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O Teatro do Calafrio vai apresentar, nos dias 17, 18 e 19 de Dezembro, a sua nova produção Bartleby, baseado em "Bartleby, o Escrivão, uma História de Wall Street", de Herman Melville
Esta peça, adaptada por Pedro Dias de Almeida e com a encenação de Américo Rodrigues, tem interpretação de Valdemar Santos e Vasco Queiroz, Daniel Rocha e Américo Rodrigues; conta com música de Miguel Cordeira e a Luz foi idealizada por José Neves.
A seguir aos espetáculos, que decorrerão no Teatro Municipal da Guarda (TMG) realizam-se encontros com o público; dia 17 com atores e encenador; dia 18 com António Bento e dia 19 com adaptador do texto, Pedro Dias de Almeida.
“Não deixa de ser irónico que Bartleby, personagem criada por Herman Melville em 1853, tenha alimentado tantos textos e reflexões de grandes pensadores até aos dias de hoje. Este herói da inacção – ou, decididamente, um exemplo radical de anti-herói – que a tudo responde com a frase «preferia não o fazer» («I would prefer not to») sem nunca abandonar uma profunda indiferença e impassibilidade perante o que o rodeia foi intrigando e encantando geração após geração e chega aos labirintos do século XXI com perfeita actualidade, obrigando-nos a questionar as bases de uma modernidade que ainda hoje ilumina os nossos dias”. Escreveu Pedro Dias de Almeida a propósito desta produção do Teatro do Calafrio.
"Herman Melville (1819-1891) nasceu e morreu em Nova York. Os relatos das suas experiências como tripulante pelos mares do Sul, em títulos como Taipi, Omoo e White-Jacket, sobre o convívio com nativos das Ilhas Marquesas, renderam-lhe popularidade no início de carreira. Em 1851, publicou Moby Dick, seu sexto livro em apenas cinco anos.
A partir daí, ainda que tenha escrito outros títulos, poemas e novelas curtas, viveu anos de obscuridade, chegando a trabalhar como inspetor de alfândega, de 1866 a 1885. A sua última novela, Billy Budd só foi publicada postumamente. Já a história de Bartleby, o escrivão (Coleção Particular, Cosac Naify, 2005), publicada anonimamente em 1853, e como parte do volume Os Contos da Piazza, em 1856, não foi bem recebida pela crítica, ficando sem reedição até os anos 1920, quando os livros de Melville começaram a ser estudados, seus textos incluídos nas antologias escolares e sua obra revisitada.
É de 1921 a primeira monografia americana sobre sua obra: H. Melville, marinheiro e místico, de Raymond Weaver.
Fonte: Teatro do Calafrio
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