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Na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço vai ser apresentado, na sexta-feira, 20 de Setembro, o livro "Café Mondego, uma antologia", de Américo Rodrigues.
A apresentação será feita, a partir das 18 horas, por Daniel Rocha (que selecionou os textos) e José Manuel Mota da Romana. Antónia Terrinha e Vasco Queiroz lerão algumas das crónicas.
"Américo Rodrigues criou na blogosfera um espaço de encontro preferencial para a opinião dos cidadãos da Guarda, participando e alimentando ele próprio com a sua visão crítica e irónica (sarcástica?) a discussão de assuntos da esfera pública até então (propositadamente?) esquecidos: os jogos de favorecimento político entre famílias poderosas, a promiscuidade no jornalismo, a fraca preparação de muitos dos autarcas do concelho, as poucas oportunidades que a cidade concede aos seus jovens, etc." Escreve Daniel Rocha na nota introdutória deste livro que reúne textos publicados, por Américo Rodrigues, no blogue “Café Mondego, encerrado alguns meses atrás.
“(...) Américo Rodrigues, como homem de muitas palavras, trouxe também para o Café Mondego a sua vocação de autor (em vários campos) e uma visão de organização cultural e citadina (que se expande até ao adjetivo nacional) que merece ser tida em conta por todos aqueles que comandam os destinos políticos do território nacional. E é esta visão construtiva de uma cidade assente na cultura e na região que esta antologia pretende trazer ao leitor, pois o autor destes textos pensa, tal como se quer que a cidade faça, de forma livre e desobrigada o futuro de todos nós." Acrescenta Daniel Rocha.
O Café Mondego encerrou; não o espaço físico e mítico de décadas, pois esse há muito que tinha desaparecido do quotidiano guardense.
Referimo-nos, neste caso, ao espaço homónimo que durante os últimos anos esteve aberto na blogosfera; ponto de encontro, de informação, reflexão, crítica, discussão e registos diversos.
Era um dos blogues mais lidos, apreciado e contestado; é um risco de quem escreve, e assina por baixo. Contudo este era um blogue coerente com a postura – de ontem, de hoje – do seu “proprietário”.
“Fechei o Café Mondego. O blogue que tinha há vários anos. Fechei-o quando eu quis e não quando outros me pressionavam a fazê-lo. Expliquei, na devida altura, por que o fechava. Por isso não me perguntem mais por que o fiz. Qualquer justificação só fazia sentido no próprio espaço do café. Os leitores habituais sabem-no”. Esta a explicação que dava hoje, no Facebook, Américo Rodrigues.
É pena que feche, na Guarda, mais um "Café"...
Pela oportunidade, e por constituir um bom motivo de reflexão, deixamos (com a devida vénia) este "post" do Blogue Café Mondego.
"Llorenc Barber (o grande compositor espanhol, conhecido pelos concertos para os sinos das cidades) veio de Valência, a conduzir, para assistir à estreia mundial do novo trabalho de Fatima Miranda. Veio de Valência (a mais de 1000 quilómetros) e hoje de manhã voltou à cidade onde vive. Mas não era o único espanhol a assistir ao concerto: metade do público era da Salamanca, Madrid ou Valladolid.
Quando Llorenc me contou que tinha vindo de tão longe por causa de um concerto não pude deixar de me lembrar de que há pessoas na Guarda, supostamente interessadas nos espectáculos, que não saem de de sua casa por causa do frio, da neve, do granizo, do excesso de calor, dos gangues, etc.
Todos os pretextos parecem servir para evitar andar meio quilómetro. O mais elementar comodismos. Mesmo ontem recebi vários telefonemas de pessoas assustadas por causa das notícias: Uma televisão tinha dita que a Guarda estava coberta de neve (ouvi também isso numa rádio nacional) e passou imagens a condizer (de arquivo, claro). Essas notícias provocam, logo, receio e as pessoas acabam por não arriscar. Como sabem, ultimamente, por causa de uma qualquer poalha, "a Guarda está debaixo de um manto de neve!".
Nenhuma notícia de neve assustou Llorenc Barber. Quando se tem curiosidade e se sabe da importância da cultura vencem-se todos os obstáculos. É preciso querer. Mas... sinceramente, estou cansado de tantas desculpas (é o frio, é a neve, é o calor, é isto, é aquilo).
Américo Rodrigues"
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