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Na Guarda a comemoração do Dia Mundial da Rádio, nesta segunda-feira, teve um sublinhado muito especial. Se, por um lado, a partir desta cidade emite a rádio local mais antiga do país, por outro foi assinalada a passagem de meio século de um programa de rádio dedicado ao mundo automóvel.
Um programa que nasceu na Rádio Altitude, estação emissora cujas emissões oficiais foram iniciadas no longínquo ano de 1948. O “Escape Livre” (EL) é o mais antigo programa de rádio dedicado aos automóveis e, outrossim, à segurança rodoviária, sendo emitido semanalmente a partir da Guarda e hoje audível em todo o mundo através das plataformas digitais.
A primeira emissão deste programa ocorreu em 13 de fevereiro de 1973; depressa se afirmou como um espaço emblemático da Rádio Altitude e, atualmente, é um original exemplo de longevidade no panorama da radiodifusão sonora portuguesa, fruto de um trabalho determinado, cuidadoso, qualitativo, permanente do seu impulsionador e principal responsável.
Luís Celínio é uma referência inquestionável na área da informação automóvel; isso mesmo foi, uma vez mais, percetível no número de profissionais dos media, personalidades e empresários que no passado sábado se associaram à comemoração do aniversário do Escape Livre e, igualmente, marcaram presença na Gala Spal -50 anos EL.
Evento no decorrer do qual o “Escape Livre” homenageou, com toda a justiça, nomes que para além da ligação ao referido programa radiofónico, foram ativos protagonistas da vida e história da emissora; como foram António Pinheiro, Antunes Ferreira, Emílio Aragonez, Francisco Carvalho, João Lopes, Jorge Antunes ou Mário Sucena. Houve também distinções para empresas que têm dado o seu apoio a este programa de rádio, de elevada notoriedade e motor de múltiplas iniciativas, alicerçadas no clube com mesmo nome.
Aliás, será oportuno recordar que uma das principais e mais marcantes ações do Escape Livre foi, logo nos primórdios, a campanha de segurança realizada na Guarda, com o apoio da Mobil. O empenho e, diga-se em abono da verdade, o ineditismo desta ação tiveram resultados surpreendentes junto da população citadina, sensibilizada através de vários meios e de demonstrações teórico-práticas.
Em termos desportivos, a equipa do Escape Livre “desdobrava-se”, já nessa época, para poder acompanhar os ralis e a velocidade, não só em Portugal, como no estrangeiro.
Ano após ano e ao longo destas cinco décadas, o “Escape Livre” foi-se afirmando, projetando, conquistando simpatias, despertando o interesse de responsáveis das principais marcas de automóveis. Luís Celínio já nessa altura – e como já tivemos o ensejo de escrever há alguns anos – procurava potencializar as várias iniciativas como alavancas de promoção turística da região.
Como marca credenciada por um trabalho constante, projetos diversificados e pelo empenho em apresentar um produto radiofónico com elevada qualidade, o “Escape Livre” associou desde a primeira hora uma faceta que não ficou subalternizada aos objetivos do programa; é que se constituiu, desde logo, como um canal aberto para o conhecimento e promoção da Guarda, da região e do país.
A própria rádio onde nasceu, se era já um marco incontornável no espectro radiofónico de Portugal, ampliou a sua projeção através de um espaço informativo/formativo onde foi visível desde o início uma perceção lúcida da evolução de um sector e das problemáticas que lhe estavam associadas.
O “Escape Livre” tem, desde o início, a marca da rádio; é que o seu aniversário ocorre precisamente no Dia Mundial da Rádio, com todo o simbolismo que a radiodifusão sonora e a data associam.
O 13 de fevereiro foi designado pelos estados-membros da UNESCO como Dia Internacional do Rádio. A opção por esta data ficou a dever-se ao facto de ter sido neste dia, em 1946, que a Rádio das Nações Unidas emitiu, pela primeira vez, um programa em simultâneo para um grupo de seis países.
Por esse ano ocorriam, na Guarda, as primeiras experiências de radiodifusão sonora, as quais estiveram na origem da Rádio Altitude.
Evidenciar esse dia é, também, exercer o dever de memória para com o pioneirismo da nossa cidade na área da radiodifusão sonora; suporte de um programa sobre automobilismo que nasceu em altitude e cresceu, progressivamente, como veículo de difusão informativa, aliado a uma pedagogia própria, a uma consciência esclarecida do papel a desempenhar e dos horizontes a conquistar.
O programa “Escape Livre”, o seu historial de cinquenta anos de emissões ininterruptas, comprova que a partir da nossa região – e com os seus recursos humanos – se podem desenvolver excelentes projetos, com influência territorial sem limites; o que nos leva também a reforçar as palavras de Luís Celínio, sobre este “caso sério de qualidade de informação e divulgação da Beira Interior através do automóvel”.
Um caso que deve merecer o nosso reconhecimento e o aplauso por todo o trabalho idealizado, desenvolvido a partir da mais alta cidade de Portugal.
Parabéns à equipa do “Escape Livre”!...
Helder Sequeira
in "O Interior", 15|fev|2023
O papel da Rádio como meio de comunicação, consciência e memória regional não deve ser esquecido, especialmente quando há uma inquestionável ligação afetiva entre as gentes beirãs e uma emissora – Rádio Altitude (RA) – com uma identidade distinta. Este é um ano particularmente importante numa imprescindível reflexão sobre passado, presente e futuro.
Em 2023 completam-se 75 anos após a inauguração oficial da RA, ainda com o indicativo CS2XT. Também este ano, e concretamente a 1 de fevereiro, passa o septuagésimo quinto aniversário da criação do jornal Bola de Neve. Dois projetos informativos e culturais que surgiram no seio do Sanatório Sousa Martins,
O Boletim Bola de Neve (como se definia inicialmente) surgiu a 1 de fevereiro de 1948, tendo como primeiro diretor o Engº Agrónomo Álvaro Martins da Silva. O periódico contou com a colaboração de diversas e eminentes figuras, nomeadamente Amorim Girão, Damião Peres, Nuno de Montemor, Miguel Torga, Joaquim Veríssimo Serrão, Gen. João de Almeida e Ladislau Patrício, entre outros.
Por outro lado, a atividade radiofónica desenvolvida, a partir de 1947, no Sanatório suscitou a preferência de muitos doentes. A rádio era – e é – um fascínio contagiante, acrescido pelo facto de não ser normal a possibilidade de contactar, de perto, com uma emissora de radiodifusão sonora.
A maior parte dos internados, no Sanatório Sousa Martins, que eram admitidos na rádio, designada de “Altitude”, ocupavam-se quer na manutenção técnica dos equipamentos de emissão ou de estúdio, quer no apoio administrativo ou no arquivo de discos e registos magnéticos. Setor onde se podia verificar uma irrepreensível catalogação; apenas os doentes com melhores condições de saúde, e outras características exigidas, eram escolhidos para efetuarem locução ou apresentação de programas.
O Bola de Neve noticiava, na edição de 1 de abril de 1948, que a Caixa Recreativa do Sanatório Sousa Martins tinha adquirido um aparelho emissor. “Poderemos escutar dos nossos quartos as festas realizadas e deliciarmo-nos com música do nosso agrado direto e recrearmo-nos com crónicas de são oportunismo de propósitos inofensivos. Além de que a organização dos programas distrai e desperta curiosidade, Rádio Altitude é mais um elemento de fraternidade entre os doentes do Sanatório – e, em destaque, uma nova regalia da Caixa Recreativa”.
No longínquo ano de 1948 a Rádio Altitude apresentava-se como “Posto Emissor CS2XT” (mais tarde foi-lhe atribuído o indicativo CSB-21), emitindo no comprimento de onda dos 212,5 m e na frequência de 1495 Kc/s.
Frequência na qual começou a ser emitido o mais antigo programa de rádio dedicado ao mundo automóvel, e outrossim à segurança rodoviária.O “Escape Livre” – iniciado em 13 de fevereiro de 1973 – sendo um espaço emblemático da Rádio Altitude é também um original exemplo de longevidade no panorama da radiodifusão sonora portuguesa.
Idealizado por Luís Celínio, este programa surgiu, curiosamente, num ano em que, face à crise energética verificada nessa época, foram proibidas as provas automobilísticas. Ainda estudante do então Liceu Nacional da Guarda, Luís Celínio era já um fervoroso adepto do desporto automóvel; a idade impedia-o, contudo, de conduzir e mesmo a sua pretensão a um veículo de duas rodas foi, pedagogicamente, convertida a favor de uma máquina de filmar, como prémio pelos bons resultados escolares. Este equipamento, que lhe permitiu o registo de inúmeras provas automobilísticas, acabou por constituir o ponto de partida para alguns projetos na área da comunicação social.
No Liceu da Guarda conheceu outro jovem entusiasta pelos automóveis, Francisco Carvalho, que estivera ligado em Trancoso (onde residia com os pais) a uma rádio-pirata local; para a qual idealizara um programa sobre desporto automóvel a que pretendia atribuir o nome de Escape Livre. O plano não foi concretizado e sugeriu esse nome a Luís Celínio, para o projeto deste, a concretizar na Rádio Altitude.
Após algum tempo, depois dos indispensáveis contactos, com a direção (liderada pelo Dr. Martins de Queirós, igualmente diretor do Sanatório Sousa Martins) e com o encarregado geral da Rádio, o programa começou a ser emitido – em onda média – às terças e quintas-feiras, com uma duração de 13 minutos; dois anos depois passou a ocupar sessenta minutos semanais da emissão da rádio, inicialmente às quartas-feiras (entre as 18 e as 19 horas), depois às quintas-feiras entre as 11 e as 12h e, posteriormente, nesse mesmo dia no horário das 18 às 19 horas.
Certamente que estas e outras memórias vão ser evocadas no próximo mês, aquando da passagem de meio século após a primeira emissão do programa Escape Livre, a partir da cidade da Guarda de onde continua a irradiar semanalmente.
Nestas despretensiosas notas quisemos sublinhar três gratas efemérides e, de forma especial, a longevidade de uma estação de Rádio que não pode esquecer os seus novos desafios e desígnios. Em especial num ano que merece ser evidenciado, enquanto marco importante na história de uma das rádios pioneiras em Portugal. Facto que a Guarda não deve esquecer…
Hélder Sequeira
in O INTERIOR, 18_jan_2023
Em 1973 Francisco Carvalho entrou para a Rádio Altitude (RA) e, desde então, tornou-se uma voz inconfundível da atividade radiofónica construída a partir da mais alta cidade de Portugal.
Juntamente com Luís Celínio, produziu a partir desse ano o programa “Escape Livre” o programa de com mais longevidade em Portugal. Francisco Carvalho entrou para os quadros da Rádio Altitude em 1978, “primeiro como animador de emissão e depois como jornalista”.
Saiu da RA 1990, “para integrar a equipa fundadora da Rádio F”, onde trabalhou quatro anos, após o que ocorreu o regresso à Rádio Altitude, onde esteve até há algumas semanas atrás.
Iniciado que está um novo ciclo na sua vida, não vai por de parte a sua voz, num tempo onde cabe também espaço para a escrita e memórias, como disse ao CORREIO DA GUARDA.
Sobre a cidade onde continua a residir, Francisco Carvalho considera que é preciso “menos invejas e mais gente empreendedora”, acrescentando que, na região, “houve uma evolução desorganizada. Tem faltado planeamento e visão de futuro. Diria que na grande maioria dos casos falta aos autarcas preparação adequada para o exercício dos cargos.”
Como e quando ocorreu a tua entrada para a rádio?
Como profissional aconteceu por mero acaso.
Tinha regressado de Lisboa, onde estudei no ISLA, e na altura dava aulas de geografia na Escola Secundária Afonso de Albuquerque quando fui convidado para fazer algumas horas de locução, como se dizia na altura.
Comecei, naturalmente, pelos discos pedidos que naquela altura preenchiam grande parte da programação.
Depois fui passando aos poucos para a informação e para os noticiários regionais.
Que nomes recordas dessa época?
Alguns dos que me convidaram e incentivaram na altura.
Antunes Ferreira, Emílio Aragonez, Luís Coutinho, Virgílio Ardérius, Luís Coito e José Domingos, entre outros.
Na Redação da Rádio Altitude, com Emílio Aragonez, início da década de oitenta
Nessa época o que havia de diferente na programação da(s) rádio(os)?
Era tudo muito diferente!
A informação era de certa forma “artesanal", feita sobretudo por colaboradores que iam à rádio algumas horas por dia fazer os noticiários e o resto da programação que era, em maioria, preenchida com discos pedidos.
Lembro que naquela época (década de 70) ainda não tinha acontecido o “boom" das rádios locais e não havia jornalistas profissionais no mercado – nem sequer possibilidade de os contratar porque o quadro da rádio só comportava três profissionais: o encarregado-geral, um locutor e um administrativo).
Hoje há mais gente profissional, mais rigor e o telefone foi substituído pelo computador.
Que música ou músicas estiveram/estão na tua preferência?
Pink Floyd, Genesis, Queen, Bruce Springsteen John Legend, Joe Cocker, Alicia Keyes, entre outros.
Por muitos motivos – e não apenas pela música – valeu a pena ter vivido intensamente os anos 80. Nunca mais haverá uma década assim (digo eu !!)
Continuas a ouvir mais música ou notícias?
Música de vez em quando. Notícias sempre.
Quando começou a tua ligação ao jornalismo?
Como já disse, fui incentivado por alguns colegas mais velhos que na altura faziam a informação regional.
Aos poucos fui deixando a música e comecei a escrever e a apresentar noticiários
Qual foi notícia sobre a cidade que mais prazer te deu em transmitires aos ouvintes? E a pior?
No primeiro caso talvez tenha sido o anúncio da presidência aberta de Mário Soares na Guarda – que tive oportunidade de entrevistar em Belém, juntamente com o António José Teixeira.
Achei que poderia ser uma grande oportunidade para a Guarda começar a aparecer no mapa com o mediatismo de uma visita presidencial de vários dias.
As piores notícias tiveram naturalmente a ver com a morte de pessoas.
Por dever de ofício acorri a vários acidentes no antigo IP5 e cada vez que lá fui raramente trouxe boas histórias para contar. Tantas mortes que podiam ter sido evitadas se tivessem construído logo a auto estrada!
O grande acidente ferroviário de Alcafache (Mangualde) que cobri também a nível nacional (RR), com a ajuda do Carlos Martins, foi outro acontecimento que me marcou bastante assim como, mais recentemente, os incêndios de 2017 que fizeram várias vítimas mortais no distrito.
Que diferenças notas ao nível do jornalismo em Portugal, confrontando o passado com o presente?
Agora é mais rigoroso e interventivo.
Há profissionais muito mais qualificados e as novas ferramentas tecnológicas que temos à disposição também ajudam muito.
Hoje o jornalista passa demasiado tempo na redação?
Talvez sim. Mas é preciso dizer que em relação por exemplo à investigação, com os meios disponíveis em redações geralmente pequenas, não há grande possibilidade de ter um ou dois jornalistas dedicados em exclusividade.
No resto acho que poderia haver mais sensibilidade para procurar histórias que interessem à generalidade das pessoas.
Mas lá está, se somos imprescindíveis na redação ou no estúdio não podemos estar noutras tarefas.
O Desporto foi uma das áreas da tua preferência? Porquê?
Pratiquei desporto no liceu e essa área sempre me interessou, mais do que a política por exemplo.
Primeiro foi o automobilismo por via do programa Escape Livre – chegámos a ir ao rally de Monte Carlo e às 24 horas de Le Mans – e depois comecei a interessar-me mais pelo futebol.
Tiveste, também, uma colaboração com a imprensa desportiva. Fala-nos desse período?
Foi na altura em que a saudosa Associação Cultural e Desportiva da Guarda era um dos postais da cidade e o clube mais importante do distrito, com participações regulares no então Campeonato Nacional da Segunda Divisão.
Para além dos trabalhos para a rádio comecei nessa altura uma colaboração com o jornal O Jogo, com comentários e reportagens sempre que a equipa jogava em casa.
Mais tarde, a convite do Fernando Paulouro, iniciei uma colaboração com o Jornal do Fundão na altura em que começaram a editar um suplemento semanal de desporto.
O meu trabalho era coordenar e editar o trabalho de uma série de correspondentes desportivos que faziam o resumo dos jogos do campeonato distrital de futebol.
Sem as tecnologias que temos hoje era um funcionário do jornal que ao domingo à noite vinha do Fundão recolher o material à Guarda!
A recolha dos resultados desportivos era muito diferente do que acontece na atualidade. Era um trabalho difícil?
Não era fácil. Quando os campos de futebol não tinham telefone (e geralmente não tinham…) era preciso encontrar uma pessoa de confiança que ligava para a redação a dar o resultado final do jogo, ou então tínhamos de ligar para o café mais próximo!
Que confronto fazes entre o panorama desportivo de algumas décadas atrás e o de hoje?
Apesar de todas as limitações antigamente julgo que era mais saudável. Hoje já não tenho paciência para ver grande parte dos programas televisivos sobre futebol.
Pouco se discute o jogo e o que interessa são as polémicas.
Já nem falo dos critérios jornalísticos e das regras deontológicas!
O que te levou a optares pela Guarda, em termos profissionais?
Não foi uma questão de opção foi uma questão de oportunidade.
Atualmente tomarias a mesma opção?
Se tivesse alternativa pensaria duas vezes.
O que pensas da evolução da Guarda, cidade e região, ao longo da tua vida de jornalista?
Houve uma evolução desorganizada. Tem faltado planeamento e visão de futuro.
Diria que na grande maioria dos casos falta aos autarcas preparação adequada para o exercício dos cargos.
Isto não vai lá só com os cartões partidários!
E também é evidente que os governos de Lisboa estão-se nas tintas para o resto do país.
O que falta na Guarda?
Menos invejas e mais gente empreendedora.
O problema é que somos cada vez menos!...
Achas que as pessoas conhecem ou valorizam a dimensão radiofónica que a Guarda teve, sobretudo antes do alargamento do espetro radioelétrico?
De uma vez por todas a cidade – e os decisores – tem de saber valorizar essa importância. Cada vez que passo pelos pavilhões em ruínas do antigo sanatório não deixo de pensar que bem ali ficaria o museu da saúde e da rádio.
A Guarda tem a rádio local mais antiga do país e uma história importante para contar concentrada no atual Parque da Saúde.
A história da rádio, na Guarda, está ainda por fazer?
Já foi feita em boa parte graças também ao autor deste blogue (Hélder Sequeira). Mas sim, ainda há gente pouco informada sobre a importância da rádio no passado e no presente da cidade e da região.
Afinal temos a rádio local mais antiga do país e isso tem de ser valorizado, até para não deixar cair no esquecimento os pioneiros da Rádio Altitude com Martins Queirós, à cabeça.
Tens projetos em mente para este novo ciclo da tua vida?
Continuar a aproveitar a voz que Deus me deu, escrever, viajar e começar a organizar o baú das memórias.
Na Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foi ontem entregue, pelo Clube Escape Livre, o Prémio João Lopes.
O prémio distingue os estudantes do IPG que finalizam, com aproveitamento escolar excecional, o curso de Comunicação e Relações Públicas.
Tatiane Pais dos Santos e Catarina Nunes Rodrigues (no lado direito da foto) foram as primeiras alunas do Instituto Politécnico da Guarda a receber a Bolsa de Mérito João Lopes, um prémio anual no valor de 1500 euros, instituído pelo Clube Escape Livre com a colaboração do Instituto Politécnico da Guarda.
Cada uma das alunas recebeu um cheque de 750 euros. A entrega da Bolsa de Mérito integrou-se na sessão solene de abertura oficial do Ano Académico 2015/ 2016, que decorreu hoje, na Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, em Seia.
“A Bolsa de Mérito João Lopes homenageia, a título póstumo, uma figura de referência na cidade e região da Guarda, colaborador e amigo do Escape Livre, tendo como objetivo também incentivar e premiar os alunos do curso de Comunicação e Relações Públicas, já que a comunicação era uma das áreas de vida e de vocação do homenageado”, como foi referido pelo Presidente do Clube Escape Livre, Luis Celínio. Na cerimónia realizada na ESTH, o presidente do Clube Escape Livre lembrou algumas características de João Lopes enquanto comunicador, acrescentando que “a criação da Bolsa de Mérito João Lopes para futuros comunicadores é a melhor homenagem que podemos fazer a quem sempre foi uma pessoa boa. Que o seu brio profissional e a alegria de viver incentivem o caminho das agora vencedoras.”
A bolsa de Mérito João Lopes estará de novo disponível para atribuição, neste ano letivo, no Instituto Politécnico da Guarda.
Na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda decorreu hoje a assinatura do Regulamento da Bolsa de Mérito João Lopes, que resulta de uma parceria entre o Clube Escape Livre e o Instituto Politécnico da Guarda.
O referido regulamento rege a atribuição de bolsa de mérito a estudantes que finalizaram, com aproveitamento escolar exepcional, o ciclo de estudos de licenciatura em Comunicação e Relações Públicas do Instituto Politécnico da Guarda.
A bolsa tem o valor de 1500 euros.
João Oliveira Lopes faleceu a 11 de Setembro de 2014. Ligado à Rádio (em especial à Rádio Altitude) e ao jornalismo, João lopes deixou nestas áreas o seu cunho pessoal e criatividade, em especial nos programas que apresentou e produziu, bem como ao nível das iniciativas e projetos em que esteve envolvido , muito particularmente no programa Escape Livre e no Clube com o mesmo nome.
João Oliveira Lopes faleceu. Foi assim a informação recebida, ontem, logo pela manhã. Lacónica. Fria. Triste.
Para quem conhecia, como nós, o João Lopes é difícil exprimir, por palavras, o efeito de uma notícia destas, inesperada, geradora de um misto de sentimentos, de interrogações vertiginosas sobre a vida, o quotidiano, o valor do tempo...
Daí que ontem, hoje, mais do que as palavras prevaleciam - em todos quantos querem guardar a memória do familiar, amigo, colega – os olhares tristes e expressivos, os silêncios, quebrados por recordações da forma de estar e de ser do João Lopes; apreciávamos, desde os tempos do Liceu – onde nos conhecemos e frequentamos a mesma turma – as suas qualidades humanas, o seu espírito solidário, a subtileza das suas observações, a desenvoltura das suas ideias, o empenho nos seus trabalhos e projetos, o seu inquestionável sentido de responsabilidade, o seu espírito de abertura e diálogo...
Na Rádio deixou o seu cunho pessoal e criatividade, em especial nos programas que apresentou e produziu, bem como ao nível das iniciativas e projetos em que esteve envolvido (e que não cabe aqui enumerar, até pelo notório conhecimento público...); muito particularmente no programa Escape Livre e no Clube com o mesmo nome.
Para além do doloroso afastamento (prematuro) da sua família, a ULS da Guarda perdeu um excelente profissional; a rádio e a comunicação ficaram sem um excelente comunicador; um grande número perdeu um amigo; a escrita perde um promissor romancista; o Voluntariado ficou sem um dos seus empenhados elementos, a cidade perdeu um dos seus cidadãos de corpo inteiro.
Mas João Lopes será sempre uma presença na nossa memória, pelo seu percurso, pelo seu exemplo, pelas suas qualidades pessoais e profissionais, por tudo quanto o tornava uma pessoa distinta...
H.S.
Na Guarda vão ser assinalados, no próximo dia 22 de Fevereiro, os 40 anos do programa radiofónico Escape Livre, os 65 anos da Rádio Altitude e os 15 anos da “Gala SPAL – A Nossa Seleção de Pilotos”.
O programa comemorativo inclui, pelas 18 horas, uma palestra subordinada ao tema “Automóvel, turismo, segurança – desafios do futuro”. Esta iniciativa contará com a participação do Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, do Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e de Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP – Associação Automóvel de Portugal.
A palestra terá lugar na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL) e vai anteceder um jantar de gala e uma homenagem aos pilotos da Guarda (15.ª edição da “Gala SPAL – A Nossa Seleção de Pilotos”), que terá lugar, a partir das 20 horas, no pavilhão do NERGA.
O “Escape Livre” é o mais antigo programa radiofónico, em Portugal, dedicado ao mundo automóvel e outrossim à segurança rodoviária. É emitido na Rádio Altitude (90.9 mhz).
Na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço terá hoje lugar, pelas 18h00, o lançamento do nº 32 da Revista Cultural Praça Velha e dos números 110 ao 114 da Coleção “O Fio da Memória”.
O último número da Revista Praça Velha conta com colaborações de Carlos d’Abreu e Emilio Rivas Calvo, Pedro Carvalho, João Carlos Lobão e António Carlos Marques, Rui Pissarra, João Bigotte Chorão, Manuel a. Domingos, Maria de Lurdes Sampaio, Carlos Barroco Esperança e Célio Rolinho Pires.
O Portfolio é da responsabilidade de Daniel Margarido e a Grande Entrevista a Valentín Cabero Diéguez é conduzida por Fernando Paulouro. A secção de Poesia conta com a participação de Daniel Rocha e João Esteves Pinto. Recensões críticas de livros e cd’s incluem colaborações de José Manuel Mota da Romana, José Luis Lima Garcia, José Monteiro, Antónia Terrinha, Fernando Carmino Marques, Teresa Correia, António José Dias de Almeida, Adelaide Lopes, Joaquim Igreja, Antonieta Garcia, Manuel Sabino Perestrelo, Aires Almeida e Pedro Pires.
A Coleção “O Fio da Memória” contará com mais cinco opúsculos dedicados aos seguintes temas: “Cemitérios- A eternização da memória” de José António Afonso Rodrigues; “Asa de Azul” de Maria Afonso, com nota introdutória de Lusitana Ricardo; “Paulo Marques –artesão de miniaturas de madeira” de Francisco Pereira Barbeira; “Saberes e sabores da Faia– Açorda de bacalhau, uma tradição à mesa” de Vitória Brás e “Escape livre - O mais antigo programa de automobilismo na rádio em Portugal” de Helder Sequeira.
Fonte: NAC
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