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No Teatro Municipal da Guarda (TMG) terá lugar amanhã, dia 25 de Outubro, pelas 21h30, a estreia mundial do novo espetáculo de Fátima Miranda, “aCuerdas”. Também conhecida como a “diva das mil vozes”, Fátima Miranda juntou-se ao músico catalão Marc Egea nesta nova aventura musical.
“aCuerdas” é um duo de voz e sanfona; ambos instrumentos nómadas, redimidos e reinventados através de orientes e ocidentes, géneros, estilos, oralidades ancestrais e tradições milenares que recorrem ao seu próprio caminho num diálogo fecundo, dando-nos outro sabor, outro modo de escutar, de sentir...
Enquanto a voz de Fátima Miranda, ligada a registos profundos da antiguidade, e à sua investigação, a levaram a descobrir mais e mais vozes na voz, e a atingir um registo superior a quatro oitavas, a sanfona de Mark Egea, saindo do seu reduto histórico de instrumento de acompanhamento, pôs igualmente de parte os seus mil anos de vida ocidental para dar de si sons inéditos.
O uso aprofundado da sanfona e voz, instrumentos arcaicos e ultramodernos ao mesmo tempo, faz que em “aCuerdas” as fronteiras entre composição, improvisação e experimentação fiquem diluídas.
O conhecimento prático e técnico de ambos os músicos oferece liberdade e suavidade isentas de todo o artifício assim como a virtude de recriar e inventar, transcendendo as fontes e transformando toda essa bagagem de géneros, estilos, culturas e épocas em algo finalmente novo, sempre comprometido com a vanguarda.
A força criativa destes músicos leva-os a atrever-se sem temor com associações entre o popular e o experimental, contribuindo sem dúvida a subverter e enriquecer o ouvido de iniciados e não iniciados. É por isso que embora nos surpreenda, a sua música é-nos familiar, toca-nos.
Em “aCuerdas” contenção íntima e extroversão coexistem, evoluindo a sua dramaturgia através de atmosferas rituais, íntimas, melancólicas, alegres e enlouquecidas, que harmonizam o quotidiano e o sublime, induzindo-nos a uma visão imaginativa e crítica da realidade com certas doses de poesia e humor, que nos brinda sempre com uma saudável reflexão. Da música deste duo cabe esperar o assombro e a certeza de que nunca nos deixará indiferentes.
Fátima Miranda nasceu em Salamanca e atualmente vive em Madrid. Formou-se em História de Arte e especializou-se em Arte Contemporânea. Desde 1983 que tem realizado trabalho na área da investigação da voz e da música vocal e tradicional. A artista explora a sua voz não só como fonte sonora do canto e da fala mas também como instrumento ao serviço de uma linguagem musical própria.
Marc Egea nasceu em Barcelona em 1973. É licenciado em Filosofia. Como instrumentista especializou-se em 1996 em Sanfona. Iniciou a sua carreira como músico profissional em 1992 com o Trío Músics de Safeu. Colaborou como intérprete com diversas formações e artistas internacionais do mundo da música tradicional, étnica e experimental.
Fonte: TMG
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