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O Rádio e as alterações climáticas

por Correio da Guarda, em 23.01.25

 

O Dia Mundial do Rádio vai ser assinalado a 13 de fevereiro e a proposta comemorativa é centrada, este ano, nas alterações climáticas.

A UNESCO, e num momento em que o Acordo de Paris assume uma importância primordial, sublinha que o rádio contribui para a concretização dos seus objetivos internacionais; contributo que se pode traduzir no apoio às populações – perante os reflexos das alterações climáticas – divulgando informação objetiva, dando voz às pessoas, emitindo programas específicos sobre o papel individual, das instituições e dos poderes na defesa da natureza e do planeta. Lembramos que o Acordo de Paris é um tratado internacional sobre mudanças climáticas, adotado em 2015, que estabeleceu o compromisso de serem adotadas medidas para a redução de gases com efeito estufa.

Em todos os continentes se têm verificado inquestionáveis cenários de alterações climáticas, com as mais diversas e trágicas consequências. Os casos mais recentes confirmam estas palavras e apontam para uma preocupante realidade da qual não nos podemos alhear, coletiva e individualmente.

O Dia Mundial do Rádio foi proclamado em 2011 pelos estados-membros da UNESCO e adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2012, como data de celebração deste meio de comunicação social. A UNESCO, considera que “numa era marcada pela velocidade vertiginosa da inovação tecnológica o rádio entrou no segundo século de atividade como um dos meios de comunicação mais confiáveis e amplamente utilizados no mundo.” Isto para além de o rádio ser “um meio poderoso para celebrar a humanidade em toda a sua diversidade” e constituir “uma plataforma para o discurso democrático”.

Daí a UNESCO sublinhar, a propósito da comemoração do Dia Mundial do Rádio, que “na era da inteligência artificial, juntamente com as omnipresentes redes sociais, o rádio de qualidade continua a ser universal e popular, considerada o meio mais fiável. Para além de popularizar os conceitos ambientais, ao divulgar informação verificada e independente dos poderes económicos, ideológicos e políticos, a rádio pode influenciar a perceção dos ouvintes sobre as alterações climáticas e a importância dada ao tema”.

No contexto desta comemoração, a UNESCO divulgou algumas sugestões com vista à sua implementação por parte das estações emissoras de radiodifusão; deixa, assim, o desafio para se dar maior enfâse aos factos que evidenciam as constantes manifestações das alterações climáticas e, outrossim, à análise e enriquecimento das fontes de informação sobre a temática. Este cuidado por parte dos responsáveis pelas estações, seja qual for o seu âmbito, não deve ficar apenas pela programação a emitir nesse dia, mas deve ter uma desejada sequência com a participação, em antena, de especialistas.

Por outro lado, é também suscitada a necessidade de inquirir o que pensam os profissionais do rádio sobre as alterações climática, qual é o seu grau de informação e preocupação; para além desta sugestão, e no caso de não haver recursos para a realização de estudos quantitativos e qualitativos necessários para garantir uma programação especial, a UNESCO lembra a possibilidade do envolvimento de voluntários ou estudantes para a realização de entrevistas, existindo ainda possibilidade de recolher opiniões através do sítio do rádio na internet, por correio eletrónico ou nas redes sociais. Aliás, da informação recolhida podem resultar excelentes indicadores para novos conteúdos programáticos.

Microfone_WRDay_unesco

Ainda nesta linha de sugestões da UNESCO, para a comemoração do Dia Mundial da Rádio, é igualmente realçado que “além de explicações e soluções para as mudanças climáticas, há um grande número de histórias de negócios, notícias e factos de interesse público que se cruzam com outros temas”, sobre os quais é importante ouvir as pessoas, questionando-as sobre o que representam para elas as mudanças climáticas.

Os diretos a partir do exterior realçam o perfil da rádio e enriquecem a sua função social; no caso de existirem condições atmosféricas adversas, não esqueçamos que se pode pedir o envio de mensagens para a rádio através do correio de voz, registos áudio que transmitam o pensamento das pessoas, o seu grau de preocupação face às alterações climáticas e eventuais relatos de experiências individuais em cenários associados a essa mudança.

No conjunto de sugestões divulgadas pela UNESCO, a propósito do Dia Mundial da Rádio há um ponto intitulado “Prepare-se para a tempestade” onde é mencionado que “inundações, incêndios florestais, ondas de calor e outros eventos semelhantes” se tornaram tão frequentes que agora “as condições de trabalho são mais exigentes para emissoras e seus profissionais (…). Ao esforçarem-se para obter relatos em primeira mão de populações afetadas e tomadores de decisão, eles também serão expostos às mesmas condições climáticas extremas que a população no curso de suas reportagens”.

De referir, a propósito de perigos, que nos últimos 15 anos, foram mortos 44 jornalistas e registados 749 ataques em 89 países. A UNESCO publicou uma nota informativa com dados e tendências sobre os ataques a jornalistas, que inclui também um novo inquérito aos jornalistas sobre as ameaças que enfrentam quando cobrem questões ambientais. Mais de 70% dos jornalistas inquiridos relataram ter sofrido ataques, ameaças ou pressões. “Uma questão a abordar é, portanto, a importância da segurança dos jornalistas que informam o público sobre as alterações climáticas, particularmente os desafios que enfrentam.”

É oportuna a anotação feita a propósito da definição, para as emissoras, de um plano de emergência climática no Dia Mundial do Rádio (2025.) Esse plano, é descrito, “deve incluir mapeamento pré-preparado de áreas de risco; listas de contato de especialistas e autoridades para vários cenários de desastres; rotinas de resposta; instruções de segurança específicas para cada desastre natural”. Acrescenta que ele também deve prever a manutenção de equipamentos necessárias para cenários de emergência, mormente geradores para cortes de energia prolongados.

Esta uma necessidade a que, em anterior apontamento sobre as estações de radiodifusão sonora, fizemos já referência; em episódios de falta de energia, se a rádio não tiver outra alternativa ao dispor, fica sem emissão e as populações sem um canal informativo onde poderão obter indicações essenciais, precisas e claras e cuja utilidade num contexto de catástrofe nunca será demais relembrar.

No texto divulgado sobre o próximo Dia Mundial do Rádio, é reconhecido o papel essencial e o poder dos jornalistas e emissoras de exporem a desinformação climática, promoverem o diálogo informado e aumentarem a conscientização ambiental; através da produção de informações precisas e confiáveis. Outra interessante sugestão, para o referido dia, é a transmissão de sons ambientais da natureza; uma audição oportuna que proporcionará um maior envolvimento dos ouvintes na celebração do dia e da temática subjacente; há uma "Biblioteca de Sons" publicada para o Dia Mundial do Rádio. Isto não inviabiliza que as emissoras possam e devam estruturar bancos de sons sobre mudanças climáticas, arquivando registos áudio adaptados aos seus programas e às realidades ambientais das zonas onde estão inseridas.

A praticamente três semanas do Dia Mundial do Rádio, deixamos algumas anotações no sentido de o tema escolhido para este ano ser devidamente assinalado, num verdadeiro comprometimento com o futuro do nosso planeta, do nosso futuro. O Rádio não pode ficar indiferente.

 

Hélder Sequeira

in O INTERIOR, 22 janeiro 2025

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publicado às 16:47

Guarda assinala "hora do planeta"

por Correio da Guarda, em 23.03.13

     A Câmara Municipal da Guarda vai aderir à “Hora do Planeta”, iniciativa que terá lugar hoje, entre as 20h30 e 21h30.

     Assim, na Guarda, vão ser desligadas as luzes da encosta norte da muralha da cidade.

     Para a autarquia guardense, “as alterações climáticas são atualmente uma questão incontornável para a qual é importante que as consciências dos decisores políticos e dos cidadãos em geral continuem despertas”.

     Neste contexto defende a necessidade de se tomarem “decisões e a adotar procedimentos que, em conjunto, contribuam para reduzir estas mesmas alterações”.

 

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publicado às 00:07


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