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É um título e uma presença diária com dezasseis anos consecutivos. Para os próximos tempos há novos projetos e ideias. Gratos a todos quantos têm acompanhado este percurso. Pode seguir-nos também no Instagram (correioguarda) ou no Facebook em:
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A Rádio Altitude é uma marca indissociável da Guarda e desta vasta região da beira serra; uma marca que importa honrar, preservar e afirmar continuamente como meio de comunicação social.
Olhar para o seu passado não representa um mero exercício ritualista ou saudosismo lamechas; deve, sim, constituir um ato de reflexão sobre os contributos vertidos na história desta rádio. Como afirmámos noutra ocasião, estamos perante uma emissora de muitas vozes e rostos, de sonhos, de distintas colaborações; esta é uma emissora de afetos, de ideias, de originalidades; uma emissora com espírito solidário que lhe deu alma desde os longínquo ano de 1948.

A sua génese, a sua longevidade, o seu percurso ímpar e a sua matriz beirã conferem-lhe um estatuto especial, mas também uma maior responsabilidade. Atualmente as emissões radiofónicas passam em larga medida, pelo meio digital, num recurso cada vez mais ligado às modernas aplicações e tecnologias.
Por outro lado, hoje a Inteligência Artificial (IA) apresenta novos caminhos para mais eficiência e múltiplas vantagens ao nível da melhoria da programação e interação com os ouvintes. Para além da automação das emissões a IA apresenta-se como forte apoio para produção de notícias, definição da sequência musical e de conteúdos programáticos convidativos e heterógenos.
Embora se deva ter em conta que a Inteligência Artificial pode ser um precioso auxiliar dos profissionais não pode ser esquecida a essência da Rádio. A humanização deste meio de comunicação é fundamental e as pessoas não podem ser afastadas do seu processo evolutivo.
É fundamental que a função social da rádio continuar a prevalecer, mesmo face ao desenvolvimento das tecnologias da informação. Assim, não é apenas no plano das ondas hertzianas que tem de ser posicionada a proposta radiofónica; a rádio tem de assegurar uma estratégia rigorosa e clara no vasto horizonte da emissão online.
O fortalecimento da sua presença será sustentado, em larga medida, pela atenção à realidade social, económica, cultural e política da região onde a Rádio está sediada. As pessoas, para além do entretenimento ou companhia que a rádio lhes proporciona, querem boas condições de audição, uma informação rápida, em cima da hora ou do acontecimento de proximidade; querem igualmente um interlocutor atento, objetivo e credível, uma rádio com gente dentro, de entrega a um serviço público, solidário, afetivo.
Uma rádio que questione, esclareça, atue pedagogicamente, aponte erros, noticie triunfos, sinta e transmita o pulsar da região, chame a si novos públicos. Claro que não é um trabalho fácil, mas o êxito constrói-se com competência, perseverança, humildade, diálogo, criatividade e sentido de responsabilidade.

Ao comemorar-se o septuagésimo sexto aniversário da Rádio Altitude, devemos felicitar os seus atuais elementos e homenagearmos os múltiplos contributos pessoais e coletivos que guindaram a RA a uma posição de destaque no panorama radiofónico português.
Como dissemos no início deste breve apontamento, a Rádio Altitude é uma marca informativa e cultural da nossa região e da cidade; marca que não deve ser esquececida. A emissora será aquilo que quiserem os seus profissionais, se os sonhos e projetos forem consistentes, arrojados, capazes de garantirem a apaixonante magia da rádio e de ganharem o futuro.
Parabéns Rádio Altitude.
Hélder Sequeira
Em Pinhel foi apresentado, recentementem o livro "Banda Filarmónica de Pinhel – Memórias e Pausas entre Partituras", da autoria de Ana Pinto. Na ocasião, a Banda Filarmónica de Pinhel, personagem principal da publicação, interpretou o seu Hino, da autoria do maestro Gonçalo Pinto. No final, a mesma Filarmónica executou, de forma inédita, o “passo dobrado” (marcha) “Elite Pinhelense”, que ilustra a capa do livro.
Ana Pinto, que dedicou nove anos à investigação e escrita desta obra, partilhou histórias e memórias da Banda Filarmónica de Pinhel, uma instituição com cerca de 170 anos de história.
Na sua perspetiva, a "apresentação do livro foi muito mais que um simples lançamento. Foi uma tarde de união e partilha, onde antigos e actuais músicos, bem como membros da comunidade, partilharam histórias e recordações deste “ninho” de cultura da cidade.
De referir que se trata de uma edição de autor.
Locomotiva na rotunda de acesso à estação ferroviária da Guarda.
Janela manuelina existente na Rua Direita, Guarda. Um postal raro que nos foi, amavelmente, disponibilizado pelo nosso leitor José Vaz Teixeira. Este postal tem a particularidade de ter sido escrito (no verso, e com data de 27 de dezembro de 1959) pelo autor, Alberto de Sousa, “figura destacada da cartofilia”.

Junto a uma das portas (a mais utilizada diariamente) da Sé Catedral da Guarda está colocada uma placa que associa aquele monumento ao Instituto Português do Património Cultural. É sem dúvida uma informação errada, absurda e a carecer da devida atualização; aquele Instituto já não existe desde o ano de 1992.
O Instituto Português do Património Cultural foi criado em 1980, integrado na Secretaria de Estado da Cultura, tendo sido substituído em 1992 pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) que, entre 1992 e 2007, regulou a classificação do património histórico português.

Em 27 de outubro de 2006 foi publicado o Decreto Lei n.º 215/2006 que fundiu o Instituto Português do Património Arquitectónico e o Instituto Português de Arqueologia, dando origem ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, I.P. (IGESPAR, I.P.).
No ano de 2011, a 29 de dezembro, o IGESPAR foi extinto por fusão com o Instituto dos Museus e da Conservação, passando a existir a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
As atribuições da DGPC foram, a partir de 1 de janeiro de 2024, distribuídas pelo Património Cultural, I.P. e pela Museus e Monumentos de Portugal, E.P.E.
Será que ninguém, com responsabilidades nesta área e no monumento em causa, reparou nesta persistente desatualização ou esperam alguma verba do PRR para proceder à substituição da referida placa?
Estes “pequenos” pormenores fazem também a diferença na atitude para com o nosso património…
Hélder Sequeira

Tendo ocorrido, dia 16 de julho, a passagem do aniversário do 85º aniversário do nascimento de Jesué Pinharanda Gomes, não poderíamos deixar de evocar este ilustre ensaísta, historiador, filósofo e investigador, que faleceu a 27 de julho de 2019.
Natural de Quadrazais, concelho do Sabugal, onde nasceu em 16 de julho de 1939, Pinharanda Gomes, figura incontornável da cultura portuguesa, comentou-nos um dia que, literariamente falando, era natural da Guarda; embora realizado em Lisboa. Isto porque, como nos disse, foi na cidade mais alta de Portugal que lançou as primeiras raízes.

Numa das suas muitas obras, Pinharanda Gomes escreveu que, “na esquina do tempo, e tendo saído da Guarda há muitos anos (parece que temos o destino da emigração) foi-nos concedida a graça de permanecermos fiel à mátria”.
Essa fidelidade foi constante, exemplar, de uma grandeza própria de personalidades de enorme saber e erudição, mas simultaneamente simples, humanas e profundamente solidárias com a sua terra de origem.
A sua presença, frequente, em iniciativas realizadas na Guarda ou na região, a par das muitas intervenções proferidas sobre temáticas e personalidades ligadas à nossa região comprovaram isso mesmo. Pinharanda Gomes foi exemplo “(…) de um estudioso desinteressado, sem prebendas nem honras institucionais, fazendo do estudo erudito uma vocação de vida”, como escreveu Miguel Real.
No conjunto vasto de títulos publicados por Pinharanda Gomes avultam três áreas: os contributos na História da Filosofia; as monografias da história da Igreja e os estudos regionais; afirmou-se, sempre, um defensor convicto, e incansável, do nosso património histórico-cultural e outrossim dos valores humanos, mormente desta zona raiana.
Numa entrevista que nos concedeu para a revista cultural “Praça Velha”, quando questionado sobre qual das facetas (historiador, filósofo, crítico literário, ensaísta e conferencista) melhor se enquadrava no perfil de homem de cultura, realçava que tinha alguns livros de filosofia pura, nomeadamente o seu livro de estreia, "que é o Exercício da Morte, O Pensamento e Movimento – que é uma introdução, uma ascese filosófica – e que naturalmente deveria ser por aí que eu deveria ter caminhado, e também o Dicionário de Filosofia Portuguesa, ou Entre Filosofia e Teologia. Ora o que acontece é que no mundo não estamos sós, estamos com os outros e, ou porque somos solicitados pelas pessoas, ou pelos temas, todos acabamos por nos dispersar por outras coisas; comigo aconteceu um pouco isso.
Como desde muito cedo – ainda na Guarda – tive uma vocação para a pesquisa, quando fui para Lisboa, e passei a dispor de mais fontes documentais, iniciava muitas vezes a investigação de um tema; depois, à medida que investigava esse tema surgia documentação sobre outros e custava-me abandoná-la, pelo que tomava notas e assim foram surgindo estudos diversos, em várias disciplinas. Contudo, penso que pelo número de livros e estudos publicados, cabe-me muito melhor a classificação de historiador da cultura com a tónica na história da Filosofia portuguesa e também na história da Igreja contemporânea, da época moderna”.
Pinharanda Gomes concluía, depois que era “um hermeneuta da cultura, quer dizer, procuro interpretar os seres, os factos e as coisas do âmbito cultural, sobretudo do pensamento, mas de modo a preenchê-las com o meu próprio significado. De um modo geral faz-se exegese cultural, extraindo significados dos dados. O exegeta é colocado perante um facto, ou perante um ser, uma obra, e procura tirar daí alguma coisa. Eu tenho procurado caminhar no sentido inverso; aliás, não é por acaso que em filosofia há um léxico que tem uma origem modestíssima.”
Este pensador evidenciava, ainda, a área da “historiografia filosófica” por ser neste âmbito onde produziu “maior quantidade de trabalhos de fundo. Na História da Igreja Moderna embora tenha muitos títulos publicados, a maior parte deles são opúsculos, separatas, estudos que saíram em revistas, ou conferências proferidas em congressos; claro que tenho algumas obras de fundo, como é o caso da História da Diocese da Guarda e os Congressos Católicos em Portugal, e outros; mas no conjunto, quando se olha para a minha bibliografia, o que permanece é de facto o primeiro capítulo que tenho considerado, Filosofia e História da Filosofia; é a área à qual tenho dedicado mais tempo e empenho.” Referiu-nos nessa entrevista.
Contudo, o seu labor, nesta matéria, não se circunscreveu às edições já conhecidas, pois houve muito trabalho que não veio a público, pelo menos diretamente, e que diz respeito às centenas de verbetes escritos para Dicionários e Enciclopédias, quase sempre assinados, ou com as letras P.G.
Como eminente autodidata erudito, Pinharanda Gomes deixou vastíssima bibliografia iniciada em finais da década de 50 do passado século,1960. Em 20 de março de 2018, e num justo reconhecimento à sua obra, a Universidade da Beira Interior atribuiu a Pinharanda Gomes o Doutoramento Honoris Causa
“Ao longo de décadas, Pinharanda Gomes foi (…) um dos mais prolixos hermeneutas da História e tradição do nosso pensamento filosófico. Investigador e sistematizador nato, jamais se deixou prender pelas etiquetas de historiador, ou de filósofo (…)”. Escrevia José Almeida no artigo “Para uma visão de Pinharanda Gomes sobre o Galaaz de Portugal”, que integra o conjunto de trabalhos inseridos num livro dedicado à obra e pensamento deste filósofo, ensaísta e investigador, intitulado “Pinharanda Gomes – A Obra e o pensamento, estudos e testemunhos”.
Recordemos que no Sabugal funciona o Centro de Estudos Pinharanda Gomes. Neste Centro onde está reunido todo a acervo documental particular, que o autor doou à autarquia, bem como cerca de 3 500 opúsculos e volumes sobre temáticas diversas; algumas dessas publicações integraram a exposição que esteve patente na Biblioteca Nacional, em Lisboa, em 2022. “Pinharanda Gomes, historiador do pensamento português” foi o tema dessa exposição que pretendeu homenagear “esta figura, principalmente na vertente histórico-filosófica da sua obra, sem, contudo, menosprezar o pensamento original do autor e as outras contribuições dele em vários âmbitos da cultura portuguesa.” Um intelectual que honra o concelho onde nasceu, a Guarda onde também estudou e viveu, o país e o espaço da lusofonia.
Será que a Guarda o continua a lembrar, a ter presente o legado cultural que deixou, a perceber a sua grandeza, a valorizar toda a sua investigação e ampla bibliografia? É que, como alguns dos estudiosos da sua obra têm destacado, Jesué Pinharanda Gomes foi um inquestionável “historiador do pensamento português de todos os tempos.”
Hélder Sequeira
No próximo dia 1 de setembro vai decorrer em Vila Franca da Serra, Gouveia, uma homenagem a Santinho Pacheco, antigo presidente da Câmara Municipal de Gouveia, deputado e último governador civil do distrito da Guarda.

A sessão terá início pelas 15 horas e, de acordo com a comissão promotora pretende-se homenagear “um cidadão de Abril, um homem de causas e valores, um autarca e político com um percurso marcante.” Acrescenta ainda, na informação enviada para o CG, que “em 50 anos de serviço à causa pública, Santinho Pacheco deixou sempre bem vincados os traços fortes da sua personalidade e do seu desempenho: humildade, respeito e amizade, humanismo e tolerância, abnegação e competência.”
O programa inclui a inauguração de um “Memorial” (peça escultórica da autoria de António Saraiva), no largo de Vila Franca da Serra, uma sessão evocativa sobre o homenageado e um lanche-convívio com todos os presentes.

Na aldeia histórica de Sortelha (Sabugal) vai decorrer de 20 a 22 de setembro a XII edição do evento “Muralhas com História”.
O programa deste ano permitirá a evocação de vivências do reinado de D. Dinis, filho de D. Afonso III, que ascendeu ao trono de Portugal de forma pouco pacífica, em 1279, após a morte do seu pai.
De acordo com uma nota informativa da Câmara Municipal do Sabugal, “a viagem ao quotidiano medieval é complementada com recriação histórica, mercado medieval, acampamento militar, ofícios e vivências, cetraria e animais da quinta, ritmos medievais, artes circenses, torneios de armas a pé e a cavalo, jogos medievais, animação infantil e animação contínua ‘pera cá e pera lá’.”
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