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Considerado como um dos melhores músicos do seu tempo João Baldi tem o seu nome consagrado na toponímia da Guarda, cidade onde viveu alguns anos.
João Baldi nasceu em Lisboa no ano de 1770, filho de Carlo Baldi tenor italiano ao serviço da Patriarcal de Lisboa.
No Seminário Patriarcal recebeu, a partir dos onze anos, uma destacada parcela da sua instrução que muito beneficiou dos ensinamentos musicais de mestres como João de Sousa Carvalho, Jerónimo Francisco de Lima, Braz Francisco de Lima e Camilo Cabral.
Desde cedo manifestou as suas excecionais aptidões, assumindo-se rapidamente como cantor, organista e pianista distinto.
Como compositor ter-se-á estreado antes dos 19 anos.
No ano de 1789 veio para a Guarda, passando a desempenhar, na Catedral as funções de mestre de capela; num período de grande brilho musical da Sé guardense, com D. Jerónimo Rogado do Carvalhal a dirigir os destinos da diocese.
Após cinco anos na Guarda, João Baldi rumou para a Sé de Faro e seis anos depois regressou a Lisboa, onde foi ocupar o lugar de segundo mestre da Real Capela da Bemposta.
Nessa altura exercia aí as funções de primeiro mestre o contrapontista e organista Luciano Xavier dos Santos; na sequência da morte deste, em 1806, João Baldi passou a ocupar o lugar principal.
Eminente compositor e organista, João José Baldi morreu a 18 de maio de 1816, com apenas 46 anos.
Por ocasião das comemorações do 804º aniversário da Guarda decorreu nesta cidade um concerto que proporcionou a estreia moderna da “Missa para Coro, Solistas e Orquestra”; uma obra que, recorde-se, foi recuperada pelo padre José Pinto Geada
Esta partitura tem para a Sé Catedral da Guarda, e como sustentou José Pinto Geada, uma «dupla importância: primeiro, por representar um dos grandes Mestres que por ela passaram; segundo, sendo o único espécime que resta do antigo arquivo incendiado nas invasões francesas, torna-se, ele mesmo, o símbolo de um espólio valioso, onde outros compositores estariam, de certo, representados”.
João Baldi deixou uma vasta obra, quer ao nível da música religiosa, quer na área da música profana. De lembrar que foi no seu tempo que ocorreram as invasões francesas, tendo sido também mobilizado, como oficial.
Nesses anos compõe vários hinos militares e dois “Te Deum”, assinalando também o final das invasões napoleónicas com o drama lírico “Ulisseia libertada”. João Baldi está, justamente, referenciado na toponímia guardense, mas também a merecer uma das novas placas que, permitindo uma melhor identificação da rua, viabilizará através do código QR associado um melhor conhecimento deste compositor.
Helder Sequeira
Junto a uma das portas (a mais utilizada diariamente) da Sé Catedral da Guarda está colocada uma placa que associa aquele monumento ao Instituto Português do Património Cultural. É sem dúvida uma informação errada, absurda e a carecer da devida atualização; aquele Instituto já não existe desde o ano de 1992.
O Instituto Português do Património Cultural foi criado em 1980, integrado na Secretaria de Estado da Cultura, tendo sido substituído em 1992 pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) que, entre 1992 e 2007, regulou a classificação do património histórico português.
Em 27 de outubro de 2006 foi publicado o Decreto Lei n.º 215/2006 que fundiu o Instituto Português do Património Arquitectónico e o Instituto Português de Arqueologia, dando origem ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, I.P. (IGESPAR, I.P.).
No ano de 2011, a 29 de dezembro, o IGESPAR foi extinto por fusão com o Instituto dos Museus e da Conservação, passando a existir a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
As atribuições da DGPC foram, a partir de 1 de janeiro de 2024, distribuídas pelo Património Cultural, I.P. e pela Museus e Monumentos de Portugal, E.P.E.
Será que ninguém, com responsabilidades nesta área e no monumento em causa, reparou nesta persistente desatualização ou esperam alguma verba do PRR para proceder à substituição da referida placa?
Estes “pequenos” pormenores fazem também a diferença na atitude para com o nosso património…
Hélder Sequeira
"Tendências do Imaginário na Sé da Guarda" é o tema da exposição de fotografia que está patente, até 17 de setembro, na Casa da Cultura de Famalicão da Serra.
Promovida pela autarquia guardense, através do Museu da Guarda, esta exposição integra fotos de vários autores e é realizada no âmbito do projeto 'Rede Culturɑl e Criɑtivɑ dɑ Guɑrdɑ'.
Trata-se de uma exposiçɑ̃o de fotogrɑfiɑ, a preto e branco, sobre ɑs gɑ́rgulɑs dɑ Sé dɑ Guɑrdɑ, que "dɑ́ ɑ conhecer ɑ suɑ funcionɑlidɑde de cɑnɑlizɑr e escoɑr ɑs ɑ́guɑs pluviɑis, mɑs tɑmbém, o lɑdo ɑrtístico grotesco ou engrɑçɑdo".
Foto: Museu da Guarda
Sé Catedral da Guarda. Interior.
Sé Catedral da Guarda. Vista parcial.
Sé Catedral da Guarda. Vista parcial.
Guarda.
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