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No próximo dia 9 de Abril vai decorrer na Faculdade de Letras da Universidade do Porto um colóquio subordinado ao tema “A Obra e o Pensamento de Pinharanda Gomes»
Este colóquio é organizado pelo Instituto de Filosofia da Universidade do Porto e pelo Instituto Luso-Brasileiro de Filosofia.
O programa (ver aqui) englobará um painel com a temática «Entre filosofia e cultura» e outro designado «Entre filosofia e teologia».
Pinharanda Gomes, é uma figura incontornável da cultura portuguesa (natural de Quadrazais, concelho do Sabugal) comentava-nos, há alguns anos atrás, que, literariamente falando, é natural da Guarda; embora realizado em Lisboa, como nos dizia, foi na cidade mais alta de Portugal que lançou as primeiras raízes.
Numa das suas muitas obras, Pinharanda Gomes escreveu que, “na esquina do tempo, e tendo saído da Guarda há muitos anos (parece que temos o destino da emigração) foi-nos concedida a graça de permanecermos fiel à mátria”.
Essa fidelidade tem sido constante, exemplar, de uma grandeza própria de personalidades de enorme saber e erudição mas simultaneamente simples, humanas e profundamente solidárias com a sua terra de origem.
A sua presença, frequente, em iniciativas aqui realizadas ou as intervenções proferidas sobre temáticas e personalidades ligadas à nossa região comprovam isso mesmo.
No conjunto vasto de títulos publicados por Pinharanda Gomes avultam três áreas: os contributos na História da Filosofia; as monografias da história da Igreja e os estudos regionais.
No decorrer da sua já longa actividade longa – que se deseja assim continue – Pinharanda Gomes, tem-se afirmado um defensor convicto, e incansável, do nosso património histórico-cultural e outrossim dos valores humanos, mormente desta zona raiana. “Sentimos quanto é longo o dever de um homem dar contas públicas do muito ou do pouco que lhe foi possível realizar pela valorização do seu património, isto é, das coisas da sua terra natal”.
A sua obra, como escreveu João Bigotte Chorão, “bifurca-se em duas direcções aparentemente opostas: a que mergulha nas realidades sensíveis da pátria chica e a que se eleva ao céu das ideias, lá onde a filosofia, não sendo posse egoísta do saber, se assume como forma de conhecimento”.
Recorde-se que no Sabugal foi inaugurado, no passado ano, o Centro de Estudos Pinharanda Gomes. Neste Centro está reunido todo a acervo documental particular, que o autor doou à Câmara Municipal do Sabugal, bem como cerca de 3 500 opúsculos e volumes sobre temáticas diversas.
inharanda Gomes, é sócio fundador do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e membro correspondente eleito da Academia Internacional da Cultura Portuguesa e da Academia Portuguesa de História; é um intelectual que honra a Guarda, honra o país e todo o espaço da lusofonia; com o seu gesto e decisão vem enriquecer o seu concelho, o seu distrito, trazendo o seu vasto e inestimável espólio de investigador e pensador para as suas origens!...
Um excelente exemplo para muitos...
HS
“Porcom, Oilam, Taurom. Cabeço das Fráguas: o santuário no seu contexto” é o tema da jornada que vai decorrer no Museu da Guarda, no próximo dia 23 de Abril, sobre a investigação que foi desenvolvida naquela estação arqueológica, localizada a escassos quilómetros desta cidade.
Esta iniciativa, promovida pelo Instituto Arqueológico Alemão de Madrid, em colaboração com o Museu da Guarda e o Centro de Estudos Ibéricos, pretende analisar este espaço de santuário em função dos novos dados obtidos e enquadrá-lo no seu contexto regional, cronológico e temático.
De referir que este encontro, de carácter interdisciplinar, coincide com a exposição que está patente no museu guardense, até 31 de Maio.
Organizada pelo Instituto Arqueológico Alemão e pelo Museu da Guarda, esta mostra apresenta pela primeira vez ao público o molde da inscrição rupestre em língua lusitana identificada no local, que salvaguarda esse importante texto epigráfico e facilita o seu acesso, até agora difícil, a investigadores e eruditos.
De acordo com alguns investigadores, a primeira referência a esta inscrição remonta ao século XVIII. O pároco de Pousafoles do Bispo anotou a existência, no Cabeço das Fráguas, de uma lage com caracteres indecifráveis. Estes descrevem a oferenda de vários animais a diversas divindades, conjugando no mesmo texto o alfabeto latino e a chamada língua lusitana, falada na época pré-romana em quase todo o território do ocidente hispânico.
Com o processo de moldagem que foi concretizado no passado ano, os trabalhos arqueológicos em curso desde 2006 no Cabeço das Fráguas (localizado nas proximidades da freguesia de Benespera, Guarda) entraram numa nova fase e deixaram um eminente contributo para um maior conhecimento da referida inscrição rupestre divulgada, pela primeira vez, em 1943 pelo General João de Almeida e publicada, em 1956, pelo arqueólogo guardense Adriano Vasco Rodrigues, a quem se deve, aliás, o despertar da curiosidade por parte da comunidade científica.
As prospecções que ali decorreram, resultaram, precisamente, da existência de referida invocação às divindades e do interesse em esclarecer o contexto arqueológico no qual terá decorrido o aludido acto religioso.
De acordo com informação do Museu da Guarda, tratou-se da “primeira vez que esta inscrição, já famosa no meio científico europeu, foi reproduzida fielmente à escala natural com recurso à avançada tecnologia de LaserScan, levada a cabo no terreno por uma empresa especializada portuguesa”.
O projecto, impulsionado pelo Instituto Arqueológico Alemão de Madrid, foi desenvolvido com a colaboração do Museu da Guarda e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O referido molde, processado por especialistas da Universidade Técnica de Berlim, passa a integrar a exposição permanente do Museu da Guarda.
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