(continuação do comentário anterior):
*temos condições para investir na produção de energias, principalmente através de fontes renováveis (eólica, hídrica e solar), e podemos facilmente tornar-nos auto-suficientes em termos energéticos e hídricos;
*somos, reconhecidamente, uma das regiões onde há maior qualidade de vida no país;
*como região a necessitar de investimento, somos uma das regiões da União Europeia a 15, com possibilidades de receber mais apoios comunitários, o que, conjuntamente com os fundos nacionais, torna a Beira Interior numa região perfeitamente viável, desde que se tome à partida um rumo definido de desenvolvimento e convergência com as restantes regiões da Península Ibérica e da Europa.
Porém, nas últimas décadas, apenas temos ficado com as "migalhas":
*estando inseridos num país profundamente centralista e centralizado como é Portugal, temos sofrido com o facto de estarmos muito longe de Lisboa para sermos ouvidos.
*por outro lado, sofremos também com o facto de termos sido colocados numa região-plano (Centro), onde não temos voz, nem peso, perante um Litoral constituído por concelhos como Coimbra, Aveiro, Figueira da Foz, Leiria, e mesmo Viseu, entre outros, que vive uma realidade muito diferente e não percebe as necessidades da Beira Interior. Por outro lado, os fundos que a Europa destina às regiões menos desenvolvidas, e que, sendo destinados à Beira Interior, vão parar à entidade gestora (CCDR-C), em Coimbra, são continuamente desviados para investimentos no Litoral, ficando, mais uma vez, o Interior bastante prejudicado.
Deste modo, nos últimos anos:
*enquanto à volta de Lisboa, e no Litoral, na década de 1980 e 1990, se construíram auto-estradas, aqui no Interior ficámos à espera para depois sermos servidos por estradas de segunda (IP's). Só com 20 anos de atraso chegaram as auto-estradas;
*enquanto no Litoral se reformularam as linhas férreas, e se introduziram novos serviços, no Interior continuamos a ter comboios como há 30 anos;
*enquanto no Litoral se deram incentivos ao investimento, e se promoveu a instalação de novas empresas, ninguém fez nada pelo Interior, apesar de este estar, como já disse, numa posição estratégica;
*o Interior nunca foi alvo de políticas específicas de desenvolvimento, nem de discriminação positiva (impostos mais baixos, incentivos à fixação de pessoas e empresas, e à natalidade; etc.). Antes pelo contrário, foram encerradas escolas, urgências, e serviços ferroviários, não se vislumbrando melhorias a curto/médio prazo.
Em suma, não se vislumbra grande futuro para a Beira Interior com a continuidade deste estado de coisas, nem sem regionalização, nem com a inclusão da nossa região no Centro.
As vantagens de uma regionalização são inúmeras e bastante notórias. Para tal, convido todos a consultar o blogue "regioes.blogspot.com", onde este tema tem sido amplamente debatido.
Penso que está na hora de a Beira Interior se autonomizar, e encetar finalmente um caminho de desenvolvimento pleno, que maximize o potencial desta nossa região, e acabe de vez com o nosso isolamento secular, tornando-nos uma região competitiva e de futuro, permitindo o regresso de todos aqueles que se viram obrigados a daqui sair, e evitando que os jovens da nossa região se vejam obrigados a (e)migrar em busca de um futuro melhor.
Para isso estou, em conjunto com alguns colabordores do blogue, a propor um mapa de 7 regiões para Portugal Continental, que serão as seguintes:
*Entre-Douro e Minho;
*Trás-os-Montes e Alto Douro;
*Beira Interior;
*Beira Litoral;
*Estremadura e Ribatejo;
*Alentejo;
*Algarve
Gostaria de saber a opinião de todos os sabugalenses, e da população em geral, sobre esta temática.
Para mais informações sobre a referida proposta, deixo aqui alguns links a consultar:
http://regioes.blogspot.com/2009/01/proposta-das-7-regies.html
http://regioes.blogspot.com/2009/01/7-regies-de-portugal-beira-interior.html
http://regioes.blogspot.com/2009/01/esclarecimentos-de-um-regionalista.html
Todas as opiniões são bem-vindas, numa discussão que se quer responsável e abrangente, em busca da melhor solução para a nossa região e para o país. Para que deixe de haver portugueses de primeira e de segunda.
Cumprimentos,
Afonso Miguel