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José Manuel Monteiro: o professor é um orientador

por Correio da Guarda, em 11.11.24

 

“Na atualidade, a Escola é vista em termos sociais como um prolongamento da creche e por isso alguns encaram-na como “depósito dos filhos”. A preocupação com a aprendizagem mantém-se, mas com outra perspetiva”. Afirmou José Manuel Monteiro ao Correio da Guarda.

Este docente, que deixou recentemente as atividades letivas, cuja envolvência com as atividades cultuais tem sido notória ao longo dos anos, não deixa de notar que “os agentes educativos vivem um pouco alheados da cultura.”.

José Manuel Gonçalves Monteiro (1957) nasceu em Quinta dos Prados, Panóias e estudou nos Seminários da Guarda. Licenciado em Estudos Clássicos e Portugueses pela Universidade Clássica de Lisboa, foi professor nas Escolas Preparatória Gaspar Correia, Preparatória Vasco da Gama, Secundária nº1 da Venteira – todas na área metropolitana de Lisboa – secundária da Sé e Afonso de Albuquerque, na Guarda. Escreveu textos para jornais e revistas da cidade e publicou um livro de poesia em 2015, “A (im)perfeição dos dias” na editora Lua de Marfim; fez ainda a biografia de “Nuno de Montemor (Alma Brava, Meiga)”, para a Câmara Municipal da Guarda. Enquanto professor lecionou essencialmente turmas de português, mas também de Literatura Portuguesa, Latim e Clássicos da Literatura.

JM

Como foi o seu percurso profissional?

Comecei a dar aulas, no dia 16 de março de 1981, na Escola Preparatória Gaspar Correia, na Portela de Sacavém, em Moscavide, arredores de Lisboa. Passei depois pela Escola Preparatória Vasco da Gama, também na Portela, e depois fui para a Escola Secundária nº 1 da Venteira, na Amadora. Em 1985, concorri a estágio para a Escola Secundária da Sé, na Guarda onde fiz estágio profissional e tive como orientador esse grande homem das letras guardenses, Prof. José Carreira Amarelo, e onde fiquei até ao ano letivo de 1998/99.

No ano letivo seguinte, transitei para a Escola Secundária Afonso de Albuquerque onde terminei o meu percurso profissional. Gostei de trabalhar em todas elas e aí convivi com bons profissionais da educação que me ajudaram a aperfeiçoar a “arte de ensinar”.

 

Como surgiu a sua vocação pelo ensino?

Tendo frequentado os seminários diocesanos, enquanto estudante, tive a sorte de ter bons professores, por isso, foi uma decisão natural.

Além disso, sempre tive uma empatia com os jovens e gostava do modo como eles procuravam aprender sempre mais. Enveredar pelo ensino foi, portanto, uma decisão que surgiu naturalmente e, quando me foi proposto começar a lidar com crianças, na Escola pública, aceitei imediatamente o desafio.

Fui trabalhador-estudante nos quatro primeiros anos de lecionação sendo difícil conciliar os estudos com as aulas, mas acabei por tomar o gosto pelo ensino e fiquei durante 43 anos seis meses e quinze dias.

 

E como foi a adaptação/integração nas atividades letivas?

Como acabei de referir os primeiros anos foram muito difíceis, mas a vontade de superar as dificuldades venceu tudo. Recordo que no primeiro ano tinha aulas alguns dias às 8.30 e tinha de sair de casa às 6.00 da manhã. Depois das aulas na escola, havia ainda a Universidade e, às vezes, chegava a casa após as 22.00 horas.

A integração decorreu relativamente bem já que tive bons colegas e nunca houve problemas com ninguém nas várias escolas por onde passei. A ajuda dos colegas, nos primeiros anos, foi muito importante. A formação que ia realizando também ajudou a adquirir conhecimentos no processo de ensino aprendizagem.

 

Relativamente aos alunos, com que idades gostou mais de trabalhar/lecionar?

Ao princípio, comecei com o 5º e 6º anos e a inocência deles e a avidez de aprender eram motivos para trabalhar com mais entusiasmo. Mais tarde, lecionei o 3º ciclo e secundário e também nessas idades via vontade de aprender.

Confesso que, nos últimos anos, só lecionei secundário e, por isso, sentia maior realização na transmissão de conhecimentos. Embora os programas fossem um pouco redutores, quer em relação ao português, quer na disciplina de Literatura, o interesse por outros autores era uma curiosidade que os levava a quererem alargar os seus conhecimentos.

 

Notou, ao longo dos anos, diferenças no comportamento dos alunos na aula e no interesse pelas matérias lecionadas?

Obviamente que, ao longo de 43 anos, muitas coisas mudaram em termos de ensino e de sociedade. Como referi, comecei em 1981, poucos anos após abril, e, apesar da revolução ainda estar fresca, os alunos iam para a escola motivados e gostavam de aprender.

A liberdade conquistada não impedia os alunos de respeitarem o professor dentro da sala de aula. Nesses primeiros anos tive alunos do Prior Velho, em Sacavém, e da Venteira, na Amadora, que eram zonas bastante problemáticas, mas nunca tive qualquer falta de respeito. Após a primeira década do século XXI, a desmotivação tornou-se maior entre os alunos já que os meios digitais foram paulatinamente tomando conte das mentes e a atenção em sala de aula diminuiu consideravelmente.

A seguir à pandemia esta situação tornou-se banal em sala de aula e, se não existisse uma imposição quase autoritária para deixar o telemóvel de lado, haveria sempre alguns alunos online durante todo o dia. Claro que, paralelamente ao comportamento, o desinteresse aumentou e, mesmo recorrendo a material da net ou utilizando outros meios digitais de informação, a atenção perdeu-se numa percentagem elevada.

 

Os professores viram aumentada a sobrecarga de trabalho ao longos dos anos e das várias reformas/alterações introduzidas? Quais as principais dificuldades?

Para ser sincero, acho que o trabalho de Professor sempre foi bastante “duro” porque, além das aulas, há sempre as atividades burocráticas que também é necessário realizar, mas que nunca me seduziram tanto como o estar na sala de aula frente aos jovens.

Essas atividades é que foram criando um esforço suplementar nos docentes pois, especialmente nestes últimos anos, lidar com Pais e Encarregados de Educação tornou-se uma tarefa difícil.

Quanto às atividades letivas, se a formação exigida foi realizada com empenho e honestidade, as dificuldades não eram tão prementes.

Pessoalmente, fui acompanhando a evolução do mundo digital quer por autoaprendizagem, quer por ações de formação realizadas e isso permitiu-me acompanhar sempre os alunos recorrendo a materiais novos que a cada ano iam surgindo.

 

Como viu a relação professor/aluno, ao longo dos anos?

Se a relação em sala de aula for complementada com uma relação de proximidade fora da mesma sala, acho que os problemas serão sanados com certa facilidade. Quando os pontos de vista se extremam, é que surgem os problemas. Nos meus anos de serviço, recorri à “expulsão” da sala de aula três ou quatro vezes e posso afirmar que esses alunos/as são hoje meus amigos pois perceberam que a minha atuação tinha sido justificada e educativa, não penalizadora.

Logicamente, e acho que já referi isso em questões anteriores, durante as quatro décadas a sociedade mudou e os valores que eram referenciados pela Escola mudaram muito.

Nos anos oitenta, havia um respeito temeroso na Escola e aluno e professor pertenciam a realidades diferentes. Hoje, há que criar um respeito baseado na confiança mútua e é bom que os alunos sintam que o Professor está lá como um orientador e como alguém cuja experiência lhe permite lidar com a situação de aprendizagem de maneira diferente já que tem uma cultura que o adolescente não tem. Se essa confiança se estabelecer, haverá menos problemas em contexto de sala de aula.

José Monteiro_correio da guarda_ 1

Que projetos ou atividades mais gostou de desenvolver?

Sempre me senti bem dentro da Escola e participei pouco em atividades extraescola, como visitas de estudo de um dia ou dois, como se faziam antigamente.

De qualquer modo sempre que havia a possibilidade de os alunos participarem quer em palestras, quer em representações teatrais ou de outra índole na cidade, fazia questão de os meus alunos estarem presentes.

Como nos últimos anos lecionei as disciplinas de Literatura Portuguesa e Clássicos da Literatura promovi conversas com escritores não só por convite pessoal, mas também em colaboração com o TMG, BMEL e Museu. Privilegiei escritores e autores da cidade ou distrito, pois normalmente são pouco conhecidos dos jovens. Lembro que as publicações de autores da Guarda, até há pouco tempo, eram quase inexistentes e não tinham visibilidade.

 

Quais os momentos ou acontecimentos ocorridos na sua vida profissional que lhe trazem melhores recordações? E os piores?

Foram anos de realização profissional bastante gratos. As melhores recordações que me ficaram no coração foi o reconhecimento que, em cada ano, os alunos me foram fazendo e os agradecimentos recebidos deles.

As lágrimas nos olhos, os abraços recebidos no final de cada ano letivo foram a “medalha” mais genuína que como professor pude receber.

Há uma recordação que ficará sempre na memória que foi a publicação do livrinho “Para sempre … talvez não”, realizado na disciplina de Área Escola e publicado pelo TMG, no ano letivo de 2007/2008. Foi escrito, nas aulas, por um grupo de 5 alunas, mas só foi possível a sua execução pelo apoio que a turma toda deu. O 12º C era uma turma incrível! Ia dizer que não houve momentos maus, mas já que falei na turma, na riqueza dos trabalhos realizados e na rebeldia dos jovens que não quis prejudicar cortando-lhe as asas, houve uma entidade da cidade que achou exagerada a liberdade dada aos alunos nos seus trabalhos de investigação. Assim, data desse ano a única mancha no meu currículo profissional: uma repreensão escrita que me foi dada pela Direção da Escola. Aliás essa mancha para mim foi mais um louvor, mas que custa, custa!

 

Acha que o trabalho e o papel dos professores têm sido desvalorizados?

Sim. A partir do “consulado” de Maria de Lurdes Rodrigues, a profissão foi bastante desvalorizada especialmente porque em vez de professores passámos a ser técnicos burocráticos. E de exercer a profissão com liberdade pedagógica, como muito bem expressou Sebastião da Gama na sua poesia, passámos a ser funcionários cansados, como se diz no poema de António Ramos Rosa. E a base dessa desvalorização é económica e política e não pedagógica. Infelizmente!

 

Como vê, atualmente, a relação dos professores com os pais? É diferente daquela que se verificava há décadas atrás?

Hoje, o relacionamento entre a Escola e os Pais/EE é diferente da que se verificava há anos. A preocupação maior dos Pais era que os filhos aprendessem e conseguissem superar as dificuldades.

Na atualidade, a Escola é vista em termos sociais como um prolongamento da creche e por isso alguns encaram-na como “depósito dos filhos”. A preocupação com a aprendizagem mantém-se, mas com outra perspetiva. Assim, a relação Pais / Professores tornou-se um pouco mais conflituosa já que a perspetiva como a Escola é encarada por ambas as partes é mais divergente.

 

As novas tecnologias trouxeram muitas transformações no processo ensino/aprendizagem?

Acho que deviam ter sido em maior número do que aquelas que se produziram. Nós, professores, não fomos capazes de acompanhar as novas tendências do processo e, por isso, ficámos algumas vezes parados no tempo (estou a generalizar obviamente).

A evolução foi muito rápida e nem sempre os Centros de Formação e as Escolas/Ministério ofereceram aos agentes educativos meios e instrumentos pedagógicos virados para as novas tecnologias. Especialmente o Ministério achou que os professores tinham obrigação de aprender sozinhos, como se isso não fosse um dever do próprio Ministério. Desta maneira, quando se deu o desenvolvimento rápido das novas tecnologias, ninguém estava preparado suficientemente para as aplicar nas escolas. Ainda hoje se nota esse desfasamento.

 

Como pessoa de cultura e atenta à cultura procurou sensibilizar e envolver os alunos em atividades externas desta área?

Uma das minhas preocupações, em termos de ensino, sempre foi que os alunos tivessem horizontes abertos mais além do que aquilo que a escola/programas lhes dava.

Daí que a abertura à cultura fosse um dos motivos impulsionadores da aprendizagem. Já referi atrás que procurei levar os alunos a participarem nas atividades desenvolvidas na cidade. Sempre que era possível lá estávamos ou como ouvintes, ou como intervenientes. Assim, foram várias as atividades em que participei com os meus alunos quer na BMEL, quer no TMG, quer no Museu. O livrinho, que referi acima, foi publicado pelo TMG, pois o Diretor daquela altura, Américo Rodrigues, fez todos os possíveis para que aquela atividade não ficasse apenas na escola, mas fosse divulgada à comunidade.

Lembro também, a título de exemplo, a participação dos alunos numa atividade do Museu em que foram “atores” ativos e uma outra mais recente, na BMEL, onde leram poemas na apresentação de uma poeta de Lisboa, Lília Tavares. Fica a noção de que poderia ter sido feito muito mais, mas muitas vezes os horários rígidos da Escola não permitiram uma maior presença.

 

Os professores são participativos nas atividades culturais, dentro e fora da escola?

Dentro da Escola tirando raras exceções os docentes participam de boa vontade nos acontecimentos programados. Nos últimos anos, o Ministério tenta implementar nos alunos o gosto pela leitura recorrendo aos Professores bibliotecários e a diversas atividades que foram bem recebidas pelo corpo docente. [No Agrupamento a que pertenço, o papel do Professor bibliotecário foi muito bem dinamizado pelos Professores Joaquim Igreja e Adelaide Mariano que desenvolveram imensas atividades procurando incentivar os alunos à leitura.]

Fora da escola, infelizmente a presença dos professores nas atividades culturais é muito escassa. Parece que os agentes educativos vivem um pouco alheados da cultura. Há, no entanto, em quase todas as atividades desenvolvidas um grupo que marca presença assídua.

 

Houve alunos/alunas que ficaram para sempre na sua memória? Acompanha ou procura acompanhar os seus percursos profissionais?

Sim, felizmente! Há um grupo bastante numeroso com que fui mantendo contacto. Essa relação pós-escola, traduz-se por exemplo na apresentação de livros entretanto publicados por eles.

Hoje, as redes sociais facilitam esse contacto e entre os amigos que tenho no facebook ou no instagram há um grupo muito grande de antigos alunos. Fora das redes sociais, há outros contactos que se estabelecem e que me permitem acompanhar o seu percurso profissional.

É um orgulho ver o êxito que têm nas várias áreas em que se integraram no mundo do trabalho. Claro que o contacto mais frequente é com aqueles que se tornaram professores e que sentem o que eu sentia, daí a troca de mensagens sobre o processo de aprendizagem.

 

A sua ligação à poesia é conhecida. Como surgiu esse gosto? Autores preferidos?

A poesia surgiu naturalmente ao longo dos anos de estudos. Um dos responsáveis por esse gosto foi o meu Professor de Português dos 10º e 11º anos, Padre António Crespo, que, nas aulas, lia poesia de maneira emotiva e expressiva. A partir daí, o gosto foi crescendo.

A princípio, li o nosso Augusto Gil todo e outros autores da época como Afonso Lopes Vieira. Depois nasceu o gosto pelos grandes poetas portugueses do século XX: Fernando Pessoa, Miguel Torga, Sophia e Eugénio. Estes são os meus poetas de referência.

Dos atuais, gosto de ler poesia de Nuno Júdice, João Barreto Guimarães, Jorge Sousa Braga, Ana Luísa Amaral, Filipa Leal, Lília Tavares e Maria Afonso. Não tanto na poesia, mas como autores de referência literária atual, leio Valter Hugo Mãe, João Tordo, José Luís Peixoto, Afonso Cruz entre outros.

 

E quanto à sua produção poética? O que tem feito e que projetos estão em perspetiva?

Na apresentação do meu livro de poesia, em 2015, referi que seria uma publicação única pois quis fazer com ela uma homenagem aos meus pais cujo centenário de nascimento celebrávamos. Por isso, não tenho planos de publicação em breve. Não quer dizer que não venha a acontecer daqui a uns anos.

Continuo a escrever poesia e prosa, mas para a gaveta. A escrita é uma libertação da rotina diária, mas intimista. A exposição ao público não é necessária para o ato criativo. Se vier a existir tudo bem. Assim, perspetivas de publicação nos próximos anos, não há.

 

Como vê a atividade cultural realizada na Guarda?

Face às verbas destinadas à cultura(s) pelo município(s), muito se consegue fazer na cidade. As prioridades vão para espetáculos de carácter populista – a cultura popular também é importante e merece ser divulgada – com música de fácil memorização. Quanto à cultura séria e que leva a pensar, os responsáveis pela programação fazem o possível por concretizar uma oferta diversificada que vai da música ao teatro e a conferências sobre assuntos importantes.

No entanto acho que se deveria fazer uma pouco mais. O referente da nossa cidade e patrono da Biblioteca, Eduardo Lourenço, pediria um pouco mais e melhor. A cidade, em tempos não muito distantes, foi uma referência cultural a nível nacional, hoje não o é. Os tempos são outros é verdade e, repito, os diretores do TMG, BMEL e MUSEU tentam trazer à cidade algum dinamismo, mas sem ovos….

Um aspeto relevante, e que me apraz destacar, tem sido a realização de atividades que impliquem as escolas e com horários em tempos de aulas. Haver atividades só ao fim de tarde e noite não atrai os jovens a participar pois têm outros interesses para esses horários. A cultura e a Escola deviam caminhar juntas de mãos dadas.

 

Que iniciativas, já realizadas, gostaria de sublinhar? E o que gostaria de propor?

As representações teatrais de qualidade, os espetáculos com cantores e grupos musicais de relevo, as exposições importantes que tem havido na Galeria de Arte, na BMEL e no Museu são iniciativas que merecem mais relevo citadino. No entanto, destaco as publicações de livros que têm sido feitas com autores da cidade. Muitos deles passam ao lado do grande público e seria uma pena pois temos na cidade bons escritores.

A minha proposta, para além das atividades que vão sendo feitas, era levar esses autores (escritores e artistas plásticos) às escolas para que os alunos pudessem ter um contacto mais forte com aquilo que se faz na cidade. E isso é possível sem grandes custos para a autarquia.

 

Quais os seus projetos, a curto prazo?

Não tenho grandes projetos delineados. Para já, viver cada dia usufruindo das coisas boas da vida. O contacto com a natureza é um dos legados dos meus pais e agora vai ser possível realizá-lo mais e melhor.

Além disso, aproveitar as oportunidades de aprender quer lendo mais, quer fazendo mais visitas a sítios ainda não visitados. Alargar e aprofundar conhecimentos e transmiti-los através da escrita. O projeto horaciano do carpe diem! continua a ser o melhor, na minha perspetiva."Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais." (Rubem Alves).

 

HS/Correio da Guarda

 

 

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publicado às 21:53

Jornadas de Educação na Guarda

por Correio da Guarda, em 03.11.23

 

Na Guarda iniciaram-se hoje, e prosseguem amanhã, as I Jornadas de Educação subordinadas ao tema “Educar: o futuro nas nossas mãos”.

Trata-se de uma iniciativa do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, na Guarda, que acolheu como missão o dever de prestar à comunidade educativa “um serviço educativo de qualidade, inclusivo e diferenciador, contribuindo para a formação de cidadãos conhecedores e competentes, detentores de habilidades e atitudes que lhes permitam enfrentar os desafios da vida de forma consciente, crítica, reflexiva e criativa na construção de uma sociedade justa, equilibrada e sustentável.”

Jornadas de Educação na Guarda_Correio da Guarda

Aquele agrupamento considera que “as instituições educativas são, por natureza, resistentes à mudança, à inovação e à transformação. Esta realidade é geradora de um gap entre a atual prestação do serviço educativo e formação dos alunos - marcadamente conservadora - e as necessidades do mercado laboral, sendo que a escola prepara alunos para integrar o mercado laboral daqui a 10-20 anos... talvez para profissões que ainda nem sequer existem.

É com o propósito de contribuir para a reflexão, o debate, a partilha de ideias e o papel central da Educação na nossa sociedade e no nosso território que o Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque organiza as I Jornadas de Educação da Guarda, da sua iniciativa, aberta a todas as comunidades educativas da região”.

O programa pode ser consultado aqui

 

 

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publicado às 19:30

Nélia Carrilho: inovar na sala de aula

por Correio da Guarda, em 22.08.22

 

Nélia Carrilho, natural do Soito e residente na Guarda, é professora do Ensino Básico desde 1987. Apaixonada por desenvolvimento pessoal e relações humanas está empenhada em “despertar consciências para mudar comportamentos”.

Vive e sente a zona raiana, com diz ao CORREIO DA GUARDA. Aliás, diz, “não seria a mesma pessoa se não tivesse as influências da minha região com caraterísticas tão especiais.” Gosta de ensinar e de escrever poesia, que é para ela “um estado de alma”. E sonha com novos projetos. Um, que tinha “em sala de aula, agora ganha asas e vai a outras escolas e está a ser transformado para ser aplicado a um maior número de alunos”.

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O que representa para ti a zona raiana?

Nascida e criada na raia, vivo e sinto a raia como parte de mim e do meu ser. A família mais direta do lado do meu pai é espanhola. Então para mim é natural a vida naquele espaço. RAIA. Não seria a mesma pessoa se não tivesse as influências da minha região com caraterísticas tão especiais.

 

És uma defensora das tradições da raia? Tens uma participação ativa?

Sou defensora e vivo intensamente, cada vez mais, as nossas tradições. Gosto de divulgar a minha Raia e aproveito a minha profissão para a divulgar e dar a conhecer.

 

Há grandes diferenças entre o ontem e o hoje? O que se perdeu de forma mais significativa?

Muitas diferenças existem. Vivíamos numa região que dependia dos nossos vizinhos para ter os produtos mais básicos que possam imaginar. Como ir comprar pantufas, colorau para as matanças, laranjas, bananas, café e muitos outros. Ir ao lado de lá era meio de subsistência.

Cresci a ouvir espanhol, pois a tv que se via de lá era muito mais avançada que a nossa e tinha programas para crianças. Aprendíamos a língua por contacto direto. Esta talvez tenha sido a maior perda. As crianças perderam esta naturalidade cultural e bilingue.

 

Parte do teu ciclo de formação académica foi no Sabugal. Que lembranças do Externato/Colégio do Sabugal?

Para mim, que tinha estudado na minha terra, era a experiência de sair de casa. O externato tinha um papel preponderante na região e era um orgulho ir para o Sabugal.

Com apenas 15 anos sair de casa. Era uma emancipação precoce. Por aquela época estava entregue a mim própria e teria que construir o meu caminho.

Ficou a camaradagem, amizades que ainda duram e a gratidão de ter pertencido àquela casa.

 

Como surgiu a tua vocação pelo ensino?

Desde a escola primária tinha o sonho de ser professora. Nunca mudei de opinião, ou tive dúvidas. Talvez porque também tinha exemplos na família.

 

Como foi o teu percurso profissional?

Durante 30 anos percorri quilómetros por escolas de diversos distritos, até que cheguei à Guarda. Este ano, em janeiro integrei a equipa da nova direção do AEAAG, como adjunta.

O caminho foi feito entre dar aulas, ser parte ativa da escola e suas necessidades, integrar projetos e fazer formações para me manter na linha da frente pedagogicamente e inovar em sala de aula.

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E o gosto pela poesia, surgiu cedo?

Sim. Quando o meu professor de Português do Externato do Soito, explorou a poesia, fiquei a gostar das rimas e de brincar com as palavras.

 

Como defines a tua poesia?

A poesia é um estado de alma. Um dia posso escrever sobre o amor e outro sobre a terra. Escrevo sobre o que me vai na alma em determinado momento.

Também gosto de a promover em sala de aula. Os meus alunos cedo começam a rimar e a usar as palavras em diferentes contextos. As palavras saem naturalmente e gosto de escrever para que todos entendam. As palavras simples podem chegar a mais.

 

O que representou o lançamento, em 2017, do livro “Para Ti”?

Dar a conhecer o meu lado poético e tirar da gaveta o que tinha escrito há tempo, foi como presentear um público com parte de mim.

Foi mais uma marca no meu caminho, pois a partir daí passei a ser convidada para vários eventos e a poder utilizar a poesia para chegar a mais pessoas. Escrevo muitas poesias para eventos específicos e presentear outras. A escritora saiu à rua.

 

“Encontro com o Poder da Mente” é outro trabalho da tua autoria. Quando surgiu o interesse pela temática abordada?

O desenvolvimento pessoal entrou na minha vida em 2015. A partir daí é um caminho sem fim, sempre a aprender e a partilhar com outros.

Nesta área há uma diversidade de temáticas, mas as que mais gosto são a inteligência emocional, comunicação assertiva e o poder da mente.

Como dou palestras e faço workshops, senti necessidade de poder entregar aos participantes algo que pudesse ser entendido como o despertar do poder que cada um tem em si.

Daí escrevi este despertar e mais recentemente o EmocionalMente. Falar sobre emoções e compreendê-las muda a nossa perspetiva e visão das coisas e das pessoas. Desenvolvemos em nós a capacidade de melhorar, de nos relacionarmos connosco e com os outros.

 

“Semear Mentes, para curar o coração”. Esta é uma regra que segues com rigor?

Sim. Desde que comecei neste caminho que percebi que podia ajudar outras pessoas com problemas emocionais.

Então gosto de partilhar com outros este poder da mente como forma de semente para que cada um perceba o poder de cura que tem dentro e seguir a uma descoberta do Eu que cada um tem dentre e muitas vezes é desconhecido. A par da minha vida profissional, tenho outra vida. Esta. Que tem crescido muito ultimamente.

 

O desenvolvimento de projetos sobre emoções na infância é uma atividade em que te tens empenhado. Fala-nos da sua importância.

Neste meu caminho, não poderia esquecer os meus alunos e outras crianças que sofrem e nem sempre a escola tem resposta para as suas necessidades emocionais.

Nem sempre uma criança que não aprende tem a ver com falta de capacidades. Muitos têm graves problemas emocionais e as famílias não conseguem ter soluções.

Assim surgiu este lema que está relacionado com um projeto que tenho para os alunos, com a finalidade de trabalhar as emoções, levando assim a um melhor sucesso educativo. Já aplico o projeto “Caixa dos Segredos” há 4 anos e tem resultados fantásticos, nos alunos e suas famílias. Permitir que as crianças possam compreender o que sentem e porque sentem, melhora muito o seu estado emocional e as aprendizagens. Traz calmaria e melhor relacionamento com colegas e adultos. Há menos stress e maior empenho.

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E quanto a outros projetos, no futuro?

Estou envolvida em alguns. O projeto que tinha em sala de aula, agora ganha asas e vai a outras escolas e está a ser transformado para ser aplicado a um maior número de alunos.

Integro a criação da 1ª Academia de desenvolvimento Pessoal em Portugal. APSDH – Academia Portuguesa de Superação e Desenvolvimento Humano. Elementos de diferentes partes do país que se juntam para levar o nosso conhecimento aos portugueses e poder ajudar quem mais necessita. Estamos a finalizar as legalidades e vai ser apresentada nas Caldas da Rainha dia 5 de novembro, num evento a publicitar até lá.

O projeto EmocionalMente vai ser desenvolvido no AEAAG e vai ser direcionado para a gestão de conflitos, comunicação assertiva e cuidar dos alunos com graves problemas emocionais que sem esta ajuda estarão perdidos. Continuo a fazer workshops e palestras

Integro o projeto EBIF- Escolas bilingues e interculturais de fronteira. Com organização da OEI (Organização de Estados Ibero Americanos) e dos Ministérios dos dois países. Temos vindo, desde há dois anos a desenvolver este projeto com os alunos de 5 turmas do Agrupamento, com a finalidade de promover o bilinguismo, a interculturalidade e a intercompreensão. Para que os alunos de fronteira possam recuperar estas caraterísticas que no passado nos eram inerentes. O projeto vai ter continuidade. Estamos à espera de indicações para este ano letivo. Ainda neste âmbito irei participar num Erasmus durante este ano letivo.

 

 

 

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publicado às 12:00

Sandra Ferreira: uma jornalista da Guarda em Timor

por Correio da Guarda, em 22.12.21

 

Sandra Ferreira iniciou bem cedo, na Guarda, a sua ligação à comunicação social. Como jornalista, o seu percurso profissional tem passado por vários órgãos de informação. Licenciada em Jornalismo pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, trabalhou na Rádio Altitude, Rádio F, Rádio Vaticano, jornal Público, JN-Jornal de Notícias.

Natural da Guarda, onde estudou e de onde saiu com 21 anos, Sandra Ferreira é, atualmente formadora de jornalismo em Díli, Timor-Leste. Apesar da distância não esquece a sua terra natal e diz-nos que gostaria de ver a Guarda “com menos complexos de interioridade”, acrescentando que “esse é um espírito que não ajuda a crescer, mas antes a realçar que se é pequeno e inconsequente”.

Ao CORREIO DA GUARDA esta jornalista guardense diz que os “portugueses são muito bem vistos e respeitados pelos timorenses”, referindo, por outro lado, ser “muito interessante perceber a cultura, que é muito diferente da nossa, apesar da forte e prolongada influência portuguesa”

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Como começou a sua ligação à comunicação social?

A minha ligação à comunicação social começou quando tinha cerca de 16 anos, na Rádio Altitude que, na altura, abriu um concurso para recrutar novas vozes e decidi concorrer.

Acabei por ser selecionada como animadora de emissão.

 

O que significou a sua passagem pela Rádio Altitude?

Foi na Rádio Altitude que dei os primeiros passos que me conduziriam à profissão de jornalista, embora nessa época tencionasse formar-me em Psicologia.

Comecei a despertar para a informação, após ter acompanhado, em termos informativos, uma comitiva de Aldeia Viçosa a uma localidade da Normandia, em França, com a qual a Junta de Freguesia tinha um acordo de geminação

 

Nos tempos iniciais o que mais a seduziu na atividade radiofónica?

Eu adorava música e a Rádio Altitude tinha à época uma discoteca impressionante, com mais de 20 mil discos.

Era muito interessante passar horas a descobrir êxitos de várias gerações, saber mais sobre os artistas e partilhá-los.

A rádio tinha aquele lado encantador de sermos identificados apenas pela voz, sem sites na internet a revelarem-nos o rosto. Por outro lado, era muito estimulante trabalhar junto de profissionais, como o histórico António Aragonês, com uma magnífica voz e um excelente contador de estórias.

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Após a sua saída da Guarda o que fez, em termos profissionais?

Antes de sair da Guarda, passei pela Rádio F e poucos meses depois, o dono, o Dr. Virgílio Ardérius, que tinha comprado a Rádio Noar, em Viseu, que estava encerrada, desafiou-me a fazer parte da equipa que a iria reativar.

Foi uma luta enorme, deu muito trabalho, mas foi uma grande escola e um sucesso até a frequência ter sido vendida, em 2011, à Rádio Renascença. 

Pelo meio, quando estava a tirar a licenciatura em Jornalismo, na Universidade de Coimbra, fiz uma interrupção e fui para a capital italiana, estudar na Universidade Roma Tre, no âmbito do programa Erasmus. Ao mesmo tempo, enviei o currículo para a rádio Vaticano, onde fui aceite para trabalhar na rádio que agrega quase 40 nacionalidades.

Fiz também algumas dobragens de documentários e filmes no estúdio Cine-Cità. Já depois de regressar a Portugal, trabalhei para o Jornal Público e para o Jornal de Notícias.

Atualmente sou formadora de jornalismo em Díli, Timor-Leste, no Consultório da Língua para Jornalistas.

 

E o que mais gostou de fazer?

Sempre gostei de vestir a camisola dos sítios por onde passei e para mim só faz sentido enquanto assim for.

É difícil dizer o que mais gostei porque cada projeto implicou desafios distintos, mas diria que o que algo em comum que sempre me agradou foi somar conhecimento com ótimos profissionais, refletir sobre o conhecimento que fui adquirindo e que hoje me permite partilhá-lo com quem quer seguir a profissão.

 

A sua preferência, hoje, vai mais para a Rádio ou para a Imprensa?

Nunca consegui fazer essa escolha, cada meio tem a sua especificidade.

Enquanto a rádio é muito desafiante por tudo o que consegue transmitir com som, por trabalhar para o ouvido, a imprensa explica e permite acrescentar detalhes, nem sempre possíveis em rádio.

 

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A Rádio ontem e hoje? Que diferenças? Hoje é mais fácil fazer rádio?

A rádio hoje já não é só som, também é imagem. Graças à internet também dá texto a ler, exibe vídeos e fotos nos respetivos sites e redes sociais.

Também já não é tão efémera porque, através dos podcasts, podemos ouvir programas quando e onde quisermos.

No entanto, não sei se é mais fácil fazer rádio nos dias que correm porque a pressão aumentou uma vez que este meio concorre diretamente com as plataformas online.

A internet e os telemóveis facilitam muito a chegada dos conteúdos aos ouvintes, fazer diretos, mas também é preciso ser muito mais veloz para não ser ultrapassado, o que também proporciona muitas falhas de rigor. Evitar essas falhas é hoje um dos maiores desafios do jornalismo em nome da sua credibilidade.

 

Atualmente está em Timor. O que está a fazer e como surgiu esta mudança na sua vida profissional?

Em abril deste ano, venci um concurso público lançado pela Secretaria de Estado da Comunicação Social de Timor-Leste, para formadora de jornalismo no Consultório da Língua para Jornalistas.

Aceitei o cargo, tive um mês para fazer as malas e todas as mudanças e mudar-me para Díli.

Na prática deixei de fazer jornalismo, mas passei a partilhar o conhecimento que adquiri ao longo dos anos.

 

Como é o seu dia a dia?

Este trabalho tem obrigado a um grande foco, de manhã à noite, por vezes até ao fim de semana.

Antes da formação de Jornalismo propriamente dita, foi necessário fazer um estudo sobre as necessidades formativas dos jornalistas de Timor-Leste, onde está quase tudo por fazer na área.

Tratou-se de um estudo inédito, que implicou analisar centenas de notícias à lupa de dezenas de critérios, realizar inquéritos junto dos formados, perceber onde sentiam dificuldades, entrevistar responsáveis pela comunicação social, observar o modo de atuação dos jornalistas. O relatório deste estudo, que já foi concluído, será publicado em livro. Identificadas as necessidades formativas traçou-se um plano de formação e elaboraram-se manuais destinados aos formandos.

Sandra Ferreira entrega relatório.jpg

Fora do trabalho, em Díli não há muito para fazer, mas quando há tempo gosto de aproveitar o mar com água muito quente ou conhecer outras zonas de Timor-Leste. Ainda não foi possível conhecer muito por causa da pandemia que colocou Díli sob cerca sanitária até há dois ou três meses.

 

O que mais lhe tem agradado em Timor?

Os timorenses são pessoas muito tímidas, mas muito afáveis.

Tem sido muito interessante perceber a cultura, que é muito diferente da nossa, apesar da forte e prolongada influência portuguesa.

É curioso perceber que está a surgir uma geração com um grande espírito crítico e a falta de massa crítica é um dos graves problemas do país.

 

A presença portuguesa como é vista hoje, em Timor?

Os portugueses são muito bem vistos e respeitados pelos timorenses.

Existem muitos projetos ligados ao ensino executado por centenas de professores portugueses, que exercem a profissão muitas vezes em condições muito difíceis, sobretudo nos municípios distantes da capital.

A educação é um dos problemas graves de Timor-Leste, pelo que os timorenses respeitam muito quem os quer ajudar nua educação melhor.

 

Sandra Ferreira 8.jpg

Até quando vai ficar?

Esta fase do projeto do Consultório da Língua para Jornalistas tem uma duração de três anos, mas não sei quanto tempo irei ficar.

 

Quais são os seus projetos para o futuro?

Depois deste projeto está tudo em aberto, mas julgo que será sempre no âmbito do jornalismo e/ou na área da formação. Em Díli ou noutra parte do mundo.

 

Sandra Ferreira 5.jpg

 

Continua a seguir o que se passa na Guarda?

Sim, continuo a seguir, dentro do tempo que tenho disponível.

 

O que representa para si a Guarda? Que memórias?

É onde nasci, é onde estão os meus pais e as minhas duas irmãs.

Foi onde vivi até aos 21 anos, por isso tenho na Guarda toda a minha infância e adolescência.

A maior memória que tenho da Guarda, além do frio, é de a cidade ter um grande espírito de acolhimento e convívio.

 

Como gostaria de ver a Guarda do futuro?

Gostava de ver a cidade com mais oportunidades de emprego, de a ver evoluir a todos os níveis e também com menos complexos de interioridade.

Julgo que esse é um espírito que não ajuda a crescer, mas antes a realçar que se é pequeno e inconsequente.

 

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publicado às 00:23

TMG lança concurso de ideias

por Correio da Guarda, em 31.01.20

 

O Teatro Municipal da Guarda (TMG) está a promover um concurso de ideias para jovens até aos 18 anos, a propósito da comemoração do seu décimo quinto aniversário.

TMG.jpg

Este concurso lança um desafio à comunidade jovem para identificar 15 projetos especiais de natureza cultural, artística e educativa.

Pretende-se incentivar os jovens, até aos 18 anos e a residirem no concelho, a participarem ativamente na vida cultural da cidade e do TMG, propondo ideias novas que melhorem a participação da juventude com o mundo da arte, da cultura e da educação.

De acordo com a informação divulgada pelo TMG, serão aceites até 15 propostas que sejam as mais criativas, inovadoras e exequíveis.

As propostas devem ser submetidas até ao dia 15 de julho de 2020.

 

 

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publicado às 08:25

Educação e Investigação em Saúde

por Correio da Guarda, em 17.11.19

 

A Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai promover, no dia 12 de dezembro, a quinta edição das Jornadas de Educação e Investigação em Saúde.

A edição 2019 tem como principais objetivos promover o debate sobre Sustentabilidade, Saúde e Cidadania; divulgar a investigação realizada na ESS/IPG; sensibilizar a comunidade escolar para a importância da realização de atividades de investigação e promover redes de colaboração entre diferentes investigadores e instituições.

De entre os painéis dedicados à apresentação de pósteres e projetos de investigação, o programa integra uma Mesa Redonda dedicada à "Sustentabilidade, Saúde e Cidadania", onde a Economia da Saúde e a Literacia da Saúde serão os temas em debate, para além da projeção do filme de António Sequeira "No Limiar do Pensamento", que retrata os temas da família, o estigma e a doença mental.

Os interessados podem obter mais informações aqui

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publicado às 00:01

Jornadas de Educação na Guarda

por Correio da Guarda, em 18.06.18

 

     A Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda vai promover, nos dias 6 e 7 de novembro de 2018, as III Jornadas de Educação intituladas: "Desafios, Práticas e Reflexões".

     Estas jornadas têm como objetivo fundamental criar um espaço de partilha de conhecimento em torno de temáticas relacionadas com a educação sexual ao longo da vida, a iniciação da leitura e da escrita, o Referencial de Educação para o desenvolvimento na formação inicial de educadores/professores e os maus tratos em crianças e jovens.

   Os participantes terão a oportunidade de assistir a conferências, painéis, que envolverão oradores de reconhecido mérito. O programa das jornadas é aberto à apresentação de comunicações livres e posters.

      Os interessados podem obter mais informações aqui.

cartaz III Jornadas.jpg

 

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publicado às 09:00

II Jornadas de Educação

por Correio da Guarda, em 05.09.16


     A Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda vai promover, nos dias 26 e 27 de Outubro de 2016, as II Jornadas de Educação intituladas: "Desafios no 1.º CEB". 
    Estas jornadas têm como objetivo fundamental criar um espaço de partilha de conhecimento em torno de temáticas relacionadas com a aprendizagem da leitura e da escrita, a utilização das TIC e a inclusão, no contexto do 1.º Ciclo do Ensino Básico. 
    O programa das jornadas é aberto à apresentação de comunicações livres e posters. Para mais informações, consultar o site das jornadas, aqui.
 

cartaz ii jornadas educacao 2016.jpg

 

 

 

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publicado às 18:09

Técnicas de animação para idosos

por Correio da Guarda, em 29.03.16

 

     "Anim’arte – Jogos e Técnicas de Animação para Idosos" é o tema de uma conferência/workshop que vai decorrer, na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto/Instituto Politécnico da Guarda, no próximo dia 22 de Abril, a partir das 10 horas.

     Esta conferência será proferida por Nuno Queirós, sendo aberta a todos os interessados pela área da Animação Sociocultural.

    Nuno Queirós, licenciado em Ciências da Educação e Pós-Graduado em Psicogerontologia, é autor do livro “Anim’arte”, escrito e criado para apoiar todos os profissionais que diariamente trabalham com a terceira idade.

Animarte.jpg

 

 

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publicado às 18:38

Empreendedorismo e Projecto Escolar

por Correio da Guarda, em 25.05.15

 

     No Instituto Politécnico da Guarda vai realizar-se, na próxima quinta-feira, 28 de Maio, um Seminário subordinado ao tema “O Empreendedorismo e o Projeto Escolar – novos desafios de Educação”.

     Neste seminário serão apresentados os novos cursos TESP (Técnico Superior Profissional) com a presença do Secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes.

    Compreender como o empreendedorismo e o desenvolvimento de competências empreendedoras podem criar e suportar a mudança social e educacional; questionar como se pode integrar o empreendedorismo e potenciar o projeto de educação escolar e apresentar exemplos de metodologias de educação para o empreendedorismo constituem os principais objetivos desta iniciativa que contará com as intervenções de Dana Redford (da Plataforma de Educação para o Empreendedorismo em Portugal e docente da Universidade Católica – Porto) e de Teresa Paiva (Unidade de Desenvolvimento e Investigação do IPG).

    Este Seminário, que decorrerá a partir das 14h30 no Auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico da Guarda, é direcionado para elementos das direções escolares, professores, psicólogos, orientadores escolares e quadros técnicos das autarquias, relacionados com a área do ensino.

    O programa incluirá uma visita às instalações do Instituto Politécnico da Guarda.

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