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O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) obteve, recentemente, a aprovação e financiamento dos seis projetos submetidos ao Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT) dos quais é líder. O IPG obteve o pleno de candidaturas que a instituição se podia submeter e assegurou a participação em mais nove projetos com instituições de Ensino Politécnico congéneres.
Uma das candidaturas aprovadas relaciona-se com o Projeto GMovE +. Este projeto tem como objetivo aumentar a prática regular de atividade física pelas pessoas idosas da Guarda, contribuindo para um envelhecimento saudável e para uma vida independente mais prolongada. Para alcançar este objetivo, será implementado um programa de intervenção multidisciplinar apoiado por tecnologias de informação e comunicação (TIC).
Carolina Vila-Chã, docente do departamento de Desporto e Expressões do IPG e investigadora responsável por este trabalho, refere que se trata de “um projeto que abrange várias entidades públicas com responsabilidade na melhoria da qualidade vida das pessoas, tratando-se por isso, não só de um projeto multidisciplinar mas também multissectorial”.
De acordo com esta docente, o “desafio societal imposto pela rápida alteração demográfica traz repercussões nefastas para a saúde pública e para a economia regional e nacional, pelo se torna premente o desenvolvimento de medidas que promovam o envelhecimento ativo”. Referiu ainda que a implementação de medidas deste âmbito “implicam uma aproximação multidisciplinar, razão pela qual projeto GmovE+ envolve profissionais de várias áreas científicas, nomeadamente da área das ciências da saúde, da informática e ciências do desporto”.
O projeto iniciar-se-á com um estudo exploratório para identificar potenciais barreiras e fatores que poderão determinar a adesão pessoas idosas à atividade física em contexto regional. A informação recolhida irá suportar a definição de estratégias para aumentar a adesão à atividade física neste grupo etário, através de uma ação concertada entre o Instituto Politécnico, Unidade Local de Saúde da Guarda e Câmara Municipal da Guarda.
Aos idosos que pretendam tornar-se mais ativos ser-lhes-á proposto a adesão ao programa de atividade física em grupo (devidamente desenhado para desenvolver as múltiplas componentes da atividade física e promover a alteração do comportamento sedentário).
Em alternativa o idoso poderá integrar um programa de atividade física individual, baseado em atividades que possam ser cumpridas com independência. Este tipo de programa será suportado por soluções TIC no sentido de monitorizar e promover a prática regular.
Os efeitos de programas de atividade física sobre a condição física e estado de saúde os idosos participantes serão avaliados antes e após um período de intervenção. Os participantes serão recrutados maioritariamente na ULS da Guarda, através dos seus médicos de família. Carolina Vila-Chã considera que é um dever do IPG, enquanto instituição promotora de Inovação e Desenvolvimento, realizar investigação baseada na prática, contribuindo para desenvolvimento da região e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que nela habitam.
De acrescentar que nos países desenvolvidos, a população idosa está a crescer tanto em número como em idade. Embora o aumento da longevidade seja uma grande conquista, estas alterações demográficas representam um grande desafio para os serviços públicos, os idosos e suas famílias. A atividade física tem sido identificada como um dos fatores determinantes para a manutenção da independência e qualidade de vida dos idosos. No entanto, e apesar dos benefícios, o estilo de vida sedentário está a tornar-se num problema mundial, com impacto direto na saúde pública e na economia regional e nacional.
Em Portugal, a prevalência do sedentarismo entre as pessoas com mais de 60 anos idade é uma das mais elevadas da Europa. Além disso, esta parece ser mais acentuada nas regiões do interior, onde se inclui a Guarda.
Os atores locais, tais como a Camara Municipal (CMG) e Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda estão cientes da necessidade de programas de intervenção e algumas iniciativas individuais têm sido implementadas, contudo sem um impacto significativo na adesão dos idosos à atividade física.
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