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De 15 a 17 de novembro vai decorrer nas freguesias de João Antão e Ramela o Festival do Azeite e do Pão. O programa inicia-se esta sexta-feira com a apresentação histórica dos territórios envolvidos, n no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda, pelas 18 horas.
Apanha da azeitona, visitas ao lagar de azeite, aos fornos comunitários e aos mercadinhos da aldeia são algumas das atividades que irão decorrer ao logo desesses dias. No sábado terá lugar no uma visita guiada ao lagar, às 11h00 e haverá ainda oportunidade para degustar torradas com azeite na Ramela, com uma demostração da apanha da azeitona.
A tradicional lagarada, será à 13h30. Durante a tarde será possível assistir a um showcooking e à eucaristia da bênção do azeite. Já no domingo, a festa começa com uma caminhada pela rota do azeite, e às 11h00 dá-se início à Tertúlia “História à volta da escolha da Rama de Oliveira” e à 13h30 o tradicional almoço de cabrito no forno.
A iniciativa, que integra o ciclo de Festivais de Cultura Popular do Município da Guarda, encerra com um lanche convívio às 17h00.
A valorização da oliveira e do azeite de territórios como o do Vale da Teixeira, nas proximidades da Guarda, tem sido defendida em diversas iniciativas, algumas das quais recentemente realizadas.
Como foi sublinhado, nomeadamente nas Jornadas do Azeite que no passado mês foram realizadas na Vela (Guarda), a riqueza desta zona continua a estar nas suas terras, no fruto das suas oliveiras de onde é extraído o “ouro líquido”, cartaz de outras freguesias do Vale da Teixeira.
A oliveira, que tem já um dia no calendário, é indiscutivelmente, um ex-libris deste território do interior. O Dia Internacional da Oliveira foi assinalado a 26 de novembro, na sequência da recomendação da UNESCO (organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), na sua 206ª sessão realizada em Paris, no ano de 2020.
A importância do Dia Internacional da Oliveira vai muito para além do aspeto cultural, acentuando também o papel desempenhado por essa árvore na proteção ambiental; a sua presença no solo evita a desertificação, protege contra a erosão e aumenta a fixação do dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo para proteção da camada de ozono.
É uma árvore cultivada em vários continentes e contribui, diretamente, para o desenvolvimento económico de 57 países, assim como para preservação de recursos naturais. De recordar que os ramos da oliveira estão presentes na bandeira da ONU, como simbolismo da união das nações.
Na Grécia antiga, a oliveira era respeitada como árvore sagrada, carregando significados como paz, sabedoria, abundância e glória dos povos. Em Portugal a oliveira mais antiga do país está situada em Mouchão, Mouriscas, perto de Abrantes; calcula-se que tenha cerca de 3350 anos.
A oliveira é uma árvore com história, marca de uma zona onde se cruzaram vários povos e civilizações, estando mesmo presente na heráldica, nomeadamente da Ramela, uma das freguesias envolvidas nas recentes atividades da sua evocação e do azeite.
Riqueza de um território onde podemos aliar a história, a tradição, uma cultura secular que encontra aqui novos desafios e caminhos. Estudos recentes indicam que Portugal pode ser uma referência na “olivicultura moderna”, estimando-se também que possa alcançar dentro de uma década o estatuto de terceiro maior produtor mundial de azeite. Importa, pois, ganhar o futuro e trabalhar em cooperação, sem adiamentos. “As pessoas e as ideias, como as árvores, são uma harmonia com a hora e o lugar”, como escrevia Vergílio Ferreira.
Dar continuidade a iniciativas como as que decorreram sob o signo da oliveira e do azeite, ampliando outras ações embrionárias e materializar projetos que não tiveram a desejada aplicação prática, mormente na área da olivicultura, é fundamental; sensibilizando proprietários, produtores, populações, instituições, associações com vista à valorização da origem do azeite, da salvaguarda e reforço da tradição, da defesa da qualidade e autenticidade, estimulando a produtividade, implementando plataformas e circuitos de comercialização. Estas iniciativas podem e devem articular-se com as outras atividades (aliadas a uma multiplicidade de ações culturais que se podem juntar, convocando os vários escalões etários e instituições públicas ou privadas), sempre num trabalho em rede. Há que ter determinação. “Tudo é ousado para quem a nada se atreve”, como escreveu Pessoa.
O Azeite é um elemento fundamental na “Dieta Mediterrânica” que recuperou as tradições alimentares dos habitantes da bacia do Mediterrâneo (Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia, entre outros). A investigação feita aponta para as vantagens de uma dieta rica em azeite, que pode explicar os baixos níveis de colesterol no sangue e reduzidos índices de doenças cardiovasculares dos povos mediterrânicos, comparativamente aos habitantes da América do Norte e da Europa Central. O azeite atua positivamente contra a gordura, diminui o risco de enfarte cardíaco, contribui para a prevenção de doenças cancerígenas; é importante para um bom equilíbrio alimentar.
Neste território de proximidade vivemos sob o signo da oliveira, árvore sobre a qual António Manuel Gomes escreveu um belíssimo texto, dado a conhecer num espetáculo integrado nas Jornadas do Azeite, realizadas na Vela. “Venho dos lugares mais distantes da memória. Agarrei-me à terra com uma esperança sem fim (…). Seguro uma identidade sábia e serena que retira a pressa ao tempo.” Uma localidade que teve e tem o seu tempo, páginas de história para conhecer.
A Vela já foi uma vila, ainda que por escasso tempo. Fez história, é história. Sucintamente, anotamos que em 2 de janeiro de 1459, D. Afonso V outorgou a jurisdição civil e criminal da Vela a Álvaro de Sousa, mordomo-mor do rei, como já o fora seu pai (Diogo Lopes de Sousa), e elevou esta localidade à categoria de vila.
“Esta prerrogativa concedia-lhe o direito de a ter a “per si forca, picota como villa per si issemtamente a nenhu luguar sobieita”. Determinava o monarca que Álvaro de Sousa poderia colocar na nova vila os tabeliães que lhe aprouvesse e “que eles se chamem seus”, apesar de existirem algumas ordenações do reino que afirmassem encontrarem-se esses funcionários dependentes directamente da coroa. Este privilégio tinha apenas um carácter vitalício (…)”, como descreveu o historiador Humberto Baquero Moreno. “(…) A reação da cidade da Guarda à elevação da Vela à categoria de vila e à perca da jurisdição sobre a mesma, não se fez esperar por muito tempo. Representou uma viva e imediata contestação à deliberação tomada pela coroa (…)”, acrescentava num trabalho publicado sobre esta aldeia do concelho da Guarda.
Em 6 de junho de 1459 o Rei promulgou um diploma que anulou o documento assinado em 2 de janeiro de 1459. “Ficava assim a Vela privada da sua categoria de vila, situação em que permaneceu teoricamente durante uns escassos seis meses (…)”. E o referido investigador evidenciava que a reação das gentes da Guarda muito tinha a ver com a “riqueza do solo da aldeia (…). A emancipação da Vela conduziria inevitavelmente a um despovoamento da Guarda, na medida em que a maior parte dos residentes desta cidade possuía os seus bens nessa aldeia, sem os quais não poderia subsistir.”
Retomando as palavras iniciais, acrescentaremos que na zona referenciada, há vários caminhos para o desenvolvimento económico e social deste nosso território, onde existem potencialidades, condições climatológicas privilegiadas, campo para linhas de investigação histórica, sociológica e cultural.
Este é um território de esperança em que devemos acreditar, que devemos valorizar, que devemos viver e fruir sob o signo da oliveira, num cenário de harmonia entre passado, presente e futuro…
Hélder Sequeira
In O Interior | 20 dez 2023
No âmbito do Projeto “Sabores e Tradições do Vale da Teixeira – Azeite” decorrerá no dia 21 de março, na Benespera, a plantação de um olival.
O objetivo desta ação é criar um olival apadrinhado pelas crianças participantes e dar a conhecer a importância da oliveira, na produção da azeitona e consequentemente do azeite.
“Numa realidade em que os espaços rurais se debatem com a crescente perda de população e o despovoamento é um fenómeno que os caracteriza, torna-se cada vez mais urgente o desenvolvimento de projetos de intervenção comunitária de base territorial, suportados numa metodologia de participação/ação, ancorada nos recursos endógenos, na promoção e desenvolvimento de parcerias e na concertação de sinergias entre os mais diversos agentes e atores regionais e locais, com vista ao desenvolvimento integrado e sustentável dos territórios”. Refere a equipa responsável.
Recorde-se que o Projeto Sabores e Tradições do Vale da Teixeira – Azeite (responsável que por um conjunto de ações de promoção na zona indicada) surgiu da concertação de sinergias entre o Instituto Politécnico da Guarda (IPG), a Câmara Municipal da Guarda e um conjunto de coletivas públicas, privadas e de âmbito social.
Valorizar as populações locais e os seus recursos endógenos no contexto territorial é o objetivo da ação comunitária que está a ser implementada, a escassos quilómetros da cidade da Guarda, através do projeto “Sabores e Tradições do Vale da Teixeira – Azeite”.
Um projeto que tem rostos e constitui um bom exemplo de como se podem articular sinergias locais e valorizar o património olivícola e agrícola das nossas terras; no caso vertente das freguesias de Benespera, João Antão e Ramela.
Julgamos ser oportuno, pela importância e alcance do referido projeto, anotar aqui os seus principais objetivos: afirmar o azeite do Vale da Teixeira como um produto de singular qualidade e importância local, regional e nacional; comprometer os agentes e atores locais no processo de valorização dos seus territórios, considerando a sua identidade cultural e fomentando a participação; valorizar o território através do olivoturismo; divulgar o património cultural existente; desenvolver rotas e itinerários de valorização do património, cultural e imaterial; reativar e dar a conhecer memórias e práticas seculares do Vale da Teixeira; capacitar as gerações mais jovens de conhecimentos que lhe permitam valorizar, respeitar e transmitir a identidade dos territórios rurais.
Enquadradas por estas ideias, as dinamizadoras do projeto – que souberam despertar sensibilidades, equacionar linhas de desenvolvimento, reunir contributos, demonstrar o alcance de uma iniciativa com uma matriz muito específica, afirmar uma inquestionável determinação e capacidade de trabalho – delinearam um conjunto de atividades (algumas já realizadas ao longo dos últimos meses e outras nas últimas semanas, como é o caso da mesa redonda sobre “A Importância do Azeite na Economia Local”) que balizaram os rumos a seguir.
Como evidenciaram, “a valorização do património, através da atividade turística, pode constituir-se como um mecanismo de afirmação e legitimação da identidade de determinados grupos e subgrupos sociais.
Existe ainda um vasto espólio patrimonial, relacionado com a cultura da terra, nomeadamente moinhos de água, que ainda são utilizados no fabrico do pão, para além de outras mais valias patrimoniais, culturais e construídas”.
Esta construção de um futuro promissor para as terras e gentes do Vale da Teixeira merece o apoio das comunidades locais e regionais, das suas instituições mais representativas, que se pode traduzir numa interação permanente com este tipo de projetos, numa objetiva atitude de defesa e salvaguarda da identidade desta zona.
Ações desta natureza incrementam a (re)descoberta de especificidades beirãs que não temem confrontos com outras realidades geográficas, antes assinalam potencialidades e alternativas conducentes a novas vivências, experiências e, como é o caso, a novas sensações e sabores.(H.S)
Fotos: Helder Sequeira
No próximo sábado, 5 de janeiro, vai ser inaugurada na Benespera a Exposição resultante do Roteiro Fotográfico “Patrimónios locais: a Guarda e seu entorno”, realizado no dia 8 de dezembro numa iniciativa do Centro de Estudos Ibéricos em parceria com o Fotoclube da Guarda.
Esta exposição, a inaugurar pelas 15 horas, é promovida no âmbito do projeto "Sabores e Tradições do Vale da Teixeira".
O projeto é uma ação comunitária de base territorial que tem como missão, a valorização das populações locais e dos seus recursos endógenos no seu contexto territorial, tendo surgido da concertação de sinergias entre o Instituto Politécnico da Guarda(através da docente Ana Lopes da ex-aluna Vanda Rodrigues, do curso de Animação Sociocultural), Câmara Municipal da Guarda, juntas de freguesia da Benespera, João Antão e Ramela, Centro Cultural, Social e Desportivo da Ramela, Associação Cultural e Recreativa da Benespera, Associação para o Desenvolvimento Integrado da Benespera e a Quinta de Sinçais.
Nesse mesmo dia decorrerá, um mesa redonda sobre “A Importância do Azeite na Economia Local” em que vão intervir, entre outros, Marcelino Lopes e António Lourenço Fontes, com moderação do jornalista António Sá Rodrigues.
De referir que no âmbito do referido projeto vão realizar-se duas Lagaradas (dias 13 e 20 de janeiro, na Ramela) que têm um custo por pessoa de 15€. A inscrição inclui o Kit Lagarada (prato, garfo, caneca de barro e saco de pano, para cada inscrição); prova de vinhos, degustação de pão torrado com azeite, no lagar da Ramela, Almoço (Chouriçada, Lagarada, sobremesa, vinho, água e sumo) e animação.
A inscrição pode ser efetuada aqui.
Na Galeria de Arte do Paço da Cultura terá lugar na próxima quinta-feira, 18 de Julho, a sessão de apresentação do Catálogo e inauguração da exposição Ouro líquido – O azeite no Concelho da Guarda.
A oliveira, a azeitona e o azeite fundem-se com a história, a tradição e a cultura dos povos mediterrânicos.
Árvore mítica e símbolo de sabedoria e paz, a oliveira foi cultivada desde tempos imemoriais, tendo a sua dispersão pela Europa mediterrânica ficado a dever-se aos gregos e aos romanos.
Os árabes mantiveram a cultura e fizeram-na prosperar; a própria palavra azeite terá origem no vocábulo árabe az-zait, que significa “sumo de azeitona”.
Historicamente, a produção de azeite no concelho da Guarda centrou-se em duas áreas de referência: o Vale do Mondego e o Vale da Teixeira, ambos com microclimas favoráveis à produção de azeitona de qualidade.
Cientes da importância da produção do azeite no Concelho da Guarda e, sobretudo, da sua qualidade, a Câmara Municipal da Guarda e a Associação Pró-Raia entenderam prestar tributo e reconhecimento a um produto de qualidade ímpar que merece ser melhor conhecido e divulgado, valorizando-o como produto de excelência destas terras da Beira Interior.
A exposição, que será inaugurada pelas 18 horas, estará patente na Galeria de Arte do Paço da Cultura, até dia 14 de setembro, de terça-feira a sábado, das 14h00 às 20h00.
Fonte: NAC/CMG
De 22 de Fevereiro a 10 de Março, sob o lema ‘Onde a primavera acontece mais cedo’, o município de Figueira de Castelo Rodrigo promove a Festa da Amendoeira em Flor.
A Festa da Amendoeira em Flor é o cartaz turístico mais antigo da região, contando já com 72 anos de existência, recebendo milhares de visitantes anualmente, que procuram, nestas terras de Riba – Côa, a natureza em todo o seu esplendor." É esta natureza ímpar, aliada ao vasto património arquitetónico, à gastronomia e às gentes afáveis e hospitaleiras, que fazem deste concelho, um destino turístico de excelência".
Um dos principais objetivos deste programa festivo é dinamizar todo o potencial turístico da região, numa tentativa de promover e divulgar ainda mais o concelho turisticamente, e de dar a conhecer os nossos produtos endógenos, o artesanato e a gastronomia de Figueira de Castelo Rodrigo.
Durante os três fins-de-semana em que vai decorrer o evento, a autarquia figueirense organiza também o ‘Mercado da Amendoeira em Flor’, que vai decorrer no Mercado Municipal coberto da vila, onde os visitantes poderão comprar os deliciosos produtos locais (como enchidos, pão, vinho, azeite, mel, licores e queijos da região). Existirá, igualmente, animação durante todos os dias desta festividade.
Do ponto de vista das atividades lúdicas e desportivas, destaque para a I Montaria ao javali na Serra da Marofa, para o II Passeio BTT “Nos trilhos da Amendoeira em Flor”, bem como para um espetáculo de Stand Up Comedy, com os Lx Comedy Club, composto por Luís Franco Bastos, Ricardo Vilão, Rui Sinel de Cordes e Salvador Martinha.
Fonte: CMFCR
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