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A ENERAREA – Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior, integra o consorcio LOCALCIR sendo este um projeto para promover o empreendedorismo e a inovação nas empresas da economia circular, através do programa INTERREG Espanha Portugal (POCTEP).
Este projeto, e de acordo com uma nota informativa que foi divulgada, pretende criar um serviço de apoio à promoção do espírito empreendedor e favorecer a consolidação de novas ideias de negócio na economia verde e setor de economia circular. Assim, ao promover novos produtos e processos baseados na sustentabilidade local, LOCALCIR irá ajudar a melhorar a competitividade das empresas rurais.
O objetivo geral do LOCALCIR é promover iniciativas e ações que visem o desenvolvimento de um setor econômico sustentável, que utilize recursos endógenos e crie produtos de alto valor agregado. Isto significará a implementação de diversos serviços em colaboração com empresas, administração pública e agentes sociais.
Para isso, entre outras ações, será criada uma metodologia de roteiros verdes para o desenvolvimento da economia verde e circular no meio rural; do mesmo modo, será lançado um serviço de apoio permanente e promovido o modelo circular com 225 empresas do universo Ibérico, criadas sob este ‘’guarda-chuva’’ ou melhoradas nas suas atividades e processos.
A metodologia que resulta do projeto permitirá planear futuras políticas de economia verde e circular em qualquer parte do território POCTEP, graças ao desenho de estratégias de promoção de negócios baseadas em recursos sustentáveis. Além disso, a capacidade das instituições de promoção de negócios na região EUROACE será reforçada através do serviço de apoio às rotas verdes.
O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS) manifestou-se “surpreendido com o número de vagas” de médicos que foi atribuido à ULS.
Em nota divulgada pelo referido Conselho de Administração, é referido que este “manifestou a seu tempo o reporte das necessidades desta unidade de saúde às entidades competentes, identificando as áreas carenciadas”.
No passado mês de maio a Unidade Local de Saúde da Guarda viu reconhecidas dez vagas para especialidades carenciadas na área hospitalar, das 13 identificadas pelo Conselho de Administração para esta instituição. “Não tendo estas vagas sido ocupadas mantiveram-se as mesmas carenciadas”, acentua a nota divulgada pela ULS.
Acrescenta que no dia 2 de julho com a publicação de dois despachos, “foram identicadas 7 vagas para recutamentos de médicos para áreas hospitalares e 3 vagas para Cuidados de Saúde Primários, respectivamente”.
O Conselho de Administração da ULS da Guarda adianta que “está a envidar todos os esforços junto das entidades competentes no sentido de mitigar os efeitos desta decisão pouco equitativa” para a sua área de abrangência.
Na Guarda vai decorrer amanhã e depois, 3 e 4 de julho, o primeiro festival de gastronomia de altitude do país, denominado Altitudo.
Este evento com o selo, “Arrebita Portugal” é uma criação da Amuse Bouche que tem como missão estimular a economia e o comércio locais, dinamizar as cidades e as regiões e incentivar o turismo nacional; neste caso a incidência é sobre a valorização da cozinha e dos produtos de montanha.
Entre cozinheiros mais jovens e estrelas Michelin, internacionais e nacionais, são mais de 30 os chefs que vão cozinhar em altitude com os melhores produtos que a Guarda tem para oferecer.
Arcangelo Tinari, do estrelado Villa Maiella, em Abruzzo, vai cozinhar um prato de sabores bem italianos, Pallota, Cacio e Ovo. Está também confirmado o uruguaio Matías Perdomo, um dos mais aclamados chefs da cena gastronómica milanesa (Contraste, Milão, 1* Michelin), que decidiu enveredar pela street food argentina com um projeto de empanadas.
Este evento vai contar com pesos pesados de quatro nomes cimeiros da gastronomia portuguesa, chefs de restaurantes premiados com estrelas Michelin: Tiago Bonito (Largo do Paço, 1* Michelin), Ricardo Costa (The Yeatman, 2* Michelin), Pedro Lemos (Pedro Lemos, 1* Michelin) e António Loureiro (A Cozinha, 1* Michelin).
Braço direito do chef José Avillez no duplamente estrelado Belcanto, também David Jesus estará presente na primeira edição do ALTITUDO. Em parceria com a sua companheira Sandra Freitas, a dupla apresentará na Guarda o seu projeto The Millstone Sourdough, uma padaria artesasal virtual lançada em plena pandemia que em breve terá morada física em Lisboa.
De destacar, ainda, a presença de Francesco Ogliari e Marisa Tiago (do afamado Tua Madre, em Évora), dos jovens Leonor Godinho e Pedro Oliveira, ou de Pedro Abril e Zé Paulo Rocha, membros do coletivo New Kids on the Block.
Tendo como missão a divulgação do melhor que a região da Guarda tem para oferecer do ponto de vista gastronómico, o ALTITUDO é também uma montra dos melhores produtos locais. Entre os pratos criados pelos chefs estão várias propostas com a melhor carne da região, como a Sandes de Vaca Velha e Queijo da Serra, do chef Ricardo Costa, o Hot Dog de Cabrito Assado, proposta de Hugo Brito, ou os Croquetes de Vaca Jarmelista à moda de Lafões com Ketchup de Cereja do Fundão (Napoleão Valente).
No menu não faltam também opções de peixe - como é o caso da Truta, Puré de Cherovia Assada e Molho de Escabeche, um prato criado pelo chef Mateus Freire inspirado nos melhores produtos da sua terra natal, a Covilhã – e vegetarianas.
Para finalizar a refeição, não faltam opções tentadoras como o Brownie, Grand Marnier, crème de mascarpone e cerejas (6€), da chef Natalie Castro, ou a sobremesa luso-brasileira de Angélica Salvador: Queijo da Serra, Goiaba e Mel da Guarda.
Paralelamente ao evento, e com o intuito de dinamizar a restauração local, haverá também uma campanha que envolve alguns dos mais conhecidos restaurantes da cidade. Entre os dias 1 e 4 de julho, os restaurantes irão incluir no seu menu habitual um prato ALTITUDO.
Os restaurantes aderentes à iniciativa serão: O Tacho, Belo Horizonte, Desigual, Aliança, Solar de Beira, Ferrinho, Nobre – Vinhos e Tal, Petiscos e Mordiscos, Marisqueira O Caçador, Sardinha, A Mexicana, Aquarius, Colmeia, O Galego, Bola de Prata, Portas do Sol e O Convívio.
Este festival será ao ar livre e o espaço foi pensado tendo em conta todas as regras de segurança em vigor; o número de visitantes nunca ultrapassará os 400 em permanência (capacidade máxima), para que todos possam desfrutar do evento em segurança.
O ALTITUDO decorre entre as 13h e as 21h30 no dia 3 de julho, e no período das 13h às 21h no dia 4 de julho. A entrada no recinto é gratuita, de forma a garantir que todos possam provar os pratos confecionados pelos chefs, à venda entre os 6€ e os 8€.
Especificando as alternativas que serão apresentados, no dia 3 de julho podem apreciar os pratos confecionados por Gustavo Delgado + Manuel Paiva (Sangue na Guelra) - Spring Roll de Couve-Coração com Escabeche de Tomate e Molho de Requeijão (6€); Stéphanie Audet (Senhor Uva) -Tomate, Zimbro, Feijoca, Queijo Curado, Pólen de Abelha (7€); Leonor Godinho + Pedro Oliveira - Cabra no Pão (8€); Nuno Noronha + Vania Galindo (Alzur) - Tamal de Focinho de Porco e Couve com Creme de Ajíres Serranos (6€); Hugo Brito (Boi Cavalo) - Hot Dog de Cabrito Assado (7€); Vítor Adão (Plano) - Mão de Vaca com Grão, Pickle de Cebola Roxa e vazia de Vaca Jarmelista (6€); Francesco + Marisa (Tua Madre) - Espetada de Borrego, Tatzkiki e Pão de Fermentação Lenta (7€); Napoleão Valente (Pabe) - Croquetes de Vaca Jarmelista à moda de Lafões com Ketchup de Cereja do Fundão (6€); Cristiano Barata + Miguel Diniz (Projecto Vifanas) - Milho Grelhado, Especiarias, Flakes de Peixe Seco (6€); Arcangelo Tinari (Villa Maiella, 1* Michelin) - Pallota, Cacio e Ovo (7€); João Costa (Dsigual Wine House) - Taco de Atum com Crumble de Farinheira da Guarda e Geleia de Malaguetas (7€); Mateus Freire (Osso Bento) - Truta, Puré de Cherovia Assada e Molho de Escabeche (7€); Ricardo Nogueira (Mugasa) - Sandes de Leitão com pão da Guarda (6€); Matias Perdomo (Contraste) - Empanadas de Frango / Prosciutto e queijo (7€); Pedro Abril + José Paulo (NKOTB) - Sandes de Croquete de Borrego da Beira (7€).
Já para o dia 4 de julho ficam as propostas de Cristiano Barata + Miguel Diniz (Projecto Vifanas) - Vifana (6€); Tiago Bonito (Largo do Paço, 1* Michelin) - Rosbife de Borrego em Bolo do Caco, Pepino, Iogurte de Ovelha e Hortelã (7€); António Nobre (Degust'AR) - Gaspacho Alentejano com Enchidos da Beira (Opção vegetariana disponível) (7€); João Cura (Almeja) - Grão de Bico, Carqueja e Vegetais (7€); Maurício Vale (SOI) - Bao de Frango Grelhado com Ervas Tailandesas, Molho Satay e Pickles (7€); Ricardo Carola (Aliança) - Costela Mendinha de Vaca Jarmelista (7€); David Jesus + Sandra Freitas (The Millstone Sourdough) - Bordaleira de Leite, Brasas de Rosmaninho, Brioche de Cepas, Queijo da Serra e Pêssego Avinagrado (7€); Diogo Noronha (Food Riders) - Creme de Cherovia e Carqueja, Alho Fresco e Tostada de Milho Bio (6€); António Loureiro (A Cozinha, 1* Michelin) - Feijoada de Cogumelos, Cachaço de Cabrito, Morcela da Guarda e Arroz de Carqueja (8€); Pedro Lemos (Pedro Lemos, 1* Michelin) - Milhos com Costelas em vinha de alho (8€); Natalie Castro (Isco) - Brownie, Grand Marnier, Crème de Mascarpone e Cerejas (6€); Angélica Salvador (In Diferente) - Queijo da Serra, Goiaba e Mel da Guarda (6€); Ricardo Costa (The Yeatman, 2* Michelin) - Sandes de Vaca Velha e Queijo da Serra (6€); Matias Perdomo (Contraste) - Empanadas de Frango / Prosciutto e Queijo (7€) e Arcangelo Tinari (Villa Maiella, 1* Michelin) - Pallota, Cacio e Ovo (6€).
Mais informação aqui.
Fonte: CMG
A Rede Interior vai levar a cena dezenas de espetáculos itinerantes ao ar livre onde a poesia visual está em destaque com o novo circo e a dança contemporânea.
No cruzamento da palavra, da ligação do novo circo com a dança contemporânea e as novas linguagens artísticas "existe um projeto que unifica todo o conceito de itinerância e descentralização cultural em espaços de elevado valor patrimonial e histórico", no interior de Portugal. Os 14 espetáculos que integram a Rede Interior começam a entrar em cena no início de julho.
A identidade com o território no âmbito do qual cada espetáculo é levado a cena, reflete o objetivo central da Rede Interior - desenvolver uma programação artística e cultural perfeitamente integrada num território abrangente constituído pelos Municípios de Belmonte, Covilhã, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Manteigas e Seia. Promover e valorizar o património histórico-cultural e sensibilizar a comunidade a participar ativamente na afirmação destes territórios através da Cultura é o principal objetivo.
Será entre castelos, anfiteatros ao ar livre, jardins, praças, largos e mercados que a companhia profissional da Covilhã – ASTA, numa coprodução com a Erva Daninha, companhia portuguesa, e mais 3 companhias de Espanha e uma de Itália, leva a cena e ao ar livre vários espetáculos itinerantes de novo circo, dança contemporânea, teatro, acrobacia, ilusionismo e equilibrismo. Entre os meses de julho e agosto será possível assistir a um vasto corpo artístico pautado por espetáculos verdadeiramente identificativos da cultura e tradições de cada local, por forma a que o público e as gentes da terra se sintam representados.
O primeiro espetáculo integrado na Rede Interior, “Cântico Negro”, acontece já a 1 de julho (quinta-feira) no mercado municipal da Covilhã, pelas 21h30. Trata-se de uma coprodução da ASTA com o TeatrUBI, que se inscreve na linha de cruzamentos artísticos entre a dança contemporânea e o teatro numa dramaturgia que nos inquieta. Fala-nos do amor e das relações, do que se (não) sente. A mesma peça segue em itinerância pela cobertura da praça municipal de Manteigas (17 de julho, às 22h); pelo largo da Câmara de Seia (24 de julho às 22h), pelo largo da Misericórdia de Fornos de Algodres (31 de julho às 21h30) e pelo Castelo de Belmonte (20 de agosto às 22h).
“Dolce Salto” da companhia italiana Circo Carpa Diem apresenta-se com uma linguagem de clown misturada com acrobacias aéreas em mastro chinês e monociclo e, tem como pano de fundo uma tradição há muito arreigada no território – o fabrico tradicional do pão tão identitário das aldeias e das populações que se reúnem em torno dos fornos comunitários. “Dolce Salto” segue em itinerância pela Praça do Município da Covilhã (3 de julho às 21h) e pelo Parque Verde do Fundão (13 agosto às 22h).
A 10 de Julho, é em plena ambiência mágica e intimista do anfiteatro da Cerca em Gouveia que acontece o espetáculo “Los Viajes de Bowa” da companhia espanhola La Gata Japonesa. Magia, equilibrismo, dança aérea, humor e poesia é assim que se pode definir a natureza deste espetáculo que nos remete para o imaginário infantil e nos leva pela obsessão de uma menina-mulher nómada que teima em descobrir o que afinal existe por trás das mensagens encerradas nas garrafas que são atiradas ao mar. Esta peça ruma para Manteigas (16 de julho às 22h) e Fornos de Algodres (30 de julho, às 21h30).
“Oyun” (jogo, em turco) estreia no Anfiteatro da Cerca em Gouveia dia 11 de julho. O espetáculo de circo contemporâneo da autoria do argentino Federico Menini (Companhia espanhola, El Fedito) acontece num espaço cénico único em que é montada uma cozinha tradicional. Malabarismo de tachos, panelas, canecas e outros utensílios facilmente identificativos de uma cozinha beirã, há um encontro e uma busca pela perfeição num espetáculo inovador, humorado, que consegue cruzar disciplinas artísticas tão diversas como a escultura, o desenho, a poesia visual, a música, o circo e o teatro.
“Por Um Fio” chega ao largo da Câmara Municipal de Seia a 23 de julho, às 22h00, e a 21 de agosto ruma à Praça das Descobertas em Belmonte, às 19h00. Trata-se de um espetáculo de novo circo da companhia Erva Daninha, em que dois intérpretes utilizam a acrobacia aérea como técnica para procurarem continuamente o equilíbrio entre dois corpos, num jogo constante de encontros e desencontros.
A 14 de agosto, será a vez do Parque Verde no Fundão receber pelas 22h o espetáculo de equilibrismo “La Madeja” de Irene de Paz, com forte reminiscência na narrativa da lã e da herança têxtil tão identitária do território das Beiras e Serra da Estrela.
Tem como objetivo desenvolver uma programação artística e cultural integrada no território constituído pelos Municípios de Belmonte, Covilhã, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Manteigas e Seia, com o intuito de promover e valorizar o património histórico-cultural e sensibilizar a comunidade a participar ativamente na afirmação destes territórios.
Divulgar o património histórico-cultural e natural da região das Beiras e Serra da Estrela, potenciando o turismo e combatendo as assimetrias regionais no que concerne à realização de eventos de cariz contemporâneo no interior do país. A coordenação é da companhia ASTA – Teatro e Outras Artes, e os projetos artísticos vão ao encontro da identidade, da cultura e da história do território “Rede Interior”, demonstrando o que une e o que diferencia os 7 Municípios desta rede cultural. 3
O Projeto Rede Interior tem como entidade líder executora a ASTA – Teatro e Outras Artes, e como entidades parceiras não executoras, os Municípios de Belmonte, Covilhã, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Manteigas e Seia. Projeto cofinanciado pelo Centro2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Guarda. No alto da cidade.
Pedro Baltazar, natural de Celorico da Beira, tem em desenvolvimento um projeto de fotografia sobre o abandono do interior norte e centro de Portugal. Desde criança que tem o gosto pela fotografia que mais tarde o levou a trabalhar como fotojornalista em “A Bola” (entre 1997 e 2002) a desenvolver colaboração com a Agência LUSA, jornal O Jogo e Jornal do Fundão.
Nos últimos 20 anos tem exercido Optometria em vários consultórios na zona norte e centro, mas isso não o impede de se continuar a dedicar à fotografia, a impulsionar atividades em prol da sua divulgaçao. É também um dos fundadores e dinamizadores do Fotoclube da Guarda.
Quando surgiu o interesse pela fotografia?
O interesse pela fotografia surgiu muito cedo, ainda criança com uns 6 anos de idade, lembro-me de ter tirado a minha primeira fotografia com uma câmara fotográfica Canon AV-1 de um primo de Aveiro, que pontualmente passava pelas beiras para visitar a família, ele era um amante da fotografia.
Foi ele que me ensinou os primeiros passos nesta arte, os comandos da máquina, a objetiva e o seu anel de aberturas, o visor da máquina que indicava a velocidade de obturação com um ponteiro e claro a focagem manual num despolido bipartido, tudo isto era fascinante para uma criança de 6 anos, que apenas conhecia a máquina lá de casa a qual só tinha um único botão o de disparar.
A partir desse dia o meu objetivo era ter uma máquina igual à do primo e ser fotógrafo. Obrigado, primo Manecas.
Mais tarde já no ensino secundário comecei a frequentar cursos de fotografia e revelação através do instituto da juventude.
Já na Universidade fui fundador do núcleo de fotografia da associação académica da Universidade da Beira Interior, onde fui formador na área de Iniciação à fotografia e revelação.
Enquanto estudante universitário fui Fotojornalista do Jornal A Bola por 5 anos. E o interesse pela fotografia ainda hoje continua a aumentar.
Que géneros de fotos prefere?
As fotos que prefiro são fotos da vida urbana em grandes cidades e paisagens.
Fotografia de rua, paisagem, retrato…?
Fotografia de rua e paisagem, na fotografia de rua sempre com a figura humana presente.
Fotografia a cores ou a preto e branco?
Eu sou um adepto do preto e branco, justificado talvez por ter sido eu a revelar e ampliar as minhas fotografias a preto e branco durante vários anos.
Preocupa-se com o trabalho de edição das fotografias?
Não gosto de gastar muito tempo com edição, tento no momento do disparo que tudo fique o mais próximo possível do resultado final que pretendo, mas claro que a edição é fundamental, tal como a revelação e ampliação era no passado.
É um trabalho moroso?
Sim, a edição é um trabalho moroso quando se tiram muitas fotografias; eu sou comedido no número de disparos que faço, fui habituado a poupar os rolos dos filmes que eram caros e quando passei para o digital continuei a disparar apenas e só, quando todas as condições estão reunidas.
A zona da Guarda é a preferida para os seus trabalhos?
Sim gosto muito de fotografar na zona da Guarda e no Minho, Braga uma das cidades que, a par com a Guarda, adoro fotografar.
Que outras zonas em especial?
As zonas que mais me despertam para fotografar são os centros destas cidades e as zonas mais movimentadas, quanto a paisagens o Douro está em primeiro lugar na minha lista de preferências.
O que gosta mais de fotografar na Guarda?
Na Guarda, sem dúvida a Sé, pois cada vez que olho para ela descubro sempre mais um detalhe novo que me tinha escapado.
Como têm reagido as pessoas à suas fotos?
São simpáticas, tentam fazer um critica positiva, embora, constantemente seja questionado, “por que não a cores esta fotografia?”
O digital incrementou, junto das pessoas em geral, o gosto pela fotografia?
Não, as pessoas em geral sempre gostaram de fotografia, o digital só permitiu a todas as pessoas aceder à fotografia de forma simples e económica.
Fazer fotografia implica uma permanente atualização dos equipamentos?
Não, essa é a ideia que as marcas que vendem os equipamentos nos pretendem incutir, mas é completamente errada, qualquer máquina pode fazer uma boa fotografia, é mais importante estar no lugar certo à hora certa, levantar cedo para aproveitar a melhor luz.
Eu costumo dizer que a melhor máquina fotográfica é aquela que temos mais à mão.
Os preços dos equipamentos são hoje mais acessíveis?
Sem dúvida, hoje conseguimos aceder a um bom equipamento fotográfico para obter o mesmo resultado que há 25 anos atrás por 1/10 do preço.
Embora nos últimos anos estejamos a assistir a um incremento dos preços no material fotográfico devido ao vídeo, pois as câmaras digitais dos dias de hoje todas filmam; esse modos dedicados ao vídeo fazem com que câmaras e lentes sejam cada vez mais caras e que ao fotógrafo nada abonam, apenas o obrigam a pagar mais caro por algo que não vai utilizar.
Para além das iniciativas que tem havido, na área de fotografia, o que podia ser ainda feito para aproximar o público em geral dos trabalhos fotográficos aqui produzidos?
Na área da fotografia temos que fazer cada vez mais exposições físicas, a fotografia tem de passar mais para o papel e não ficar apenas nos meios digitais, penso que o público em geral ao ver mais fotografia em papel vai despertar mais para este tema, pois a fotografia em papel é muito mais apelativa.
Tem algum episódio curioso, ou que lhe tenha deixado boas recordações, no decorrer da sua atividade fotográfica?
As boas recordações no decorrer da atividade fotográfica são uma constante, pois quando se faz o que se gosta as coisas boas acontecem.
Quanto a episódio curioso, aconteceu há uns 6 anos numa ilha das Canárias quando fotografava uma colónia de esquilos que vive junto ao mar.
Estava entretido a fotografar os esquilos que brincavam junto ao mar, estando eu munido de uma teleobjetiva 400mm que a distancia mínima de focagem era superior a 2 metros, olho para o lado e vejo um esquilo a 50cms com uma expressão de espanto a olhar para mim, e eu sem poder fotografar pois a teleobjetiva não focava a menos de 2 metros; tirei discretamente o telemóvel do bolso e fiz a melhor fotografia dessa viagem. Como já disse anteriormente, a melhor máquina fotográfica é aquela que temos mais à mão.
E episódio menos agradável?
Menos agradável foi sem dúvida enquanto fotojornalista do Jornal A Bola, o dia em que fui posto fora do estádio de futebol pelo José Mourinho, esse episódio nem vale a pena recordar, é para esquecer…
Que projetos tem no campo da fotografia?
Tenho em curso um projeto de fotografia sobre o abandono do interior norte e centro de Portugal, que venho a desenvolver nos últimos anos; tenho fotografado os sinais de desertificação do nosso interior de Trás-os-Montes até às nossas Beiras, projeto esse que nunca saiu da gaveta, mas talvez para o final do ano dê origem a uma exposição.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.