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CIMfonia na região

por Correio da Guarda, em 30.04.21

 

A CIMfonia será o primeiro grande evento de 2021 integrado nos projetos "Festival Cultural da Serra da Estrela, das Beiras e da Raia Histórica", que visam promover a itinerância cultural no território, dando assim continuidade à iniciativa “Cultura em Rede das Beiras e Serra da Estrela”, criada entre 15 municípios e a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE).

Ao todo serão 17 concertos itinerantes dirigidos por orquestras nacionais e que irão percorrer todo o território das Beiras e Serra da Estrela e ainda nos municípios de Aguiar da Beira e Vila Nova de Foz Côa. Paralelemente irão decorrer masterclasses de artes performativas, como a fotografia, a literatura ou a arquitetura.

A CIMfonia é o culminar de todo um trabalho de cooperação e de construção de sinergias entre 15 Municípios e a CIM-BSE numa estratégia clara de afirmação cultural, de visibilidade e notoriedade externa do território e de divulgação de todo o seu potencial turístico e económico constante do projeto geral "Festival Cultural da Serra da Estrela, das Beiras e da Raia Histórica".

No âmbito da CIMfonia vão estrear 17 concertos dirigidos por orquestras nacionais que poderão ser vistos, em itinerância, nos 15 municípios da CIM-BSE e nos Municípios de Aguiar da Beira e Vila Nova de Foz Côa entre os meses de maio e novembro de 2021.

A Orquestra Filarmónica Portuguesa e Raquel Camarinha estreia na Guarda, a 9 de maio, o palco da CIMfonia. No dia 28 de maio será a vez do Toy Ensemble visitar Trancoso; a 10 de junho, em Gouveia, atuam João Barradas e o Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfónica de Gouveia; 20 de junho Belmonte recebe Drumming Grupo de Percussão; 26 de junho, Pinhel conta com a prestação de Júlio Resende, Valéria Carvalho e a Banda Filarmónica de Pinhel; 6 de julho em Figueira de Castelo Rodrigo e dia 30 de julho, em Celorico da Beira, será a vez do concerto da Toy Ensemble; 31 de julho no Fundão atuam Les Secrets des Roys.

No mês de agosto a IAN e a Filarmónica de Manteigas marca presença dia 13 em Manteigas; dia 27 em Fornos de Algodres sobem ao palco da CIMfonia Filipe Raposo e Rita Maria e dia 28 Aguiar da Beira recebe Valéria com “Fado Português”.

O mês de setembro terá os seguintes concertos: Covilhã recebe dia 4 o maestro Rui Massena; Mêda a 9, Sabugal a 10, Seia a 11 e Vila Nova de Foz Côa a 12 do mesmo mês terão em palco a Orquestra Académica Filarmónica Portuguesa. O último concerto desta iniciativa acontecerá no dia 21 de novembro em Almeida com a atuação da Rare Folk.

A CIMfonia está diretamente associada à candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura 2027 e ao compromisso conjunto assumido por 18 parceiros, a CIM-BSE, os 15 Municípios da região das Beiras e Serra da Estrela e ainda os Municípios de Vila Nova de Foz Côa e de Aguiar da Beira na implementação de uma estratégia e plano de ação que contribua para fortalecer o posicionamento da candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura.

Pretende-se com esta ação projetar a nível nacional e internacional o Território, valorizar a identidade, a memória, a tradição e a história da região e projetá-la para uma dimensão europeia e mundial. Esta programação cultural visa a dinamização de parcerias com agentes e instituições culturais nacionais e internacionais, tendo na base a articulação de uma estratégia cultural que incentive o empreendedorismo, a inclusão social, o património histórico, o turismo, a educação na Região das Beiras e Serra da Estrela.

Paralelamente aos concertos serão dinamizadas masterclasses que irão privilegiar a interligação com outras artes performativas, como a literatura, o paisagismo, a arquitetura, a fotografia, numa vertente elucidativa e pedagógica na preservação do património cultural e histórico.

 

Bolsa artística para artistas e grupos locais

 

A “Bolsa Artística para a Itinerância Cultural” assenta num conceito de colaboração e cooperação entre os Municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela que se unem com o desígnio de afirmar a cultura identitária das Beiras e Serra da Estrela. Pretende-se assim projetar os artistas e a cultura local de cada território a uma escala intermunicipal, fomentar a retoma da fruição cultural e turística garantindo o cumprimento das normas emanadas pela DGS, estimular a dinamização da economia e da retoma turística das Beiras e Serra da Estrela.

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Estas bolsas artísticas não só visam incrementar a economia local e dar um novo alento aos agentes culturais locais, mas também promover uma maior participação da comunidade na vida cultural, na formação de novos públicos e na itinerância de espectadores que fortalecem os laços comunitários a nível intermunicipal.

Abrange três fases: a primeira de promoção e lançamento de um concurso de ideias que decorre entre 17 de maio e 31 de outubro em simultâneo nos 15 Municípios com seleção dos 15 melhores programas/projetos artísticos; a segunda fase para ensaios e preparação dos espetáculos; a última fase de apresentação dos 75 espetáculos, 5 espetáculos por município.

 

 

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publicado às 08:30

Desconfinamento: novas regras a partir de sábado

por Correio da Guarda, em 29.04.21

 

As novas regras, no âmbito no contexto da situação de emergência sanitária, foram hoje divulgadas. O país passa a estado de calamidade a partir das 00.00h do próximo sábado, dia 1 de maio. As novas regras incluem a abertura de restaurantes, cafés e pastelarias até às 22h30, diariamente, enquanto as lojas e centros comerciais vão estarabertos até às 21h durante a semana, e até às 19h ao fim-de-semana. Ocorrerá, igualmente, a abertura das fronteiras terrestres.

Passam à fase seguinte do desconfinamento 270 concelhos dos 278 do território continental, passando a avaliação da situação a ser semanal, em vez de quinzenal.

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publicado às 22:51

Sete dias com os Media

por Correio da Guarda, em 29.04.21

 

Entre 3 e 9 de maio terá lugar a operação 7 Dias com os Media. Trata-se de uma semana de incentivo à educação para os media e a melhores níveis de literacia mediática, organizada pelo Grupo Informal sobre Literacia Mediática (GILM).

Esta iniciativa, que começou em 2013, é subordinada, este ano, ao tema “Participar faz a diferença!”, mantendo-se o  objetivo que tradicionalmente caracteriza esta ação: incentivar o acesso, a compreensão, a análise crítica e esclarecida dos media, bem como a produção, através da partilha de atividades e projetos registados pelos participantes  aqui

Pelo contexto provocado pela pandemia de COVID-19, para a edição de 2021 o GILM sugere alguns temas que poderão inspirar a realização de atividades/ projetos: os media em tempos de pandemia, a infodemia e a desinformação, as desigualdades sociais e digitais que se tornaram mais visíveis neste tempo.

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Continua a ser possível a partilha de materiais e atividades sobre outras temáticas, desde que relacionadas com os objetivos da iniciativa, nos formatos e suportes que os participantes escolherem (desenho, fotografia, cartaz, notícia, vídeo, podcast…)!

Tal como nas edições anteriores, esta iniciativa dirigida à sociedade em geral pretende contar com a participação de todos os interessados em desenvolver projetos/atividades, desde que alinhados com os objetivos propostos.

As edições anteriores revelaram participantes muito diversos: escolas, associações, bibliotecas, clubes, meios de comunicação social, universidades, famílias… sendo que outra meta passa por manter e, se possível, aumentar essa diversidade de participações.

Quem quiser participar deverá fazer o registo da(s) atividade(s) e projeto(s) através de formulário de registo disponível na própria plataforma da iniciativa, o qual será apreciado pelo GILM e transformado numa ficha de registo da iniciativa que ficará publicada e visível no site.

Os participantes que quiserem partilhar resultados/evidências das suas atividades/projetos poderão enviar os materiais para o endereço 7diasmedia@gmail.com, para que os mesmos possam ser associados e partilhados com a respetiva ficha de inscrição.

 

 

 

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publicado às 08:22

Fotografias Sem Fronteiras na Guarda

por Correio da Guarda, em 28.04.21

 

O Centro de Estudos Ibéricos vai levar a efeito, a partir de amanhã, 29 de abril, e até 1 de maio a quarta edição dos Encontros “Imagem e Território: Fotografia sem Fronteiras”, em formato online e semi-presencial.

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Integrados no projeto “Transversalidades” estes encontros resultam do envolvimento ativo do CEI na cooperação territorial e no seu comprometimento com os territórios de baixa densidade, visando, através da Imagem, dinamizar a cooperação e a inclusão dos territórios, rompendo com a exclusão e invisibilidade a que estão votadas vastas regiões do país e do mundo.

Os Encontros conjugam diversas atividades em torno da temática da Fotografia e do Território, nomeadamente Exposições, Debates, Mostras e Publicações, estruturadas de acordo com os temas: Território, Arte e Fotografia, Sociedade, Tempos de pandemia, Transversalidades (Mostra de Autores Premiados), Viagem e Cidade.

O programa completo pode ser consultado aqui.

 

 

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publicado às 00:01

Uma vida nas ondas da rádio

por Correio da Guarda, em 27.04.21

 

José Luís Dias nasceu em Buffalo (EUA) em 1962 tendo vindo para a Guarda dez anos depois. Foi nesta cidade que fez as primeiras amizades e se entusiamou pela eletrónica, consolidando a sua paixão pela rádio e pelas comunicações. O Bonfim, na Guarda, é o seu bairro citadino de eleição, até pelo facto de aí ter vivido até 1986.

Fundador da Rádio Beira Alta (Seia), esteve também na génese da Rádio Cidade Oppidana (que emitiu na Guarda, no quadro das rádios livres) e colaborou com a Rádio Altitude, Rádio Clube de Monsanto e Rádio Mangualde.

 

Como surgiu a Rádio na tua vida?

É uma historia interessante; ainda criança, vivia nos Estados Unidos, fazia, com os meus amigos, muitos passeios de bicicleta e em várias ocasiões ia para as proximidades do local onde estavam as antenas emissoras de duas grandes rádios da cidade onde nasci: a WKBW, com 50 KW e a WGR com 10 KW (ambas em Onda Média)...

Uma boa meia dúzia de torres e um edificio monumental... espreitávamos pelas janelas e viam-se alguns dos equipamentos... fascinou-me esta visão da tecnologia.

Mais tarde, já em Portugal, enquanto frequentava a escola primária, bem antes da "Revolução dos Cravos", a minha professora de então resolveu levar-nos a duas visitas de estudo: em primeiro lugar, ao edifício da Emissora Nacional (hoje a RTP-Guarda), onde fomos recebidos pelo encarregado das instalações, que nos mostrou um estúdio com uma mesa de som bastante antiquada e depois os dois emissores (era um Collins de 1 KW e um Gates de 10KW)... Algumas semanas depois, foi a visita à Rádio Altitude... Aí, sim, se eu já tinha um fascino pela rádio e a sua tecnologia, foi o "click" definitivo.

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Como foram as primeiras experiências radiofónicas?

Possívelmente como a de todos os que fazemos ou fizemos rádio, na altura: umas experiências, num estúdio improvisado e equipamentos muito rudimentarers e amadores... eu, que já tinha queda para a electrónica, "engendrei" mais algumas coisas... Entre elas, um pequeno emissor de FM que emitia umas centenas de metros e um emissor de Onda Média, a válvulas, com peças reutilizadas de radios antigos...

 

E quando surgiu o primeiro contacto com a Rádio Altitude, e de que forma?

Como já referi, o primeiro contacto com a Rádio Altitude foi durante uma visita de estudo que decorreu ainda nos meus anos de escola primária; um primeiro contacto fascinante, considero-me feliz por ter acontecido, entrando no edifício, sendo-nos mostrado tudo, inclusivé, o emissor... Fascinou-me ver como se fazia rádio ao vivo, a rádio com gente dentro, ver o que já ouvia em casa quase diariamente.

 

Que marca te deixou a Rádio Altitude? Influenciou o teu percurso radiofónico?

Uma marca definitiva, forte, impulsionadora, foi na Rádio Altitude que, em 1978, aos 16 anos, pela "mão" daquele que considero o meu mentor, Emilio Aragonez, comecei a fazer rádio "a sério", foi o "Espaço Jovem", integrado na emissão da noite das 6ªs feiras, o "Intercâmbio 6".

Foi-me ensinado a trabalhar com equipamento de radiodifusão, a ter uma conversa natural e fluída com os ouvintes, a colocar a voz correctamente entre discos (sim, rodava discos, sabia fazer o "pre list"e "cue"), a respeitar quem nos ouve e, sobretudo, a manter os olhos bem abertos em relação aos níveis de áudio... não havia processamento, o único remédio era mesmo não deixar saturar os níveis, o "VUímetro” da consola não passava para o vermelho... algo que, ainda hoje, respeito.

 

Como surgiu o projeto da Rádio Beira Alta?

O projecto Rádio Beira Alta surge desse gosto pela rádio, por um lado, pelo facto de eu não ter sido integrado na Rádio Altitude, apesar dos esforços, o que, se tivesse acontecido, poderia ter alterado todo um projecto de vida... Também porque em Seia (e em praticamente todo o país) não havia nenhuma rádio e as existentes (A RA e a Emissora das Beiras (Caramulo)) não terem um sinal capaz, ainda não se falava de "rádio livre".

A génese da rádio ainda foi na Guarda, onde vivi até 1986; fui juntando meios rudimentares (2 gira-discos de categoria caseira, antigos, um gravador de cassetes e um painel com uns quantos botões e interruptores), mas no Verão, quando vinha de férias até Seia, lá acarretava tudo e fazia com que a RBA emitisse em Onda Média e FM, com esses meios rudimentares... a minha familia materna é daqui, a casa (onde moro e onde a Rádio esteve a emitir até ao seu fecho em 2003) está situada no alto da encosta, em Aldeia da Serra, local ideal para colocar antenas e obter um grande alcance.

O hábito manteve-se, entretanto mais meios foram sendo adquiridos (para o meu estúdio na Guarda e o estúdio daqui), até que em 1986, tudo se juntou...

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O que significou para ti o fim desse projeto?

O fim do projecto RBA foi triste, tendo em conta as circunstâncias; em 2003, a realidade social e economica do concelho e da região já era alarmante, tendo em conta o fecho das fábricas de lanifícios, onde milhares tinham o seu "ganha-pão" e, por consequência, a diminuição brutal da actividade economica, elevado índice de desemprego e a respectiva perda de mercado publicitário...

A rádio já estava a manter-se com dinheiros particulares, não era sustentável por muito mais tempo... Depois, o "embróglio" administrativo e legislativo que prejudicou a renovação do alvara... O fecho foi ordenado pela ANACOM em 30 de Junho, a RBA deixou de emitir... Mas não desapareceu... 18 anos depois, tudo existe, ainda, e funcional: os estúdios, os equipamentos, os arquivos musicais... Até a pequena torre onde estão ainda as antenas...

 

O que se seguiu, em termos radiofónicos?

Uma onda de sorte: soube, por dois amigos e ex-colaboradores, que a Rádio Mangualde, fruto de uma remodelação e entrada de uma nova direcção, estava no processo de admissão de colaboradores a tempo inteiro, enviei o meu currículo e fui chamado para uma entrevista...

Estavamos no dia 15 de Agosto de 2003, fui chamado à rádio, éramos 7 candidatos às diversas posições, os directores conversaram comigo, já era conhecido de alguns deles, coloquei as minhas condições e ficaram de me contactar posteriormente para me transmitirem a sua decisão.

Mal tinha chegado a casa, estava o telefone a tocar: eram eles, pensavam que ainda estava em Mangualde, voltei à rádio e fui convocado a estar presente no dia seguinte pelas 7 da manhã para começar a aprender o funcionamento. Para mim era tudo novo: um estúdio já sem gira-discos, sem gravadores, mas com um computador e um software de emissão... Tive apenas três dias para encaixar a "novidade" e depois disso... seguiram-se quase 10 anos nos 107.1, nas manhãs, mas também noutras tarefas, a cooperativa aproveitou-se do meu "know-how" para melhorar a casa e manter a manutenção dos equipamentos, inclusivé, cheguei a reparar o emissor, afectado por uma descarga atmosférica... infelizmente, também por motivos económicos (corria o ano de 2013) a rádio teve, também, o seu fim... Em 2014, fui contactado por um antigo colaborador da RBA, o Filipe Borges, que tinha celebrado um contrato com a cooperativa da Antena Livre (Gouveia), sabendo da minha situação e sabendo bem das minhas qualidades, convidou-me a fazer parte da equipa de arranque do novo projecto, não só para fazer rádio mas para o ajudar a coordenar toda a casa, no geral.

Aceitei o desafio e em Junho de 2014 já estava no ar a "nova" Antena Livre" e uma nova filosofia para a rádio: estúdios repartidos por vários concelhos, os meus, da RBA, tornaram-se no “Centro de Produção de Seia”...  infelzmente, não se pode realizar o alemejado e prometido contrato, tendo eu saído no final de um ano de colaboração, em Agosto de 2015... Considero esta data aquela em que “pendeurei em definitvo os auscultadores”.

Felizmente, a minha passagem deixou marcas, muito do que lá se faz, ainda hoje, é a continuidade das ideias implementadas durante a minha passagem .

 

Qual o programa que foi mais importante para ti?

Tenho vários que podem muito bem situar-se nessa categoria: o primeiro de todos, "Espaço Jovem" (ainda na Altitude), depois, ja na RBA mas também com emissão nas "Radios Livres" Radio Clube de Monsanto, Radio Cidade Oppidana e Rádio Elmo, o "Stereonoite", as emissões da manhã, na RBA, na Rádio Magualde e na Antena Livre e, o programa que tem a minha preferência, não só pela longevidade mas também pelo conteúdo musical que possui, "nascido" na RBA em 1983, depois levado por mim para a Rádio Mangualde e, depois, ainda antes de integrar a Antena Livre, para 3 emissoras de rádio (hoje são 11 FMs e 2 na internet), o "Filhos da Noite".

 

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É difícil fazer rádio no interior?

É. O interior é cada vez mais desertifacado, esquecido pelo governo central e penalizadado economicamente, não existem, logo à partida, muitas rádios para nos integrarmos profissionalmente... e nas que existem, os meios financeiros são escassos, longe vão os tempos da "carolice" que criaram esses projectos... por outro, devido ao envelhecimento das populações residentes, temos de fazer rádio para elas, muitas rádios não possuem arquivo suficiente de música desses tempos e algum desse material é proveniente da Internet, em arquivos de som com qualidade duvidosa, ou não têm ninguém para os passar... digo sempre.

Tive a felicidade de ter começado numa rádio que tem esses arquivos, ter trabalhado com eles, ter tido uma rádio que adquiriu arquivos semelhantes e ao longo destes anos me tenho servido desses arquivos para as minhas emissões, "obrigando-me" a conhecer as historias de quem canta, das canções, dos discos em si, porque quem ouve, nessas idades, quer mais do que música, quer companhia; as rádios locais são muitas vezes a sua única companhia, o locutor é, inúmeras vezes, a extensão da sua família.

 

Que desafios se colocam, atualmente, às rádios locais?

Imensos, direi mesmo, terríveis, pesados, alguns escusadamente impostos... O maior de todos é mercado publicitário, a sua maior é muitas vezes a única fonte de receitas, mesmo com rádios a fecharem, o mercado que fica não se direciona às que se mantém no ar... outro factor, talentos, sem finanças saudáveis, não há dinheiro para salários, logo, as vozes das rádios muitas vezes limitam-se a serem de gentes locais, não assalaridas ou um ou outro assalariado, mas mal pago (salário mínimo em quase todos os casos).

Os piores e mais temidos são os direitos a pagar: a "investida louca" das organizações que cobram os tão mal legislados "Direitos Conexos", usando-se de táticas de "bullying" para imporem as suas regras, igualmente da autoridade que nem devia existir (ERC) pelas mordormias pagas a quem detém cargos e executa funções que poderiam bem melhor, e mais economicamente, serem desempenhadas pela ANACOM.

Portugal não pode dar-se ao luxo de ter duas entidades com “quase” as mesmas funçõe... e, sem dúvida, a própria legislação da rádio, tantas vezes alterada, já, que impede a liberdade de decisão a quem dirige os projectos, obrigando a 24 horas de emissão, com o respectivo desgaste de equipamentos e avolumar de consumos de energia, as quotas de música portuguesa e a complicação da sua formatação (sub-quotas definidas, que obrigam a uma actualização constante dos dados), isto para não falar de que muita dessa musica é de facto "intragável" para a idade de quem ouve; por fim, a mudança de atitude das novas gerações, consumidoras de "playlists" pre-formatadas na Internet, numa pen ou cartão memória, sem intervalos, sem noticias, sem publicidades, afastando-as das realidades, tornado-as mais pobres na aquisiçao de informação daquilo que lhes rodeia... tudo somado, uma montanha de dificuldades... mas a "resilência" de quem dirige as rádios tem procurado resistir a todas estas contrariadades, com sucesso... até agora...

 

A rádio tem futuro?

Sim, tem, as novas tecnologias vão permitir melhorar qualitativamente a forma como se ouve rádio, sim, esse único meio gratuito e universal de difundir música, informação e cultura.

As "velhinhas" Onda Longa, Média e Curta podem ser renovadas com a utilização da tecnologia "DRM", aliando as qualidades destas frequências, de grande alcance, particularmente à noite, bem maior que o FM, permitindo uma escuta de qualidade FM em ondas que, até agora, têm um som de inferior qualidade motivado mais pelos regulamentos internacionais em vigor do que a tecnologia actual... por outro lado, a Internet, um meio não universal e "pago", mas que abre a janela das rádios ao mundo, com interação, em alguns casos, vários canais de rádio e, já em muito, aquilo que já se denomina de "radiovisão", aliando o vídeo ao áudio, neste caso, rádio.

 

Quais os teus atuais projetos?

De momento, o único grande projecto que mantenho com dedicação é um programa de duas horas, semanal, "Filhos da Noite", emitido em 10 rádios FM e duas rádios na Internet, mas que procuro ainda expandir, de distribuição gratuita, o seu conteúdo é de música dos anos 60, 70 e 80, não portuguesa por opção, mas inclui tudo aquilo que, não sendo inglês, também passou pela rádio nessa altura - gandes canções italianas, francesas, alemãs, holandesas - e, durante os meses de Abril e Maio, o destaque vai para o Eurovisão da Canção, desde inícios até meados dos anos 80.

Pela dedicação que tenho aos arquivos de música do passado, continuo a frequentar feiras de antiguidades e usados para continuar a adicionar material musical para o programa porque na Internet não se arranja e, se existe, tem fraca qualidade, sendo o disco o melhor suporte musical. Também, dar assitência em regime de “freelancer” a rádios que me solicitem apoio e o uso dos meus conhementos para resolver problemas (de momento, são os casos da Rádio Imagem e Antena Livre), por fim, no meu trabalho actual, na Fundação Aurora Borges, uma IPSS, em Santa Marinha (Seia), para além de outras tarefas que desempenho, a continuação da dedicação dada à produção de conteúdos de video das reportagens efectuadas para o Jornal de Santa Marinha e a continuidade do programa de rádio “A Voz da Solidariedade”, produzido semanalmente na própria Fundação, em estúdio construido para o efeito e onde tenho a responsabilidade da sonoplastia.

 

O que representa para ti a Guarda?

Tudo! É a minha terra adoptiva, a cidade que me acolheu, onde tive os meus primeiros amigos, onde frequentei o ensino e aprendi tudo o que sei de electrónica, onde se formou e consolidou o meu amor pela radiodifusão e pelas comunicações, onde ainda hoje volto sempre que posso nem que seja para ir à padaria do Bonfim (meu bairro do coração) comprar o meu pão espanhol e, sempre, quando regresso, cai uma lágrima de emoção à chegada, assim como cai outra, quando a deixo...

 

 

 

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publicado às 00:01

Igreja da Misericórdia

por Correio da Guarda, em 26.04.21

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publicado às 22:26

Para além do calendário...

por Correio da Guarda, em 25.04.21

 

O dia 25 de Abril está indelevelmente ligado à Liberdade e à Democracia. Entre estes marcos estão enquadradas importantes conquistas, valores e direitos que, durante décadas, estiveram submersos na prepotência de um regime totalitário.

Eleições livres, liberdade de expressão, poder local, liberdade de imprensa: toda uma terminologia que floresceu numa manhã de Abril, em 1974. Esta data representa um importante facto na História portuguesa contemporânea; a sua dimensão, contudo, não foi apreendida, por muitos, em toda a sua globalidade; noutros casos, as políticas e estratégias seguidas, os oportunismos registados contribuíram para um progressivo esmorecimento dos ideais proclamados, acentuarm um distanciamento de camadas sociais, traídas nas suas convicções e esquecidas nas suas realidades e anseios.

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Consequentemente, o significado desta data foi-se afastando do pensamento e da prática quotidiana, pautada por outros padrões, comportamentos e atitudes; um quadro que não é original na história da nação...

Um facto histórico, complexo por natureza, desdobra-se em várias facetas, onde se entrelaçam aspetos políticos, económicos e sociais, refletindo a sua análise um cunho tanto mais acentuado quanto o seu enquadramento seja feito em termos de conjuntura ou estrutura.

Quarenta e sete anos após Abril de 1974, importa reter os ideais que animaram um movimento depressa convertido à escala nacional e abraçado por um sentir bem português, numa doação a que só a gente lusa se sabe entregar; sem se cristalizarem ideologias, dogmas ou extremismos. É fundamental que se apreenda o verdadeiro significado desta data, de forma a refleti-lo, a projetá-lo no presente, com o pensamento no futuro.

Abril foi o abrir de uma porta para o presente e para um Portugal europeu; interrogar o passado permitirá uma melhor compreensão do presente e permitirá aferir o rumo certo, as estratégias necessárias, as melhores soluções.  .

Evocarmos a data de 25 de Abril de 1974 é assumirmos, individual e coletivamente, os deveres que nos inspiram a democracia e a liberdade, sem nos circunscrevermos apenas a dias assinalados no calendário...

H.S.

 

 

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publicado às 12:25

Imagem e Território: Fotografia sem Fronteiras

por Correio da Guarda, em 25.04.21

 

A quarta edição dos Encontros “Imagem e Território: Fotografia sem Fronteiras”,  promovida pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), vai decorrer de 29 de abril e 1 de maio, em formato online e semi-presencial.

Integrados no projeto “Transversalidades” estes encontros resultam do envolvimento ativo do CEI na cooperação territorial e no seu comprometimento com os territórios de baixa densidade, visando, através da Imagem, dinamizar a cooperação e a inclusão dos territórios, rompendo com a exclusão e invisibilidade a que estão votadas vastas regiões do país e do mundo.

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Os Encontros conjugam diversas atividades em torno da temática da Fotografia e do Território, nomeadamente Exposições, Debates, Mostras e Publicações, estruturadas de acordo com os  temas:
Território,  Arte e Fotografia, Sociedade, Tempos de pandemia, Transversalidades (Mostra de Autores Premiados), Viagem e Cidade.

Os interessados podem obter mais informações aqui.

 

 

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publicado às 10:24

Guarda: dinâmica no setor da construção civil

por Correio da Guarda, em 24.04.21



Entre janeiro e março deste ano, a Guarda foi um dos cinco distritos nacionais onde se pediram mais orçamentos online para a realização de projetos e obras de construção civil, revelam os dados mais recentes da plataforma digital Habitissimo

Com um aumento do número de pedidos na ordem dos 58% face ao período homólogo de 2020, a Guarda incorpora a lista de cidades portuguesas nas quais a transição digital foi mais notória através do Habitissimo. A Guarda sucede a Santarém (+69%) e a Portalegre (+64%) no top-5 nacional e é seguida de perto por Évora (+54%) e Beja (+52%) na tendência crescente.

Construção Civil - Guarda - HS.jpg

Do lado dos profissionais que mais investiram para destacar os seus serviços na plataforma, a Guarda sobe ao top-3 nacional com +59% face ao mesmo período do ano passado. Portalegre (+107%), Beja (+65%), Braga (+38%) e Bragança (+28%) foram os distritos que, juntamente com a Guarda, tiveram mais profissionais a investir na promoção digital.

No que diz respeito aos serviços mais requisitados, os Telhados (+300%), a Construção de Piscina (+300%), a Caixilharia (+125%), a Pintura (+125%) e a Construção de Casa (+18%) constituíram o top-5 com aumento mais expressivo no primeiro trimestre.

“Na Guarda assistimos a duas grandes tendências: por um lado, a adesão à facilidade e conveniência que tornam os serviços digitais tão atrativos, até neste setor; por outro, a pressão da procura crescente sobre a mão-de-obra local qualificada“, declara Ariel Quintana, Country Manager do Habitissimo para Portugal.

A plataforma Habitissimo permite pedir profissionais para realizar obras, reabilitações ou serviços domésticos, on demand

 

 

 

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publicado às 12:20

Suspensão das obras na Rua Tenente Valadim

por Correio da Guarda, em 24.04.21
 
 
As obras de reabilitação que têm vindo a decorrer na Rua Tenente Valadim, na Guarda, estão suspensas temporáriamente. 
De acordo com informação divulgada pela Câmara Municipal da Guarda, no decorrer dos trabalhos da empreitada “Reabilitação do Largo Frei Pedro e Envolvente, Rua do Encontro, Rua Alves Roçadas e Rua Camilo Castelo Branco” foram detetados vestígios arqueológicos na Rua Tenente Valadim.
Estes achados implicaram a "suspensão temporária da obra e respetivo conhecimento à Direção Geral do Património Cultural (DGPC)".

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Foto: CMG 

 

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publicado às 09:30

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