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Dia Mundial da Tuberculose

por Correio da Guarda, em 24.03.22

 

O Dia Mundial da Tuberculose é hoje (24 de Março) assinalado, sob o tema "Investir para acabar com a tuberculose. Salvar Vidas".

Este dia comemora a data em que Robert Koch, no ano de 1882, anunciou a descoberta do Mycobacterium tuberculosis, o bacilo que causa a tuberculose (TB).

Apesar de ser uma doença evitável e curável a TB “permanece como um importante problema de Saúde Pública"-

Radiografia - T.jpg

Recorde-se que o Sanatório Sousa Martins, inaugurado na Guarda em 18 de Maio de 1907, foi uma das principais unidades de saúde de Portugal no combate contra a tuberculose.

A designação de “Cidade da Saúde”, atribuída à Guarda, em muito se fica a dever a uma instituição que a marcou indelevelmente, ao longo de sete décadas, no século passado. Embora a situação geográfica e as especificidades climatéricas associadas tenham granjeado à Guarda esse epíteto, a construção do Sanatório Sousa Martins certificou e rentabilizou as condições naturais da cidade para o tratamento da tuberculose, doença que vitimou, em Portugal, largos milhares de pessoas.

A Guarda foi, nessa época, uma das cidades mais procuradas de Portugal, afluência que deixou inúmeros reflexos na sua vida económica, social e cultural. A apologia da Guarda como localidade “eficaz no tratamento da doença” foi feita por distintas figuras da época. Esta cidade começou a ser “a montanha mágica” junto à Serra, envolta ainda na bruma da atração e do desconhecido, palco frequente do magnífico cenário originado pela neve, que bem se podia transpor para o quadro descrito por Thomas Mann, no seu conhecido romance. Muitas pessoas vinham para a Guarda com o objetivo de usufruírem do clima de montanha, praticando, assim, uma cura livre, não sendo seguidas ou apoiadas em cuidados médicos. As deslocações para zonas propícias à terapêutica “de ares”, e consequente permanência, contribuíram para o aparecimento de hotéis e pensões, dado não haver, de início, as indispensáveis e adequadas unidades de tratamento.

 Esta situação desencadeou fortes preocupações nas entidades oficiais da época. Em 20 de Outubro de 1897, o Governador Civil da Guarda, José Osório de Gama e Castro, tornou público um Edital/Regulamento relativo às “Providências Prophiláticas contra o contágio da Tuberculose”. O referido regulamento ditava normas concretas para os “donos ou gerentes das hospedarias,” bem como para aos proprietários de casas alugadas, onde não podiam ser recolhidos “promiscuamente indivíduos sãos e doentes”.

Em 1895, realizou-se o primeiro Congresso Português sobre Tuberculose, dirigido por Augusto Rocha. Nesse congresso, Lopo de Carvalho (que viria a ser o primeiro Director do Sanatório Sousa Martins), já uma eminente figura da Medicina, discursou sobre os processos profiláticos usados na Guarda. Lopo de Carvalho foi um dos mais fervorosos defensores da criação do Sanatório – de que, aliás, viria a ser o primeiro diretor – o que aconteceu por decisão da Rainha D. Amélia, Presidente da Assistência Nacional aos Tuberculosos (ANT), instituição criada em 26 de Dezembro de 1899.

 A história da luta contra a tuberculose, em Portugal, cruza-se, assim, com a história da Guarda; um registo que deixamos a propósito da comemoração do Dia Mundial da Tuberculose.

 

Hélder Sequeira

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publicado às 08:30

A propósito do Dia Mundial da Tuberculose...

por Correio da Guarda, em 24.03.16

 

     O Dia Mundial da Tuberculose é hoje (24 de Março) assinalado, sob o tema “Unir para acabar com a Tuberculose”. Este dia comemora a data em que Robert Koch, no ano de 1882, anunciou a descoberta do Mycobacterium tuberculosis, o bacilo que causa a tuberculose (TB).

    Apesar de ser uma doença evitável e curável a TB “permanece como um importante problema de Saúde Pública, sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma emergência mundial”.

    Em 2014 foram notificados em Portugal 2264 casos de TB dos quais, 2080 eram casos novos; foi, contudo, registada, uma redução de cerca de 5% da taxa de notificação e de incidência entre 2013 e 2014. Um relatório da Direção Geral de Saúde, intitulado “Portugal – Infeção VIH, SIDA e Tuberculose em números – 2015” refere que “apesar da diminuição, o número de casos de tuberculose é ainda elevado. O rastreio de infeção latente nas populações de risco identificadas, particularmente contactos de doentes com tuberculose, populações infetadas por VIH, pessoas candidatas a terapêuticas biológicas, é fundamental para que se mantenha a redução de casos de doença no país”. Por outro lado, os autores desse documento, acentuam que a “sustentabilidade dos serviços de luta anti tuberculose é fundamental, garantindo o conhecimento dos seus profissionais, de forma a assegurar a contínua redução de casos, a melhoria do sucesso terapêutico, a redução das formas multirresistentes e o sucesso terapêutico destas formas de tuberculose mais complicadas”.

Radiografia - T.jpg

    Recorde-se que o Sanatório Sousa Martins, inaugurado na Guarda em 18 de Maio de 1907, foi uma das principais unidades de saúde de Portugal no combate contra a tuberculose.

    A designação de “Cidade da Saúde”, atribuída à Guarda, em muito se fica a dever a uma instituição que a marcou indelevelmente, ao longo de sete décadas, no século passado. Embora a situação geográfica e as especificidades climatéricas associadas tenham granjeado à Guarda esse epíteto, a construção do Sanatório Sousa Martins certificou e rentabilizou as condições naturais da cidade para o tratamento da tuberculose, doença que vitimou, em Portugal, largos milhares de pessoas.

   A Guarda foi, nessa época, uma das cidades mais procuradas de Portugal, afluência que deixou inúmeros reflexos na sua vida económica, social e cultural. A apologia da Guarda como localidade “eficaz no tratamento da doença” foi feita por distintas figuras da época. Esta cidade começou a ser “a montanha mágica” junto à Serra, envolta ainda na bruma da atração e do desconhecido, palco frequente do magnífico cenário originado pela neve, que bem se podia transpor para o quadro descrito por Thomas Mann, no seu conhecido romance. Muitas pessoas vinham para a Guarda com o objetivo de usufruírem do clima de montanha, praticando, assim, uma cura livre, não sendo seguidas ou apoiadas em cuidados médicos. As deslocações para zonas propícias à terapêutica “de ares”, e consequente permanência, contribuíram para o aparecimento de hotéis e pensões, dado não haver, de início, as indispensáveis e adequadas unidades de tratamento.

    Esta situação desencadeou fortes preocupações nas entidades oficiais da época. Em 20 de Outubro de 1897, o Governador Civil da Guarda, José Osório de Gama e Castro, tornou público um Edital/Regulamento relativo às “Providências Prophiláticas contra o contágio da Tuberculose”. O referido regulamento ditava normas concretas para os “donos ou gerentes das hospedarias,” bem como para aos proprietários de casas alugadas, onde não podiam ser recolhidos “promiscuamente indivíduos sãos e doentes”.

    Em 1895, realizou-se o primeiro Congresso Português sobre Tuberculose, dirigido por Augusto Rocha. Nesse congresso, Lopo de Carvalho (que viria a ser o primeiro Director do Sanatório Sousa Martins), já uma eminente figura da Medicina, discursou sobre os processos profiláticos usados na Guarda. Lopo de Carvalho foi um dos mais fervorosos defensores da criação do Sanatório – de que, aliás, viria a ser o primeiro diretor – o que aconteceu por decisão da Rainha D. Amélia, Presidente da Assistência Nacional aos Tuberculosos (ANT), instituição criada em 26 de Dezembro de 1899.

    A história da luta contra a tuberculose, em Portugal, cruza-se, assim, com a história da Guarda; um registo que deixamos a propósito da comemoração do Dia Mundial da Tuberculose. (H.S.)

 

In O Interior, 24|3|2016

 

 

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publicado às 13:21

Dia Mundia da Tuberculose

por Correio da Guarda, em 24.03.14

     O Dia Mundial da Tuberculose é hoje assinalado.

     A Direcção Geral de Saúde lembra que “quase 20 anos após a criação do Programa Nacional para a Tuberculose (PNT) e apesar de ser uma doença evitável e curável, a tuberculose (TB) permanece como um importante problema de Saúde Pública, sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma emergência mundial”.

     A tuberculose é uma doença curável, porém os esforços atuais para encontrar, tratar e curar todos os que ficam doentes não são suficientes, de acordo com a informação das estruturas e entidades ligadas ao tratamento da tuberculose.

     Dos nove milhões de pessoas por ano atingidas pela tuberculose, um terço delas são "perdidos" pelos sistemas de saúde.

     O Dia Mundial da Tuberculose comemora a data, em 1882, em que Robert Koch anunciou a descoberta do Mycobacterium tuberculosis, o bacilo que causa a TB.

     Recorde-se que o Sanatório Sousa Martins, inaugurado na Guarda em 18 de Maio de 1907, foi uma das principais unidades de saúde de Portugal no combate contra a tuberculose.

 

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publicado às 00:01

A propósito do Dia Mundial da Tuberculose

por Correio da Guarda, em 22.03.13

 

     No próximo domingo é assinalado o Dia Mundial da Tuberculose, data que se assume como alerta para uma realidade mundial e outrossim para a necessidade de reforço dos procedimentos adequados à eliminação desta doença.

     Apesar de os casos de tuberculose, a nível mundial, terem registado – desde 1990 – uma redução de 40%, a OMS lembra que persistem ainda muitos e sérios problemas.

    De acordo com a Organização Mundial de Saúde, calcula-se que em 2011 ocorreram 8,7 milhões de novos casos de tuberculose, tendo sido vitimadas, por esta doença, 1,4 milhões de pessoas; a tuberculose está entre as três principais causas de morte de mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 44 anos; em 2011 meio milhão de crianças foram atingidas por esta doença, registando-se 64 000 casos de morte.

    Como tem sido sublinhado em anos anteriores, é importante continuar a “inspirar a inovação na pesquisa e nos cuidados aos doentes, reforçando a atenção na vertente social, mediante um esforço organizacional entre todos os agentes da saúde e da sociedade civil centrado no doente e nas populações afetadas”.

    Em Portugal, e face aos dados disponíveis, a tuberculose continua a diminuir; contudo, constitui ainda um sério problema de saúde pública, em especial perante a ameaça da TB multirresistente.

    A data de 24 de Março recorda o dia do ano de 1882 em que Robert Koch anunciou à comunidade científica, da época, que havia descoberto a causa da tuberculose, o bacilo a que ficaria associado o seu nome; foi o primeiro passo para diagnosticar e curar a tuberculose.

    A nossa cidade viria a ser um dos principais centros de tratamento da tuberculose, em Portugal, ombreando com outras destacadas estâncias sanatoriais da Europa. A designação de “Cidade da Saúde”, atribuída à Guarda, em muito se fica a dever a uma instituição que a marcou indelevelmente, ao longo de sete décadas, no século passado.

     Embora a situação geográfica e as especificidades climatéricas associadas tenham granjeado à cidade esse epíteto, a construção do Sanatório Sousa Martins certificou e rentabilizou as condições naturais da cidade para o tratamento da tuberculose, doença que vitimou, em Portugal, largos milhares de pessoas.

     A Guarda foi, nessa época, uma das cidades mais procuradas de Portugal, afluência que deixou inúmeros reflexos na sua vida económica, social e cultural; a sua apologia como localidade “eficaz no tratamento da doença” foi feita por distintas figuras da época, pois era “a montanha mágica” junto à Serra.

     A poucos dias da comemoração do Dia Mundial da Tuberculose, será oportuno recordar que a Guarda é um expressivo capítulo da história da luta e tratamento da tuberculose em Portugal. E é fundamental que não se apague a memória, sobretudo quando está em risco o desaparecimento dos antigos pavilhões do Sanatório e a completa descaracterização de um espaço onde sobrevivem árvores centenárias; algumas consideradas mesmo das mais altas do país.

    Embora o diagnóstico há muito esteja feito, tarda o tratamento da “doença” que vai minando um original ex-libris da Cidade da Saúde.

    Um dia talvez seja tarde demais...

 

    Helder Sequeira

 

     in "O Interior", 21-3-2013

 

 

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publicado às 18:50


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