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(Foto de Arquivo. 1990)
Hoje é o dia da Rádio. De uma emissora muito especial não só pela sua génese solidária mas também pela sua longevidade, percurso ímpar, matriz beirã.
A Rádio Altitude, que assinala hoje 71 anos de emissões regulares, tem sido uma lídima voz da região que na primeira metade do século passado foi procurada por milhares de pessoas, na procura de tratamentos para a doença que atingiu uma elevada percentagem da população; esta referência teria de ser feita para não se olvidar a profunda ligação a uma dos mais emblemáticos Sanatórios de Portugal.
Neste contexto nasceu a Rádio que rapidamente alargou a sua área de influência, cativou colaborações, ultrapassou dificuldades, assumiu desafios, protagonizou criatividade, inovou e afirmou decisivas linhas de intervenção formativa e cultural.
Da sua história já falamos, aqui, várias vezes. Daí que, nestas breves notas, seja de sublinhar o pioneirismo da estação emissora CSB 21 e os caminhos abertos através da onda média, inicialmente, depois em FM e hoje também nas plataformas digitais e redes sociais.
Foram múltiplos os contributos pessoais (Jesué Pinharanda Gomes, falecido sábado, colaborou na RA) e coletivos que guindaram a Rádio Altitude a uma posição de destaque no panorama radiofónico português e, diria, mesmo europeu (pelas décadas de emissões contínuas, pela sua originalidade, subsistência e consciência da sua função social). Assinalar este 71º aniversário é evocar todas essas colaborações e apoios, imprescindíveis para uma evolução permanente, que se deseja continue no futuro.
A Rádio Altitude é uma marca informativa e cultural desta região que não a deve esquecer, antes valorizar pela sua história, pelo seu papel, pela sua presença quotidiana.
O ensaísta, historiador, filósofo e investigador Jesué Pinharanda Gomes faleceu hoje em Lisboa.
Natural de Quadrazais, concelho do Sabugal, onde nasceu em 16 de julho de 1939, Pinharanda Gomes, figura incontornável da cultura portuguesa, comentava-nos há alguns anos atrás que, literariamente falando, era natural da Guarda; embora realizado em Lisboa, como nos dizia, foi na cidade mais alta de Portugal que lançou as primeiras raízes.
Numa das suas muitas obras, Pinharanda Gomes escreveu que, “na esquina do tempo, e tendo saído da Guarda há muitos anos (parece que temos o destino da emigração) foi-nos concedida a graça de permanecermos fiel à mátria”.
Essa fidelidade foi constante, exemplar, de uma grandeza própria de personalidades de enorme saber e erudição mas simultaneamente simples, humanas e profundamente solidárias com a sua terra de origem.
A sua presença, frequente, em iniciativas aqui realizadas ou as intervenções proferidas sobre temáticas e personalidades ligadas à nossa região comprovaram isso mesmo. Pinharanda Gomes foi “um exemplo vivo de um estudioso desinteressado, sem prebendas nem honras institucionais, fazendo do estudo erudito uma vocação de vida”, como escreveu Miguel Real.
No conjunto vasto de títulos publicados por Pinharanda Gomes avultam três áreas: os contributos na História da Filosofia; as monografias da história da Igreja e os estudos regionais; ele tem-se afirmado um defensor convicto, e incansável, do nosso património histórico-cultural e outrossim dos valores humanos, mormente desta zona raiana.
Em entrevista que nos concedeu, há alguns anos atrás, e que foi publicada na Revista Praça Velha, Jesué Pinharanda Gomes questionado sobre qual das facetas (historiador, filósofo, crítico literário, ensaísta e conferencista) melhor se enquadrava no perfil de homem de cultura, realçava que tinha alguns livros de filosofia pura, nomeadamente o seu ivro de estreia, "que é o Exercício da Morte, O Pensamento e Movimento – que é uma introdução, uma ascese filosófica – e que naturalmente deveria ser por aí que eu deveria ter caminhado, e também o Dicionário de Filosofia Portuguesa, ou Entre Filosofia e Teologia. Ora o que acontece é que no mundo não estamos sós, estamos com os outros e, ou porque somos solicitados pelas pessoas, ou pelos temas, todos acabamos por nos dispersar por outras coisas; comigo aconteceu um pouco isso.
Como desde muito cedo – ainda na Guarda – tive uma vocação para a pesquisa, quando fui para Lisboa, e passei a dispor de mais fontes documentais, iniciava muitas vezes a investigação de um tema; depois, à medida que investigava esse tema surgia documentação sobre outros e custava-me abandoná-la, pelo que tomava notas e assim foram surgindo estudos diversos, em várias disciplinas. Contudo, penso que pelo número de livros e estudos publicados, cabe-me muito melhor a classificação de historiador da cultura com a tónica na história da Filosofia portuguesa e também na história da Igreja contemporânea, da época moderna”.
Pinharanda Gomes concluía, depois que era “um hermeneuta da cultura, quer dizer, procuro interpretar os seres, os factos e as coisas do âmbito cultural, sobretudo do pensamento, mas de modo a preenchê-las com o meu próprio significado. De um modo geral faz-se exegese cultural, extraindo significados dos dados. O exegeta é colocado perante um facto, ou perante um ser, uma obra, e procura tirar daí alguma coisa. Eu tenho procurado caminhar no sentido inverso; aliás, não é por acaso que em filosofia há um léxico que tem uma origem modestíssima.”
Este pensador evidenciava, ainda, a área da “historiografia filosófica” por ser neste âmbito onde tem “produzido maior quantidade de trabalhos de fundo. Na História da Igreja Moderna embora tenha muitos títulos publicados, a maior parte deles são opúsculos, separatas, estudos que saíram em revistas, ou conferências proferidas em congressos; claro que tenho algumas obras de fundo, como é o caso da História da Diocese da Guarda e os Congressos Católicos em Portugal, e outros; mas no conjunto, quando se olha para a minha bibliografia, o que permanece é de facto o primeiro capítulo que tenho considerado, Filosofia e História da Filosofia; é a área à qual tenho dedicado mais tempo e empenho.”
Contudo, o seu labor, nesta matéria, não se tem circunscreveu às edições já conhecidas: “há uma atividade que não vem muito a público e que diz respeito às centenas de verbetes que tenho escrito para Dicionários e Enciclopédias, quase sempre assinados, ou com as letras P.G.”
Recorde-se que, a 20 de março de 2018, a Universidade da Beira Interior atribuiu a Pinharanda Gomes o Doutoramento Honoris Causa, como o “Correio da Guarda” noticiou. “Leonardina – Estudos acerca de Leonardo Coimbra” é o título do últimp livro de Jesué Pinharanda Gomes, apresentado no passado dia 25 de junho, pelas 17h30, no auditório da Fundação Engº António de Almeida, Porto.
O corpo de Jesué Pinharanda Gomes vai estar em câmara ardente na Igreja de Santo António dos Cavaleiros, a partir das 17 horas de amanhã, dia 28. Na segunda-feira, dia 29 de julho, pelas 10 horas terá lugar uma missa presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, seguindo depois para Quadrazais, sua terra natal, onde se realizará o funeral pelas 18 horas. A Câmara Municipal do Sabugal decretou três dias de luto municipal. (Helder Sequeira)
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte de Jesué Pinharanda Gomes, considerando-o "um dos nomes mais destacados no estudo e divulgação do pensamento português", como se pode ler na nota publicada no sítio oficial da Presidência, na internet.
"Auto-didacta erudito, deixou-nos uma bibliografia vastíssima, iniciada em começos dos anos 1960, e que abarca temas filosóficos, culturais, literários, religiosos, teológicos e até etnológicos.
Escreveu sobre o «Cancioneiro de Quadrazais» (a sua terra natal, no concelho do Sabugal, distrito da Guarda), o platonismo e o aristotelismo, sobre Frei Bartolomeu dos Mártires, Guilherme Braga da Cruz, Santo Agostinho ou Leonardo Coimbra, entre outros, bem como inúmeros estudos sobre a Guarda e sobre figuras da Igreja em Portugal.
Defendendo a especificidade de um pensamento português, na sequência de movimentos como a Renascença Portuguesa ou o Saudosismo, Pinharanda Gomes editou obras de referência como Introdução à História da Filosofia Portuguesa, Pensamento Português (7 volumes) e Dicionário da Filsofia Portuguesa, interveio em conferências e colóquios e colaborou com a imprensa regional e nacional.
Co-fundador do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, sócio correspondente da Academia Internacional de Cultura Portuguesa e da Academia Portuguesa de História, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Beira Interior, era um trabalhador incansável, um homem de convicções profundas e um indefectível de uma certa ideia de Portugal.
Endereço à Família e amigos os meus sentidos pêsames." Pode ler-se na nota oficial a que fizemos alusão.
A Unidade de Saúde Familiar "A Ribeirinha" da ULS da Guarda completou dez anos, tendo, em 2019, sido certificada pelo Comité do Departamento da Qualidade na Saúde.
A Unidade de Saúde Familiar “A Ribeirinha”, é uma Unidade de Cuidados de Saúde Primários, vocacionada para a prestação de cuidados de proximidade nas vertentes da prevenção, tratamento e reabilitação dos seus Utentes, sendo a sua área de influência parte do concelho da Guarda. Presta cuidados de saúde a 14.104 utentes, conta com 22 funcionários, tendo realizado18.085 consultas no último ano.
A necessidade de combater a desinformação tem sido acentuada nos últimos tempos, com a União Europeia a pedir aos estados membros para tomarem as medidas adequadas. Uma larga percentagem das “fake news” é suportada pelas plataformas digitais e, assim, não é de estranhar, que só no passado mês de março o Facebook bloqueou, na EU, mais de 600 mil anúncios, considerados como “enganosos”.
O Google lançou, entretanto, o curso Be Internet Awesome vocacionado para crianças entre 7 e 12 anos de idade; embora não seja um projeto propriamente novo (pois tem alguns anos de existência e era dirigido para ministrar preparação aos mais jovens sobre os cuidados a ter com o mundo mediático), a Google decidiu, este ano, aperfeiçoar essa ferramenta de alfabetização mediática, disponível em português.
Assim, são facultadas indicações para a deteção de informações falsificadas e como atuar perante as várias situações detetadas, entre outras coisas. Seja Incrível Na Internet (Be Internet Awesome) “ensina às crianças os conceitos básicos de segurança e cidadania digital para que elas possam explorar o mundo on-line com confiança”, como é referido na página específica deste projeto.
O Google já no início de 2018 tinha anunciado uma série de medidas para travar “fake news”, a que Portugal não escapa, como ficou bem explícito numa série de reportagens da autoria do jornalista Paulo Pena, publicadas no Diário de Notícias. Na passada semana, este jornalista esteve na Guarda para falar da urgência em lutar contra a desinformação, no âmbito da iniciativa Media Veritas Talks.
O Media Veritas é um programa de combate à iliteracia mediática, contra a manipulação jornalística e a desinformação promovido pela Associação Portuguesa de Imprensa em parceria com o Google.org; o objetivo é desenvolver, em Portugal, a Literacia dos Media junto das comunidades mais vulneráveis ao longo de dois eixos (adolescentes e jovens e seniores), assegurando igualmente uma base para garantir a sua continuidade. “Com o Media Veritas pretendemos contribuir para uma sociedade mais livre, informada e democrática; dotar os mais vulneráveis consumidores de informação, designadamente os adolescentes/jovens e seniores, a nível local e regional, de ferramentas que os habilitem a estar melhor informados e assim garantir a construção de um país mais justo e equilibrado; promover o desenvolvimento do pensamento crítico e do uso de fontes de informação credíveis e apoiar os órgãos de comunicação social, contribuindo para garantir a fiabilidade dos respetivos conteúdos”. Esclarece a Associação Portuguesa de Imprensa, cujo presidente, João Palmeiro, foi outro dos intervenientes na sessão que decorreu na Biblioteca Municipal da Guarda.
Mostrar aquilo que é a desinformação, a iliteracia mediática e a manipulação jornalística e como pode ser combatida serviu de mote para o Media Veritas Talks, na Guarda, que deveria ter merecido uma maior atenção por parte da comunidade e mormente de que tem responsabilidades educativas, informativas e editoriais.
Paulo Pena falou da existência, em Portugal, de vários sites de notícias falsas que acabam por ser partilhadas nas redes socias, validadas de forma inconsciente pelas pessoas; estas, “não valorizando o efeito da mentira” colocam “em risco” os pilares da democracia. Deste modo, é fundamental a garantia de que a informação, nos media, é tratada “de uma maneira profissional”, obedecendo a regras, códigos e à ética.
No passado ano, na Guarda (e numa comunicação subordinada ao tema Jornalismo e Democracia, António José Teixeira afirmou que “vivemos – dizem-nos – no tempo da pós-verdade. Há algumas décadas, a Filosofia queria convencer-nos de que não havia verdade, mas apenas interpretação. Hoje, a verdade parece coisa do passado, o relativismo confunde-se com crença ou convicção. Tudo pode vir à Rede. Tornou-se mais difícil discernir o que é verdadeiro do que é falso. As fake news tornaram-se armas de arremesso. Não são apenas falsas, são inventadas para serem verosímeis, para confundirem e manipularem os menos cépticos. São tantas, e de tão repetidas, difíceis de combater.”
Neste cenário acrescentava que “talvez nunca como hoje o jornalismo tenha tido tanta razão de ser. Para vivermos, para tomarmos decisões fundamentadas, para distinguirmos o trigo do joio, precisamos de notícias credíveis, que nos digam o que se passa, não apenas onde, quando, quem, mas também como, porquê e em que contexto”.
A sessão Media Veritas Talks, realizada na Guarda, sublinhou a importância de ser credibilizado o jornalismo, reforçado o seu papel de modo que os leitores/ouvintes possam aquilatar que a informação transmitida é rigorosa, verificada e deixem caminho aberto à tomada de posições por parte dos cidadãos. Incrementando o espírito crítico e democrático. (H.S.)
O Ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, desloca-se amanhã, 18 de julho, ao distrito da Guarda.
O programa da visita deste membro do Governo inclui a assinatura de vários protocolos que preveem a reabilitação e revitalização da zona de fronteira de Vilar Formoso, a instalação do arquivo de registo automóvel na Guarda e o alojamento dos “backups” da rede informática do Governo em Seia
A deslocação inicia-se em Almeida, onde será assinado o Protocolo que "define os projetos considerados estruturantes para o lançamento de estudo de viabilidade de um projeto integrado de intervenção para reabilitação e revitalização da zona de fronteira de Vilar Formoso, que envolve também a área governativa das Infraestruturas e da Habitação", de acordo com a nota informativa divulgada pelo Gabinete do Ministro Adjunto e da Economia.
Para a cidade da Guarda será oficializado o projeto piloto de localização do arquivo de registo automóvel de Lisboa, no âmbito de trabalho conjunto com o Instituto dos Registos e do Notariado e a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. De referir ainda que o Município de Seia vai passar a alojar a cópia de segurança (“backups”) da Rede Informática do Governo (RInG), minimizando, assim, riscos de eventuais catástrofes naturais como incêndios, inundações, tempestades e sismos.
A acompanhar o Ministro estarão o Secretário de Estado da Economia, João Neves, a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, o Secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, e o Secretário de Estado da Valorização do Interior, João Paulo Catarino.
No próximo dia 25 de julho vai ser apresentada na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço a obra “Linha da Beira Alta - Viagem Inaugural".
A construção da linha da beira alta foi um marco histórico para os portugueses, mas principalmente para os beirões.
Bronislaw Wolowski acompanhou o percurso inaugural desta linha de caminho de ferro e deixou o interessante relato que agora é apresentado, através da tradução feita por Vitor Nabais.
A apresentação desta obra terá lugar pelas 17 horas.
Em Videmonte vai decorrer de 26 a 28 de julho o "Festival Pão Nosso".
O programa integra, dia 26, a abertura do festival (pelas 20h30) e atuação de César Prata e Catarina Moura; seguir-se-á, pelas 22 horas, "Cantares com Tradição", com o Centro Cultural da Guarda. No dia seguinte terá lugar, pelas 9 horas, a Rota dos Fornos; durante a tarde, e a partir das 14h30, está agendada a atuação do Grupo de Bombos Trocadalho do Carilho, Histórias de Papel: O Ciclo do Pão - Super Pipoca, Cenas do quotidiano dos anos 30/40 - Grupo de Cantares de Arrifana, "Da terra à mesa: Manifestações etnográficas" / Rancho Folclórico de Videmonte e desfile dos Tabuleiros (pelas 17h30), antecedendo a degustação da Bola de Videmonte e de produtos regionais.
No domingo, 28 de julho, decorrerá, pelas 8h30, o percurso nterpretativo pela paisagem geológica e cultural de Videmonte (orientado pelo Geopark Estrela), abertura do Festival Pão Nosso /Grupo A Mensagem (10h30), atuação do Grupo de Cavaquinhos do Centro Social da Póvoa do Mileu (11h30) e pelas 12h30 a receção aos caminheiros. O programa prosseguirá com Pedro Mestre e Cantadeiras de Videmonte (16h).
Durante o Festival haverá em permanência instalações artísticas e exposições (estas atividades são o resultado do trabalho criativo desenvolvido pelo artista plástico, Vitor Freitas, junto da comunidade de Videmonte), oficinas Criativas, artes e ofícios tradicionais e espaços de gastronomia local.
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