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Pedro Pinto: Grupo de Emergência é um bom exemplo

por Correio da Guarda, em 14.06.21

 

“O Grupo de Emergência da Guarda (GEG) é um exemplo de que na Internet é possível ter grandes comunidades onde as pessoas se respeitam”. É o que afirma Pedro Pinto, impulsionador do GEG que conta hoje com perto de 38 mil seguidores.

Licenciado em engenharia informática e mestre em computação móvel, Pedro Pinto é administrador de sistemas no Centro de Informática do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), onde leciona várias unidades curriculares na área da tecnologia; especialista em Ciências Informáticas é administrador e autor do Pplware.com (site sobre tecnologia).

Defendendo uma cidadania ativa, Pedro Pinto afirma ao CORREIO DA GUARDA que “o voluntariado é a primeira linha de defesa contra a fragmentação social. Falar de voluntariado, é o mesmo que falar em exercício de cidadania, de solidariedade e em realização pessoal”.

GEG - Pedro Pinto - B .jpg

Como surgiu o Grupo de Emergência da Guarda (GEG) e quais foram os principais objetivos?

O Grupo de Emergência da Guarda surgiu num cenário de Emergência Mundial aquando da declaração de Estado de Pandemia por COVID-19. 

O objetivo, numa fase inicial, e sendo da área da tecnologia, passava por ajudar com o desenvolvimento de soluções digitais de apoio à população, às rádios, aos jornais e, em especial, à ULS da Guarda que é Hospital de segunda linha. 

Face à quantidade de informação falsa (fake news) que circulava, o grupo serviria também com um canal de comunicação fidedigna e de comunicação em massa.

 

O interesse das pessoas foi imediato? Acha que as pessoas estavam ávidas de informação?

Nas primeiras 24h o grupo “ganhou” 5 mil seguidores e de imediato se percebeu que havia uma enorme e responsável missão pela frente! 

Tal como a COVID-19, nos primeiros dias o grupo teve um crescimento/adesão exponencial. Como analogia, o “passa a palavra” funcionou quase como o contágio do vírus. Em menos de uma semana o grupo já tinha ultrapassado os 17 mil seguidores e tinha mais de 8 mil comentários.

Atualmente o grupo tem mais de 37 mil seguidores, sendo seguido por pessoas de mais de 70 países.

Talvez esta enorme adesão e procura por informação fidedigna se devesse ao medo e obviamente à necessidade de estar bem informado para serem tomadas as decisões mais acertadas.

 

Pedro Pinto - a.jpg

No início foi difícil gerir os comentários e a opinião de informações contraditórias, nomeadamente ao nível das regras e cuidados de segurança ou prevenção?

O meu grande desafio no início foi conseguir a confiança dos seguidores. Algumas pessoas já me conheciam de outros projetos e pessoalmente, mas outras certamente não.

Penso que todos perceberam de imediato que teríamos de estar unidos e que o grupo serviria como canal de comunicação para a união, para se obter informação importante da região, do país e do mundo e para se esclarecerem dúvidas.

Na verdade, era (e continuo a ser) apenas mais um no grupo, com uma responsabilidade acrescida.  A título de curiosidade, o Grupo de Emergência tem mais de 180 mil comentários, cerca de 3100 publicações, já foram realizados perto de 100 diretos, mais de um milhões de reações.

 

Houve algum caso especial, por parte dos seguidores, que mais o tivesse sensibilizado?

O Grupo de Emergência da Guarda é um exemplo de que na Internet é possível ter grandes comunidades onde as pessoas se respeitam.

No geral é um grupo onde o debate é saudável e para os qual os seguidores têm contribuído imenso. A eles o meu enorme obrigado por estarem sempre presentes neste projeto.

 

Como foi a reação das entidades a este projeto? Perceberam o interesse e o impacto informativo que estava a assumir?

Mesmo sendo um projeto com o objetivo claro de ajudar e de unir as pessoas nesta pandemia (e não só), há sempre quem estranhe e duvide das intenções…mas o Grupo de Emergência da Guarda, que é um grupo de solidariedade digital é apenas e só isso.

A isto chama-se Cidadania Ativa e pode ser feito por qualquer pessoa. O voluntariado é a primeira linha de defesa contra a fragmentação social. Falar de voluntariado, é o mesmo que falar em exercício de cidadania, de solidariedade e em realização pessoal (Dohme, 1998).

Eu tinha a vantagem de ter a experiência do projeto Pplware.com, que me ajudou desde o início na definição deste projeto.

Como referi, o grupo nasceu para ser uma ajuda nesta pandemia e tem tido desde o início uma enorme aceitação por parte de todos.

 

Qual o número horas, em média, por dia que dedica à manutenção dos conteúdos do GEG?

No início foi complicado. Muitas horas a “estudar” sobre a pandemia, muitas horas a preparar informação, muitas horas a analisar e a preparar elementos gráficos, etc.

Reduzi nas horas de sono e no convívio com amigos e com família (a quem eu peço sempre desculpa). 

Atualmente a gestão é diferente apesar de tudo ser igualmente feito com o mesmo empenho, dedicação e muita responsabilidade. Pesquiso, continuo a “estudar” a pandemia, faço contactos para diretos, valido sempre toda a informação, atualizo tabelas e gráficos, etc. Acompanho a par e passo o evoluir da situação pandémica na região, no país e no mundo e estou sempre disponível para ajudar quem precisar.

 

O atual número de seguidores ultrapassou as suas expetativas?

O número de seguidores ultrapassou as expetativas logo no primeiro dia. Atualmente, com mais de 37 mil seguidores, acho que todos nos devemos sentir orgulhosos com o alcançado.  O grupo pode crescer muito mais… e irá crescer.

Independentemente do número de seguidores, o grupo mantém a mesma filosofia desde o primeiro dia. Cada palavra que escrevo é pensada e repensada. As mensagens são claras, concisas e esclarecedoras. Não podem existir frases ou ideias que deixem margem para dúvidas. É verdade que as mensagens nem sempre são positivas, mas acredito que já estivemos bem mais longe do fim desta pandemia. Temos de acreditar e continuar a ter em conta todas as medidas de proteção da DGS.

 

Qual a origem geográfica do maior número de seguidores?

O Grupo de Emergência da Guarda tem seguidores de quase todo o mundo. O maior número de seguidores pertence ao distrito da Guarda, mas também muita gente do distrito de Viseu, em especial de Castro Daire, ou não fosse eu um castrense. 

No TOP 5 das cidades está (por ordem decrescente): Guarda, Lisboa, Seia, Gouveia e Trancoso. Ao nível dos países encontramos além de Portugal, a França, Suíça, Brasil e Espanha. Mas há seguidores da Índia, do Congo, da Ucrânia, Mali, Qatar, etc.

 

Permanece ainda a equipa inicial do GEG?

A equipa do Grupo de Emergência da Guarda são todos aqueles que ajudam e inspiram o projeto. Um agradecimento especial à Carla Fantasia pela enorme e importante ajuda e, também, ao Rui Badana e ao Micael Pires pela produção de todos os elementos gráficos.

Pedro PINTO.png

Houve também a preocupação, que foi visível, de centrar a atenção das pessoas sobre a sua realidade circundante, valorizando locais, paisagens e monumentos. A fotografia do país real ajudou a consolidar o GEG?

Sem dúvida. Tem sido um desafio mostrar às pessoas que à sua volta (tão perto) há lugares espetaculares, seguros e muito lindos. A nossa região é uma das mais belas do país onde temos de tudo. Há tanto para ver, usufruir e fotografar, podendo e devendo cada um ser embaixador destes territórios inspiradores. 

Com as redes sociais, a fotografia ganhou ainda mais destaque. Rapidamente podemos mostrar ao mundo a beleza que estamos a ver, o nosso enquadramento na paisagem e os detalhes que queremos destacar.

 

Os diretos feitos, e a diversidade de intervenientes, contribuíram para projetar este projeto? Quais as personalidades que gostaria de destacar e porquê?

Todos os intervenientes contribuíram para alavancar este projeto. A todos os que já passaram pelo Grupo de Emergência o meu muito obrigado pela disponibilidade e por todo o conhecimento trazido ao grupo.

Penso que todos foram importantes e todos merecem esse destaque.

 

Este projeto é para continuar ou vai ser reajustado? Em que moldes?

O Grupo de Emergência da Guarda irá continuar, não se esgotará com a pandemia.

Aliás, a pandemia não irá certamente acabar quando se controlar o vírus à escala mundial. Haverá muitos desafios sociais, muitas mudanças… e será necessário reerguer e ajustar tudo o que o vírus derrubou.

Do grupo podem contar sempre com a mesma responsabilidade, com informação fidedigna e a disponibilidade para ajudar todo o distrito e quem mais precise.

 

 

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