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Intervenção florestal no Curral do Negro

por Correio da Guarda, em 27.01.23

 

O Movimento Estrela Viva e a GO Romaria - Associação Cultural Gouveense vão organizar no dia 4 de fevereiro, pelas 10h00, uma intervenção florestal e cultural no Curral do Negro, em Gouveia, Serra da Estrela.

A componente florestal desta ação conjunta visa recuperar uma das áreas afetadas pelo Grande Incêndio da Serra da Estrela, ocorrido no passado Verão e que destruiu, recorde-se, mais de um quarto do Parque Natural da Serra da Estrela. A área a intervencionar situa-se em encosta que drena para uma ribeira que fornece água para abastecimento público de uma das maiores aldeias da região, São Paio, e para rega de uma vasta zona agro-pastoril, antes de desaguar no Rio Mondego.

Curral do Verde.png

Por essa razão, a intervenção florestal, que será realizada com o apoio técnico do Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal de Gouveia e da URZE - Associação Florestal da Encosta da Serra da Estrela, centrar-se-á fundamentalmente na limpeza da área ardida e no aproveitamento de sobrantes para a construção de barreiras naturais que travem a força das águas em caso de chuva forte e impeçam o arrastamento de solo fértil. Desta forma, será possível reter água e matéria orgânica na encosta, o que permitirá: o crescimento futuro de um coberto vegetal nestas zonas, a infiltração destas águas em aquíferos subterrâneos, o não assoreamento de uma ribeira crítica para as populações locais e a minimização do risco de enxurradas nessa mesma ribeira.

O  Parque de Campismo Curral do Negro será, posteriormente, "palco" de uma intervenção eco-cultural, que contempla a devolução de uma ave selvagem à natureza pelo CERVAS - Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens, um lanche-convívio para partilha de experiências proporcionado pela Junta de Freguesia de Gouveia e um momento musical com a curadoria da GO Romaria, para terminar o dia em beleza, em plena floresta.

A iniciativa é gratuita e aberta à comunidade, mediante pré-inscrição obrigatória.

 

 

 

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publicado às 12:43

A Estrela que nos guia...

por Correio da Guarda, em 21.09.22

 

A chuva intensa que caiu na passada semana provocou, como é do conhecimento público, elevados prejuízos na freguesia de Sameiro (Manteigas).

A força das águas danificou habitações, destruiu telhados, arrastou viaturas, derrubou postes de iluminação pública, provocou inúmeros e elevados prejuízos.

Era, aliás, previsível a ocorrência deste tipo de situações face à tragédia que se abateu sobre a Serra da Estrela. Na nossa memória devem continuar presentes as imagens das labaredas que destruíram histórias de vida e trabalho árduo, dizimaram espécies animais e vegetais, transformaram a cor da esperança num crepitante manto negro onde ficaram comoventes súplicas de troncos carbonizados, quais esculturas de terror e morte…e muitos desses troncos de árvores irremediavelmente feridas foram agora lançados na fúria da água e da lama…

Serra da Estrela - fot HS.jpg

Sobre o fogo que lavrou na Estrela há múltiplas questões que têm de ser equacionadas, esclarecidas, resolvidas com decisões firmes, sem subalternizações geográficas ou em função do peso dos indicadores demográficos na definição do quadro político.

Somos todos Portugal e a Serra da Estrela, o interior recusa a ser tratado como até acontecido até aqui, pesem argumentos (sobretudo eleitoralistas) em sentido contrário. Não podemos continuar a ser, “socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados” (na elucidativa expressão de Torga) e a merecer atenção apenas em dias de tragédia ou de lamentáveis episódios.

Passados que foram os dias de desespero, anunciadas as intenções governamentais de tornar a Serra da Estrela “melhor do que estava,” declarada e definida a situação de calamidade pública, feito o balanço dos prejuízos, identificados os casos onde deve haver um apoio urgente, anunciadas as verbas a aplicar, importa passar das palavras aos atos. Há que desencadear medidas que não pactuem com o tradicional esquecimento e comodismo, ou fiquem enredadas na sobreposição de esferas de competências institucionais, com as consequentes demoras nas decisões específicas. Em especial as relativas aos auxílios e apoios a quantos viram dizimados os seus haveres e meios de subsistência.

Neste contexto, é justa uma referência às associações e aos voluntários que imediatamente estiveram no terreno serrano e foram ao encontro das pessoas, sobretudo mais idosas e fragilizadas.

Esta solidariedade deve ser enaltecida e servir de desafio a todos quantos sentem e vivem a Estrela que nos guia; onde deve ser célere a planificação, escolha cuidada de espécies autóctones e pronta reflorestação.

Escrevia João de Araújo Correia que “(…) o melhor remédio curativo e preventivo contra a corrupção do ar é o arvoredo. Onde houver uma árvore, há uma fonte que lava o sangue do homem. Quero até crer que lhe lava a alma como transcendente espelho de beleza. Hoje, que a alma comum se deixou inquinar, só à vista da árvore se pode desencardir (…)”. E só com novas árvores retiraremos o manto de luto que continua estendido por uma larga área da Serra.

A dimensão e as consequências do fogo que deflagrou num Parque Natural, numa zona classificada como geoparque mundial da UNESCO (a merecer mais informação e sinalética) não podem ser esquecidas pelas entidades governamentais e autárquicas, a quem se deve exigir atuação preventiva, firme e eficaz no quadro das suas competências.

A Serra da Estrela “em cujo seio de pedra palpita o amorável coração de Portugal” (Ladislau Patrício) pode e deve ser um símbolo de unidade de esforços, competências, recursos e ideias, alargado a todo o território nacional em prol de um harmonioso e equilibrado desenvolvimento.

Entretanto, a Estrela continua majestosa, convidativa à (re)descoberta em qualquer época do ano e suscitando um vasto conjunto de percursos e propostas ao longo dos territórios que a têm como guia perene.

 

Helder Sequeira

in O Interior, 21| Set | 2022

 

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publicado às 12:55

Respeito e gratidão...

por Correio da Guarda, em 20.08.22

 

Fogos florestais HS  .jpg

Ao escrevermos estas palavras [já na noite de segunda-feira] não conhecemos ainda o cenário resultante dos fogos que estão a atingir Gonçalo, Seixo Amarelo, Famalicão da Serra, Vale de Amoreira, Valhelhas, Colmeal da Torre e outras zonas circunvizinhas, mas adivinha-se trágico e desolador…

Com estes novos incêndios [já depois de enviado o texto para publicação foi registado mais um incêndio no concelho de Gouveia] e reacendimentos é, infelizmente, ampliada a mancha negra que tem ferido a Serra da Estrela há mais de uma semana; realidade que se traduz em graves consequências para a economia local e regional, para um elevado número de pessoas, para o património florestal e ambiental, para a biodiversidade…

O interior ficou, inquestionavelmente mais pobre e débil com este golpe violento do fogo impiedoso numa Serra “alta, imensa, enigmática” cuja “presença física é logo uma obsessão”, como escreveu Miguel Torga.

A Estrela, contudo, “não divide, concentra”, dizia ainda o poeta. Nestes fatídicos dias a Serra voltou a concentrar os esforços de centenas de bombeiros e outros operacionais (de instituições e serviços diversos) que merecem o nosso elevado respeito e gratidão por tudo quanto têm feito em prol da defesa de pessoas, bens, animais, floresta; travando uma luta difícil, em condições inimagináveis para muitos.

Sobretudo para aqueles que, em especial no comodismo e anonimato proporcionado pelas redes sociais, criticam, elaboram teorias, emitem opiniões que roçam o ridículo, deturpam realidades, enquadram as suas expressões numa atitude maldizente e tendenciosa…perante a situação que estamos a viver é fundamental uma postura cívica e colaborante, o apoio os homens e mulheres que estão no terreno, perante as chamas, o perigo constante.

E por vezes há gestos simples que traduzem o apreço e admiração por aqueles que envergam a farda dos bombeiros, da GNR, das forças especiais, sapadores, etc. Assim, não poderíamos deixar de transcrever as palavras que um bombeiro de Almada – que esteve aqui na Serra da Estrela a combate – escreveu numa rede social (as redes sociais também têm, obviamente, virtualidades quando utilizadas com responsabilidade e bom senso).

“Olá Criança: Desculpa tratar-te assim , mas não sei como te chamas [soube-se depois tratar-se de um menino chamado Gonçalo], nem tive oportunidade de falar contigo, sou o Chefe da equipa do veículo dos Bombeiros de Almada que passou por ti perto do Vale de Amoreira (…), tínhamos tido umas horas de combate complicado estávamos cansados, mas passámos na estrada junto ao café onde estavas com os teus familiares, de repente voltaste - te para nós e bateste-nos continência; na altura e porque havia trabalho a fazer, respondemos apenas com o toque da buzina de ar, mas o teu gesto aliviou o nosso cansaço e deu-nos ânimo. Dizem que as crianças são puras e que não enganam, como eu gostaria que os adultos fossem assim. Pelo ânimo dado a esta equipa com o teu gesto e como Chefe da mesma, retribuo o gesto dizendo-te em nosso nome: Muito Obrigado.”

Passados que forem estes dias de tragédia certamente serão conhecidas muitas outras expressivas atitudes de agradecimento para quem tem estado, dias e dias seguidos, no teatro de operações; ou mesmo para realçar exemplos de coragem.

No local do Covão da Abelha (zona da Serra de Baixo), Parque Natural da Serra da Estrela elementos da GNR resgataram um cidadão ameaçado pelas chamas. O próprio fez o relato, num agradecimento que dirigiu ao Comandante do Posto da Guarda Nacional Republicana de Manteigas (e posteriormente divulgado pelo Comando Territorial da Guarda): “salvaram a minha vida, com a sua rápida e decisiva entrada na zona já circunscrita em chamas. Este facto verificou-se após inesperado e violento reacendimento, com acelerada progressão das chamas, provocado por fortíssima e permanente intensidade de vento na zona onde me encontrava. Em local de difícil acesso em montanha (1300 metros), irromperam na sua viatura para o meu resgate, em tempo de sair da zona onde o fogo progrediu em forma de tenaz. Esta ação demonstra, a meu ver, ato heroico de bravura, de excecional abnegação e valentia, com comprovado perigo da sua vida (…)”.

Haverá tempo para serem conhecidos outros atos como este, a par da resposta que algumas associações e grupos de cidadãos deram de imediato ao nível do apoio a pastores e agricultores que foram atingidos fortemente pela onda devastadora dos fogos. E há que sublinhar o papel ativo das gentes locais na ajuda ao combate às chamas, quer com intervenção direta, quer com a orientação no terreno cujo conhecimento dominam.

Haverá tempo para se perceber o que falhou no combate inicial ao fogo na Serra (não sendo especialista na matéria, parece-me haver um consenso de que a situação não terá sido devidamente avaliada no que concerne à provável evolução das chamas e aos meios terrestres e aéreos necessários a uma resposta mais musculada), que dificuldades houve ao nível da coordenação e comunicações, na logística de apoio às corporações de bombeiros, etc…

Contudo não há tempo a perder na implementação dos apoios necessários a quem perdeu bens e sustento, no desenvolvimento das necessárias ações tendentes a neutralizar as falhas verificadas, na aplicação das medidas conducentes a uma rápida revitalização deste território, no rigoroso planeamento da reflorestação. São precisas decisões e atos e não mera retórica mediática.

Enquanto isso, evidenciamos, de novo, o respeito e gratidão para com todos os operacionais, agentes e corporações que têm estado na linha da frente no combate ao fogo.

 

Hélder Sequeira

 

In "O Interior", 17 de agosto 2022

 

 

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publicado às 18:30

Serra da Estrela: aumentou a área queimada

por Correio da Guarda, em 12.08.22

Serra da Estrela - área queimada 12AG2022.jpg Incêndio ativo e áreas queimadas (até esta hora) no espaço do Parque Natural da Serra da Estrela.

Fonte: Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS)

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publicado às 10:20

Projeto de monitorização de árvores na Guarda

por Correio da Guarda, em 05.08.17

 

      O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) obteve, recentemente, a aprovação e financiamento dos seis projetos submetidos ao Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT) dos quais é líder. O IPG obteve o pleno de candidaturas que a instituição se podia submeter e assegurou a participação em mais nove projetos com instituições de Ensino Politécnico congéneres.

     Uma das candidaturas aprovadas relaciona-se com o projeto Monitorização & Manutenção Avançada de Árvores (TreeM). “A árvore é um ser vivo fundamental, regulador da natureza, do clima e da ecologização urbana”, como é referido a propósito. “Enquanto estrutura viva, a árvore está sujeita à biodegradação. Neste caso, fica com as suas capacidades limitadas, quer de resistência quer de produtividade, representando uma perda ambiental e económica, além de ser uma fonte de risco para pessoas e bens”.

      Como nos foi referido, presentemente a maioria das deteções de manifestações patológicas é feita visualmente; porém, muitas são de difícil identificação e monitorização, por não serem percetíveis. Estas técnicas tradicionais, que assentam na inspeção visual, detetam tardiamente as patologias, dificultando a sua eliminação ou mitigação.

Árvore  HS.JPG

       De referir que nas avaliações mais precisas, a técnica tradicional recorre a metodologias invasivas e pontuais que constituem portas de entrada para agentes patogénicos. As técnicas tradicionais revelam-se ainda morosas, dispendiosas e muitas vezes ineficazes.

     A Termografia por Infravermelhos (TIV) possibilita a medição contínua e simultânea da temperatura de uma superfície, em tempo real e sem contacto, podendo constituir uma ferramenta poderosa, expedita, não poluente e não intrusiva para análise da integridade biológica de árvores.

     Assim, este projeto, a desenvolver pelo IPG, visa otimizar esta técnica de diagnóstico para a inspeção, monitorização e deteção precoce de manifestações patológicas em árvores. A aplicação da técnica poderá permitir a diminuição dos meios humanos e materiais atualmente utilizados pelas técnicas tradicionais, com consequentes ganhos ambientais e económicos.

    Para Rui Pitarma (docente do Instituto Politécnico da Guarda), investigador responsável pelo projeto TreeM, este estudo aplicado a árvores “pode constituir um polo de investigação aglutinador, ligado aos recursos naturais endógenos, centrado na Guarda, no coração do Parque Natural da Serra da Estrela”.

      Na sua perspetiva, o IPG deve ter “uma agenda ambiental forte e este estudo poderá representar um bom contributo. Grande parte dos recursos económicos e patrimoniais da Região Centro de Portugal resultam dos seus recursos naturais endógenos, como a floresta e a fruticultura, que representam quase metade do valor acrescentado bruto setorial do país, e que se pretendem ver alargados através da aplicação de novas tecnologias”.

     A TIV é uma tecnologia conhecida, com extensa aplicação em diversos domínios, mas cuja aplicação a árvores é ainda embrionária, sendo pioneira em Portugal. “Face à natureza do estudo, o projeto envolve uma equipa multidisciplinar. Em investigação os resultados não são garantidos, mas as expectativas são promissoras”, acrescentou Rui Pitarma.

 

 

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publicado às 12:00

Sob o manto do fumo...

por Correio da Guarda, em 29.07.17

Final da tarde....HS2017.jpg

    Guarda. Final de tarde de ontem, dia 28 de Julho 2017

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publicado às 00:01

Encontro Ibérico do Carvalhal

por Correio da Guarda, em 19.03.17

 

    No Auditório Municipal do Sabugal vai decorrer no próximo dia 7 de Abril o Encontro Ibérico do Carvalhal – valorização da multifuncionalidade.

    Este encontro é organizado pela Câmara Municipal, no âmbito da “Sabugal + Valor” e pretende sublinhar o carvalho negral como o principal património florestal do concelho, pois ocupa  66% do coberto florestal.

    Como foi referido a propósito, "as florestas de carvalho constituem um património natural de grande valor, providenciando importantes funções ambientais, ecológicas e socioeconómicas. São uma fonte de recursos lenhosos e não-lenhosos, cumprem diversas funções ecológicas relacionadas com a proteção do meio ambiente e a conservação da biodiversidade, e desempenham uma importante função paisagística e recreativa."

    Nos carvalhais, a exploração multifuncional dos produtos não lenhosos - caça, silvopastorícia, cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros, em complementaridade com a atividade agrícola e pecuária são, por isso, oportunidades para garantir um adequado rendimento e providenciarem um desenvolvimento florestal sustentado.

    Este encontro pretende focar-se  nas oportunidades que a múltipla funcionalidade destes ecossistemas podem gerar na sociedade e economia do concelho do Sabugal.

 

 

 

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publicado às 21:51

I Fórum Terras do Lince

por Correio da Guarda, em 16.02.17

 

    No Auditório Municipal do Sabugal vai realizar-se, a 23 de Fevereiro, o I Fórum Terras do Lince, organizado pela Associação Terras do Côa.

   Este evento é considerado como uma certificação de grande importância para a região que compreende a Reserva Natural da Serra da Malcata, numa estratégia integrada do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e dos Municípios de Almeida, Sabugal e Penamacor, "em estreita articulação com uma vasta parceria que integra agentes públicos e privados do território de influência, o Fórum será uma ocasião de encontro e de partilha com as comunidades locais."

   O Fórum contará com a  presença da Diretora Executiva da Federação Europarc, Carol Ritchie, e com o Vice-Presidente daquela entidade, Paulo Castro, que farão uma abordagem à importância da constituição de redes de trabalho para o eficiente decurso do plano de ação previsto, bem como a relevância deste tipo de certificação para o desenvolvimento sustentável dos territórios.

   No decorrer do Fórum, e a cargo do responsável da Direção de Apoio ao Investimento do Turismo de Portugal IP,  será feita uma apresentação das linhas de apoio ao Turismo, com detalhe do financiamento e tipologia de ações elegíveis, numa perspetiva de oportunidades de investimento no nosso território de elevado potencial.

 

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publicado às 23:35

Bombeiros e Comunidade

por Correio da Guarda, em 23.08.13

 

     A cíclica catástrofe dos incêndios, nos períodos de estio, ou tradicionalmente mais quentes, tem provocado mortes, inúmeros prejuízos, depauperado o património florestal desta região e do país.

     Ao longo dos anos desapareceram importantes e ricas parcelas de manchas verdes e outrossim de espécies autóctones, sem que tenha havido, pelo menos de forma eficaz, sustentada e gradual, a substituição das árvores desaparecidas; permanece, assim, numa grande extensão do território do distrito da Guarda o desolador panorama de áreas enegrecidas e agrestes, erguendo os gestos trágicos de uma floresta extinta.

    As outrora anunciadas, e rapidamente esquecidas, medidas de reflorestação mostraram, na prática, a inconsistente persistência das intenções oficiais, relegando sempre para os períodos da tragédia a retórica circunstancial das boas e pragmáticas medidas, palavras mortas logo após se apagarem as luzes da ribalta.

    E não é difícil fazer o confronto entre o património florestal de ontem e a realidade de hoje, pois as evidências estão ao alcance dos nossos olhares, por mais restritos que sejam alguns horizontes e desfocadas as memórias de alguns…

    É trágica a falta de intervenção, real e sistemática, neste sector, como se a floresta e o ambiente não fossem duas importantes e insubstituíveis riquezas do nosso país.

    Como o são as vidas daqueles que – como aconteceu nas últimas semanas – envergando as fardas dos soldados da paz se empenham numa luta difícil em prol da comunidade.

    E por essas vidas, pelas vidas dos nossos Bombeiros, urge redobrar os cuidados individuais e colectivos, desencadeando uma tolerância zero contra a indiferença e o comodismo, actuando activa e eficazmente na defesa do nosso património florestal; assumindo medidas preventivas, respeitando a legislação, demonstrando civismo e respeito pelos outros.

     E aqui poderíamos aludir à importância da mudança de comportamentos e atitudes. Um breve exemplo: já repararam na incrível quantidade de lixo, garrafas, plásticos, papéis que diariamente se vão despejando nas bermas das nossas estradas (e mesmo em zonas de floresta), com vegetação seca logo ali ao lado?

    A prevenção passa também por se evitarem estes comportamentos que demonstram falta de educação, civismo, desrespeito pelo ambiente e por quem, em caso de incêndios, é chamado para o combate (do qual, como ainda ontem de verificou com uma jovem bombeira, nem se sempre se regressa…).

 

 

    O apoio aos bombeiros não deve ser apenas manifestado nas datas festivas, de aniversário ou da entrega de mais uma viatura; antes deve ter uma demonstração prática no dia-a-dia, para que não se perca o espírito do voluntariado e da solidariedade.

    A prevenção tem de começar, desde logo, na percepção clara dos riscos, do perigo, numa perfeita consciencialização sobre a importância da floresta e da qualidade ambiental.

    Há, assim, uma grande responsabilidade por parte dos cidadãos, para além das questões que são do foro das estruturas, serviços, técnicos, especialistas e elementos ligados à segurança, investigação, justiça, bombeiros e protecção civil. Há que demonstrar, com atitudes e objectividade, a gratidão para com os nossos bombeiros!

 

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publicado às 12:27

Horizontes negros...

por Correio da Guarda, em 25.07.12

      A cíclica catástrofe dos incêndios, nos períodos de estio, ou tradicionalmente mais quentes, tem depauperado o património florestal desta região.

     Ao longo dos anos desapareceram importantes e ricas parcelas de manchas verdes e outrossim de espécies autóctones, sem que tenha havido, pelo menos de forma eficaz, sustentada e gradual, a substituição das árvores desaparecidas; permanece, assim, numa grande extensão do território do distrito da Guarda o desolador panorama de áreas enegrecidas e agrestes, erguendo os gestos trágicos de uma floresta destruída...

     As outrora anunciadas, e rapidamente esquecidas, medidas de reflorestação mostraram, na prática, a inconsistente persistência das intenções oficiais, relegando sempre para os períodos da tragédia a retórica circunstancial das boas e pragmáticas medidas, palavras fenecidas logo após se apagarem as luzes da ribalta.

     E não é difícil fazer o confronto entre o património florestal de ontem e a realidade de hoje, pois as evidências estão ao alcance dos nossos olhares, por mais restritos que sejam alguns horizontes.

     É trágica esta falta de intervenção, real e sistemática, neste sector; como se a floresta e o ambiente não fossem duas importantes e insubstituíveis riquezas do nosso País, onde parece haver, por parte de muitas entidades e municípios, um incrível alheamento pela preservação e aumento das zonas verdes, numa contínua cedência às forças económicas locais e regionais. Em contrapartida, aumenta a mancha de betão e perecem muitas das peculiaridades e belezas paisagísticas, resumidas à fotografia de arquivo ou às memórias individuais, impotentes perante a evolução dos tempos.

     Assim, é urgente repensar o nosso património florestal e construir novos horizontes, onde o verde seja uma cor associada a montes e vales desta terra, em que alguns continuam a acreditar, mesmo com a apatia dos poderes.

    De nada adianta debitar, para ouvido popular receber, que o distrito já não é o que era e tudo isto são exigências do progresso. Caso contrário estaremos a progredir para uma maior desertificação (total) das nossas aldeias e vilas, a perdemos, gradualmente, um dos poucos bens que as estatísticas nos atribuem: a qualidade do ambiente; também sujeito a outros perigos.

 

 

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publicado às 23:55


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