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“Cres(Ser)” é a designação do projeto expositivo de Catarina Flor que vai estar patente, entre 3 de dezembro e 22 de janeiro, no Paço da Cultura/Museu da Guarda.
Esta jovem guardense é licenciada em Artes Plásticas e Multimédia, com pós-graduação em Ilustração.
“Instigada pela curiosidade sobre o que é Ser e Viver, faz das suas ilustrações o caminho para se expressar. A artista explora questões do foro ontológico. Das respostas obtidas, visa extrair uma introspeção entre o que é estar vivo e o que é o Ser.” Refere, a propósito, uma nota informativa divulgada pelo Museu da Guarda.
De referir que os trabalho a expor resulta de uma parceria entre o programa BOLSEI-ARTE de apoio à experimentação artística, promovido pelo Aquilo Teatro CRL e a empresa 02S – Engenharia e Construção, Lda, e o programa Incentiv[ART] – Incubadora de projetos artísticos, implementado pelo Município da Guarda.
Catarina Flor está também ligada, desde os 10 anos, ao mundo da fotografia; a partir de então foi crescendo o gosto pela fotografia que alicerçou em formações diversas e no aperfeiçoamento de técnicas. Como escrevemos no CG, Catarina continua idêntica a si própria: humana, sensível, simples, emotiva, interessada, observadora e com uma beleza, ternura e simpatia indiscutíveis...
Através da sua máquina fotográfica continua a mostrar ao mundo a forma como o observa, dando particular ênfase ao registo das emoções e à expressividade e beleza de um gesto, de um olhar, das coisas simples e verdadeiras.
No passado ano, esta jovem da Guarda esteve em destaque pela sua participação no vídeo clip do tema “Dark Ballet” de Madonna, que integra o álbum “Madame X”.
(H.S.)
Catarina Flor é uma jovem guardense de quem já falamos anteriormente, pelo seu trabalho ao nível da fotografia e de projetos na área do multimédia. Recentemente esteve em destaque pela sua participação no vídeo clip do tema “Dark Ballet” de Madonna, que integra o álbum “Madame X”.
Ao Correio da Guarda, Catarina Flor falou sobre esta nova experiência.
Como surgiu esta participação no vídeo clip?
O amor pela representação começou desde cedo. Comecei por fazer teatro amador, workshop de representação e após terminar a licenciatura em artes plásticas e multimédia, uma pós-graduação em ilustração.
Mesmo assim senti que ainda não me estava completa, como se faltasse um pedaço de mim, após uma introspeção, apercebi-me que era uma vontade em estar mais presente no mundo da representação.
Decidi então tentar a minha sorte e inscrever-me em agências de modelos que tivessem a variante comercial ou acting, admito que senti algum receio porque não me enquadro nos critérios de modelo devido a minha altura, mas como a minha mãe diz “o não é garantido” e se assim o era não perdia nada em tentar.
Assim enviei para algumas agências de renome e acabei por me levar pela emoção, começando por procurar na internet outras que não eram assim tão conhecidas. Qual o meu espanto, no dia seguinte tive uma resposta de uma agência do Porto que queria que estivesse presente para um casting presencial, e que tinha de ser o mais rápido possível porque havia um casting para os morangos com açúcar e eles queriam que eu participasse.
Fui logo no dia seguinte. Quando cheguei começaram por me encher de elogios, quiseram saber mais sobre mim e sobre a profissão dos meus pais, mostraram-me os anuncio que alguns agenciados já tinham feito, e eu claro fiquei maravilhada, após tantas coisas positivas disseram-me o seguinte “nota-se que és uma rapariga inteligente, como deves calcular existe um preço para isto, para te fazermos um book, maquilhagem e essas coisas” (sic), quando me mostraram a tabela de preços o meu rosto gelou: no mínimo tinha que pagar 600€ só pelo book! Tentei falar com eles e explicar-lhes que esse orçamento era muito elevado, insistiram comigo, disseram-me que se não pagasse naquele dia que já não podia ir ao casting dos “Morangos com Açúcar”.
Pediram-me para ligar aos meus pais para lhes pedir opinião, senti-me tão dormente que acabei por telefonar e perguntar o que achavam, felizmente os meus pais estavam mais conscientes que eu e disseram para eu pensar bem, se eu não achava estranho, e foi aí que percebi que estava a ser engolida por uma estratégia de marketing.
Após desligar a chamada disse-lhes que os meus pais também não concordavam com o preço, disseram-me que eles não estavam a pensar bem no rendimento que eu ia ter, agradeci-lhes e vim embora, senti-me despedaçada. Liguei a uma amiga que está a trabalhar com uma agência e perguntei-lhe se era normal o que me tinha acontecido e ela respondeu-me que nenhuma agência a sério pede dinheiro pelo book fotográfico, senti-me enganada mas feliz por não ter caído na “teia”.
Passado uma semana a Elite Lisbon contactou-me e disse-me para ir a um Casting presencial e mencionou que o meu agenciamento não iria ter qualquer custo, e assim começou toda esta jornada.
Após o agenciamento na Elite comecei a ser proposta para castings, e foi assim que se proporcionou a participação no vídeo-clip, mas não soube de que cantora se tratava até ao próprio dia, foi uma experiência mágica, senti que era surreal estar a trabalhar com uma das maiores estrelas pop do mundo.
O que representou, para ti, participares neste trabalho?
Participar num trabalho de tão grande dimensão e com tão bons profissionais significou muito para mim, não só a nível profissional como a nível pessoal, não sou por norma uma pessoa muito confiante, as vezes ate sinto que sou um pouco pessimista comigo mesma, mas admito que senti um grande orgulho próprio.
Foi uma grande prova que devemos acreditar mais em nós próprios e no nosso potencial, é uma sensação muito gratificante ver o nosso trabalho ser valorizado por uma identidade de tão grande renome, não há impossíveis e esse momento foi uma prova disso.
Gostas de aceitar, sempre, novos desafios?
Sinceramente gosto muito de sentir que me estou a por fora da zona de conforto, gosto porque sinto que estou a evoluir e é por isso que me faz sentir desconfortável, não é fácil nos sujeitarmos a castings, sermos avaliados em 5-10 minutos e mostrarmos todo o nosso talento em tão curto tempo, mas sinto sempre que devo ir aos castings, mesmo que não fique com o papel pelo menos na minha consciência sei que tentei.E a sensação de ficar com o papel é como uma luz no coração!
Quais as tuas prioridades atuais?
As minhas prioridades atuais são conseguir conciliar a parte da representação e a parte de ilustração pois as duas completam-me e se me foco só numa das áreas sinto sempre que estou em falta com a outra, necessito de um equilíbrio entre as duas partes, e principalmente de estar sempre em evolução com as mesmas.
E quanto a projetos para o futuro?
É uma pergunta engraçada, gosto muito da filosofia Carpe Diem, e evito pensar muito no futuro, mas sei que vou continuar na luta para encontrar o meu lugar no mundo da representação e da ilustração e dar sempre o melhor de mim, e ser feliz.
A importância da fotografia é transversal a vários domínios, como foi sublinhado no decorrer das I Jornadas de Fotografia da Guarda que decorreram, no passado sábado, numa organização conjunta do Instituto Politécnico da Guarda e do Fotoclube da Guarda.
As referidas Jornadas constituíram um momento de formação, diálogo e divulgação de trabalhos ou projetos, a maioria dos quais protagonizados por pessoas da Guarda ou da região; pessoas que, apaixonadas pela fotografia, estão a desenvolver interessantes levantamentos e registos, aplicando técnicas, criatividade, saber, promovendo múltiplos lugares, terras e património.
Interessante é verificarmos que há juventude envolvida neste amor pela fotografia, explorando as suas potencialidades, transformando-a numa forte mensagem desdobrada em muitas palavras, utilizando-a como testemunho e alerta para a realidade, para a nossa realidade...
Catarina Flor é uma jovem, natural da Guarda, que começou a interessar-se pela fotografia quando tinha apenas 10 anos; a partir de então foi crescendo o gosto por esta atividade que alicerçou em formações diversas e no aperfeiçoamento de técnicas. Hoje, com 22 anos, licenciada em Artes Plásticas e Multimédia (e a frequentar uma pós-graduação em Direção Artística na Produção Audiovisual), Catarina continua idêntica a si própria: humana, sensível, simples, emotiva, interessada, observadora e com uma beleza, ternura e simpatia indiscutíveis...
Através da sua máquina fotográfica continua a mostrar ao mundo a forma como o observa, dando particular ênfase ao registo das emoções e à expressividade e beleza de um gesto, de um olhar, das coisas simples e verdadeiras.
Nas Jornadas de Fotografia da Guarda apresentou uma cativante e expressiva comunicação subordinada ao tema “Quando as pétalas começam a cair – projeto de artes plásticas e multimédia”; para a além da interação criada com os participantes no referido evento, Catarina Flor soube, de forma original, deixar uma forte mensagem sobre a necessidade de valorizarmos a vida, a saúde, aquilo que é realmente importante para uma realização pessoal em harmonia com os nossos semelhantes, deixando uma marca positiva da nossa presença no mundo.
Partindo de casos concretos e reais, testemunhos elucidativos de dramáticos casos de doença e de experiências trágicas vividas pelas pessoas que deram a imagem e a voz num excelente trabalho de arte e multimédia, a jovem guardense alcançou o seu objetivo e transmitiu uma mensagem de otimismo, o apelo para que saibamos apreciar e valorizar o que a Vida tem de bom, num aproveitamento constante e pleno. A mensagem foi recebida, arrebatando a reflexão dos participantes e turvando mesmos muitos olhares...a fotografia é também emoção.
Nesta Guarda de emoções, Catarina Flor é um exemplo promissor a reter e, pelo que temos observado, não hesitaremos em dizer que o seu nome surgirá, futuramente, associado a qualificados trabalhos na área da fotografia e multimédia. (H.S.)
in "O Interior", 19|10|2017
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