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As III Jornadas de Fibromialgia, realizadas ontem nos Açores abriram o programa comemorativo do Dia Mundial da Fibromialgia, que é hoje assinalado, e igualmente o décimo aniversário da MYOS.
Tratou-se de uma iniciativa da MYOS- Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica. As III Jornadas decorreram no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, subordinadas ao tema “Fibromialgia – abordagem multidisciplinar”.
“O que é a Fibromialgia? - Dificuldade no diagnóstico”, (Drª Ana Rodrigues), “Tratamento da dor na Fibromialgia” (Dra. Sofia Tibério) e “A intervenção da Medicina Física e de Reabilitação na Fibromialgia” (Dra. Ana Santos) foram os temas abordados no período da manhã.
No período da tarde falou-se de “Fisioterapia em doentes com Fibromialgia” (Dra. Carmelo Corvelo Toste), a que se seguem os temas “A aplicação de Terapêuticas não-convencionais no tratamento da Fibromialgia” (Dr. Carlos Carvalho), “O Poder das emoções positivas face à Fibromialgia” (Dr. Pedro Mackay), “Nutrientes. Que efeitos têm na fibromialgia? (Dra. Andreia Aguiar) e “Aspetos farmacológicos no tratamento da Fibromialgia” (Dra. Maria Manuel Morão).
A 12 de Maio é assinalado o Dia Mundial da Fibromialgia e igualmente o décimo aniversário da MYOS-Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga.
A MYOS, com sede em Lisboa, é uma associação não médica, sem fins lucrativos, para a defesa do doente e para o desenvolvimento do conhecimento dos doentes, técnicos de saúde e do público em geral acerca da Fibromialgia e da Síndrome da Fadiga Crónica.
No seu sítio na Internet (www.myos.com.pt) esta associação disponibiliza um conjunto de informações e contactos para os doentes e interessados.
A Fibromialgia é uma doença reumática de causa desconhecida e natureza funcional, que origina dores generalizadas nos tecidos moles, sejam músculos, ligamentos ou tendões mas não afetam as articulações ou os ossos.
A dor causada pela Fibromialgia é acompanhada de alterações quantitativas e qualitativas do sono, fadiga, cefaleias e alterações cognitivas, por exemplo, perda de memória e dificuldade de concentração, irritabilidade e, em cerca de um terço dos casos, apenas depressão, entre outros sintomas.
“ As causas desta doença – que podem ser várias – não estão ainda bem claras e continuam a ser investigadas. Há, no entanto, factores precipitantes que podem agravar-se, como o stress, esforços excessivos, humidade, frio, etc.
Em muitos casos a doença pode iniciar-se após factos pontuais, como infecções víricas ou bacterianas”, refere a médica guardense Cristina Fidalgo Sequeira, Presidente da Direcção da MYOS. “Os estudos para averiguar as causas da fibromialgia prosseguem e pode dizer-se que não há ainda uma etiologia exacta”, acrescenta.
Esta doença afecta mais as mulheres do que os homens e inicia-se entre os 20 e os 50 anos, no entanto as crianças e os jovens também podem sofrer de fibromialgia; em idade escolar a frequência é igual em ambos os sexos.
Por vezes a palavra síndrome é utilizada em vez de doença; isto acontece pelo facto de se tratar de uma reunião de sinais e sintomas que ocorrem em conjunto. Trata-se de algo que afecta inúmeras partes do corpo e, à primeira vista, pode até parecer que não existe interligação entre os vários sintomas; daí, por vezes, a dificuldade em diagnosticar esta enfermidade.
Os sintomas da Fibromialgia são, com muita frequência, partilhados pelo Síndrome de Fadiga Crónica (SFC), classificado pela Organização Mundial de Saúde na categoria de doenças do sistema nervoso, ao passo que a primeira foi incluída na categoria de doença reumática, em 1992.
Além dos sintomas que os doentes sentem quotidianamente, estas doenças podem ter consequências graves na vida social, profissional e familiar. Em certos casos o doente pode deixar de conseguir ter uma vida social e profissional regular; por outro lado as doenças afectam também bastante a família e o ciclo de amigos pois a pessoa deixa de conseguir realizar tarefas que antes tomava por garantidas.
Aludindo ao Dia Mundial da Fibromialgia, que se assinala a 12 de Maio, Cristina Fidalgo Sequeira considera que embora nesta data se dê particular realce à patologia em questão” a fibromialgia “deve estar diariamente presente nas preocupações dos doentes, dos profissionais de saúde e das entidades directa ou indirectamente envolvidas no seu acompanhamento e tratamento”.
Para a Presidente da MYOS, “assinalar o Dia Mundial da Fibromialgia é suscitar a atenção do maior número de pessoas para esta realidade, para a realidade dos doentes atingidos por esta doença que, em tantos casos, não são compreendidos nos seus locais de trabalho, por parte de amigos e mesmo de familiares; é também lançar o repto para o avanço da investigação quer relativamente às causas desta patologia, quer na procura de tratamentos mais eficazes e ao alcance da generalidade dos pacientes”.
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