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Foto: JF
O jornalista Fernando Paulouro faleceu esta segunda-feira, 6 de outubro. Natural do Fundão, natural do Fundão, onde nasceu a 31 de janeiro de 1947, Fernando Paulouro desenvolveu uma destacada atividade jornalística e cultural, aliás reconhecida com a atribuição do Prémio Eduardo Lourenço, em 2017.
Este prémio, instituído pelo Centro de Estudos Ibéricos, destina-se a premiar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas. De recordar, e como então noticiámos, que o Júri reconheceu a “projeção cultural e ibérica do jornalista, escritor e cronista e a sua notória vocação cultural e cívica”, desenvolvida ao longo de décadas, no Jornal do Fundão, órgão de referência na história da imprensa nacional, onde foi jornalista, Chefe de Redação e Diretor (após a morte do seu tio, António Paulouro), até 2012.
“Protagonista de um jornalismo fortemente literário, que tantas vezes lhe permitiu contornar a censura pela finura da escrita, Fernando Paulouro das Neves representa muito bem a ligação entre os dois lados da raia ibérica, vividos e defendidos ao longo de uma vida de resistência. Regional, mas sempre com relevância global, mostra que o mundo precisa da reflexão vinda dos pequenos lugares. Partilha as beiras agrestes e a perspetiva que elas transmitem, com o próprio Eduardo Lourenço; em ambos o pensamento não se imagina sem o vento da raia, e a vivência dos locais que o futuro ameaça abandonar, mas que ambos acreditam que se manterão relevantes e até indispensáveis”.
Fernando Paulouro Neves foi chefe de redação do Jornal do Fundão e Diretor. Tem colaboração diversa em jornais e revistas, prefaciou livros de ensaio, poesia e de ficção e participou em obras coletivas sobre questões da realidade transfronteiriça. Escreveu, com Daniel Reis, “A Guerra da Mina e os Mineiros da Panasqueira”, é autor do texto dramático “O Foral: tantos Relatos/Tantas Perguntas”, e de “Era uma vez Cerinéu…”.
Publicou o livro de ficção “Os fantasmas não fazem a barba” e “A materna casa da Poesia – sobre Eugénio de Andrade” (ensaio) e recentemente o conto “Os Olhos do Medo”. Dirigiu e colaborou em variadíssimos suplementos literários, presidiu ao Teatro das Beiras e 2012 faz parte dos corpos sociais da fundação Manuel Cargaleiro.
Como sublinha o Jornal do Fundão, “por várias vezes integrou as estruturas do Sindicato dos Jornalistas e da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista. Com uma ligação muito forte à cultura, também presidiu ao Teatro das Beiras e recebeu inúmeras distinções, entre as quais o título de sócio de honra da Sociedade Ibero-Americana de Antropologia Aplicada, o Prémio Gazeta de Mérito do Clube dos Jornalistas ou o Prémio Eduardo Lourenço, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos. Em 2013, foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro da cidade do Fundão. No próximo ano iria presidir à Comissão de Honra das Celebrações dos 80 anos do Jornal do Fundão”.
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