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Notícias da Guarda e região | Reportagem | Crónicas | Entrevistas | Apontamentos | Registos
“É como uma Santuário, a Guarda. Vêm aí acolher-se milhares de crentes da Religião da Esperança, pedindo o restabelecimento da saúde e da vida; a volta do seu sonho interrompido”. Assim escrevia José Augusto de Castro no início do século XX, a propósito da mais alta cidade portuguesa, numa alusão ao Sanatório guardense, que foi referência nacional e mesmo além fronteiras.
Hoje, os decrépitos e abandonados pavilhões do antigo Sanatório Sousa Martins, que agonizam no Parque da Saúde, são bem o símbolo de um período difícil durante o qual decorreu a dura batalha contra a tuberculose e outrossim do lamentável estado em que se encontra esta cidade no campo assistencial…
A Guarda já não é, definitivamente a Cidade da Saúde e corre o risco de a ela ficarem associados dramáticos epítetos se a capacidade de resposta por parte da principal estrutura da saúde continuar a ser a que tem existido nos últimos anos, e sobretudo nos últimos meses…
Esta é uma realidade muito preocupante e com consequências que há muito tempo são previsíveis, sem que tenha havido as medidas adequadas, a coragem de serem assumidas decisões, o indispensável apoio do poder central que – como se tem visto noutras áreas – não tem apoiado (na justa e adequada dimensão) o interior em setores que são fundamentais para incentivar a fixação de pessoas, mantendo um discurso oscilante em função de calendários eleitorais.
Quem tem tido a necessidade de recorrer aos serviços hospitalares certamente não divergirá muito do que aqui dizemos…
Assim, é urgente e primordial uma estreita cooperação de todos para se ultrapassarem os problemas do presente, preparando sem demagogia o futuro desta região, de forma a recuperar “o sonho interrompido”, na expressão de José Augusto de Castro, o republicano que dirigiu “O Combate”.
H.S.
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