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Hoje, 18 de maio, ocorre a passagem do centésimo décimo oitavo aniversário da inauguração do Sanatório Sousa Martins que, durante décadas, desenvolveu uma eminente ação assistencial na cidade mais alta de Portugal.
A inauguração (inicialmente prevista para 28 de abril e depois para 11 de maio) dos três pavilhões que integravam o Sanatório teve lugar a 18 de maio de 1907, com a presença do rei D. Carlos e da Rainha D. Amélia.
“Aos dezoito dias do mês de Maio de mil novecentos e sete, num dos edifícios recentemente construídos no reduto da antiga Quinta do Chafariz, situada à beira da estrada número cinquenta e cinco, nos subúrbios da cidade da Guarda, estando presentes Sua Majestade a Rainha Senhora Dona Amélia (...), procedeu-se à solenidade da abertura da primeira parte dos edifícios do Sanatório Sousa Martins e da inauguração deste estabelecimento da Assistência Nacional aos Tuberculosos, fundada e presidida pela mesma Augusta Senhora (...)”.
Assim ficou escrito no auto que certificou a cerimónia inaugural da referida estância de saúde. O Sanatório Sousa Martins foi uma das principais instituições de combate e tratamento da tuberculose em Portugal. A designação de “Cidade da Saúde” atribuída à Guarda em muito se fica a dever à instituição que a marcou, indelevelmente, no século passado.
A Guarda foi, nessa época, uma das cidades mais procuradas do nosso país, tendo a elevada afluência de pessoas deixado inúmeros reflexos na sua vida económica, social e cultural. A apologia desta cidade como centro urbano “eficaz no tratamento da doença” foi feita por distintas figuras, pois era “a montanha mágica” junto à Serra. Muitas pessoas (provenientes de todo o país e mesmo do estrangeiro) rumaram à cidade mais alta de Portugal com o objetivo de usufruírem do seu clima, praticando, assim, uma cura livre; não sendo seguidas ou apoiadas em cuidados médicos.
As deslocações para zonas propícias à terapêutica “de ares”, e a consequente permanência, contribuíram para o aparecimento de hotéis e pensões; isto porque não havia, no início, as indispensáveis e adequadas unidades de tratamento; situação que originou fortes preocupações sanitárias às entidades oficiais.
No primeiro Congresso Português sobre Tuberculose, o médico Lopo de Carvalho destacou os processos profiláticos usados na Guarda; este clínico foi um dos mais empenhados defensores da criação do Sanatório guardense, do qual viria a ser o primeiro diretor. O fluxo de tuberculosos que vieram para o Sanatório guardense superou, largamente, as previsões, fazendo com que os pavilhões construídos se tornassem insuficientes perante a enorme procura. O Pavilhão 1 (onde funciona atualmente a sede da Unidade Local de Saúde da Guarda) teve de ser aumentado um ano depois, duplicando a sua capacidade.
Em 31 de maio 1953 um novo pavilhão (que ladeia hoje a atual Avenida Rainha D. Amélia) foi acrescentado aos três já existentes. Com a construção deste novo pavilhão, o Sanatório Sousa Martins procurou aumentar a capacidade de resposta às crescentes solicitações das pessoas afetadas pela tuberculose, ampliando assim o seu papel na luta contra essa doença. O elevado número de doentes com fracos recursos há muito fazia sentir a necessidade de dotar esta conhecida unidade de saúde com novas instalações; pretensão que os responsáveis pelo Sanatório Sousa Martins tinham já manifestado ao Ministro das Obras Públicas, aquando da sua visita, à Guarda, em 1947. O Sanatório Sousa Martins ganhou, consequentemente, maior dimensão e capacidade de tratamento de tuberculosos.
Hoje, anotar a decrepitude dos antigos pavilhões, o perigo iminente de derrocada (ou outras eventuais ocorrências) e a passagem dos 118 anos após a inauguração deste Sanatório, não é um mero exercício de memória ritualista. É evidenciar o estado lastimoso em que se encontra o património físico de uma instituição com merecido relevo na história da saúde e da medicina em Portugal; um Sanatório ligado também à solidariedade, à cultura e à história da radiodifusão sonora portuguesa, mercê da emissora (Rádio Altitude) aqui criada em finais da década de quarenta do passado século.
“A ausência de interesse tem sido gritante, imperdoável e inaceitável. Os edifícios em completa ruína, além de constituírem um perigo permanente, são um verdadeiro atentado à história local. Creio que é mesmo um dos maiores, se não o maior atentado patrimonial, cometido na Guarda, no último século.” Como sublinhou, ao Correio da Guarda, Dulce Borges (com meritório trabalho de investigação, estudo e divulgação sobre o Sanatório) ao Correio da Guarda. Uma entrevista que pode reler aqui.
Os históricos pavilhões Rainha D. Amélia e D. António de Lencastre continuam, apesar de sucessivos alertas e artigos publicados, a ser desprezados, esquecidos.
A sua recuperação permitiria que fossem utilizados para fins assistenciais ou outros; houve já projetos para a criação de um espaço museológico no Pavilhão Rainha D. Amélia, para a valorização do património florestal da antiga cerca do Sanatório; em 2001/2002 foi elaborado “um projeto para o Hospital da Guarda, que englobava o Pavilhão D. Amélia para as Consultas Externas, acoplado com outro pavilhão moderno. O pavilhão D. António de Lencastre estava destinado à parte administrativa, fazia parte de um complexo para a parte administrativa, acoplado a outros espaços”, como nos disse o Dr. José Guilherme (que dirigiu o Hospital da Guarda), em entrevista publicada na Revista Praça Velha. Nas últimas décadas outras ideias foram surgindo, para utilização desses edifícios, sem que tivessem qualquer concretização até à presente data.
O abandono e degradação dos antigos pavilhões do Sanatório Sousa Martins não dignifica uma cidade que se quer afirmar pela história, pela cultura, pelo ensino, pelo turismo, pela qualidade do seu ar, pela sua localização…
A bandeira da cidade deve ser arvorada diariamente, por todos quantos sentem e vivem a Guarda, pensando globalmente e não se circunscrever a intervenções articuladas com calendários políticos ou pessoais; não devemos ser “socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados”, na expressão de Miguel Torga.
É importante que contrariemos este estado de coisas, reivindicando soluções, apelando à união de esforço e à procura dos melhores planos/estratégias no sentido de serem recuperados, salvaguardados e utilizados esses edifícios seculares, elementos integrantes do ex-libris da Cidade da Saúde. “Tudo é ousado para quem a nada se atreve”, escrevia Pessoa. Haja firmeza na ousadia e salvaguardemos um património ímpar da cidade e do país. E nada como uma visita ao local para nos apercebermos da vergonhosa realidade daqueles pavilhões do antigo Sanatório Sousa Martins, 118 anos depois da sua inauguração festiva a 18 de maio.
Amanhã pode ser tarde demais…
Hélder Sequeira
No Grande Auditório do Teatro Municipal da Guarda vai decorrer no próximo sábado, 17 de maio, o XV Ribeirinha – Festival de Tunas Femininas da Guarda.
Este festival, a iniciar pelas 21h30, é organizado pela Egitúnica (Tuna Feminina do Politécnico da Guarda) que celebra este ano o seu 29º aniversário.
“Celebramos mais do que uma data — celebramos 29 anos de música, amizade e paixão pela vida académica” como referia a Egitúnica num texto publicado numa rede social. “Somos a voz da tradição, o riso partilhado nos ensaios, o frio das viagens e o calor dos palcos. Levamos o nome do Politécnico da Guarda com orgulho e espalhamos, de norte a sul (e, também, além-fronteiras), o encanto da nossa tuna feminina. 29 anos a cantar, a encantar e a transformar memórias em melodias. Somos passado, presente e futuro.” Acrescentava depois.
De referir que no dia16 de maio, no contexto deste festival, vão ter lugar as tradicionais Serenatas, no Paço da Cultura, “numa noite mágica, cheia de sentimento e tradição, que marca o início de um fim de semana muito especial”, sublinha uma nota informativa da Egitúnica.
Mais informação aqui.
O Município de Celorico da Beira vai comemorar o seu Feriado Municipal no próximo dia 23 de maio, homenageando Sacadura Cabral que ali nasceu em 1881.
foto/imagem: CM Celorico da Beira
No Sabugal vai decorrer de 3 a 5 de julho a quinta edição do Simpósio Nacional da Castanha, organização da Associação Portuguesa da Castanha, do Município do Sabugal, da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Este evento vai reunir investigadores, técnicos e produtores "na procura de soluções para uma cadeia de valor mais sustentável, competitiva e resiliente, essencial para o futuro das regiões do interior."
O peograma inclui palestras e conferências com profissionais e investigadores, uma área expositiva, saídas de campo para soutos locais e sessões técnicas para produtores.
Em Manteigas vai decorrer de 14 a 17 de maio a Manta-Semana Cultural.
O programa integra tertúlias com música e poesia, debates sobre escrita e criatividade, bem como apresentações de livros.
Esta semana cultural é organizada pela Câmara Municipal de Manteigas. O programa pode ser consultado aqui.
O Rotary Club da Guarda vai promover nesta cidade, no próximo dia 9 de maio, o seminário “Incêndios na Serra da Estrela – Lições do Passado e Ação no Presente”.
Este seminário, que conta com colaboração dos Clubes Rotários da Beira Serra (Celorico da Beira, Covilhã, Mangualde, Seia, Trancoso, Viseu e Tondela), terá início pelas 9 horas, no auditório dos Serviços Centrais do Politécnico da Guarda.
Este evento marca o início do Ciclo de Seminários “Patrimonius da Beira Serra”, uma iniciativa anual organizada pelos Clubes Rotários da região.
Com este ciclo, “pretende-se explorar e valorizar os diferentes tipos de património da Serra da Estrela e das regiões próximas, desde o património natural e ambiental até ao histórico e cultural, promovendo a preservação e o desenvolvimento sustentável do território.” Refere uma nota informativa divulgada pelo Rotary Club da Guarda que acrescenta pretender “facilitar o encontro e a partilha de agentes do território para mais facilmente se encontrarem estratégias sustentáveis que promovam projetos que protejam os ecossistemas e melhorem a vida das populações.”
No caso da Serra da Estrela, este seminário surge como uma resposta ativa aos desafios enfrentados pelo território, reforçando a necessidade de cooperação entre municípios, instituições e cidadãos na defesa do ambiente.
O Rotary Club da Guarda sublinha, a propósito desta iniciativa, que “os incêndios florestais têm causado danos irreparáveis na Serra da Estrela, afetando a biodiversidade, as comunidades locais e a economia da região.”
Nesta primeira edição, realizada na Guarda, serão abordados os principais desafios relacionados com os incêndios florestais, debatendo estratégias concretas para a gestão dos espaços florestais e rurais assim como a recuperação das áreas afetadas.
De acordo com a organização, neste seminário irão estar presente especialistas, autarcas, forças de segurança, técnicos e membros da sociedade civil, que irão dialogar de forma construtiva sobre medidas de proteção e resiliência na Serra da Estrela.
O seminário contará com a participação de bombeiros, elementos da GNR, investigadores, técnicos das áreas ambientais, autarcas e gestores florestais, que irão apresentar perspetivas e técnicas científicas sobre incêndios florestais, resiliência ambiental e proteção da biodiversidade.
A inscrição é gratuita e pode ser feita aqui.
A Associação Move Beiras vai assinalar no próximo dia 11 de maio o quarto aniversário da reabertura do troço Covilhã – Guarda da Linha da Beira Baixa.
As comemorações irão decorrer na Benespera, onde, a partir das 14 horas, “se irá reviver a tradição no forno da estação seguido de um lanche comemorativo e uma atuação musical.”
A Associação Move Beiras refere que esta “comemoração mostra a união das populações das Beiras, a vontade das mesmas utilizarem e darem valor a este meio de transporte sustentável, o comboio.”
Alexandre Branco é o novo diretor do Departamento de Investigação Criminal da Guarda da Polícia Judiciária da Guarda. O novo responsável pela PJ da Guarda – nomeado por despacho publicado no passado dia 29 de abril – assumirá funções a partir da próxima segunda.
A Ministra da Justiça nomeou Alexandre Branco sob proposta do diretor nacional da Polícia Judiciária, em comissão de serviço, pelo período de três anos, referindo que “preenche os requisitos legais e é possuidor de competência técnica, aptidão, experiência profissional e formação adequadas ao exercício das respetivas funções”.
O novo diretor da PJ da Guarda é coordenador de investigação criminal da carreira de investigação da carreira da Polícia Judiciária desde dezembro de 2017; desde setembro de 2022 que estava a dirigir o Departamento de Investigação Criminal de Portimão.
Alexandre Branco tinha já trabalhado no DIC da Guarda, onde foi, desde maio de 2015 responsável pela Secção Regional de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (SRITE) e instrutor de tiro entre 1992 e 2022; esteve ligado às áreas de investigação de crimes económicos, estupefacientes e crimes contra pessoas, tendo iniciado a sua carreira na Polícia Judiciária em 1989.
Aludindo à saída do anterior diretor do DIC da Guarda para a cidade de Braga, o despacho de nomeação do novo diretor do Departamento de Investigação Criminal da Guarda da Polícia Judiciária, sublinha que
esta “sucessão acontece em momento em que os efetivos a coordenar têm aumentado, seja por via da colocação de novos inspetores recrutados nos últimos concursos externos, seja por intermédio dos inspetores do extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras recolocados na PJ, alguns deles regressando da situação de afetação funcional em que se encontravam, sendo agora maiores, em consequência, as necessidades de enquadramento de pessoal, a impor a designação de um responsável formal”. É referido, ainda, que este é um “cargo de índole eminentemente técnica”, sendo o provimento do cargo de diretor do DIC da Guarda, considerado “como essencial e inadiável, enquadrando-se, analisada a questão, à luz de critérios de importância, de inadiabilidade”.
O CORREIO DA GUARDA foi, de novo, destacado, agora a propósito do texto publicado a própósito do papel da Rádio aquando do recente apagão. Gratos pelo registo.
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