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O telefilme "Quando o Diabo Reza", inteiramente rodado na Guarda, tem estreia amanhã, na RTP. Realizado por Fabiana Tavares, este telefilme foi inspirado na obra homónima de Mário de Carvalho.
Este trabalho integra-se no projeto "Contado por Mulheres", concebido pela produtora Ukbar Filmes (e inédito no audiovisual português) para a RTP. São 10 telefilmes inspirados em 10 livros de autores lusófonos que foram um desafio para as 10 mulheres, de diferentes gerações e backgrounds artísticos, que os realizaram.
De acordo com a produtora, "o objectivo de todo este projecto filmado em 10 municípios da região centro foi o de descentralizar as histórias e as produções e dar destaque a outros territórios ricos em história e em património fora dos grandes centros urbanos".
Os telefilmes estão a ser exibidos pela RTP, em horário nobre, logo após o telejornal. Os primeiros cinco telefilmes deste projecto têm sido exibidos desde 16 de novembro na televisão pública.
O Padre Bernardo Terreiro faleceu hoje, com 101 anos de idade. Natural de Almeida foi o fundador do Coro Etnográfico daquela vila.
Musicólogo, maestro e compositor foi docente no Instituto Politécnico da Guarda (IPG), nos Seminários Diocesanos da Guarda e do Fundão, e Externato Frei Bernardo de Brito, em Almeida.
Bernardo Terreiro do Nascimento nasceu em Almeida no dia 3 de maio de 1921. No IPG integrou o corpo docente da Escola Superior de Educação, onde lecionou ao longo dez anos, tendo ajudado a criar a variante de Educação Musical do Curso de Professores do Ensino Básico.
Dirigiu vários coros, entre as quais o Orfeão da Covilhã, o Orfeão do Centro Cultural da Guarda e o Coro Etnográfico de Almeida. Dos seus trabalhos destacam-se composições como a música a 4 vozes mistas, composta a partir da “Balada da Neve”, de Augusto Gil.
Bernardo Terreiro teve um meritório trabalho de recolha, compilação e divulgação das canções tradicionais e populares do concelho de Almeida e concelhos vizinhos, tendo editado o livro “Património musical de Riba Côa”, em 1999.
Guarda. Parque da Saúde.
No próximo domingo, 27 de novembro, será assinalado o 823º aniversário da atribuição do foral, por D. Sancho I, à cidade da Guarda
Tradicionalmente, e após o abandono da data de 3 de maio, o feriado municipal da Guarda era comemorado a 26 de novembro, evocando assim o nascimento, oficial, da cidade. A divergência sobre a data de atribuição da carta de foral foi expressa, pela primeira vez, num artigo publicado, em 1985, no jornal "Notícias da Guarda".
A partir dessa altura alargou-se o interesse pelo estudo da questão e não faltaram argumentos sobre a prevalência de 26 de novembro; por outro lado, a favor do dia 27 deste mesmo mês os argumentos manifestaram igualmente a sua solidez.
De facto, o documento medieval da outorga da carta de foral refere que "foi feita esta carta em Coimbra no dia Quinto antes das Calendas de Dezembro de 1237, no ano do nosso reinado." Assim, e como foi sustentado pelos investigadores que defenderam a nova data, o dia V antes das Calendas de Dezembro é o dia 27 de novembro de 1237, o que convertido à data cristã (menos 38 anos) cai sobre o ano de 1199. A data de 27 de novembro acabou, assim, por ser institucionalizada, há alguns anos atrás, como feriado municipal.
Se é verdade que a outorga da carta de foral constitui um marco de referência na história desta terra, a sua origem (luso-romana, visigótica ou medieval) é uma questão à qual não foi dada ainda resposta definitiva e segura; sabe-se, isso sim, que lusitanos, romanos e visigodos deixaram por aqui traços indeléveis da sua passagem, testemunhos diversificados, igualmente espalhados pelo distrito.
O ano de 1199 marca um período novo e mais conhecido da história guardense. Através da carta de foral os habitantes recebiam diversos privilégios e o incentivo ao povoamento desta zona, desejado pelo monarca português. À carta de foral da Guarda, bem como a outro importante documento conhecido por "Costumes da Guarda”, dedicou Alexandre Herculano a sua atenção, sendo realçado o contributo para o conhecimento do período medieval português.
(Hélder Sequeira)
O programa comemorativo, organizado pela autarquia, integra a deposição de uma coroa de flores na estátua do rei fundador, com guarda de honra pelo Regimento de Infantaria nº 14, seguindo-se a cerimónia do Hastear da Bandeira, Praça do Município.
Posteriormente terá lugar uma sessão solene na Sala Antonio de Almeida Santos, nos Paços do Concelho, que nesta edição terá como convidados especiais os presidentes das cidades geminadas de Béjar (Espanha), Zefat (Israel) e Wattrelos (França) e também do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.
Na sessão serão ainda atribuídas medalhas de mérito municipal – Grau prata a Guardenses e a instituições com merecido destaque A saber, a título póstumo: Laurindo Prata e Manuel Geada Pinto; à Fundação José Carlos Godinho; e a Cunha Rasteiro e Virgílio Mendes Ardérius. Após esta sessão haverá, no Jardim José de Lemos, uma demonstração de meios das forças militares e de segurança que participaram na cerimónia do Hastear da Bandeira, e também da Cruz Vermelha Portuguesa.
No período da tarde, ainda com a presença do ministro do Economia e do Mar, serão inauguradas as instalações da empresa Remarkable na Plataforma Logística da Guarda e do Centro Tecnológico do Centro Histórico, espaço do Município que acolhe várias empresas do Ramo tecnológico como a TRH e a NTT, bem como da multinacional Air Liquide Portugal, nesta fase inicial. No mesmo espaço serão também assinadas as escrituras dos lotes da Plataforma Logística com as Empresas Magnoliathunder, Lda e Glacierignition, Lda.
Segue -se o descerrar de placas de toponímia de homenagem a título póstumo a D. Martinho Pais, a Tiago Gonçalves e a Laurindo Prata. O programa do dia 27 inclui ainda um concerto de Teresa Salgueiro no Teatro Municipal da Guarda. A ex-vocalista dos Madredeus terá como músicos convidados, no palco do Grande Auditório: Tim (Xutos e Pontapés) e a cantora Maria João.
O programa das comemorações do 823 anos da Guarda engloba, no dia 24, a homenagem, a título póstumo, a João Mendes Rosa, antigo coordenador do Museu e mentor do SIAC, falecido em 2021. O Museu da Guarda passará, a partir deste dia, a designar a sua sala de exposições temporárias como Sala João Mendes Rosa. A esta homenagem seguir-se-á o lançamento do número 43 da Revista Cultural Praça Velha. No dia 25, na BMEL, o Centro de Estudos Ibéricos promove o Seminário “Leituras de Eduardo Lourenço”, iniciativa de cariz científico que carece de inscrição prévia no CEI e que terá transmissão também online; à noite, decorrerá a Serenata Monumental “Fado ao Centro” nas escadarias da Sé da Guarda.
O centenário do nascimento de José Pinto Peixoto - uma referência, nacional e mundial, na área da geofísica e da meteorologia - é hoje assinalado. Nasceu na Miuzela (Almeida) a 9 de Novembro de 1922; concluído o ensino primário, frequentou, na capital, o Liceu Gil Vicente, até 1940, ingressando depois na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde obteve a licenciatura.
No ano seguinte foi convidado para estagiar no Observatório Central Meteorológico Infante D. Luis, da Universidade de Lisboa, tendo passado a trabalhar, a partir de Abril de 1946, no Serviço Meteorológico Nacional (SMN); até 1969; em simultâneo – a depois de 1952 – exerceu funções docentes na Faculdade de Ciências.
Em 1948 fez uma curta estada no Serviço Meteorológico do Canadá e frequentou a Universidade de Toronto, naquele país. Seis anos depois, com o apoio de uma bolsa da Academia de Ciências, foi para o Massachussets Institute of Techology (MIT), relacionando-se com consagrados cientistas, como sejam os casos de Victor Starr, Edward Lorenz, Abraham Oort e Barry Saltzman.
Regressado a Portugal, em 1956, desenvolveu estudos sobre o ciclo da água à escala global, “produzindo os primeiros mapas de transporte global de água pela circulação atmosférica”; continuou a manter estreitos contactos com os cientistas do MIT e produziu intensa investigação. Com Abraham Oort, no Geophysical Fluid Dynamics Laboratory (Princeton, USA), colaboração,regular, que conduziu à publicação de vários trabalhos de grande importância.
Na Universidade de Lisboa concluiu, em 1959, o doutoramento, em Ciências Geofísicas. Vice-Reitor da Universidade de Lisboa, entre 1969 e 1973, Pinto Peixoto dirigiu também, a partir de 1970, o Instituto Geofísico e impulsionou a fundação do Centro de Geofísica.
Colaborou, mais tarde, com a Universidade Nova de Lisboa e Universidade da Beira Interior; foi professor convidado de várias universidades europeias. Presidiu, ainda, à Academia de Ciências e colaborou, como conferencista, em iniciativas de diversas organizações como a UNESCO, NATO e Organização Meteorológica Mundial (OMM/WMO), entre outras.
A produção científica de Pinto Peixoto é relevante; pela influência que ainda hoje continua a exercer poderemos destacar o seu livro “Physics of Climate” (publicado pelo American Institute of Physics); contudo, para além de importantes publicações neste domínio, escreveu ainda vários livros de divulgação que incidem em temáticas sobre o ambiente e clima.
José Pinto Peixoto faleceu em 6 de Dezembro de 1996.
Este breve apontamento não permite, obviamente, traçar o perfil completo e retratar a obra e a grandeza deste académico, cientista, meteorologista e físico, natural do distrito da Guarda; antes pretende ser sugestão para um melhor conhecimento da vida e do legado que deixou à comunidade científica e a todos nós. Na história das Ciências da Atmosfera, da Hidrologia, da Termodinâmica e da Teorias do Clima, o nome de José Pinto Peixoto sobressai na ilustrada galeria dos vultos mundiais.
Helder Sequeira
A Casa de Cutura Professor Doutor José Pinto Peixoto assinala também o centenário do nascimento do referido cientista com algumas atividades, destacando-se a conferência a proferir hoje pelo Prof Doutor Rui Perdigão, pelas 21h30, e à cerimónia da entrega do “Prémio Nacional Prof Dr José Pinto Peixoto, Ensino Secundário 2021-2022” nas instalações daquela associação, na Miuzela, pelas 15H00 do dia 12 Novembro. Mais informação aqui.
A Delegação Distrital da Guarda da Ordem dos Engenheiros (DDGOE) vai promover amanhã, 9 de novembro, uma tertúlia onde será debatido o que está a ser desenvolvido para mitigar os problemas causados pelos incêndios que ocorreram este Verão na Serra da Estrela.
Esta tertúlia decorrerá a partir das 21h15 no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda, tendo como convidados Flávio Massano, Presidente da Câmara Municipal de Manteigas ( que irá apresentar o seu testemunho sobre a calamidade que grassou na Serra da Estrela e em particular no concelho de Manteigas) e Fátima Araújo Reis, Directora Regional do centro do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas ( que explicará o que o ICNF/PNSE já está a desenvolver e irá desenvolver para mitigar os problemas causados pelos incêndios).
Depois das intervenções iniciais terá lugar um espaço de debate com os participantes, moderado por José António Monteiro. A entrada é livre, mas carece de inscrição.
Manteigas. Rota das Faias.
Na Guarda vai decorrer a partir de amanhã, e até 13 de novembro, a sexta edição do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea – Cidade da Guarda (SIAC) , iniciativa subordinada ao tema 'Rasgos de Lucidez'
O SIAC #6 cruzará, como habitualmente, várias linguagens artísticas como a pintura, o desenho, a gravura, a escultura, a arte digital ou a literatura, espalhando-se por vários locais da cidade: do Museu ao Quarteirão Associativo (Largo do Torreão), das Ruas da Cidade à capela do Solar dos Póvoas. Desta vez, o Município da Guarda, através do seu Museu, quis aproximar o SIAC às comemorações do centenário do nascimento de José Saramago, autor do romance 'Ensaio sobre a Lucidez', cujo título inspirou o tema base deste simpósio.
O SIAC#6 terá como exposição axial «Verdes moradas», uma coletiva de 4 grandes nomes da arte contemporânea nacional: Inez Teixeira, Jorge Feijão, Maria Capelo e Duarte Belo e com curadoria de Nuno Faria, numa iniciativa em parceria coma Fundação Carmona e Costa que ficará patente na sala de exposições temporárias do Museu da Guarda.
Destaque ainda para as Residências Artísticas de pintura, gravura, escultura e instalação, que nesta edição outonal terão lugar no Museu e cujas obras ficarão mais tarde em exposição no Quarteirão Associativo. Nas Residências Artísticas participam artistas oriundos de Portugal, Espanha, Ucrânia, Guiné-Bissau, Países Baixos, China e Polónia.
Nesta sexta edição do Simpósio vão ainda estar patentes as exposições individuais 'O Nu na Arte de Carlos Pé-Leve', mostra de Escultura e Pintura, e 'Um outro olhar sobre a obra de José Saramago' de Violante Saramago Matos (Pintura) com a colaboração do guardense Desy – 123, nas Salas de Exposição do Paço da Cultura. Na componente formativa, nesta edição a aposta vai para os cursos de gravura, cerâmica e aguarela. A tudo isto juntamos ainda dança, visitas encenadas, conferências e música e exposições em Gonçalo e em Famalicão da Serra, respetivamente no Edifício Cultural de Gonçalo e na Casa da Cultura de Famalicão.
O SIAC tem como objetivos o fomento criativo, através das residências artísticas, tendo a Guarda como local de inspiração e produção e sendo o produto dos artistas um bem que irá enriquecer o acervo do Museu e do Município; a formação artística, através, por exemplo, de um curso de gravura, destinado quer a artistas, quer a autodidatas; a fruição de projetos artísticos e culturais, através de palestras, exposições, recitais de música e visitas encenadas; e a promoção do convívio multicultural entre artistas e o público participante, como forma de proporcionar um encontro de partilha, o hibridismo da diferença e, por essa via, um modo de repelir preconceitos.
O programa pode ser consultado aqui.
Fonte: CMG
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