Alojamento: SAPO Blogs
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Notícias da Guarda e região | Reportagem | Crónicas | Entrevistas | Apontamentos | Registos
Três das mais emblemáticas unidades de alojamento das Aldeias de Montanha foram distinguidas com a atribuição de uma das mais prestigiadas distinções do Guia Michelin.
Foram agraciadas com a Chave Michelin. as Casas da Lapa, localizadas na pitoresca Aldeia de Montanha da Lapa dos Dinheiros, Seia; a Casa de São Lourenço e a Casa das Penhas Douradas, ambas situadas no concelho de Manteigas, vila que integra a Rede de Aldeias de Montanha.
Foto: Casa da São Lourenço
“Trata-se de um novo e distinto reconhecimento introduzido pelo Guia Michelin para destacar hotéis que oferecem experiências de estadia verdadeiramente excecionais e únicas.” Refere uma nota informativa da Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha (ADIRAM).
“Este reconhecimento atesta uma vez mais a qualidade da oferta turística da região da Serra da Estrela, destacando o compromisso destas unidades com a excelência no serviço, o conforto superior e as experiências marcantes e diferenciadoras que proporcionam aos seus hóspedes.”
Para a Rede de Aldeias de Montanha “é um enorme orgulho ver o trabalho e a dedicação das Casas da Lapa, da Casa de São Lourenço e da Casa das Penhas Douradas serem reconhecidos com a atribuição da Chave Michelin pelo prestigiado Guia. Este novo reconhecimento realça a excelência e a singularidade da experiência que estes espaços proporcionam aos seus hóspedes.”
O facto de serem os primeiros hotéis em Portugal a receber esta distinção “é também um grande incentivo para continuarmos a promover as Aldeias de Montanha e a Serra da Estrela como um destino turístico de eleição, onde a qualidade do alojamento complementa a paisagem natural e cultural da região”, afirma José Francisco Rolo, presidente da ADIRAM
No total, o Guia Michelin distinguiu, em Portugal, dois hotéis com três Chaves, 13 com duas Chaves e 40 com uma Chave.
“Alta, imensa, enigmática, a sua presença física é logo uma obsessão. Mas junta-se à perturbante realidade uma certeza ainda mais viva: a de todas as verdades locais emanarem dela.” Escrevia Miguel Torga a propósito da nossa Serra da Estrela, onde não deixou de anotar a figura de “um homem de pau e manta, a guardar um rebanho”. Uma imagem ampliada em múltiplos e diferenciados registos fotográficos, onde é visível um dos traços identitários do pastor: a manta. Hoje um elemento que integra um ecossistema enraizado nestas terras beirãs, em risco de extinção.
O cobertor de papa é uma manta tradicional da zona da Serra da Estrela, produzida – há vários séculos – a partir da lã churra (mais macia) que é retirada de ovelhas autóctones (ovelha mondegueira). Esta manta abrigava (e isso ainda acontece) os pastores durante a sua deslocação para as serranias, protegendo-os do frio, da chuva (de notar que estes cobertores no sentido do pelo são impermeáveis) e dos lobos, confundidos com as suas cores e forma.
Após o necessário tratamento, a lã é tecida em teares artesanais e de acordo com métodos tradicionais, associando cores e desenhos com perfil diferenciador. O processo termina com o esticar dos cobertores nas “râmbolas” onde secam, ao ar livre, e adquirem o seu aspeto final.
Existem o cobertor branco com três listas castanhas, a manta barrenta ou manta do pastor, a manta lobeira ou manta espanhola, o cobertor branco, o cobertor bordado à mão e o cobertor de papa em várias cores (com o seu conhecido pelo comprido).
O seu uso não se fica apenas pela utilização como elemento de conforto térmico (na cama o seu pelo denso e pesado facilita a transpiração durante o sono e puxa a humidade para a superfície exterior do cobertor), mas passa também por distinto complemento de decoração de interiores.
A Associação Genuíno Cobertor da Papa (AGCP), criada em 15 de maio de 2018 e sediada em Maçainhas, tem nos seus objetivos a produção daquele produto e a garantia da sua autenticidade, estando empenhada em alcançar a certificação daquele cobertor. O declínio da indústria da lã e o surgimento de fibras sintéticas originaram um cenário onde quase se desenhou a sua extinção, que a referida Associação quer evitar; salvaguardando “os seus processos artesanais perante produtos industriais que se apropriaram do nome e, com isso, enganam os consumidores, desonram um património histórico e cultural e concorrem deslealmente com quem continua a usar os processos fieis à tradição secular e artesanal, e respeita a autenticidade do produto”. Como afirmava, há algum tempo atrás, Maria do Céu Reis, da ACCP.
O tradicional cobertor de papa – como por várias vezes tem alertado aquela associação – apresenta um pelo comprido encaracolado ou ondulado (só possível por ser feito com lã churra) bem como ourelas únicas; nelas se podem distinguir uma espécie de "bicos" e pequenos orifícios que resultam do facto de o cobertor de papa, (artesanal e autêntico). necessitar de ser esticado e seco, ao sol, em râmbolas.
“Estes elementos são alguns dos sinais que garantem a autenticidade do cobertor de papa, quer em termos de processo artesanal, quer em termos de matéria-prima, podendo ajudar os consumidores, na hora de comprar, para não serem enganados comprando a imitação industrial que contém poliéster e polipropileno, pelo curto e irregular, e apresenta ourelas cortadas.” As ourelas do cobertor artesanal são inteiras, dado este produto regional ser tecido em tear manual, com lançadeira.
O processo de certificação tem exigido, muito trabalho e verbas, incompatíveis com os recursos financeiros daquela associação, como aliás foi sublinhado no decorrer do Festival do Cobertor de Papa, realizado há dois anos em Maçainhas, o único sítio do país onde hoje é feito.
Elisa Pinheiro, que desenvolveu trabalhos de pesquisa sobre o cobertor de papa, assinalou-o como “produto final de um longo processo que plasma uma densidade de memórias, sejam elas as dos homens que os produziram, sejam daqueles que, ao longo dos tempos, os consumiram, uns e outros unidos pelos fios de lã que os teceram, num tempo longo da nossa história dos lanifícios”, sublinhando o seu enquadramento “em práticas ancestrais que importa salvaguardar”.
Deste modo, é urgente preservá-lo, defender a sua autenticidade, a par de permanentes ações de valorização e promoção. Esta não é uma tarefa simples, pois há que equacionar múltiplas realidades e condicionantes, como sejam a necessidade da existência de mais rebanhos de ovelhas autóctones – o que implica olhar com objetividade para a realidade agrícola, para as dificuldades relacionadas com a criação e alimentação dos animais, para o número de pessoas que se dedicam ao pastoreio e ao ciclo da produção de queijo, para as consequências das alterações climáticas que têm condicionado as áreas de pastagens e aumentado as dificuldades ao nível económico/financeiro) – , mais gente a trabalhar no campo e a saber valorizar/rentabilizar as potencialidades endógenas, uma maior consciencialização de todos no que concerne à qualidade e valor dos nossos produtos regionais, optando pela sua compra e incrementando a economia local/regional.
O incentivo e apoio a projetos (como este da revitalização do genuíno cobertor de papa, cuja produção é feita, naturalmente, numa escala consentânea com a dimensão dos recursos atuais, e em função da evolução do número de encomendas) não devem ficar apenas pelas amáveis palavras de circunstância, pelas manifestações de simpatia nas redes sociais; muito menos deixar enredar a sua defesa em discussões marginais e inconsequentes. É, por outro lado, importante criar estratégias promocionais que alicercem vias de desenvolvimento e âncoras seguras.
A utilização do cobertor de papa em calçado (é o caso dos pantufos e das sapatilhas feitas em cobertor de papa, por dentro e por fora) e vestuário tem sido uma excelente forma de chamar a atenção para potencialidades que se abrem com a salvaguarda da sua produção.
O apoio das entidades em cuja área de competência ou influência se pode inscrever a ajuda necessária (e justa) é fundamental e outrossim a ação dos media na informação e divulgação dos produtos genuinamente regionais; é igualmente necessária a transmissão aos mais jovens do saber fazer, o envolvimento da investigação académica, uma atitude ativa dos consumidores na preferência daquilo que tem alta qualidade e matriz tradicional e portuguesa.
Hélder Sequeira
in O Interior, 19 março 2025
No Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa vão decorrer nos próximos dias 23 e 24 de janeiro as Jornadas Supraconcelhias para a inclusão,
Nestas jornadas vão ser abordados temas como “Incluir pelo Desporto e Aventura”, “Sexualidade e Neurodiversidade”, Sexualidade Oculta - A construção de um programa de intervenção em jovens/adultos com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental”, “Perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) - Procedimentos de Intervenção Cognitivo-Comportamentalista”, “O papel do professor de educação especial no acompanhamento de alunos com medidas adicionais”, “Desafios para uma Educação Inclusiva nas Escolas Públicas”, “Comunicação Aumentativa e Alternativa”, “Escola e Doença Neurológica – que desafios?”e “Proteção e Direitos das Crianças”, entre outros”.
O programa pode ser consultado aqui.
Em Sortelha vai decorrer, entre 20 e 22 de setembro, mais um evento ‘Muralhas com História’. Na décima segunda edição do ‘Muralhas com História’ vão ser evocadas as vivências do reinado de D. Dinis, filho de D. Afonso III, que ascendeu ao trono de Portugal em 1279.
"D. Dinis é um dos responsáveis pela criação da nossa identidade nacional e pelo alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação. Durante o seu reinado, ele procurou reorganizar a administração interna, elaborando um conjunto de leis baseadas na realidade política, económica e social do país, marcando de forma inequívoca e permanente este território de fronteira." Refere uma nota informativa da Câmara Municipal do Sabugal.
"Destaca-se, para a região onde se localiza Sortelha, a redação do Tratado de Alcanizes, com o rei de Castela e Leão, Fernando IV, assinado a 12 de setembro de 1297, após um período de tensão e várias incursões militares de ambos os lados, que permitiu definitivamente determinar as fronteiras nacionais e resolveu vários focos de conflito entre os dois países. Esta viagem ao quotidiano medieval é complementada com recriação histórica, mercado medieval, acampamento militar, ofícios e vivências, cetraria e animais da quinta, ritmos medievais, animação infantil, artes circenses, torneios de armas a pé e a cavalo, jogos medievais e animação contínua ‘pera cá e pera lá’."
Este evento é organizado pelo Município do Sabugal, em parceria com as Aldeias Históricas, Junta de Freguesia de Sortelha e Associações Locais. A pulseira de acesso ao evento tem um custo de 2 euros, sendo gratuita para crianças até aos 12 anos (inclusive), desde que acompanhadas por um adulto. Esta pode ser adquirida online, aqui, e nos diversos pontos de venda associados, ou durante o evento, na bilheteira local.
Os interessados podem obter mais informações neste sítio.
O CineClube da Guarda vai apresentar hoje, pelas 21h30, no Pequeno Auditório do TMG o filme "Outras Paragens - Folhas Caídas", de Aki Kaurismaki.
Ansa e Holappa são duas pessoas solitárias que, certa noite, se conhecem em Helsínquia. Apesar da timidez de ambos, surge entre eles uma química tão forte que decidem combinar um próximo encontro; as coisas complicam-se quando, devido a uma série de equívocos, perdem o rasto um do outro.
Prémio do Júri no Festival de Cannes foi considerado o Melhor Filme de 2023 pela revista Time.
No Museu da Guarda está patente até ao próximo dia 13 de agosto a exposição "Eu diria que nevava".
Trata-se de uma seleção de obras gráficas realizadas nos Cursos de Gravura da Guarda, entre 2019 e 2022. A exposição, inaugurada na passada semana, tem a curadoria de António Navarro, textos e versos de Maria Afonso
Foto: CMG
O Bloco de Partos do Hospital Sousa Martins está encerrado, desde as 9 horas de hoje, até às 9 horas de amanhã, dia 13 de setembro.
Esta "contingência", como é referido na nota distribuída à comunicação social pela Unidade Local de Saúde da Guarda, ocorrerá também no dia 16 de setembro, no período das 9 às 15 horas. "O Conselho de Administração e a equipa médica do Serviço de Obstetrícia da ULS da Guarda não se têm poupado a esforços para evitar falhas nas escalas do Serviço", é afirmado na informação que foi divulgada.
Nos dias mencionados "manter-se-á o normal funcionamento do Serviço de Urgência Ginecológica e Obstétrica. Mantém-se a Urgência Interna com normal funcionamento."
Guarda. Alameda de Santo André.
O Quartet Slavey vai apresentar, no dia 16 de abril, na Sé Catedral da Guarda o seu reportório de temas religiosos da Igreja Eslava.
Este quarteto, de vozes, búlgaro interpretará temas do século XIV ao século XX. O grupo foi fundado pela cantora Nadka Karadjova e sua atuação integra-se no programa do ciclo Semana Santa – Cultura e Fé.
O concerto, a iniciar pelas 21h30, tem entrada livre.
Em Pinhel, na Casa da Cultura, vai ter lugar amanhã, pelas 21h30, uma conferência subordinada ao tema "Maus Tratos na Infância. Abuso sexual de crianças". Nesta iniciativa vão intervir Alexandre Branco e Rita Capelo, da Polícia Judiciária.
No mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância e Juventude, o Museu à Noite associa-se à causa e traz o assunto a debate, olhando em particular para o problema dos abusos sexuais.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.