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Recordar Carreira Amarelo

por Correio da Guarda, em 01.11.09

 

A Guarda perdeu, vai fazer em breve nove anos, um incansável investigador e dedicado estudioso da cultura regional.
Nascido em 1934, para além da sua, reconhecida e apreciada actividade como sacerdote, José Miguel Carreira Amarelo, com a sua simplicidade, com uma permanente disponibilidade e com as suas qualidades humanas, sobressaiu como docente e como homem de cultura.
Para muitos, afastados dos seus tradicionais círculos de actividade, Carreira Amarelo terá passado desapercebido; mas embora não se negasse à colaboração tantas vezes solicitada pelos orgãos de informação locais e regionais, declinava sempre os protagonismos mediáticos ou as luzes da ribalta, optando antes pela entrega ao trabalho quotidiano, nas várias frentes do seu labor. “O Padre Amarelo era um homem excepcional -e por qualidades de humildade e amor. Não lhe faltava perspicácia e sentido do dever e da responsabilidade, que, afinal, integravam o perfil de equilíbrio e de alguém principalmente atento aos outros. No entanto - eis a sua riqueza - desequilibrava-se. Não imitava os homens comuns - nem podia. Tímido, escrupuloso, vocacionado - chamado pela vocação de ser inteiro e bom”, como escreveu Manuel Poppe.
No capítulo do ensino a sua presença ficou bem firmada, como podem confirmar múltiplos e insuspeitos testemunhos. Aliás, ao longo do seu percurso académico, José Miguel Amarelo deixou indeléveis marcas da sua forma de ser e outrossim do seu saber, entregando-se à descoberta constante dos valores e expoentes culturais desta região. “ O Dr. Amarelo estava interiormente convencido de que a Igreja só foi aceite quando se voltou para a cultura que constituiu a sua riqueza e atracção. A história o confirma desde os seus começos, com a fundação das escolas paroquiais e episcopais e as primeiras universidades. Talvez por isso e por outros motivos aliou a sua missão eclesial um trabalho honesto de intelectual persistente e inovador”, realçou Júlio Pinheiro no livro de homenagem editado pela, à altura, Escola Superior de Educação do IPG.
O teatro popular foi uma das temáticas que o entusiasmou, com particular incidência nas tradições de Pousade, freguesia do concelho da Guarda. Nos dois volumes editados sobre o Teatro Popular, procurou, como escreveu na apresentação do primeiro dos livros, “salvar do naufrágio do esquecimento e da perda uma pequena parcela da nossa cultura popular e regional.”
Num rápido esboço, recordamos o seu contributo para a divulgação da obra do autor da “Balada da Neve”; através de uma oportuna edição do Museu da Guarda, anotou o livro “Augusto Gil – Cartas de Amor”, revelando parte do espólio lírico daquele poeta, até então desconhecido.
Naturalmente que não cabe nesta despretensioso apontamento, nem é esse o intuito, a descrição do perfil de José Carreira Amarelo. Nestas breves anotações, aproveitamos para relembrar que depois de ter deixado a Direcção da Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico da Guarda, onde continuava a leccionar, centrava, ultimamente, a sua particular atenção numa obra sobre “As Pastorais dos Bispos da Guarda”, a tese de doutoramento que em breve iria discutir, e a qual constitui um importante documento histórico-cultural da região, mormente sobre o período temporal escolhido.
Este trabalho não pode ser olvidado e merece a adequada e merecida divulgação, pois, para além do seu valor específico, perpetuará a memória do seu autor e será um acto de justiça perante o demorado trabalho de investigação que precedeu a sua elaboração.
         Na edição, anotada, das “Cartas de Amor de Augusto Gil”, José Miguel Amarelo escrevia que “com a divulgação de todas as suas cartas lucrará o leitor e a cidade da Guarda que tanto amou”. Diremos, entretanto, que com a publicação da tese de doutoramento de Carreira Amarelo beneficiará, inquestionavelmente, esta região; a cultura e a história regional. Espera-se que este trabalho suscite a merecida e devida atenção.
 
Helder Sequeira
 
in "O Interior" (29/10/2009)
 

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publicado às 19:32

Novos projectos musicais no TMG

por Correio da Guarda, em 21.01.09

 

No Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda terá lugar amanhã, dia 22 de Janeiro, pelas 22 horas, a apresentação, por parte da Escola Superior de Artes de Castelo Branco (ESART), de dois recentes projectos musicais.
Estes projectos foram criados a partir da disciplina de Música de Câmara daquela instituição de ensino superior: o Quarteto Lusófono e o Quinteto Compassionato
O Quarteto Lusófono formou-se em 2007. Sob a orientação do professor Jorge Alves, já se apresentou em recitais e concertos em diversos pontos do distrito de Castelo Branco, tendo também realizado masterclasse com o violinista Daniel Rowland, na ESART.
“Compassionato” é um grupo muito recente que agora entra em cena com o Quinteto KV: 581 para Clarinete, 2 violinos, viola e violoncelo. É orientado pela docente Luísa Tender e pretende ser divulgador de repertório erudito, especialmente para a formação de novos públicos.
A entrada é livre.

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publicado às 09:13


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