de habitantes e mais de 1.551 freguesias. Cobre, ao todo, 62% da superfície de Portugal. No total, contando com Espanha, a área de intervenção da Estratégia afeta mais de 5 milhões de habitantes. O documento completo da ECDT pode ser consultado aqui.

A Estratégia apresenta cinco Eixos de Intervenção, sendo estes alguns dos exemplos de medidas e ações concretas em cada Eixo:

Mobilidade transfronteiriça e eliminação dos custos de contexto.

- Criação de um documento único de circulação para padronizar a passagem de menores em ambos os lados da fronteira.

- Fomentar o transporte de proximidade transfronteiriça.

- Reforçar e fomentar a figura do trabalhador transfronteiriço através da criação de um documento específico que o regule, estabelecendo pontos de apoio em municípios transfronteiriços.

Infraestruturas, físicas e digitais, e conectividade territorial: vias de comunicação, internet e rede móvel.

- Completar e ampliar a conectividade digital de banda larga e de telecomunicações, bem como implementar projetos piloto 5G.

- Completar os planos para várias ligações rodoviárias, como aquelas entre Bragança e Puebla de Sanabria e entre Vilar Formoso e Fuentes de Oñoro.

- Modernizar várias infraestruturas ferroviárias, como a ligação do eixo Atlântico Luso-Espanhol, que inclui Lisboa, Porto, Vigo, Santiago de Compostela e Corunha.

- Construir novas infraestruturas ferroviárias, nomeadamente agilizar a implantação da linha de altas prestações Lisboa-Sines-Poceirão-Évora-Badajoz-Cáceres-Madrid.

Gestão conjunta de serviços básicos nas áreas de educação, saúde, serviços sociais, proteção civil

- Garantir acessibilidade aos serviços de saúde, serviços sociais e de emprego para um melhor serviço à população, nomeadamente com o 112 transfronteiriço, que tem como objetivo assegurar que o utente possa ser socorrido pelo serviço de saúde mais próximo e com a resposta mais adequada à situação.

- Promover redes de colaboração que combatam o isolamento e favoreçam a inclusão social, potenciando os recursos endógenos e facilitando a cooperação entre os agentes locais.

- Reforçar a coordenação dos recursos fronteiriços ligados à proteção civil; adaptar os protocolos de ação entre as equipas de bombeiros e emergências; facilitar a coordenação na gestão de incêndios, com a criação do Centro Ibérico de Investigação e Combate aos Incêndios Florestais (CILIFO).

Desenvolvimento económico e inovação territorial: atração de pessoas, empresas e novas atividades.

- Analisar possibilidades de harmonização fiscal luso-espanhola para promover a atividade económica e a criação de emprego nos territórios desfavorecidos do Interior e da fronteira.

- Impulsionar a inovação e o empreendedorismo da economia na prestação de cuidados de saúde, no envelhecimento ativo e na adoção de novas tecnologias aplicadas à saúde, como a telemedicina, a telemonitorização e a teleassistência.

- Implementar um programa de regeneração sustentável e inclusiva de aldeias despovoadas, com o objetivo de reabilitar o seu tecido social e urbano.

Ambiente, centros urbanos e cultura.

- Aprovar um Acordo global em matéria de conservação, biodiversidade e geodiversidade ibérica.

- Reforçar a cooperação regional nas energias renováveis, incluindo no hidrogénio verde e nas interligações energéticas. 4

- Implementar projetos culturais transfronteiriços ligados ao património cultural tangível e intangível.

Cimeira na Guarda - cartaz.jpg

É a segunda vez que a Guarda é palco de  um encontro luso-espanhol a realizar num contexto de crise; com perfil diferente é certo, mas que reporta de novo a uma associação da cidade mais alta de Portugal à definição de novos entendimentos e rumos por parte dos dois países ibéricos. De recordar – tal como o Correio da Guarda sublinhou num anterior texto – que a Guarda recebeu em 1976 uma importante cimeira em que estiveram os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e Espanha, respetivamente Melo Antunes e José Maria Areílza. A cidade esteve no centro das atenções informativas, nacionais e internacionais, pois eram delicadas, à época, as relações luso-espanholas após a destruição da Embaixada em Lisboa, ocorrida em 1975.

 

Fotos: CMG

 

 

 

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publicado às 07:30

CEI promove novo curso de verão

por Correio da Guarda, em 02.02.20

curso.jpg

O Centro de Estudos Ibéricos (CEI) vai promover, de 29 de junhoa a 4 de julho de 2020, a  vigésima edição do Curso de Verão, subordinada ao título genérico “Novas fronteiras, outros diálogos: cooperação e desenvolvimento”.
O Curso integrará  conferências, mesas redondas e trabalhos de campo, estando estruturado em torno de temas como Patrimónios, paisagens e desenvolvimento local; Dinâmicas socioeconómicas em diferentes contextos territoriais; Políticas públicas, cooperação e desenvolvimento.
A submissão de comunicações e inscrições deverão ser feitas até ao dia 20 de março.

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publicado às 23:56

CEI promove Curso de Verão

por Correio da Guarda, em 07.02.19

Territórios de Fronteira - HS.JPG

     Promovido pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI) vai decorrer de 3 a 6 de Julho o XIX Curso de Verão subordinado ao tema  “Novas fronteiras, outros diálogos: cooperação e desenvolvimento”.

    Este curso será precedido, se o número de participantes o justificar, por um trabalho de Campo em Coimbra (1 de julho) e uma viagem de estudo entre Coimbra e Guarda (no dia 2 de julho). Os interessados podem obter mais informações aqui.

 

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publicado às 00:05

Fotografia sem fronteiras

por Correio da Guarda, em 04.11.18

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     A 7 e 8 de Dezembro terá lugar a segunda edição do Encontro "Fotografia sem Fronteiras: Imagem e Território". O programa desta iniciativa do Centro de Estudos Ibéricos, com o apoio do Fotoclube da Guarda, integra exposições, mostras, masterclasses, debates e um roteiro fotográfic.

    A fotografia e o território estão em destaque neste encontro.

 

 

 

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publicado às 19:54

Novas fronteiras, outros diálogos

por Correio da Guarda, em 05.07.18

Curso de Verão.jpg

    O Centro de Estudos Ibéricos promoverá, de 9 a 13 de julho, o XVIII Curso de Verão, subordinada ao tema “Novas fronteiras, outros diálogos: Património Cultural, Cooperação e Desenvolvimento Territorial”

  Associando-se à comemoração do XVIII Centenário da Universidade de Salamanca, e unindo simbolicamente esta Universidade à sua congénere de Coimbra, passando pela Guarda, o curso tem este ano um formato diferente.

   Os trabalhos começam em Coimbra, no dia 9 de julho, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, continuam na Guarda no dia 11 de julho, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço e terminam em Salamanca, na Faculdade de Geografia e História, no dia 13 de julho. Os dois trabalhos de campo completam este percurso: dia 10 de Julho a Rota Ibérica “Paisagens e Territórios” tem início em Coimbra, passa por Tondela, Viseu, Penalva do Castelo e termina na Guarda; no dia 12 de julho a Rota “Eduardo Lourenço – Miguel de Unamuno” começa na Guarda, passa por Almeida, Vilar Formoso e Ciudad Rodrigo e termina em Salamanca.
    A sessão de abertura terá início pelas 9h30, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
  O programa inclui a apresentação dos livros “Andanças e reflexões transfronteiriças: roteiro por territórios de Miguel de Unamuno e de Eduardo Lourenço” (vol. 34 de Coleção Iberografias), dia 9 de Julho, às 17h00, na Casa da Escrita, em Coimbra e “Lugares e territórios: património, turismo sustentável, coesão territorial” (vol. 33 de Coleção Iberografias), dia 11 de Julho, às 18h00, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, Guarda.
  Com esta iniciativa o CEI prossegue a sua missão enquanto plataforma de intercâmbio científico, debate e difusão de conhecimentos sobre os territórios ibéricos, reforçando os seus compromissos com os espaços de baixa densidade.

   Os interessados podem obter mais informações aqui

   Fonte: CEI

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publicado às 00:22

Transversalidades

por Correio da Guarda, em 26.03.13

 

     O Centro de Estudos Ibéricos (CEI) divulgou já os resultados do concurso de Fotografia “Transversalidades – Fotografia sem Fronteiras”.

     Esta iniciativa teve por objectivo recorrer à imagem como meio para promover a cooperação territorial.

     Das cerca de 200 candidaturas e mais de 1000 imagens submetidas a concurso, oriundas de vários países, foram selecionadas 28 fotografias, nas categorias de Melhor Portfolio, Primeiro Prémio e Menções Honrosas, por cada tema e modalidades a concurso: Paisagens, biodiversidade e património natural; Espaços rurais, povoamento e processos migratórios; Cidade e processos de urbanização; Cultura e sociedade: diversidade cultural e social.

     Através deste projeto o CEI procurou superar o seu âmbito de atuação mais imediato, confinado à Raia portuguesa e espanhola, alargando-o a países de outros continentes onde figuram marcas da presença ibérica, promovendo desta forma o diálogo entre Territórios, Sociedades e Culturas e alicerçando uma nova cultura territorial mais responsável e inclusiva de pessoas e territórios.

     As fotografias premiadas – disponíveis em www.cei.pt – e outras imagens que documentem a diversidade de Territórios, Sociedades e Culturas Ibéricas figurarão num Catálogo e numa Exposição a realizar no próximo mês de Julho, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço.

 

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publicado às 23:11


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