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Acreditar no Interior

por Correio da Guarda, em 15.04.21

 

 

Na Guarda falta “ambição e união entre os agentes locais que reivindiquem e pressionem mais o poder central”, diz-nos Paula Pinto.

Natural da Guarda, 53 anos, dedicou cerca de trinta anos da sua vida profissional à Comunicação, Jornalismo e Assessoria de Imprensa.

A sua carreira profissional desenrolou-se na rádio, imprensa escrita e televisão, intercalando com a assessoria de imprensa, sempre em territórios das Beiras; região em que continua a ter grande esperança. “Acredito plenamente no interior, nas suas potencialidades e no seu repovoamento. Acredito que o interior pode vir a ser o grande vencedor desta pandemia e consequente crise.”

Há cinco anos, por imperativos familiares, mudou-se para a cidade alentejana de Évora, onde reside e trabalha atualmente.

Por opção, em 2019 reconverteu a sua vida profissional. Após qualificação com formação na área da cozinha ingressou novamente no mercado de trabalho.

 

 

O que é feito de si? O que faz atualmente?

Resido há cinco anos em Évora, no Alentejo. Após reconversão profissional voltei à vida ativa e sou, desde há dois anos, um dos elementos da brigada de cozinha do Hotel de 5 estrelas M’Ar de Ar Aqueduto nesta cidade alentejana.

PAULA PINTO.jpg

Que comparação ou diferenças acentua entre a Guarda e a cidade onde vive atualmente?

São territórios completamente diferentes. Há diferenças vertiginosas em vários aspetos. Não obstante tratar-se de uma cidade Património Mundial, Évora é, lamento dizer, uma cidade suja, sem educação ambiental, com muitas lacunas urbanísticas e com investimento público muito deficitário.

É detentora de um vasto património monumental incrível, de enorme beleza, todavia o que transpõe essa monumentalidade é, na minha opinião, lamentável.

Já não estava habituada a ver pacotes de sumo, garrafas de água, caixas de cigarros, embalagens de tudo e mais alguma coisa atirados ao chão. Nem a ter que estacionar, em pleno perímetro urbano, em parques de terra batida, nem a ver rotundas repletas de erva.

São estas diferenças que me fazem constatar que a Guarda é exemplar e deve orgulhar-se de si própria pelas qualidades sociais, culturais, geográficas, etc, que possui.

 

Guarda boas memórias do jornalismo?

Sim guardo. Imensas!

 

Rádio ou televisão? Em qual destas áreas gostou mais de trabalhar?

Ambas! Fui muito feliz nas duas e cada uma teve o seu papel determinante na consolidação da minha carreira. Ambas foram duas boas “escolas”.

Paula PINTO - Pb .jpg

Que episódios positivos ou negativos regista do seu trabalho como jornalista?

Genericamente são mais os episódios positivos do que negativos aqueles que sobressaem.

Sou do tempo anterior às novas tecnologias e isso, por si só, representou/desencadeou outra formação e outras exigências no exercício da profissão.

Paralelamente havia e honravam-se valores que hoje estão extintos ao nível do trabalho de equipa. Também tive a felicidade de ter trabalhado sempre em redações do interior, nos territórios de baixa densidade, que obriga a desenvolver a polivalência desejável para as múltiplas abordagens jornalísticas.

 

Qual a mais-valia da Guarda?

Várias. A Guarda tem muito potencial! Tem grandes argumentos acrescidos ao epíteto dos 5 efes.

Tem património arquitetónico, geográfico, social, cultural, endógeno, tem belíssima acessibilidade, tem o melhor ar, gente maravilhosa, mas tem os problemas transversais a todos os territórios do interior.

GUARDA vista da cidade - HS.jpg

E o que falta na Guarda?

Ambição e união entre os agentes locais que reivindiquem e pressionem mais o poder central.

Também falta mais investimento privado que possa atrair gente de fora.

Vivemos um tempo incerto sim! Mas se há algo positivo nesta pandemia é o crescimento do turismo nacional. Os portugueses passaram a viajar por todos os recantos do país. Precisam é de argumentos para o fazer...

PAULA PINTO.jpg

O seu futuro vai cruzar-se ainda com esta região?

Certamente que sim! A vida ensinou-me a não fazer projetos a longo prazo, mas o sonho contempla o regresso à região.

 

Tem pensado alguns novos projetos?

Como disse, não alimento projetos a longo prazo; apenas sonhos! De uma coisa tenho a certeza: acredito plenamente no interior, nas suas potencialidades e no seu repovoamento.

Acredito que o interior pode vir a ser o grande vencedor desta pandemia e consequente crise.

 

 

 

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