Alojamento: SAPO Blogs
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Notícias da Guarda e região | Reportagem | Crónicas | Entrevistas | Apontamentos | Registos
Na Guarda vão decorrer, entre 22 e 27 de outubro, as comemorações do Dia do Exército.
O programa comemorativo inicia-se dia 22 de outubro, pelas 15h, com numa cerimónia que decorrerá rna Praça Luís Camões.
No dia 24 de outubro terá lugar, no Parque Urbano do Rio Diz, um Concerto Jovem pelo padre Guilherme, com a participação da Banda Sinfónica do Exército e Mafalda Santos; nessa noite, pelas 21h30 e pelas 23h30 haverá lançamento noturno de paraquedistas e fogo de artifício.
No dia 25 de outubro decorrerá um "Seminário de Inovação" no Teatro Municipal da Guarda (TMG), entre as 9h00 e as 16h30; pelas 17h realizar-se-á uma cerimónia de homenagem aos Mortos em Campanha no Jardim José de Lemos e está agendada uma Cerimónia de Homenagem ao Regimento de Infantaria nº 12 pelas, 17h30 (no Arquivo Distrital da Guarda). À noite (pelas 21h30) haverá um Concerto da Orquestra Ligeira do Exército, com participação de Vanda Rodrigues, no Parque Urbano Rio. Ainda neste dia será aberta uma Exposição Tecnológica que pode ser visitada até ao dia 27 de outubro no TMG e no Parque Urbano do Rio Diz.
No dia 26 de outubro realiza-se nos Passadiços do Mondego o “Radical Adventure” – Exército 2024 e pelas 12h00 um Desfile Militar com início e fim no Jardim José de Lemos. À tarde realiza-se um Sarau Gímnico e Musical no Pavilhão de São Miguel e à noite um Concerto da Banda Sinfónica do Exército com a participação da Copituna d’Oppidana e Rita Morais, no Grande Auditório do TMG.
No dia de encerramento das comemorações, a 27 de outubro, será celebrada uma Missa de Ação de Graças e Sufrágio, às 11h, na Sé da Guarda e terá lugar uma Cerimónia Militar no Parque Urbano do Rio Diz, pelas 12h30. O encerramento acontece pelas 17h00 na Praça Luís de Camões.
Em Almeida vai decorrer, a partir da próxima sexta-feira (25 de agosto) e até domingo, a décima nona recriação histórica do cerco daquela vila, ocorrido durante a terceira invasão francesa em 1810.
No passado dia 24 de julho passou mais um aniversário da trágica batalha do Côa, ocorrida no decurso da progressão dos militares franceses. As tropas anglo-lusas lutaram contra as forças do exército francês do Marechal Ney, no local do Cabeço Negro, junto às margens do rio. Esta batalha antecedeu a queda da fortaleza de Almeida e a sua ocupação pelas tropas que entraram em Portugal, sob o comando de Massena.
Este rio, recorde-se, foi até 1297 foi o limite da fronteira entre os territórios dos reinos de Portugal e Castela; atravessa o concelho de Almeida e é um dos poucos a correr de sul para norte. Com a assinatura do Tratado de Alcanices, por D. Fernando de Castela e D. Dinis de Portugal, o castelo de Almeida – entre outras fortalezas – passou para o domínio da coroa portuguesa.
Esta zona teve uma grande importância estratégica, do ponto de vista militar; aqui se travaram, ao longo dos séculos, várias batalhas. A importância da fortaleza de Almeida cedo foi acentuada; após o primeiro de dezembro de 1640, o rei D. João IV ordenou a sua reparação, face aos momentos e às difíceis contendas que se avizinhavam.
Desde logo ficou percetível o papel preponderante que Almeida ia ter no processo bélico de manutenção da independência. A vila foi transformada em sede do quartel-general do Governador de Armas da Beira, constituindo-se na mais importante praça do reino português.
Álvaro de Abranches, um dos conjurados da Revolução de 1640 e membro do Conselho de Guerra de D. João IV, foi o primeiro Governador de Armas de Almeida, empenhando-se, de imediato no seu eficaz guarnecimento, rentabilizado o sistema de fortificações de que estava dotada.
Mais tarde a história de Almeida cruza-se com as célebres, quanto dramáticas, invasões francesas. Destas, a terceira incursão conduzida por André Massena foi a que deixou marcas mais profundas na denominada “Estrela de Pedra”.
Após a conquista de Ciudad Rodrigo (Espanha), em 10 de Junho de 1810, pelas tropas francesas o objetivo do exército invasor era o domínio da praça portuguesa, que teria cerca de 2000 habitantes e estava guarnecida com 5 000 soldados e 115 peças de artilharia. Com a aproximação das forças francesas, o comando do exército anglo-luso apelou aos habitantes para abandonarem as suas casas e levarem os seus haveres.
Nos primeiros dias de agosto de 1810 o Marechal Massena mandou avançar o Oitavo Corpo do exército francês, sob o comando de Junot, dando início ao cerco de Almeida, a 10 de agosto, cuja guarnição militar era chefiada pelo coronel inglês Guilherme Cox, sendo Tenente-Rei o almeidense Francisco Bernardo da Costa.
O cerco decorria há 17 dias quando, ao cair da noite, uma granada francesa provocou uma explosão em cadeia que destruiu o paiol principal, onde estavam armazenadas 75 toneladas de pólvora; centenas de mortos e enormes danos no interior da fortaleza foi o balanço imediato da tragédia. Na manhã seguinte, 27 de agosto de 1810, Massena exigiu do comandante inglês a rendição imediata da praça, o que acabou por suceder nessa noite.
A fortaleza de Almeida, em estilo Vauban, tem uma planta em forma de estrela irregular, integrando seis baluartes: o de S. Francisco, São João de Deus, Santa Bárbara (designado também de Praça Alta), do Trem (ou de Nossa Senhora das Brotas), Santo António e São Pedro, articulados com idêntico número de revelins. O conjunto monumental deste baluarte beirão encontra-se rodeada por largos e profundos fossos. Para além das majestosas Portas de Santo António e São Francisco destacam-se no complexo desta fortaleza abaluartada as casamatas, espaços subterrâneos cuja estrutura e solidez os tornava imunes às bombas da época.
No interior do perímetro amuralhado encontra-se o Quartel das Esquadras que ficou a dever-se ao Conde de Lippe (Frederico Guilherme de Schaumburg-Lippe), edifício onde estiveram instaladas forças de infantaria; a antiga Casa dos Governadores da Praça de Almeida; o edifício do Corpo da Guarda Principal (onde funciona a Câmara Municipal), a Igreja da Misericórdia, a Casa dos Vedores Gerais, a Casa da Câmara e o Antigo Convento de Nossa Senhora do Loreto (atual Igreja Matriz) são outros edifícios emblemáticos desta vila do distrito da Guarda, onde vai, uma vez mais, decorrer uma recriação histórica.
O programa pode ser conhecido aqui.
Helder Sequeira
João Ferreira saiu da Guarda com 18 anos, mas a cidade continua a ser uma referência para ele. Segue à distância a vida e os acontecimentos citadinos, nomeadamente através das redes sociais, dos jornais e dos contactos com os amigos, “que deixei há 35 anos”.
Na sua memória continuam “os tempos da adolescência, com os cursos de fotografia, diaporama, teatro, xadrez, etc, elaborados no extinto FAOJ, nas instalações da Praça Velha; bem como a passagem para a Associação dos Jogos Tradicionais e do Lazer e os levantamentos fotográficos de fim de semana dos torneios de jogos tradicionais e as respetivas noites no laboratório para revelação e impressão dos filmes; das Festas da Cidade na cabine da Rádio Altitude e na noite da RA receber em casa a vedeta Marco Paulo para pagamento do cachet do espetáculo; as noites no Centro Cultural com alguns trabalhos de sonoplastia para o Grupo de Teatro Aquilo”.
Contudo é a Rádio Altitude que prevalece no topo das suas memórias, desde logo pela ligação familiar a um dos nomes incontornáveis daquela estação emissora: Antunes Ferreira, seu pai.
“Há três grandes motivos me fazem seguir a Rádio Altitude, recorrentemente: o meu Pai, os amigos e conhecidos que ficaram ou seguiram, como eu, outros destinos e a própria Cidade da Guarda e as suas novas.”
Ao Correio da Guarda disse que “ainda garoto acompanhava o Antunes Ferreira para a Rádio; era uma aventura poder mexer nos discos, admirar as capas dos Singles e LP´s com imagens que, na altura, eram o equivalente a uma visita a um museu de arte moderna e, ainda que agora pareça estranho, conhecer cara a cara os autores/cantores dos registos fonográficos. Como compensação, podia ouvir qualquer música que me despertasse atenção, quer pela capa do disco, quer pelo título ou até porque podia ouvir tudo o que me despertasse a atenção”.
Do rés-do-chão da casa da Rádio evoca o tempo que passava “no meio do cheiro de uma cola de vidro, blocos de folhas de papel amarelas, excedentes de divisórias de radiografias do, na altura, Sanatório Sousa Martins e recortes de Jornais nacionais. À frente desse método quase artesanal de “fazer” notícias, o Sr. Manuel Vaz Júnior” pegava em mim, punha nas minhas mãos uma pesada tesoura, pincel de cola e ensinava-me os primeiros passos de “adjunto de redactor”...
Como nos referiu, a ele deve “o hábito de ler um jornal de ponta a ponta e encontrar uma notícia na necrologia ou nas farmácias de serviço. Quem passou por lá saberá do que escrevo”.
Do pai, Antunes Ferreira, ganhou o hábito de ler. “Desde muito novo que o via ler, de jornais a livros, e quando ganhei o conhecimento que por letras se podia viajar para qualquer lado fiquei viciado na capacidade de adquirir qualquer conhecimento com esse simples exercício que sempre me acompanhou.”
Com o tempo foi-se envolvendo na atividade da Rádio. “As gravações de programas, a colocação de microfones, o arquivo de fichas de registo dos temas da discoteca, a arrumação dos discos, as transmissões exteriores como a exaustiva tarefa de busca para ponto de telefone e respetiva ligação do cabo de rede, as longas noites de eleições e as chamadas telefónicas para os pontos eleitorais com os resultados à boca das urnas, as tardes de domingo com as chamadas para os Campos de Futebol ou cafés próximos, a gravação dos primeiros programas noturnos, enfim... um pouco da história da Rádio Altitude dos anos 70 e 80 que passava por todos os colaboradores porque era um curso abrangente a quem, na maioria dos casos, estava ali por carolice e gosto”.
João Ferreira lembra ainda os tempos em que foi “arquivista, dos discos e respetivas fichas, cobrador de anunciantes, sonoplasta de inúmeros de programas, realizador e co-autor de programas, inauguração do novo Estúdio de Gravação, Hi-Tec para a época, onde aprendi a lidar com a tecnologia mais recente de sonoplastia de Rádio”.
Nas imagens sobre o tempo passado nesta emissora guardense tem ainda presente o trabalho que desenvolveu “com programas de autores e co-autoria, com Luís Celínio (Escape Livre), Hélder Sequeira (Passado e Presente), Albino Bárbara, Jorge Barreto Xavier, Martins das Neves, etc.”
Sobre o seu pai sublinha que foi sempre uma referência “quer como a pessoa que definiu o carácter e exemplo a seguir, quer como exemplo profissional. Sempre o vi primar pela justiça, equidade, humildade, profissionalismo e independência.
Recordo com orgulho as palavras escritas por um grande profissional que por lá passou e cedo a vida levou, numa dedicatória registada na primeira edição da Constituição da República de 1976: “Ao amigo Antunes Ferreira, fazendo votos que faça cumprir o Artº 37º ”... Sempre cumpriu e garantiu que fosse cumprido.”
Instado a comentar alguns episódios vividos na rádio, João Ferreira disse que tinha dezenas deles. “Mas recordo principalmente nos pós-25 de Abril de 1974, ir com o meu pai para a RA e deparar ao cimo das escadas do primeiro piso, com uma G3 encostada e o respetivo titular a descansar na sala que mais tarde seria a biblioteca. Perante a minha interrogação o meu pai terá dito algo como: “Aquele soldado está ali para nos defender”. Eu retorqui: “Mas a arma está ali, longe dele!”, ao que o meu respondeu: “ele sabe que eu já cheguei e nesta altura, como ninguém nos fará mal, foi descansar um pouco.” Dormi todo o PREC descansado!”
João Ferreira (sócio-gerente de empresa do ramo mobiliário e colchoaria, após ter passado à reserva no Exército, onde esteve cerca de 13 anos) vive, atualmente, entre Lisboa e Aroeira, “hábito que ganhei graças à pandemia e passei a repartir o meu tempo entre a habitação normal em dias de trabalho pleno e à casa de férias para os períodos de lazer e de confinamento.”
Partiu da Guarda para Lisboa em 1985 para cursar Direito; contudo, ao fim de quatro anos ingressou no Exército, “onde fiz o Curso de Sargentos e pausei, na altura sem prever, “ad eternum” a finalização do Curso de Direito, onde ainda fiz mais 2 anos já no novo milénio.”
Continua empenhado no estudo da História do Armamento do Exército Português e mantém a “paixão pela fotografia, apesar de muitas vezes, por inerência à atividade na área do turismo, deixe a mochila da máquina fotográfica em casa e use o telemóvel, com o défice óbvio.”
O Exército Português está a realizar até 17 de Outubro de 2008, com forças no terreno a partir de amanhã, o exercício “ORION 08”.
Este exercício, que vai decorrer no concelho do Sabugal, tem por finalidade de testar algumas capacidades da sua Força Operacional Permanente (FOPE) na condução de uma Operação NART 5 do Tratado de Washington.
Este ano, pela primeira vez, de forma integrada, coordenada e coerente, todas as unidades/estabelecimentos/orgãos (U/E/O) do Exército – de Norte a Sul do país, não pertencentes à FOPE (dependentes da Estrutura de Comando e da Estrutura de Base do Exército), participarão activamente no Exercício ORION08.
A 15 e 16 de Outubro irá decorrer o Distinguished Visitors Day (DVDay) do Exercício, sendo aberto à comunicação social.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.